segunda-feira, 30 de junho de 2008

Nova enquete: Teria como amiga...

Esta é a nova enquete do sembikini. O que se pergunta aqui NÃO é quem é a vossa personagem-fetiche (isso já todos os outros blogs perguntaram e estamos fartas da resposta). Para quem não sabe a resposta eu dou uma pista: Lembram-se da nossa pistolinha da Hello Kitty? A partir de hoje ela servirá para fazer "tiro ao Álvaro" a cada sósia da Shane.
O que se pretende saber é qual das meninas L Word vocês gostariam de ter como amiga. Observemos não a aparência física mas a personalidade e as atitudes delas.
Qual seria a vossa confidente, companheira de cowboiadas, ombro predilecto... em resumo, amiga?

Condessa X

P.S. - Estou doida para bikinar sobre o L Word, mas vou esperar pelos resultados.
Meninas, podemos começar a votar a partir de agora!

Resultado enquete: Este ano vou participar

A votação não foi muito animada, mas eu vou perdoar porque tanto a marcha gay como o arraial estiveram acima das nossas expectativas.

Nota negativa para os "desencontros" entre marcha e arraial. Como se previa, fizeram malvadez com a Rainha Malvada e deixaram-na a tocar para as saltitantes pedras da calçada enquanto decorria a marcha. Na verdade, não sei se era realmente a Rainha Malvada porque ela tinha um ar muito bonzinho e eu não gostei nada daquele ar mimoso.
Gostei de ver Paulo Corte-Real, da Ilga a falar (fora do palco, claro, que o palco é só para as nossas amigas travecas) do sucesso da Marcha.
Nota positiva, também, para as mais diversas associações e movimentos que compuseram o desfile: Médicos pela Escolha, Sos Racismo, APF, muita gente vinda do Congresso Feminista (girl power!)... sei que há mais mas não me lembro de todos.
O arraial também foi delícia. Aspecto negativo: terminar às 4h. Quem gostou desta parte foi o Trumps, que esteve ao rubro.
A festa vai continuar dia 12 de Julho no Porto. Entidades interessadas em ter uma banca no Portopride deverão contactar a organização para o e-mail portopride@portugalpride.org ou através do fax 225088562, até dia 6 de Julho!!!


Condessa X

sábado, 28 de junho de 2008

Dias animados

Foi uma trabalheira retirar as mini-câmeras que instalámos na Gulbenkian e instalá-las aqui.

Surpreendentemente, não precisámos da ajuda de nenhum homem. Obrigada por se terem disponibilizado, de qualquer forma, foram muito cordiais.
Acho que vai valer a pena porque as nossas netas têm de saber disto.
O Congresso tem estado muito animado, com intervenções muito enriquecedoras e reflexões deveras pertinentes. Há muitas mulheres (e alguns homens, é bom vê-los por cá também), todas elas diferentes, na idade, na experiência, nas concepções que têm de feminismo. Mas faltam mulheres aqui: as que são anónimas mas que apesar disso não serão menos feministas.
As mais oprimidas de todas não estão cá, pelos menos presencialmente. Elas aparecem, sobretudo, nas estatísticas que têm sido apresentadas ao longo do evento. Noutra altura bikinarei sobre as classes. Agora vou aprender qualquer coisa sobre Artes e Feminismos e depois ganhar energias para soltar a bicha que há dentro de uma verdadeira lesbo-feminista e ver gente gira e animada aqui:

Este vídeo foi descaradamente roubado do portugalgay. Trata-se do vídeo do ano passado. Perderam a festa no ano passado? Não fiquem tristes, arrumem os vossos bikinis e dirijam-se ao Príncipe Real. É lá que estaremos, às 16h. Au revoir.

x-pressiongirl

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Dias de feminismo

Começa já amanhã, com 80 anos de atraso, o Congresso Feminista.
Relembro que decorre na Gulbenkian entre 26 e 28 de Junho (sendo que neste último dia o evento realizar-se-á na Fauldade de Belas-Artes).
O Congresso Feminista não é só bla bla bla, sua saloia, vá já informar-se. Então não andei aqui a bikinar dúzias de eventos? Durante estes três dias de congresso continuarão a acontecer eventos desde concertos a exposições, instalações, lançamentos de livros e até um jantar na sexta 27, na Fábrica Braço de Prata (podem inscrever-se no site do congresso).
Vá clicar que eu não sou obrigada a papaguear informação já disponível. Toda a programação sobre os temas em debate, os oradores, e eventos está aqui.
Informo @s interessad@s que ainda não se inscreveram que poderão fazê-lo à entrada (se ainda houver espaço, porque segundo consta já estão confirmad@s 500 pessoas).
O pessoal sembikini vai estar lá, com bikini, a distribuir a bíblia feminista "O segundo sexo".

(roubei esta imagem do congresso feminista 1928 da wikipédia, mas agradecia que alguém me confirmasse se é verdadeira)

Infelizmente já percebi que ninguém vai poder confirmar porque as senhoras que lá estiveram já não estão entre nós. Felizmente, temos ainda muitas feministas e não vão estar todas no Congresso. Muitas estarão em casa, ou no trabalho (sim porque este congresso decorre a umas horas totalmente impróprias para quem trabalha!) e muitas nem sabem o que é feminismo.
Se conhecerem alguém que vos diga que não é feminista, perguntem-lhe o que entende por feminismo. Provavelmente ela é feminista e não sabe. Ela ou ele, porque felizmente há homens feministas (são verdadeiramente mais sexys) e muitos estarão lá, não só entre o público mas entre oradores.
O sembikini passará a escrever @s feministas, doravante. Adoro @@@@ arrobas, dão para toda a gente.
Feminismos há muitos. E há muitos feminismos porque há muitas mulheres e muitos homens a pensar o feminismo. @s Cientistas, historiadores (e agora o que é que eu faço com a @rrob@?), linguístas, juritas estão sempre de acordo uns com os outros? Então, por que haveriamos nós de estar?
Nalguma coisa concordam: na busca pela justiça, igualdade, respeito, fraternidade (quase uma revolução francesa, não é?). Tudo o que sejam causas que se batam por este tipo de ideais são causas feministas, porque antes de sermos mulheres somos seres humanos e há assuntos que dizem respeito a toda a humanidade.
É por isso que o Congresso Feminista encerra com o Gay Pride.

Condessa X

P.S. - A parte de nós distribuirmos a bíblia feminista "O Segundo sexo" era a brincar, ok?

Cientistas conseguem isolar gene cristão

A biotecnologia tem destas coisas. Num dia isola uns, no outro dia isola os que restam.
- Você tem mau génio!
- Está a dizer que tenho um gene gay?
- Não, estou a dizer que tem um gene cristão.
Cientistas gays conseguiram, finalmente, isolar o gene que transforma as pessoas em cristãs.




Condessa X

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Por que é que os gays não devem reivindicar casamento

Durante a semana que passou, quase toda a blogaysfera referiu o casamento das duas senhoras que ao fim de 51 anos de convivência e luta conjunta se casaram. É bonito, mas não me satisfaz.

Têm sido semanas felizes para a comunidade gay. A Noruega juntou-se aos países que permitem o casamento entre pessoas do mesmo sexo e, por cá, foi publicado este livro.

Compreendo que os gays sintam necessidade de se afirmar como iguais perante uma sociedade que contempla o casamento (ainda que só meta os pés na igreja em eventos de maior calibre) como única forma de validar uma relação afectiva. Mas a coisa é perversa... vou mostrar porquê.
Os gays não devem reivindicar o casamento, da mesma forma que os heterossexuais deviam lutar por aboli-lo.
O casamento sempre foi a instituição que mais desigualdade promoveu entre homens e mulheres, entre homo e heterossexuais. É paradoxal vermos a comunidade gay a pedir igualdade abrigando-se numa instituição que sempre promoveu, promove e continuará a promover desigualdade entre casados, viúvos, divorciados e solteiros.
O casamento (matrimónio) surge como necessidade patriarcal de carimbar a propriedade de um homem (património).
Desde os casamentos dinásticos às uniões de facto, as pessoas fazem-no por motivos políticos e económicos. Amor? O amor faz-se no dia-dia com todos os seres (humanos ou não), quando se dá um abraço sincero a um amigo, quando se cumprimenta cordialmente um vizinho ou quando se dá alimento a um animal de rua faminto, e isto, normalmente, fazêmo-lo vestidos. O que fazemos nús, é sexo! Por mais doce e ternurento que seja, continuará a ser sexo.
Assisti ao debate promovido pela Ilga e APF, no fórum Lisboa, a propósito do dia Mundial de luta contra a homofobia (Pamplona Corte-Real, jurista e co-autor do livro mencionado estava entre o público e teceu algumas considerações interessantes sobre este assunto) e recordo-me de uma abordagem particularmente pertinente a propósito de casamento.
O filme exibido, "If these walls could talk", conta a história de um casal de lésbicas idosas que partilha durante grande parte das suas vidas, uma casa (que, naturalmente, só está no nome de uma delas) paga por ambas. Todos os objectos e cada canto da casa contêm uma história que lhes é comum. Vivem como amigas, perante a sociedade. Uma delas morre (a que tinha a casa em nome dela) e o sobrinho, ansioso por herdar a casa, pressiona psicologicamente a "amiga" da tia para que abandone o lar. Ela não tem como provar que metade da casa é dela, porque apesar das prestações ao banco serem pagas conjuntamente, não tendo o estatudo de casal (a raíz desta palavra é "casa", precisamente) ela não tem direito a NADA.

