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terça-feira, 9 de junho de 2009

Voluntariado no Arraial Pride

A organização do arraial pride procura voluntári@s nas seguintes áreas:

Produção do Espectáculo (preferência com experiência ou imensa boa vontade)
Segurança
Expo Arraial
Logística
etc...



Querendo participar activamente na construção do evento basta enviar um mail para: arraialpride@gmail.com, com os dados pessoais e específicar em que área gostariam de colaborar.
Quem quiser conribuir mas achar que os seus erros gramaticais colocam em causa a boa impressãao inicial, deve esquecer o mail e optar por ligar para a Dream Team especificando o que mais gostaria de fazer como voluntári@: 96 819 09 91.

A Dream Team oferece comida e bebida durante todo o evento (e nem precisam de lavar a loiça).



Bons espectáculos, jogos (as inscrições podem ser feitas através deste link), arraialito para as crianças, entre muitas novidades que podem cuscar aqui.


Condessa X

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Marcha e Arraial LGBT 2009

Já estão confirmadas as datas da marcha e do arraial deste ano e já só falta pouco mais de um mês.



A dream team anda a abusar no empenho e este ano teremos dos melhores eventos de sempre. As únicas notas negativas são o facto de se realizar a marcha LGBT e o arraial pride em dias diferentes e o arraial não decorrer no Terreiro do Paço por causa daquelas obras intermináveis. Consta que Rainha Malvada vai pôr as fufas que mantém presas na sua masmorra a ajudar nas obras para ver se ainda se consegue mudar a localização do Arraial.
A marcha decorrerá no Sábado, dia 20 de Junho, a partir do príncipe real, sendo que a grande novidade deste ano parece ser a participação do grupo motard que vai sair do armário pela primeira vez.
O grande foco da organização parece-me, mais uma vez, estar concentrado no arraial, a decorrer no Sábado seguinte, dia 27.
Novidades este ano não faltam. O arraial terá início às 18h com os queer games (a grande novidade deste ano) em que @s participantes terão de prestar provas que meçam o seu grau de agradável bichisse nas provas de 100 metros em Salto Alto, 100 metros Barreiras em Saia Travada, Arremesso da Tairoca ao Papa e Lançamento da Pochete. A sério, visitem o site que vale mesmo a pena. A inscrição nos games tem um custo de €5 euros e dá direito a duas bebidas. O pagamento pode ser efectuado por transferência bancária ou na própria Ilga. Consta que x-pressiongirl foi das primeiras a se inscrever porque no que toca a bichisses acha-se melhor do que as próprias bichas. ;-)
O painel de participações deste ano parece-me muito bom, ainda que também eu prefira os DJ's, reconheço que a organização tenha tido a preocupação de agradar o maior número possível de pessoas. Assim, compõem o painel de artistas nomes como Les Baton Rouge, Plastic Poney, a comediante Helena Martins, Rainha Malvada (que maldosamente deixaram tocar no ano passado, para as pedras do Terreiro do Paço enquanto decorria a marcha simultaneamente no Príncipe Real). De entre os demais artistas há uma que vai certamente pôr as pedras a tremer, não fosse ela a Terremoto de Alcorcón (lembram-se daquela gordinha abusada que parodiou a música Hung Up, de Madonna?)



Condessa X

P.S. - Guardem algumas energias para o fim de semana seguinte porque a festa continua no Porto, no já bastante participado Porto Pride.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Bandas conhecidas no arraial?


Não podemos acreditar em tudo o que lemos, por isso não sei se deva acreditar no resultado da votação no blog do arraial pride.
Das 4 opções-resposta à pergunta "O que preferirias ver no arraial?" a resposta "Bandas conhecidas" ganhou com 44% dos votos. Bandas conhecidas é sempre muito relativo. Falava-se de bandas conhecidas portuguesas ou estrangeiras? De rock, de metal ou de pimbalhada? Penso que pride que se preze tem de ter bons DJ's e drag queen/?king? (is there anyone?). Bandas conhecidas isso é para Rock in rio, sudoestes e afins.
Até que vi este post largado por lá discretamente:

"Estamos nas últimas negociações para o cartaz do Arraial de 2009...
Transformistas, banda, dj´s, perfomers, humor...
Andamos desde Janeiro a contactar muitos artistas, desde:
Fat Boy Slim - é caro e não pode, Peaches , não pode. Miss Kittin, está a trabalhar com o Hacker num espectáculo com 7 pessoas... carérrima.... Boy George, está preso, os Clã, são caros, e mais um sem número de tentativas...e óptamos por outras soluções, pelo preço e pelos riscos inerente à nossa limitação técnica. Precisávamos de um excelente patrocinador para tudo isto..
Podemos adiantar que a Deborah Kristal apresentará um espectáculo de homenagem à Ruth Bryden, e em breve saberão quem são os outros..."