Quando o debate se estendeu ao público, houve uma amiga italiana que abordou o assunto, de modo um pouco agressivo (e só depois é que eu percebi o motivo da sua irritação). Não creio que ela tenha sido bem interpretada. Aliás, eu mesma, inicialmente não a compreendi, não pela diferença linguística mas, pelo alcance da sua exposição. Só depois, quando o microfone rodou para outras mãos é que digeri a mensagem made in Itália. Ela referia-se à propriedade privada e criticava o casamento enquanto dispositivo gerador de diferenças e disse: "Eu quero que me reconheçam como indivíduo!". Nunca tinha pensado bem nisso, mas ela estava coberta de razão, antes de os gays serem discriminados, são-no tod@s @s solteir@s.
Por que é que uma pessoa casada tem vantagens nos impostos? Eu quero ter as mesmas vantagens sendo solteira. E, veja-se, nem todas as pessoas são solteiras por opção. Se eu nunca encontrar ninguém que me ache interessante?

Nunca compreendi toda a simbologia por detrás disto. Alianças no dedinho anelar, qual mijadinha de gato a marcar território quando se tem uma aliança igual. Papéis assinados perante um padre e uma multidão de convidados que só pensam em coisas rídiculas "Ai, estes sapatos apertam-me imenso", "Por que é que estes santos estão todos a olhar para mim?", "Aquela saloia tem um écharpe igual ao meu, devia fulminá-la com os olhos, mas até que é gira, vou flirtar com ela".
O pai dirige-se orgulhoso, para o altar onde se encontra o futuro genro, com a sua menina pelo braço. Entrega simbolicamente (e institucionalmente também!!!) a sua filha ao noivo. A menina passa directamente da asa do pai para a asa do marido. O último nome da rapariga (que era o do pai) muda para o nome do marido. Simbolicamente diz tudo.
A parte gira do simbolismo: Gostei de saber, no casamento da minha prima, que o marido dela fizera questão de adquirir, também ele, o último nome dela (ou seja, do meu tio).
Eu posso não estar formalmente casada com uma pessoa e ainda assim sentir-me "em casa" quando me sinto a habitar no coração dela. Precisamos mesmo de alianças nos dedos para mostrar que se é propriedade e ao mesmo tempo que se detém alguém?
Eu não me quero casar, mas quero todos os privilégios que os casados têm.
Se os gays pedem direitos iguais, eu solteirissima, peço direitos iguais aos que estão casados. Também fujo aos meus impostos, tal como todos eles, a única diferença é que sou solteira. Faz algum sentido haver privilégios fiscais e sociais simplesmente porque eu jurei amor eterno a uma pessoa (quem mais jura mais mente)?

Breves armadilhas linguísticas:

casamento - "casa" é a raíz desta palavra (por ex. casado - uma pessoa que partilha a casa com outra). Esta associação de palavras não ocorre só em Português. Até em Turco a gracinha se repete: ev - casa; evde - casado.

matrimónio - "mater" (mãe) é a raíz etimológica que deu origem a esta palavra. Significa casamento, união formal de duas pessoas vinculadas por um suposto sentimento comum.

património - deriva de "pater" (pai). Significa a propriedade privada de um sujeito ou família (a própria mulher está incluída, já que também ela é considerada património do chefe de família).

Ainda se querem casar?

x-pressiongirl

domingo, 22 de junho de 2008

Trumps sem espuma?

Consta que já não vai haver festas de espuma este ano.
A gerência deve estar a ver se perde a ideia da festa para a concorrência.
Parece que foi mesmo o antigo gerente, Adriano, quem trouxe estas magníficas festas para a discoteca gay de referência no nosso país e nós queremo-las de volta!
Já foram a uma festa de espuma? Esqueçam todas as outras porque eu também já fui a muitas mas nenhuma tão memorável como as do Trumps. Espuma até ao pescoço, toda a gente de bikini e chinelinho (de vez em quando aparecia um ou outro mais desavisado com sapatos, calça e camisa, mas era raro), música a condizer, gente gira e muit@s turi$ta$.
Fazia parte do grupo que até levava pistolas de água e uma vez levámos uma bola de vólei cor-de-rosa fluorescente (para as bichas ficarem mais animadas e jogarem também) que misteriosamente desapareceu. Quem roubou a nossa bola???
Eu avisei que deviamos ter escolhido outra côr porque o rosa costuma ser muito cobiçado, não avisei?
Como essa costumava ser a minha actividade domingueira nas noites de verão (mesmo que isso significasse no dia seguinte ficar fula com o mouse que não funcionava e depois descobrir que afinal o animal que estava debaixo da minha mão era o telemóvel) não sei muito bem que tipo de directas farei sem as nossas festas de espuma.
Agora onde é que vou espumar? Assim não pode ser porque a minha banheira é muito pequena e não cabemos todas lá.
Por que é que a actual gerência não quer mais fazer as festas? Por que é que suprimiram do vosso site as fotos das festas de espuma, que durante semanas (quiçá, meses) andaram a passar quase ininterruptamente pelas tv's da discoteca?
Para aquelas espertezas saloias que têm assim muitas ideias erradas sobre o que são as festas de espuma do Trumps sem nunca lá terem ido e para as falsas púdicas que criticavam as festas de espuma e que depois estavam lá todas saltitonas, até parecia que viviam de domingo a domingo: Arrependam-se agora ou calem-se para sempre, suas bichas do demónio! ;-)
Para Pedro Dias e demais gerência: Eu ando por aí com a minha pistola!!!


x-pressiongirl

Todas para espanha!!! Inscrições até dia 25 de junho!

Decidi bikinar este apelo por se tratar de uma boa causa. Todo o texto abaixo transcrito é da responsabilidade desta menina.

A annie sprinkle entrou na minha vida a partir do livro bad girls and sick boys. A annie é a encarnação da Puta Madre, uma reichiana infliltrada na industria pornográfica invulgarmente cheia de amor Pelas pessoas.
A beatriz preciado é a autora daqui do lado que encarna tão bem o feminismo-queer.

adenda: o queer é a encruzilhada entre o activismo LGBT e o feminismo. Para mim, o feminismo é nada mais que a substituição da ordem patriarcal Na Reprodução (patriarcal vem de pater, o direito/privilégio do pai) , é uma coisa muito precisa em relação com os estados, o direito, etc. Queer está mais implicado com os modos de vida que consciente ou inconscientemente se praticam neste sentido. Como se silenciasse o feminismo como exigencia simbólica expressa e falada, mas o praticasse assim ou assim. Queer é um tanto ou quanto antropológico, muito interessado no estabelecimento de comunidades.
O queer cá em portugal não anda lá muito saudável. As pessoas têm medo de ser "esquisitas" então preferem esconder os seus desejos (virtudes publicas, vícios privados). Quando poderei ver um show de drag king aqui em lisboa?

A annie e a beatriz já fizeram este tipo de actividade há uns anos em barcelona, que eu ouvisse contar. A annie faz parte da vaga de feminismo pró-pornografia e está na origem dum movimento de pornografia de e para o desejo das mulheres. A beatriz tem a escola toda do prostetico, do dildo, do que vemos, pensamos que vemos, sabemos que vemos, á boa maneira do cinema "sério". Sigam os links, inscrevam-se á confiança, e depois investiguem na net. Vale a pena!


http://beatrizpreciado.com/blog/

La inscripción al seminario es gratuita. Lo que sí tienen que pagarse las personas que resulten seleccionadas de entre todas las solicitudes presentadas es su viaje de ida y vuelta + el alojamiento + la comida.
El plazo de presentación de solicitudes es antes del 25 de junio. Hay que rellenar la hoja de inscripción y enviar un curriculum vitae y una carta de motivación. Toda la información aparece en el programa en julio dentro de la página web de Arteleku: www.arteleku.net

sábado, 21 de junho de 2008

Chá das 5 - Algumas (in)conclusões sobre Sexo (in)seguro entre raparigas

A má notícia é que poucas tertuliantes beberam chá. Agora as boas:
As participantes aderiram à coisa e trouxeram material, pouco mas bom porque nós também éramos poucas mas boas.
(imagem gentilmente cedida por sueca)

Contrariamente ao que a Time Out anunciou, em lado NENHUM o sembikini disse ou escreveu isto "(...)Pedem as organizadoras às meninas interessadas que, antes de irem, façam umas visitas às sex shops da cidade, para comprarem material e recolherem conhecimento de causa para a conversa(...)". O sembikini sente-se, naturalmente, lisonjeado por ter-se considerado pertinente o regresso deste evento, mas lamenta que a redacção não estivesse em conformidade com aquilo que era proposto.
O que se sugeria era que trouxessem material que considerassem pertinente partilhar com as demais tertuliantes e que depois do chá visitássemos algumas sex shops naquela área afim de descobrir in loco que tipo de materiais para sexo seguro entre raparigas teriam. Há 3 anos atrás não se vendia. O proprietário da Condomi (infelizmente extinta) chegara a dizer que se fossem comercializados Femidom em Portugal o preço rondaria os €5 (não se enganou na previsão, o valor ronda isso mesmo) e ele não os comercializava porque sabia que não haveria ninguém que os comprasse por esse preço. Hoje, algumas sex shops disponibilizam dental dam e a Ilga chegou a ter alguns (não sei se ainda os terá) que distribuiu gratuitamente. Note-se que a Ilga fica em Lisboa e não chega às lésbicas que vivem noutros pontos do país. As sex shops que os vendem fazem-no, muitas vezes, via internet (para não terem dinheiro empatado na loja) e só os importam, depois de garantida a encomenda.

Material de cama, na mesa:

1. Lubrificante;
2. Manual de sexo lésbico (o exemplo de um livro com demasiados clichés e desenhos de lésbicas que nos fazem perder a vontade de ser lésbicas), o bom livro que eu queria recomendar não aparece na foto porque a menina que disse que mo devolvia antes do chá não tem palavra e não apareceu (se leres isto espero que desmaies de vergonha! ;-P), mas eu informo que o bom livro é o Kamasutra Lésbico, de Alicia Galotti, gentilmente oferecido por duas queridas amigas. É conveniente específicar a autoria do livro porque circulam por aí maus kamasutras lésbicos como aquele que Flávio Furtado escreveu há 2 ou 3 anos (na altura escrevi que me parecia mais dirigido a curiosos do que a lésbicas). Vale a pena ir à secção LGBT da Fnac comparar os livros e aproveitar os conselhos da Condessa sobre flirt que lá, segundo dizem, é um sítio bom para encontros imediatos de 1º e 2º (de)graus;
3. Preservativo feminino (interno) lubrificado;
4. Brochura da Ilga Portugal sobre sexo seguro entre raparigas;
5. Luvas (dentro do saco de plástico, obviamente, por causa dos micróbios);
6. Non c'est non, escrito por Irène Zeilinger (um ensaio sobre as mulheres e a violência).
As duas amigas francesas (uma delas "ilustre" activista LGBT) que apareceram obrigaram-nos a praticar o francês e o inglês, que acaba por ser mais divertido, sobretudo, quando há coisas que nem se consegue explicar bem na nossa própria língua. ;-)
Como éramos apenas 7 a amostra não é significativa, mas apenas uma das tertuliantes afirmou praticar sexo seguro com raparigas (mesmo com a namorada). Material usado nas brincadeiras: luvas (podem ser daquelas que se compram na farmácia e que vêm em grandes quantidades para quem gosta de brincar muito) ou de látex pretas (porque é mais chique), lubrificante, e preservativo ou película (daquela glad para embrulhar alimentos perecíveis) para sexo oral.
O sembikini está a estudar a hipótese de lançar roupa interior segura, para que a pessoa possa fazer sexo seguro sem precisar de se despir de complexos.

E os heterossexuais?
1. Um rapaz paga cerca de €5 por um dental dam, usa película glad, ou corta um preservativo ao meio para fazer sexo oral à rapariga? Pergunto-me, aliás, quantas terão a sorte de ter namorados que gostem de lhes fazer sexo oral.
2. Um rapaz usa uma luva para penetrar a namorada com os dedos?
O sembikini colocou mini-câmeras, daquelas muito discretas que se colocam nas lâmpadas, em algumas casas portuguesas e descobriu que:
1. os rapazes preferem usar quase sempre a pilita;
2. é por isso que cada vez mais raparigas se tornam lésbicas, é que às tantas aquilo enjoa um bocado;
3. os poucos que fazem sexo oral às namoradas fazem tudo au naturel;
4. os que penetram as namoradas com os dedos também o fazem au naturel;
5. relativamente a sexo anal, o assunto merece um tratamento mais cuidado num outro post.

No fórum da ex-aequo descobri muitas meninas mentirosas, 33,33% que afirmam praticar sempre sexo seguro. Não consigo confirmar a percentagem correcta/actual porque eles baniram-me temporariamente do forum por ter escrito "beach", palavra foneticamente muito parecida com "bitch" que era, na realidade, o que eu gostaria de ter escrito. Vá lá que a administração do fórum teve a cortesia de explicar o motivo:
"Estas tuas frases:
«(...)beach (foneticamente é o mais parecido que consigo arranjar sem que corra o risco de voltar a ser adulterado pela censura/moderação)
(...)P.S. - Se me oltarem a ubstituir alavras scritas or im uro ue assarei a screver ssim omo ugeriu Aria Elho da Osta e se e erguntarem orquê espondo omo la: «Ecidi escrever ortado; poupo assim o rabalho a quem me orta.»
demonstram desrespeito pelos outros, quebrando essas mesmas regras, com as consequentes sanções.":


Sanções à parte, o que é que eu penso das lésbicas praticantes de sexo seguro? Que são como a maioria dos católicos: Não praticantes. Sabem porquê? Porque não andam com estes materiais todos atrás e porque confiam que tendo uma relação estável (seja lá o que isso for na cabeça de cada um) estão imunes a infecções e a doenças venéreas.
O primeiro passo para termos acesso a materiais dignos de se usar (e não materiais confeccionados por nós: espera aí querida, vou só ali buscar uma tesoura para cortar este preservativo ao meio) é admitirmos que os materiais que temos não são viáveis nem tecnica nem monetariamente.
Há mesmo meninas que vão mais longe e justificam-se assim:
"Não pratico sexo seguro porque estou numa relação estável". Quanta candura... Então e se eu estiver numa relação estável com uma pessoa que já teve inúmeros parceiros sexuais e que nunca fez rastreios?
A essas meninas gostaria de lhes perguntar:
Entram automaticamente numa relação estável a partir do primeiro dia em que vão para a cama com a pessoa que dizem amar?
E quando ainda só namoravam com ela havia uma semana, faziam sexo seguro? Se sim, a partir de que momento é que deixaram de o fazer e a relação passou a ser estável?
Admitam que nenhuma lésbica neste país faz sexo seguro. Deixem mas é de ser falsas e vão apanhar bikinis!
Ainda há pessoas que acreditam em relações de risco e relações imunes, mas o que há são comportamentos de risco.
Ainda não há data marcada para novos chás, mas penso que os próximos irão decorrer na praia (para onde foram quase todas as que se baldaram ao chá). É mais refrescante, não temos de consumir nada se não quisermos (sugiro que consumam a caipirinha que um boy anda a vender na praia), e além disso podemos estar mais sem bikini (gostaram da piada?).

x-pressiongirl

P.S. - Esqueci-me de atribuir o Tea Award (parece que adivinhava porque tinha levado duas saquetas de chá) às duas meninas que chegaram atrasadas. Reformulo o convite para um chá, trazido do coração de Londres, na minha humilde maison.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Emma Goldman - apresentação do livro de Clara Queiroz



A imagem diz tudo sobre a apresentação deste livro/homenagem à senhora que um dia disse que se não pudesse dançar, essa não seria uma revolução em que quisesse participar.
Penso o mesmo, sobretudo, quando vêm críticar as pessoas que dançam na marcha LGBT.
Emma Goldman (1869-1940) teve um percurso difícil entre sindicalismo, socialismo, ambientalismo (em 1906 fundou com Alexander Berkman a revista "Mother Earth" que associava feminismo, ecologia e anti-autoritarismo), feminismo e muitos outros ismos em que o seu nome se escreve. Presa e perseguida várias vezes pelas ideias que nunca renunciou, ela correu Rússia (onde nasceu), Espanha, Estados Unidos da América e Grã-Bretanha.

"In 1916, Emma Goldman was sent to prison for advocating that 'women need not always keep their mouth shut and their wombs open." Margaret Anderson

Goldmann é uma das peças-chave quando se fala de anarco-feminismo. Uma working class heroin.


Marianne Faithfull "Working Class Hero" (para quem gosta de L word, reparem na música de abertura do episódio piloto "Pleasure song" e voltem a deliciar-se com a voz desta diva)

"Her development, her freedom, her independence, must come from and through herself. First, by asserting herself as a personality, and not as a sex commodity. Second, by refusing the right of anyone over her body; by refusing to bear children, unless she wants them, by refusing to be a servant to God, the State, society, the husband, the family, etc., by making her life simpler, but deeper and richer. That is, by trying to learn the meaning and substance of life in all its complexities; by freeing herself from the fear of public opinion and public condemnation." [Anarchism and Other Essays, p. 211]

x-pressiongirl

P.S. - Agradeço à amiga anarca (presumo anarca-feminista) que, gentilmente, partilhou comigo as referências textuais sobre anarco-feminismo. ;-)

Encontros Imediatos de 2º grau

Há várias formas de se ter um:
1. - Amiga 1 apresenta amiga 2;
2. - Depois de um flirt animado;
3. - Depois de marcado um date, virtualmente (o pré-flirt).

Mais uma vez, urge ter bem definido aquilo que se quer. Pode parecer menos romântico mas evita equívocos desnecessários. Apenas boa conversa com alguém giro e bem disposto? Um novo encontro? Sexo? Uma relação? Nada de precipitações, o mais importante de tudo é ter bom gosto e bom senso. A pressa não costuma ajudar muito. Não há nada mais infeliz do que se arrepender de ter conhecido ou de ter estado com alguém.

1. - Se a amiga 1 acaba de te apresentar a outra amiga (a 2), é indelicado manteres conversa só com ela na presença de outras pessoas. Ah, é PROÍBIDO, e devia dar direito a prisão, fazer conversa com segundas intenções se se tratar de uma "amiga" mais especial da tua amiga 1. Podes não escolher por quem te sentes atraída mas como ser racional escolhes a atitude a tomar e, certamente, a atitude correcta não é tentar captar as atenções de alguém que é especial à tua amiga 1. Esse é o primeiro passo para envenenvar uma amizade.
Lembram-se destas meninas?



Pois é, elas costumavam ser amigas... Moral da história: "Não deixem que uma Carmen qualquer vos estrague as amizades, por mais linda que a rapariga possa ser!" AH, e tentem escolher melhores amigas do que a Shane, já que parece ser uma das preferidas (acabo de ter ideia para a próxima votação, não sobre a vossa preferida porque eu já sei a resposta, mas qual delas seria a vossa melhor amiga).
Ter amigos que servem de pombos-correio pode dar jeito, mas nada melhor do que mostrar uma postura mais adulta e dispensar intermediários.