Não sei se é brincadeira mas Peaches e Miss Kittin no nosso pride seria delícia. Depois pensei melhor... voltemos aos DJ's que aquilo é uma festa não é para concertos!
Convidada internacional que se adequaria bem (não sei se se adequaria assim tão bem à bolsa da organzação) era esta Diva que já no ano passado sugeri. Alora Lola! ;-)



x-pressiongirl

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Gina, a bad grrrl

Não sei se já a viram por aí mas a Gina anda por muitos sítios, toda embrulhada em plástico, que assim é mais seguro.
A Gina assume-se como a primeira Fanzine do arraial. Na Gina encontramos tudo desde arraiais de pancadaria verbal, desinformação, palhaçada, mais corte e menos costura, tudo em prol de uma boa gargalhada geral.
A edição actual é o nº3, mas se ainda não viram os anteriores peçam-nos através do e-mail fanzinegina@gmail.com .



Gina, em breve, numa esquina perto de si.

x-pressiongirl

terça-feira, 7 de abril de 2009

Sair de mota e entrar de bike

Acelerando em direcção ao Gay Pride 2009, o Sai de Mota promove o 1º desfile de Motas da Marcha LGBT de Lisboa.O encontro está previsto para as 17h30 no Príncipe Real.



A ideia é gira e certamente contribuirá para animar ainda mais este desfile.
Já se sabe que as motas posicionam-se no final do desfile por isso não há perigo de deitar fumo para cima das perucas das pessoas, mas onde está a consciencialização ambiental?



Só devemos descansar quando as bicicletas, skates e patins forem em maior número. Vá lá, troquem a mota por uma bike! ;-)

Condessa X

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Drag Kings no Arraial?

A equipa do Arraial Pride propõe um show de Drag King no evento deste ano. Como não há Drag King profissional (nem amador) no nosso país sugeria que as que decidirem arriscar ao menos pareçam transformistas profissionais. A equipa sugere também a participação de uma lesbian band e um colectivo de DJ's para a tenda lounge. Para ler integralmente o apelo é aqui.

Protagonizado pela diva Marlene Dietrich, cuja bissexualidade está amplamente documentada, este filme data de 1930 e terá sido, provavelmente, um dos primeiros senão o primeiro beijo lésbico do cinema.



Condessa X

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Gosto mais do Arraial Pride n@ - Nova enquete

Ainda falta pouco mais de 6 meses mas a malta já está ansiosa pela chegada do novo Arraial (se seguirem este link ficam a saber o porquê de se fazer uma marcha e um Arraial - vulgo Pride). Este ano a coisa promete. Segundo o novo site do Arraial Pride tudo será novo. A começar pela composição da ILGA, cuja direcção recentemente empossada parece mostrar grande empenho neste evento. Procuram parcerias com empresas ou particulares que estejam interessados em integrar o evento, publicitando a sua marca ou os seus serviços junto do público LGBT, segundo eles, ainda pouco explorado em Portugal.
Este ano assinala-se os 40 anos da Revolta de Stonewall e 25 da morte de António Variações.
A parte má é a localização do evento, dado que o Terreiro do Paço estará em obras a festa terá lugar em Belém. Pelo que sei a festa já decorreu em vários sítios, Praça do Município (lovely), Jardim em frente à Torre de Belém, Parque do Calhau, Praça da Figueira e Terreiro do Paço (penso que o melhor sítio, até agora). Se me esqueci de algum sítio não deixem de partilhar.

x-pressiongirl

sexta-feira, 11 de julho de 2008

A bom Porto

Já arrumaram os vossos bikinis? Façam-se à estrada que amanhã a festa é no Porto. Começa às 15h na Praça da República e termina, quand vous voulez, no Teatro Sá da Bandeira.

Vai estar lá toda a gente, até o pessoal do grupo Poliamor e o pessoal da UMAR e nós gostamos mesmo quando as coisas vão a bom Porto. ;-)


x-pressiongirl

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Resultado enquete: Este ano vou participar

A votação não foi muito animada, mas eu vou perdoar porque tanto a marcha gay como o arraial estiveram acima das nossas expectativas.