2. - Depois de toda aquela troca de olhares e sorrisos estão próximas e frente-a-frente. Hey, não vá a correr agora, um bom flirt nunca é nervoso!
A maioria opta por se cumprimentar e dizer o nome. É simpático, mas quem é que quer saber o teu nome agora? Se queres elogiá-la, evita elogiar a aparência. É óbvio demais. Opta por elogiar a atitude, o bom gosto (se estiverem a admirar o mesmo quadro numa exposição), o sorriso ou a forma de dançar, se se encontrarem numa discoteca. Se o elogio partir dela aceita-o com naturalidade. Nada de falsas modéstias. Falar do espaço onde estão também é boa ideia, melhor ainda será se surgir, em conversa, um novo espaço para onde queiram ir.
O que correu bem com estas raparigas? Tinham o poker em comum, gostavam de sexo na mesma medida e Catherine propôs logo um encontro imediato de 2º grau (na grande sala de poker).

O que correu mal? Helena jogou alto de mais para a sua empobrecida bolsa.
Nada de revelar informações pessoais ou iniciar tópicos de conversa depressivos ou demasiado polémicos. Apedrejar a pessoa com perguntas (sobretudo se forem perguntas demasiado pessoais) é um turn-off. Uma simples troca de ideias animadas sobre tópicos que se revelem ser de interesse comum é o suficiente.
Pedir lume é um antigo truque que funciona se a pessoa fumar também (mais saudável mesmo é ninguém fumar), permite observar a delicadeza da pessoa, a cortesia no trato, se o olhar é seguro ou tímido e, eventualmente, proporcionar um ligeiro toque de dedinhos enquanto mergulhas no olhar dela. Pedir lume é ok, mas pedir tabaco é out. A primeira impressão que vão ter de ti é de uma simples crava armada em esperta.

3. - Se o primeiro contacto que travaram foi de forma virtual, é possivel (e desejável) que já tenhas umas ideias sobre a pessoa em questão. Ir às cegas para um blind date não é grande ideia, sob pena de se gerarem equívocos. Quanto mais blind for o blind date, mas divertido ele será, contudo, é importante saberes em que medida a pessoa te interessará. Conversas animadas sobre questões de interesse comum é sempre boa ideia. Ter sempre em mente a tal regra que costuma ajudar: Nada de coisas demasiado polémicas ou depressivas.

Se o interesse se mantiver, apela-se para o contacto físico e para a leve sugestão (é bom estudar a receptividade da rapariga com pequenos "choquinhos verbais" porque as que são menos desinibidas costumam preferir enigmas e quebra-cabeças a propostas mais directas). Se a rapariga se revelar demasiado burra ou inocente aconselho a apelar ao choque directo ou a largá-la de vez. No Pátio das cantigas, Vasco Santana fez-nos ver que chapéus há muitos. A absolutamente fabulosa Patsy Stone arrisca mais: "You can never have enough hats, gloves and shoes".
Pequenos toques delicados durante a conversa e pensamentos mais intímos sussurrados de perto ajudam a perceber o grau de interesse. Obviamente, a postura da pessoa com quem se interage também. Por isso, mais vale ter o gaydar bem ligado.
A maior parte das vezes as pessoas querem o mesmo, por isso a inibição não nos leva a lado algum. Há receptividade? Avança! Se for ela a avançar primeiro nada de se armar em púdica, está completamente fora de moda e é um turn-off daqueles.
Sê aquilo que procuras. Se procuras gentileza sê gentil, se procuras amor, sê amorosa, se procuras educação, sê educada, se procuras sexo, sê sensual.

Ela propôs-me um novo encontro. O que devo fazer?
Sela a proposta dela com um beijo. Isso fará com que ela se apresse, se assim o desejares. O novo encontro que ela acabou de te propôr é, na realidade, o de 3º grau. Se te apetece aceita. Mas se queres fazê-lo agora... não deixes para amanhã o que te apetece fazer hoje. A vida é muito breve e nos tempos que correm é muito fácil haver desencontros. Não acredites no acaso, faz tu mesma... o acaso.
Se, por outro lado, concordares que o econtro imediato de 3º grau se deva desenhar apenas no próximo rendez-vous (ok, não trouxeste a tua lingerie preferida ou estás com o período e achas que é um bocado inconveniente) sela a proposta dela com um brinde soft touch entre os vossos copos, a metáfora são os vossos próprios corpos a brindar. Cheers!

Depois disto o mais provável é acabarem a noite a trocar mais uns beijinhos, que além de fazer bem à pele é um dos passatempos preferidos da maior parte das pessoas. Melhor mesmo só o encontro imediato de 3º grau (a ser bikinado em breve).

Condessa X

P.S. - Se andas à nora com os graus, recua 6 casas. Ficas uma vez sem jogar porque aterras na casa de partida.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Mais mulheres - exposição e teatro

Creio que vou ainda a tempo de divulgar umas coisas boas no âmbito do Congresso Feminista.

«As mulheres e o Estado Novo»
Exposição patente até 20 de Junho na Biblioteca-Museu República e Resistência

O discurso salazarento dizia que a mulher "só é mulher se for mãe, esposa e dona-de-casa". Ai, darling, se estivesse vivo e visse como isto anda agora até rebolava
naquela maldita cadeira.
Agora já ninguém se casa (pelo menos oficialmente, que agora inventaram uma coisa mais ou menos à semelhança da sua PVDE e à qual se dá o nome de ASAE, que quer os recibos todos de todas as despesas do casamento). Por acaso até dizem que eles são mais bonzinhos do que a vossa PVDE porque pelo menos não prendem nem torturam as pessoas físicamente, eles apenas arruinam os negócios das pessoas, sobretudo se forem pequenos e médios. Estranhamente, só os gays é que parecem querer casar porque os heterossexuais já nem ligam muito a isso.
Ter crianças então muito menos. Antes de mais, porque os portugueses em idade fértil começaram a ter juízo e estão todos a emigrar e os poucos que vão sobrando parecem ter compreendido que ter bebés é dificil, nos tempos que correm: As coisas custam os olhos da cara e educar as crianças, comprar-lhes coisas da Chico (pior mesmo é quando elas crescem e pedem aqueles ténis da Donna Karan), pô-los a estudar e levá-los a comer uma boa refeição no PatDonalds, é uma despesa que ninguém consegue suportar (só os gays, que são quase todos ricos, mas pronto, esses não podem ter bebés e estão proibidos de adoptar).
Donas de casa também não há muitas (só aquelas que vão perdendo os seus empregos, de resto não estou assim a ver mais, ah, também se começam a ver muitos donos de casa, sobretudo entre aqueles que também vão perdendo o emprego), ou ninguém faz a lida da casa, ou há algumas poupanças e jóias penhoradas para contratar uma mulher a dias para fazer a mènage (sim, quis mesmo dizer mènage mas não era nesse sentido, sua saloia, vá já consultar o dicionário de francês).

Sobre este tema o filme de Inês de Medeiros "Cartas a uma ditadura" teria sido uma escolha inteligente, se aliado à exposição. Infelizmente o filme já não se encontra em exibição porque o que é bom acaba depressa e o lixo cinematográfico (e artístico, em geral) promove-se e vende-se melhor.

«Marianas»
Sábado dia 21 de Junho, às 17h no Espaço Karnart
Dramaturgia, Encenação
Gisela Cañamero



A partir das "Lettres Portugaises" atribuídas à Soror Mariana Alcoforado e das
"Novas Cartas Portuguesas", de Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa (duas delas estarão presentes como oradoras no 1º dia do Congresso Feminista, em breve bikinarei um post decente sobre as 3 Marias).

Segundo o Industrial Pt, o Espaço Karnart está a ser mais uma das vítimas desta vampiresca especulação imobiliária. Os vampiros andam a comer tudo e não vão deixando nada.

Mais eventos a decorrer no âmbito do Congresso Feminista podem ser consultados no próprio site.

Condessa X

Hoje é dia de tanque

Será hoje, às 21:30 o último "Conversas no Tanque" (no tanque underground do Chapitô) a encerrar o ciclo de conversas antes do Congresso Feminista 2008 (dias 26, 27 e 28 de Junho).
"Feminismos e Controvérsias" é o tema da conversa, visivelmente, controversa.
A moderação estará a cargo de Manuela Tavares e a conversa terá como principais oradoras (sim, porque agente também pode participar com perguntas incómodas, elogios, trocas de galhardetes e informações) Maria Antónia Palla, Maria Antónia Fiadeiro, Manuela Góis e Salomé Coelho.
Apareçam que vai ser animado, mas também se não aparecerem vai ser animado na mesma.



Decorrerá, também, às 18h no Auditório I da FCSH, uma sessão com Teresa Rita Lopes, Nuno Júdice, Ana Luísa Amaral e Maria Lúcia Lepecki, a propósito de Literatura Feminina. Existe ou não alguma coisa a que possamos dar o nome de literatura feminina? Parece interessante o tema "Para além da escrita … uma escrita feminina?".

Segundo o site do Congresso Feminista já se inscreveram para o Congresso Feminista 2008, 500 pessoas (a maioria delas desempregadas, activistas a tempo inteiro, freelancers e turistas, os outros 10% são as feministas que vão faltar ao trabalho para assistir ao evento). Daqui a bocado já não cabe mais ninguém na Gulbenkian. O programa pode ser consultado aqui.
Como haverá sempre debates simultâneos o sembikini vai colocar uma "salazar" em cada esquina da Gulbenkian para gravar aquilo tudo. As nossas netas terão de saber disto!
Os painéis parecem muito apelativos e @s orador@s (ai, adoro arr@b@s) prometem. As datas e os horários é que são mesmo feitos à medida para pessoas desocupadas (e muitas feministas trabalham, por vezes em sítios mais ou menos assim).



Por que é que o evento só decorre de dia?
Quem quiser ir terá de se inscrever no site do Congresso. O preço normal é €30, mas estudantes e desempregad@s pagam €10 (maiores de 65 também deviam ter direito que as nossas pensões não dão para mandar cantar nem o Stevie Wonder).
Haverá também um jantar convívio que ficará por conta da organização, na 6ªf, dia 27, às 20h
, na Fábrica Braço de Prata.
Mais informações no site do Congresso Feminista.

"Dizem que não são feministas? Então por que não vão para casa pedir as ordens do homem e recolher à sua insignificância? Sempre detestei mulheres que não gostam de outras mulheres, que não se sentem solidárias com as outras."

Elina Guimarães (1904-1987) activista feminista portuguesa


Condessa X


P.S. - A parte do jantar convívio ser por conta da organização era a brincar, vejam lá.

terça-feira, 17 de junho de 2008

Haja korpus!

Ainda não será desta que vão rolar cabeças, mas korpus...



Andarão por todo o lado.

x-pressiongirl

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Programa de festas LGBT em Portugal

Já aqui falei sobre o porquê destas comemorações que ocorrem um pouco por todo o mundo (infelizmente em alguns países, ainda, com bastantes incidentes, já este ano voltou a haver problemas na Moldávia e na Rússia).
Aproveito a boleia do blog "Assumidamente" (recém-chegado à nossa pink list) que destaca o panorama geral dos países em que a homossexualidade é ainda institucionalmente punida.
Este ano, a 9ª Marcha LGBT em Lisboa será no dia 28 de Junho. Terá início às 16h no jardim do Príncipe Real e terminará no Terreiro do Paço, onde irá decorrer o 12º arraial e toda a animação que isso significa (só até às 4h da manhã porque a vizinhança não gosta muito de barulho e o Parque do Calhau parece ter sido excluído da lista como alternativa). Patricia Tavares voltará a apresentar o evento e já estão confirmados os seguintes DJ sets:

16:00 > 19:00 Rainha Malvada (Discó Masmorra)
19:00 > 22:00 Miss Toxic (Total Pusse Control)
22:00 > 01:00 Michael B (Pop/ House)
01:00 > 04:00 Mário Varella & Petzi (Progressive House)

Gente conhecida destas andanças e a animação promete. Só uma observação: A Rainha Malvada (uma das suas máximas: "Foste largada? Ela arranjou outra? É porque mereces" - morta de rir) também vai pôr música? É que se for esse o caso, ou vai tocar para as pedras da calçada ou o pessoal da marcha vai desmobilizar-se em direcção ao Terreiro do Paço porque a coisa acontece à mesma hora.

Este ano, pela 3ª vez, decorrerá semelhante evento no Porto. Parece que o Norte anda mesmo em alta e os eventos têm sido muito bem acolhidos pela população portuense. Nesta cidade irá decorrer no dia 12 de Julho e a concentração será às 15h na Praça da República. A festa prosseguirá, mais uma vez, no Teatro Sá da Bandeira até às 8h da manhã, mas só para @s mais resistentes. ;-)
Diversas associações, movimentos cívicos e pessoas solidárias com a causa LGBT juntar-se-ão, como já é hábito, de forma colectiva ou individual nestes eventos. E tu, já decidiste?



Esta é a nova enquete do sembikini. Não há prémios para quem votar mas os que participam nestes eventos sabem que o balanço final é sempre positivo. ;-)

x-pressiongirl

Já experimentaste...

Eis os resultados da mais recente votação.

Não houve muitas visitantes a participar na votação e isso deixou-me fula. O sembikini foi atrás de algumas das poucas votantes e atreveu-se:
"Hey, só dois minutos, não quer falar um pouco mais da sua (in)experiência?"

apenas sexo 1-1:

- Não percebo que raio de perguntas andam vocês a fazer no sembikini. Eu não falo da minha vida pessoal, mas pronto depois de receber estes €50 posso afirmar que só fiz sexo 1-1.
- Por acaso gostava de experimentar um mènage ou assim, mas a minha namorada é um bocado esquisita com essas coisas, sabe?

sexo 1-1 e mènage:

- Ah, é sempre divertido se as pessoas estiverem todas "na mesma onda". Tenho por princípio nunca fazer mènages com namoradas ou amigas mais íntimas.

- Até não desgostei de ter feito aquele mènage, mas nada como sexo 1-1 preferencialmente com a pessoa de quem se gosta.

sexo 1-1 mènage e orgia

- Não me diga que fui a única a votar nesta opção. Ganhei algum prémio?

nenhuma das opções anteriores

- O quê? Também fui a única a votar nesta opção? Posso juntar-me com a rapariga que deu a resposta anterior?

Seja de que forma for ou com quem for, o importante é que o resultado seja divertido para todas sem constrangimentos e, claro, com alguma segurança (quase uma utopia falar-se de sexo seguro entre lésbicas, mas há quem o pratique).
Boas experiências!

x-pressiongirl

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Encontros Imediatos de 1º grau

Também conhecido como flirt, o encontro imediato de 1º grau é a arte da aproximação. Há até mesmo casais juntos há muito tempo que não abdicam do flirt enquanto forma de interacção porque sabem que o jogo é saudável se jogado com pessoas saudáveis de espírito.
Em termos de flirt as lésbicas parecem mesmo ser mais discretas, mas sê-lo-ão por opção ou por falta dela?
Se há uns tempos atrás a única forma de se flirtar era presencialmente, hoje, essa possibilidade estende-se ao espaço virtual. A maior parte das revistas dirigidas ao público feminino sugerem todo um conjunto de técnicas que têm como finalidade seduzir... um homem. Obviamente, a imagem da mulher presa somente no papel de sedutora, já está não só fora de moda, como tem de ser repensada, sobretudo, quando falamos do flirt entre raparigas. Sendo ambas raparigas, elas estão em pé de igualdade, quem é que seduz e quem é que avança? Diria que mesmo num flirt entre uma rapariga e um rapaz, ela deve autorizar-se a si mesma a avançar, obviamente, tendo a precaução de estudar a receptividade que terá.
Levar os nossos olhos a se cruzar com os olhos da outra é o primeiro passo. O sorriso tem de vir sempre acompanhado porque é o convite de boas vindas. Lentamente os olhares se desviam e voltam a cruzar-se. Enquanto ela a observa, os seus dedos deslizam suavemente por uma parte do seu corpo por onde gostaria que os dedos dela deslizassem, é um convite mais descarado. Piscadelas de olho estão um pouco fora de moda, mas cada pessoa tem o seu estilo próprio e desde que seja original e educada, vale tudo.
Os flirts na internet não serão bem flirts já que a internet é propícia a enganos e a mal-entendidos. Se o primeiro contacto é tido através da internet ele será um pré-flirt e requer também alguma sabedoria e antenas bem ligadas.

1. - Qual é a finalidade do flirt?
Todas as que quiseres. Convém é tê-las bem esclarecidas na tua cabeça e conseguires transmitir isso à outra pessoa. Ou a outras, se o teu flirt for dirigido a um casal (só se parecerem receptiv@s, nada de arriscar pessoas que pareçam ciumentas), por exemplo. Desde um flirt que morre ali e que só serve para alimentar o ego, a um flirt que te levará a um conhecimento mais aprofundado sobre a pessoa, o importante é teres bem definido o que queres. O flirt pode ficar-se pelo encontro de 1º grau, avançar para o 2º ou saltar directamente para o 3º. Tu escolhes e não deves deixar que ninguém o faça por ti.

Numa festa, num bar, numa exposição, numa livraria... toda a gente gosta de flirtar. Até os mais púdicos, ainda que tenham reservas em admiti-lo.
O olhar é a porta principal para um flirt bem sucedido, no entanto, a linguagem corporal aliada à atitude positiva é o fio condutor.
Como a primeira impressão é a visual, a embalagem costuma ajudar, mas perderá todo o encanto se a postura não for adequada. Simpatia natural, boa disposição (sem cair em palhaçadas), auto-confiança (erradamente confundida com arrogância) e gentileza são palavrinhas que devem constar dos nossos dicionários.

2. - Eu estava a flirtar com ela, trocámos uns olhares e uns sorrisos e quando avancei ela ignorou-me. Terei percebido mal os sinais?
Não, possivelmente a luz estava fraca ou foste apanhada num ângulo menos favorável. De qualquer forma, as pessoas são livres de ter mau gosto. Ficas um pouco triste nos primeiros 5 segundos, mas depois passa logo a seguir.
Há raparigas que o fazem só para alimentar o seu débil ego e isso revela, de facto, que precisam de ter constantemente a corte atrás para que se apreciem a elas mesmas.

3. - A mim aconteceu-me o inverso. Começou a flirtar comigo uma rapariga que não faz o meu tipo e eu acho que ela me interpretou mal. Como saio disto agora?
Não devia dar azo a equívocos. Seja sempre simpática mesmo com um rapaz que flirte consigo, mas não abra espaço a mal-entendidos. Se a pessoa tenta flirtar consigo deve sentir-se lisonjeada e aceitá-lo naturalmente como um elogio (que só retribuirá em forma de flirt se a pessoa lhe interessar também). Não olhe directamente ao mesmo tempo que sorri para uma pessoa com quem não lhe interesse travar contacto. Se a pessoa avançar para o encontro imediato de 2º grau, oferecendo-lhe uma bebida ou procurando interacção verbal, diga claramente, de forma educada, que não está interessada. Ah, e recuse a bebida, por amor de deus, se a aceitar vai ficar catalogada como interesseira e além disso sentir-se-á em dívida com uma pessoa que não lhe interessa.