Nota negativa para os "desencontros" entre marcha e arraial. Como se previa, fizeram malvadez com a Rainha Malvada e deixaram-na a tocar para as saltitantes pedras da calçada enquanto decorria a marcha. Na verdade, não sei se era realmente a Rainha Malvada porque ela tinha um ar muito bonzinho e eu não gostei nada daquele ar mimoso.
Gostei de ver Paulo Corte-Real, da Ilga a falar (fora do palco, claro, que o palco é só para as nossas amigas travecas) do sucesso da Marcha.
Nota positiva, também, para as mais diversas associações e movimentos que compuseram o desfile: Médicos pela Escolha, Sos Racismo, APF, muita gente vinda do Congresso Feminista (girl power!)... sei que há mais mas não me lembro de todos.
O arraial também foi delícia. Aspecto negativo: terminar às 4h. Quem gostou desta parte foi o Trumps, que esteve ao rubro.
A festa vai continuar dia 12 de Julho no Porto. Entidades interessadas em ter uma banca no Portopride deverão contactar a organização para o e-mail portopride@portugalpride.org ou através do fax 225088562, até dia 6 de Julho!!!


Condessa X

sábado, 28 de junho de 2008

Dias animados

Foi uma trabalheira retirar as mini-câmeras que instalámos na Gulbenkian e instalá-las aqui.

Surpreendentemente, não precisámos da ajuda de nenhum homem. Obrigada por se terem disponibilizado, de qualquer forma, foram muito cordiais.
Acho que vai valer a pena porque as nossas netas têm de saber disto.
O Congresso tem estado muito animado, com intervenções muito enriquecedoras e reflexões deveras pertinentes. Há muitas mulheres (e alguns homens, é bom vê-los por cá também), todas elas diferentes, na idade, na experiência, nas concepções que têm de feminismo. Mas faltam mulheres aqui: as que são anónimas mas que apesar disso não serão menos feministas.
As mais oprimidas de todas não estão cá, pelos menos presencialmente. Elas aparecem, sobretudo, nas estatísticas que têm sido apresentadas ao longo do evento. Noutra altura bikinarei sobre as classes. Agora vou aprender qualquer coisa sobre Artes e Feminismos e depois ganhar energias para soltar a bicha que há dentro de uma verdadeira lesbo-feminista e ver gente gira e animada aqui:

Este vídeo foi descaradamente roubado do portugalgay. Trata-se do vídeo do ano passado. Perderam a festa no ano passado? Não fiquem tristes, arrumem os vossos bikinis e dirijam-se ao Príncipe Real. É lá que estaremos, às 16h. Au revoir.

x-pressiongirl

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Dias de feminismo

Começa já amanhã, com 80 anos de atraso, o Congresso Feminista.
Relembro que decorre na Gulbenkian entre 26 e 28 de Junho (sendo que neste último dia o evento realizar-se-á na Fauldade de Belas-Artes).
O Congresso Feminista não é só bla bla bla, sua saloia, vá já informar-se. Então não andei aqui a bikinar dúzias de eventos? Durante estes três dias de congresso continuarão a acontecer eventos desde concertos a exposições, instalações, lançamentos de livros e até um jantar na sexta 27, na Fábrica Braço de Prata (podem inscrever-se no site do congresso).
Vá clicar que eu não sou obrigada a papaguear informação já disponível. Toda a programação sobre os temas em debate, os oradores, e eventos está aqui.
Informo @s interessad@s que ainda não se inscreveram que poderão fazê-lo à entrada (se ainda houver espaço, porque segundo consta já estão confirmad@s 500 pessoas).
O pessoal sembikini vai estar lá, com bikini, a distribuir a bíblia feminista "O segundo sexo".