4. - Não consigo dizer claramente a uma pessoa que não estou interessada.
É um exercício difícil, sem dúvida. No entanto evita que ambas percam tempo. E além disso penso que é preferível uma pessoa levar um corte directo do que ficar na expectativa o tempo todo.
Uma pessoa mais cuidadosa evita ser apanhada a encorajar outras que não lhe interessem. É óbvio que o ideal é nunca chegar a este ponto (interacção verbal) se determinada pessoa não lhe interessa, convém esclarecê-la logo durante a tentativa de flirt (desviando o olhar e evitando sorrir ao mesmo tempo). Mas depois de feita a asneira, se ainda assim continuar a ser assediada não há como sair sem parecer rude. Há que ser cortês e libertar a pessoa com respostas breves "Lamento", "Não estou interessada". Não há nada mais claro do que isto.

5. - Estamos a flirtar há meia hora e ainda nada aconteceu. Por que é que ela não vem logo ter comigo?
Porque provavelmente está à espera que você vá ter com ela. Se os rapazes parecem mais propensos a avançar isso é porque a sociedade criou artificialmente esses papéis. Os papéis sociais não são mais do que espartilhos que enclausuram tanto homens como mulheres. Uma rapariga actual sabe que não deixa de ser feminina se tomar iniciativa. Aliás,cada vez mais rapazes heterossexuais admitem gostar de raparigas mais decididas. Talvez seja sinal que essas barreiras estão prestes a ser desconstruídas.
O que tem de pensar é: Custa-me mais ir para casa sem travar conhecimento com a rapariga que flirta comigo há meia hora ou correr o risco de levar um corte?
Na primeira hipótese é óbvio que o baixar armas dá 0% de hipótese, já na segunda...
Quanto se perde com timidez e falta de auto-confiança?

6. - Ok, passou meia hora de flirt. À medida que me aproximo ela parece apreensiva e ao mesmo tempo contente. O que é que eu faço agora?
Acha que eu sei? Eu não estou a ver a rapariga de quem me fala. É você que tem de interpretar os sinais. Nada de frases feitas. Escolha as suas próprias. É o seu estilo que deve ficar imprimido não o estilo de outra pessoa.
Além disso nem tudo o que se quer dizer melhor se expressa verbalmente, não é? E, já agora, meia hora é muito, com um pouco mais de exercício aprenderá a poupar tempo.

Um bom flirt mesmo é aquele que avança em direcção ao encontro imediato de 2º grau (a ser bikinado em breve).
Bons flirts!

Condessa X

terça-feira, 10 de junho de 2008

Chá das 5

É já este próximo Sábado!

Por limitação de espaço e porque o número de participantes deverá ser moderado (por se tratar de um encontro informal e porque é desejável que as participantes tenham voz e espaço de interacção) sugiro que enviem um e-mail para sembikini@gmail.com com o vosso nome ou nick (ou de eventuais amigas que queiram convidar) para eu poder ter uma ideia mais clara do número de participantes e enviar o mapa.
Mais informações neste post.
Não tenham falta de chá!

Condessa X

P.S. - O sembikini ainda está a discutir o cachet a pagar mas, se as negociações correrem bem, iremos ter uma expert estrangeira que partilhará informações e dicas interessantes. ;-)

domingo, 8 de junho de 2008

Tráfico humano - O mal da Indiferença

Li, no Feminista Actual (também conhecido por "O Mal da Indiferença"), que Portugal continua a revelar-se ineficaz no combate ao tráfico humano. É um blogue escrito a três mãos deliciosamente atentas. Não há feminismo onde não houver um compromisso com as mais diversas causas sociais. É um dos poucos blogues que publica e reflecte sobre assuntos tão pouco abordados como o tráfico humano, mas os seus méritos não se esgotam aí. Vale a pena a visita.
O tráfico humano é a cabeça de um polvo que agarra umas pessoas para servirem outras. Falamos de escravatura, logicamente. Em todo o lado ela é ilegal mas existe em TODOS os países, ainda que assuma formas e proporções diferentes.
Alguns tornam-se escravos pelo seu próprio pé, quando fogem da guerra, da miséria ou do desemprego. O facto de se terem "escravizado" por iniciativa própria não os torna menos escravos. Na verdade, podemos mesmo dizer que o fizeram por iniciativa própria quando foram circunstâncias inóspitas (as tais garras do polvo) que os forçaram a tomar tal decisão?
Outros, as vítimas do tráfico doméstico, nascem escravos e trabalham gratuitamente (ou ridiculamente pagos só para comer, dormir e continuar a trabalhar, comer e dormir...) em nome de guerras ou em nome da prosperidade do seu país (de repente lembrei-me de Portugal, mas eu estava a falar da China não era?).
Por fim, há outros que são raptados para que o seu corpo seja vendido inteiro (na indústria do sexo) ou em partes (no tráfico de órgãos).
A escravatura dos nossos dias e da nossa geografia é composta por vítimas que são levadas, ou por via da força ou por via de promessas e mentiras, a endossar os números da exploração laboral e sexual (muitas vezes associada à exploração laboral).
Se é certo que a pobreza e a desigualdade tornam determinadas populações mais vulneráveis a isto, é também certo que mesmo que pobreza e desigualdade não existissem, o problema não estaria exterminado. Ele existe precisamente porque há traficantes e há traficantes porque há clientes. Todos eles devem ser severamente punidos e é estranho não se ouvir falar de casos em que haja punições realmente exemplares para estes criminosos.
Segundo o relatório anual do Departamento de Estado norte-americano, que analisou o comportamento de 170 países face a este crime, “Portugal não cumpre ainda os padrões mínimos para eliminar o tráfico de seres humanos”. As penas são mínimas e, para se ter uma ideia, em 2006, 65 pessoas foram acusadas deste crime, sendo que apenas 49 foram condenadas e somente oito cumpriram, efectivamente, pena.
Porquê? Vejamos, quem é que os acusa? Quem é que ousa acusar, em nome individual, suspeitos de integrar uma rede de tráfico, arriscando a sua própria pele sem qualquer garantia de salvaguarda institucional? Que protecção é efectivamente dada às vítimas ou aos denunciantes? E quantas vezes as próprias denunciantes são, também elas, julgadas e presas, sendo tratadas igualmente como criminosas quando deviam ser vistas como vítimas? Qual é a barreira exacta entre um imigrante ilegal e uma pessoa traficada?
No ano passado, ainda durante a presidência portuguesa da UE, a «Declaração do Porto», sobre Tráfico de Seres Humanos, foi pomposamente lida por Jorge Lacão que orgulhosamente viria a dizer que Portugal era “um dos países mais avançados nesta matéria”. Presumi que estivesse a referir-se em matéria de justiça frouxa, à medida do bandido, por isso considerei-o coberto de razão. Estamos muito “avançados” e temos senhores muito avançados a “tomar conta” de nós. Recentemente até houve um senhor que veio propor que a violência doméstica deixasse de ser crime público. Isto ajuda o agressor ou a vítima?
Lê-se no Feminista Actual: “O relatório caracteriza Portugal como um país de destino e trânsito para mulheres, homens e crianças provenientes principalmente do Brasil, Ucrânia, Moldávia, Rússia, Roménia e África para fins de exploração sexual e laboral. Anualmente, cerca de 800 mil pessoas são traficadas; 80 por cento das vítimas é do sexo feminino e 50 por cento são menores.”. Isto são, naturalmente, estimativas a nível global porque ninguém consegue contabilizar de forma segura o número de pessoas traficadas.
A comunicação social anunciou que daqui a cerca de um mês será inaugurado o primeiro Centro de Acolhimento e Protecção dirigido a vítimas de tráfico (iol e rtp – parece que os únicos a noticiar isto no ciberespaço - noticiaram mulheres, em vez de vítimas, como se também não houvesse crianças e homens traficados – ainda que em menor proporção, é certo). Logicamente, a criação do CAP não é a única medida (neste caso, de apoio às vítimas).
O Portal do Governo anunciou (faz agora um ano) o seu I Plano Nacional Contra o Tráfico de Seres Humanos (2007-2010) , por isso sobram ainda cerca de dois anos para pôr em prática todas as medidas que lá vêm descritas.
Ou eu ando muito distraída ou o governo anda a atrasar-se. Apetece-me comentar alguns desses planos contra o tráfico:

- promoção de estudos no âmbito do tráfico de seres humanos (creio que o único estudo desenvolvido em Portugal depois disto foi um encabeçado por Boaventura de Sousa Santos, cujas conclusões ainda não tive a oportunidade de ler);
- encaminhar fundos para a investigação científica de forma a promover conhecimento, actualizado e diversificado sobre o tráfico de seres (vai ser bonito de se ver o governo a encaminhar fundos para a investigação científica na área das humanidades);
- estabelecimento de protocolos com empresas do sector da Internet (servidores de messenger e chats) para que criem “caixas informativas” nos acesos aos seus serviços (mais útil do que levarmos com publicidade comercial);
- apoiar uma longa-metragem que se centre nesta problemática (câmeras na mão! Ainda têm 2 anos para criar o filme!);
- apoiar no âmbito da disciplina de educação sexual o desenvolvimento de programas que promovam a tolerância zero contra a violência e discriminação de género (existe mesmo uma disciplina de educação sexual?);
- criação de uma linha (a “Declaração do Porto” prevê que seja uma linha internacional comum a todos os países);
- incrementar o número de fiscalizações a actividades laborais mais susceptíveis de albergarem focos de criminalidade organizada relacionada com o tráfico de seres humanos (a ASAE serve para isto mesmo);
- canalização de parte dos bens e activos apreendidos no âmbito de investigações/condenações por tráfico de seres humanos para programas de apoio a vítimas de tráfico (a outra parte é aquela que nunca ninguém sabe ao certo para onde vai).
Falta uma coisa deveras importante que é a efectiva punição dos criminosos, promover mecanismos na lei que não deixem espaço para fugas à justiça (e as fugas costumam ser "espaçosas").
É bom relembrar que num país de prescrições e de prisões domiciliárias o crime compensa. Alguém me sabe informar o que aconteceu aos senhores da Passerelle, acusados de 1200 crimes?
Não gosto de reproduzir números, eles estão sempre incorrectos e as fontes nunca são unânimes, contudo, fi-lo para que melhor ideia se possa ter da extensão do crime.
No âmbito do projecto DAPHNE (programa de combate à violência) foi elaborado um guia dirigido a profissionais e pessoas que se queiram envolver na luta contra o tráfico. É um guia interessante para a prestação de apoio às vítimas e está traduzido em português aqui.

Condessa X

P.S. - Enquanto não se cria e divulga a porcaria de uma linha internacional de apoio, nada melhor do que recorrer a quem mais parece perceber do assunto (não sei se percebe realmente, mas quero acreditar que sim): A APAV tem a linha de apoio à vítima 707 20 00 77 (que é triste não ser gratuita).

sábado, 7 de junho de 2008

Loveball festival - pré-festa em Lisboa!

aqui tinha falado na mega-festa Loveball (que se afirma como a maior festa gay e lésbica da Europa e que este ano terá a sua 5ª edição), em Barcelona.
Se bem se recordam (para quem lê o sembikini desde o início da aventura pela blogaysfera) mencionei que iriam ocorrer algumas pré-festas sendo que uma delas, como não poderia deixar de ser, realizar-se-á em Lisboa. Onde? Quando? ;-)
No dia 9 de Junho (não diga que não pode ir porque no dia 10 é feriado, esqueceu?) na discoteca Trumps!
O DJ convidado é LEOMEO, um menino bem giro que voa até nós a partir de Paris e como os dj's residentes também são bons... boa música haverá de certeza.

Aqui para verem o vídeo promocional do festival em 2007.
Haverá shows, performances temáticas, piscina, praia e clubbers bem animad@s.
Até lá, a festa começa no Trumps!

Condessa X

sexta-feira, 6 de junho de 2008

we are barbie girls in a barbie world

Conheci a Lisa e a Angela há 2 anos, na praia 19 (não são só os boys que engatam lá, nós é que somos mais discretas).
Estava a nadar com a minha ex, quando notámos que uma delas nos observava, à beira da água.
Beep beep beep. Os nossos gaydars estavam a sintonizar uma coisa boa a menos de 10 metros.
Comentámos que ela era gira e quando nos dirigiamos para as nossas toalhas e passámos por aquele corpinho olhámo-la, de cima a baixo, com aquele sorriso convidativo que, cordialmente, ela retribuíu.
Como também fazia nudismo (sem bikini é melhor porque não ficamos com as marcas na pele e nadamos sem barreiras entre nós e a água) consegui notar que ela tinha um piercing ali. Nunca tinha experimentado ninguém com um acessório daqueles no ponto X.
Enquanto sacudiamos as toalhas para nos estendermos comentei:
- Não dou 5 minutos para ela vir ter connosco.
- Não sei. Achas?
- Ela olhou-nos com aquele ar guloso e estava a observar-nos havia um tempão. Se não vier é porque é tonta e não nos merece.
- Vamos nós ter com ela então. Ficarmos umas à espera das outras não dá em nada senão em frustração.
- Vamos esperar um pouco para ver o que acontece. Acho que ela está com aquela rapariga ali.
O meu cronómetro contabilizou 4 minutos e 59 segundos. Mesmo a tempo ela dirigiu-se a nós e perguntou:
- Hello. Are you portuguese? ;-)
Nessa mesma noite fomos juntas para a festa de espuma e acabámos a noite no hotel onde elas estavam a ficar, na Costa, num tipo de festa a 4 que nenhuma de nós havia ainda experimentado. Melhor ainda do que os nossos mènage-a-trois. Aprendi com Angela: "The more friends, the more fun!".

Disseram-nos que namoravam havia 5 anos e que tinham uma relação aberta. Definiam-na mais ou menos assim: "As pessoas têm desejos e devem concretizá-los, não nos limitamos uma à outra e não fazemos questão de nos envolvermos com as mesmas pessoas ao mesmo tempo, mas por uma questão de bom senso e honestidade contamos tudo uma à outra.". Eu e a minha ex tinhamos a mesma visão, mas deixámos de nos considerar oficialmente namoradas a partir do momento em que deixámos de fazer planos futuros em conjunto.
Este ano vão voltar cá de férias. Infelizmente a minha ex agora está envolvida numa relação monogâmica, fechada e bem quadrada como as paredes enfadonhas do quarto onde se encontram. Parece que a nova namoradinha tem ciúmes que nunca mais acabam - chamo a isto passar de cavalo para burro.
Apesar de continuarem a fazer férias juntas, a Lisa e a Angela também já não têm o tipo de relação que tinham. Elas agoram consideram-se apenas amigas (coloridas, claro está, porque o mundo já é demasiado cinzento).
A Kriz também tem uma amiga destas e foi graças a ela que descobri esta praia onde os boys também podem encontrar amiguinhos.
É Verão, as amigas estrangeiras já andam aí em peso (convém que não seja muito se quiserem caber melhor todas na mesma cama) e como a vida é breve... aproveitem-na! Descomplexadamente!

x-pressiongirl

P.S: - Por que é que a votação está tão tímida? Quem é que tem andado a visitar o sembikini sem ter a decência de participar na votação? Se estão à espera que o fim de semana acabe para poderem votar, devo tranquilizá-las pois podem fazê-lo agora e depois alterar o voto, caso o fim de semana se revele produtivo. ;-)

Absolut Pride Vodka / Absolut Colors

Indo à boleia do post sobre a campanha da Campari, divulgo aqui a Campanha da Absolut vodka.

Lê-se no rótulo: "In an Absolut world, everybody is encouraged to be who they are. That world is more colorful, diverse and respectful. Be proud of who you are, and let your true colors shine. Absolut has been consumed by proud people since 1879".

A empresa sueca lançou esta garrafa com as cores da bandeira gay, que comemora este ano 30 anos. A directora da empresa, Nina Gillsvick justificou desta forma: "Quando começámos a dar apoio aos direitos gays há 30 anos fomos ousados. Não nos podemos esquecer daqueles gloriosos dias. Para nós, a Absolut é uma maneira natural de inspirar as pessoas para que deixem as suas cores brilhar e que sejam elas mesmas".
Esta edição limitada que dá pelo nome de "Absolut Colors" estará no mercado europeu a partir do dia 10 de junho.




O mundo da publicidade (e o mundo em geral) parece estar comprometido com causas (ambientalismo, solidariedade, consumo responsável...) e a causa gay tem sido uma delas. O público gay tem-se revelado um alvo interessante para a generalidade das marcas. Quer isto dizer que o mundo está mais tolerante ou simplesmente mais ganancioso?

Condessa X

quarta-feira, 4 de junho de 2008

The secret

Penso que este anúncio da Campari já terá uns 3 anos. Divirtam-se. ;-)



Há "Campari French kiss" para a primeira que encontrar David Bowie e Stanley Kubrik neste delicioso vídeo. ;-)

x-pressiongirl

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Por que é que se faz uma marcha e um arraial no dia 28 de Junho?

Encontrei, via fórum da rede ex-aequo, um post a divulgar o fresquissímo vídeo promocional da marcha e arraial 2008. É original, giro, desencavacado (perceberam a piada?), e a mensagem não poderia ser mais clara e directa.



Durante umas visitas ao dito fórum e após falar com alguns amigos apercebi-me que ainda há muitas pessoas que não conhecem o verdadeiro motivo pelo qual se celebra este dia. Era suposto todos os gays saberem? Uma mulher tem de saber tudo sobre a história dos movimentos de emancipação feminina só por ser mulher? Sendo seres humanos temos de saber tudo sobre a história da humanidade? Óbvio que não. Contudo, há coisas que convém saber. A Condessa escreveu aqui que não colocaria links nem mencionaria o porquê da marcha porque bastaria aos interessados pesquisar a combinação de termos "Stonewall" e "1969". O meu lado x-pression gosta mais de contar histórias e vai tentar contá-la, de forma resumida, agora:

Em 1969 aconteceu uma coisa à qual hoje se dá o nome de “Revolta de Stonewall” (Stonewall Inn é o nome de um bar gay em Nova Iorque). Para compreendermos melhor a história vamos só recuar um bocadinho para contextualizar a cena.
Estamos na América, nos anos 60. O que é que acontecia no mundo e o que é que as personagens desta história haviam vivido? O pessoal ainda está a recuperar da grande estafa que foi a II guerra mundial (ela terminara pouco mais de 20 anos antes, portanto os intervenientes da nossa história terão vivido, eles e os seus pais, ou só os pais, os horrores de algo que, felizmente, a maioria de nós desconhece). A guerra agora desenrolava-se no Vietnam, começaram a surgir movimentos contra a guerra, as pessoas sentem necessidade de se associar a causas.
Ser gay não devia ser muito fácil nesta altura, eles não tinham Internet, as poucas associações que existiam não gozavam da liberdade que as nossas hoje têm, e os pontos de encontro entre gays (se não fossem figuras conhecidas como pensadores, escritores e demais crème de la crème) eram assim mais nas ruas e em bares mais ou menos alternativos (alguns tinham uma salinha mais reservada em que pessoas do mesmo sexo podiam dançar juntas ou até curtir. Se aparecesse alguém cuja presença fosse estranha ao bar – podia ser um policia à paisana – o pessoal do bar accionava um botãozinho que acendia uma luz, como forma de aviso para que os pares se separassem).

Não nos esqueçamos que nesta altura ser gay era sinónimo de ser-se doente (a homossexualidade apenas deixou de ser considerada, pela comunidade científica, uma doença em 1973
e atenção que isto ainda hoje não é unânime porque há pessoas que ainda julgam que sim, trata-se, portanto, de uma semi-conquista). Como os gays eram todos uns doentes mentais, era proibido vender-lhes bebidas alcoólicas. Por este motivo, a policia tinha total autonomia para entrar nos bares e prender quem quisesse (consta que os alvos preferenciais eram as pessoas que trajavam roupas conotadas com o sexo oposto, vulgo travestidos, homens ou mulheres). Os gays, resignados, não ofereciam muita resistência de tão habituados que estavam às rusgas policiais e alguns até diziam: “É assim porque é assim. Sempre foi e sempre será.” (já ouviram muita gente dizer barbaridades destas não já? Não lhes dêem ouvidos, são os comodistas, preguiçosos, vencidos da vida, que pretendem justificar a sua inacção com a inacção dos outros e só servem para promover este cancro que é o individualismo).
A injustiça era normal e ainda hoje nos parece normal, tão poucas vezes nos solidarizamos com os oprimidos, os elos fracos porque, muitas vezes, também nós nos percebemos fracos. Só um forte tem a coragem de levantar a voz contra uma injustiça, um crime, um roubo…
As pessoas vêem alguém a ser agredido e não têm a coragem, sequer, de telefonar para o 112? Assiste-se a um roubo e não se denuncia? Sabe-se de um crime e calamo-nos? O mundo às vezes é estranho, não é?
Felizmente houve fortes e ainda os há.
Esta história é precisamente sobre eles, os fortes.
Os anos 60 foram uns anos muito à frente. A segunda vaga feminista estava aí em peso (Beauvoir – este ano comemora-se o centenário do nascimento desta senhora – publicara a bíblia feminista “O segundo sexo” nem havia 10 anos) e punha em causa o papel da mulher na sociedade, questionava a ordem patriarcal e os modelos masculino/feminino (cortes de cabelo, soutiens, biquinis, roupa, maquilhagem, tudo reformulado), o movimento estudantil ganhava peso porque associava-se a causas cívicas e naquela altura a contestação era grande por causa da guerra do Vietnam, comunidades hippies propagavam paz e amor, liberdade de espírito, mente aberta e sexo livre. Em Paris, um ano antes de Stonewall, o Maio de 68 viera abrir portas a novos movimentos sociais (e sexuais) e as pessoas proclamavam, cada vez mais abertamente, por justiça e igualdade. Não esquecer também que Alfred Kinsey publicara por esta altura o seu famoso estudo sobre a sexualidade dos americanos e concluíra que cerca de 25% dos americanos teria tido algum tipo de experiência com alguém do mesmo sexo.
Devia ser mais ou menos isto que andava nas cabeças dos intervenientes desta história (os frequentadores do bar Stonewall Inn). Um dia, estas pessoas, já cansadas de levar porrada, de serem enxovalhadas e presas decidiram pregar uma partida à polícia.
Judy Garland (um ícone para muitos dos gays daquela época – tenho pena de não me lembrar do Feiticeiro de Oz, mas consta que neste filme há uma cena célebre em que ela viaja com os seus amiguinhos – um bocado “abichanados” – over the rainbow) falecera dois ou três dias antes em Londres e o seu corpo fora transladado para a sua terra Natal, sendo sepultado em Nova Iorque, a uns poucos km do dito bar. Muitos gays assistiram ao seu funeral. O bar Stonewall Inn fica a pouco mais de meia hora, de carro, a partir do cemitério onde ela fora sepultada.
Imagino que os gays que lá estavam se sentissem profundamente tristes com a morte da sua diva (imaginem o funeral da madonna, talvez o ícone gay mais emblemático de todos os tempos) e a última coisa que lhes estaria a apetecer seria levar um enxerto de porrada neste dia de luto.
Mas a polícia não dá tréguas e aparece, contudo, desta vez os policias são surpreendidos pois os gays mostram resistência (parece que os historiadores não são unânimes, alguns afirmam que houve mortes outros não). Os que não estavam a ser encaminhados para os veículos policiais solidarizaram-se com os amigos que estavam a ser transportados. Começam a chover garrafas, tijolos e pedras na direcção dos policias. As pessoas que estavam a assistir na rua juntam-se aos gays (isto havia de ter sido bonito de se ver) e os policias refugiam-se dentro do próprio bar, que é parcialmente incendiado. Os policias conseguem sair e apesar da contestação ainda levam 13 pessoas para a cadeia (devem ter-lhes feito coisas bonitas). No dia seguinte, nova rusga, desta vez os nossos amigos gays estavam mais organizados e a multidão na rua mais solidária ainda. Os policias ainda carregaram sobre alguns dos mainfestantes mas acabaram por se ir embora. A solidaridade dos habitantes locais terá sido fundamental para que o Presidente da Câmara decidisse acabar com a violência policial.
Rapidamente a coisa se espalhou aqui pela Europa. Seguindo o exemplo dos amigos americanos, os gays europeus também começaram a exigir respeito. E em Portugal? Infelizmente ainda não há muita coisa documentada mas há histórias deliciosas se tiverem a oportunidade de falar com gays mais velhos. Só para se ter uma ideia, não nos podemos esquecer que até 1974 se vivia numa ditadura e tudo o que fosse “contra-cultura” era morto à nascença. Penso que a discoteca gay mais antiga (quiçá a primeira assumidamente gay, corrijam-me se estiver enganada) tem apenas 27 anos (o Trumps). Devia ser pavoroso um gay assumir-se em Portugal nesta altura, hein?
Repare-se que ainda hoje há pessoas que são enxovalhadas, espancadas, presas e mortas apenas por gostarem de pessoas do mesmo sexo. E se isto não acontece (pelo menos pela mão de instituições governamentais) em Portugal, solidarizemo-nos com aqueles que noutros países sofrem isto na pele.
Ninguém nos deu nada de bandeja, se hoje temos coisas (direitos) foi porque alguém teve a ousadia de arriscar a sua pele (e muitas vezes pagar com o seu sangue). E nós? Vamos dar alguma coisa aos próximos ou vamos deixar que nos arranquem tudo o que outros nos trouxeram?
A marcha gay, bem como o arraial, celebra este “marco” na história LGBT em que os gays deixam de ser, pelo menos institucionalmente, perseguidos, torturados, presos, na maioria dos países ocidentais. É óbvio que isto não mudou tudo num dia nem ocorreu ao mesmo tempo em todas as cidades, mas o dia 28 de 1969 marca, simbolicamente, os acontecimentos que levaram alguém com poder de decisão (O Presidente da Câmara) a marcar uma posição e a impedir que estes abusos ocorressem institucionalmente.
A palavra Pride (Orgulho) incomoda porque vem traduzida do Inglês. Pride não tem uma conotação negativa, como tem em Português (o orgulho até é um dos 7 pecados). O nosso problema é apenas com a tradução (o valor semântico de “orgulho” difere do de “pride”).
É óbvio que é ridículo uma pessoa sentir-se orgulhosa por ser gay (tal como é ridículo ter orgulho em ser branca). Mas a pessoa pode orgulhar-se de si mesma por ter conseguido dar um passo importante (como é o comming out, a saída do armário) apesar das adversidades.


x-pressiongirl

domingo, 1 de junho de 2008

Falta de chá?

Sim, temos muita.
Tenho o prazer de informar que o "chá das 5" ressuscita depois de quase 3 anos de coma. Será no Sábado dia 14 de Junho, às 5 da tarde, obviamente.
Apesar de ostentar um título propositadamente pomposo, o "chá das 5" não é mais do que uma amena tertúlia descontraída e informal que tem como finalidade pôr em contacto lesbo-feministas (ou só lésbicas ou só feministas) que gostem de partilhar ideias daquelas que não se partilham bem pela internet. É um encontro tête-a-tête (atenção tête não significa maminhas, vá já a correr para o dicionário francês-português) em que se abordam os mais diversos temas ligados ao universo feminino e lésbico.

(imagem gentilmente cedida por Daniela B, que é apenas feminista ;-P)

O tema deste chá será o sexo (in)seguro entre raparigas (há algures neste blog um post sobre isto, não há?). Tragam coisas giras que gostassem de partilhar com as demais tertuliantes, livros, preservativos femininos, e tudo o que considerem ser material interessante para o debate.
Este chá é uma "praia" reservada exclusivamente a raparigas. Excepcionalmente, consoante os temas propostos para os chás seguintes e a receptividade das participantes, outros chás poderão ser abertos à participação masculina.
De seguida, proponho uma breve visita a alguns espaços de interesse afim de fazermos trabalho de campo sobre o que existe agora (volvidos 3 anos desde o último chá) e o que é comercializado nas casas da especialidade, vulgo sex shops, em termos de sexo seguro (para raparigas).

"Ai, mas que horror, então vocês estão a discriminar os rapazes?"
Já num dos meus primeiros posts "Recorde no gaydargirls - L word e G word" falei disto.
Os rapazes têm a maçonaria, as casas de meninas, o gaydar boys sempre lotado, as saunas e agora até a casa de cruising labyrinto só para eles. Podemos ao menos ficar com o chá?

O ponto de encontro será às 16:45 na saída de metro da Baixa-chiado (a saída em frente à Brasileira). Daí partiremos para o espaço lesbo-feminista, que terei o cuidado de divulgar, somente, mais perto da data. Às meninas que se atreverem a chegar atrasadas será atribuído, simbolicamente, o nosso "Tea Award" em forma de saqueta de chá. E não fiquem contentes se o receberem, pois ficar com o "Tea Award" é sinónimo de falta... de chá.

Condessa X

P.S. - Pedido de informações e eventuais sugestões serão bem recebidas no e-mail sembikini@gmail.com