(roubei esta imagem do congresso feminista 1928 da wikipédia, mas agradecia que alguém me confirmasse se é verdadeira)

Infelizmente já percebi que ninguém vai poder confirmar porque as senhoras que lá estiveram já não estão entre nós. Felizmente, temos ainda muitas feministas e não vão estar todas no Congresso. Muitas estarão em casa, ou no trabalho (sim porque este congresso decorre a umas horas totalmente impróprias para quem trabalha!) e muitas nem sabem o que é feminismo.
Se conhecerem alguém que vos diga que não é feminista, perguntem-lhe o que entende por feminismo. Provavelmente ela é feminista e não sabe. Ela ou ele, porque felizmente há homens feministas (são verdadeiramente mais sexys) e muitos estarão lá, não só entre o público mas entre oradores.
O sembikini passará a escrever @s feministas, doravante. Adoro @@@@ arrobas, dão para toda a gente.
Feminismos há muitos. E há muitos feminismos porque há muitas mulheres e muitos homens a pensar o feminismo. @s Cientistas, historiadores (e agora o que é que eu faço com a @rrob@?), linguístas, juritas estão sempre de acordo uns com os outros? Então, por que haveriamos nós de estar?
Nalguma coisa concordam: na busca pela justiça, igualdade, respeito, fraternidade (quase uma revolução francesa, não é?). Tudo o que sejam causas que se batam por este tipo de ideais são causas feministas, porque antes de sermos mulheres somos seres humanos e há assuntos que dizem respeito a toda a humanidade.
É por isso que o Congresso Feminista encerra com o Gay Pride.

Condessa X

P.S. - A parte de nós distribuirmos a bíblia feminista "O Segundo sexo" era a brincar, ok?

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Programa de festas LGBT em Portugal

Já aqui falei sobre o porquê destas comemorações que ocorrem um pouco por todo o mundo (infelizmente em alguns países, ainda, com bastantes incidentes, já este ano voltou a haver problemas na Moldávia e na Rússia).
Aproveito a boleia do blog "Assumidamente" (recém-chegado à nossa pink list) que destaca o panorama geral dos países em que a homossexualidade é ainda institucionalmente punida.
Este ano, a 9ª Marcha LGBT em Lisboa será no dia 28 de Junho. Terá início às 16h no jardim do Príncipe Real e terminará no Terreiro do Paço, onde irá decorrer o 12º arraial e toda a animação que isso significa (só até às 4h da manhã porque a vizinhança não gosta muito de barulho e o Parque do Calhau parece ter sido excluído da lista como alternativa). Patricia Tavares voltará a apresentar o evento e já estão confirmados os seguintes DJ sets:

16:00 > 19:00 Rainha Malvada (Discó Masmorra)
19:00 > 22:00 Miss Toxic (Total Pusse Control)
22:00 > 01:00 Michael B (Pop/ House)
01:00 > 04:00 Mário Varella & Petzi (Progressive House)

Gente conhecida destas andanças e a animação promete. Só uma observação: A Rainha Malvada (uma das suas máximas: "Foste largada? Ela arranjou outra? É porque mereces" - morta de rir) também vai pôr música? É que se for esse o caso, ou vai tocar para as pedras da calçada ou o pessoal da marcha vai desmobilizar-se em direcção ao Terreiro do Paço porque a coisa acontece à mesma hora.

Este ano, pela 3ª vez, decorrerá semelhante evento no Porto. Parece que o Norte anda mesmo em alta e os eventos têm sido muito bem acolhidos pela população portuense. Nesta cidade irá decorrer no dia 12 de Julho e a concentração será às 15h na Praça da República. A festa prosseguirá, mais uma vez, no Teatro Sá da Bandeira até às 8h da manhã, mas só para @s mais resistentes. ;-)
Diversas associações, movimentos cívicos e pessoas solidárias com a causa LGBT juntar-se-ão, como já é hábito, de forma colectiva ou individual nestes eventos. E tu, já decidiste?



Esta é a nova enquete do sembikini. Não há prémios para quem votar mas os que participam nestes eventos sabem que o balanço final é sempre positivo. ;-)

x-pressiongirl

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Por que é que se faz uma marcha e um arraial no dia 28 de Junho?

Encontrei, via fórum da rede ex-aequo, um post a divulgar o fresquissímo vídeo promocional da marcha e arraial 2008. É original, giro, desencavacado (perceberam a piada?), e a mensagem não poderia ser mais clara e directa.



Durante umas visitas ao dito fórum e após falar com alguns amigos apercebi-me que ainda há muitas pessoas que não conhecem o verdadeiro motivo pelo qual se celebra este dia. Era suposto todos os gays saberem? Uma mulher tem de saber tudo sobre a história dos movimentos de emancipação feminina só por ser mulher? Sendo seres humanos temos de saber tudo sobre a história da humanidade? Óbvio que não. Contudo, há coisas que convém saber. A Condessa escreveu aqui que não colocaria links nem mencionaria o porquê da marcha porque bastaria aos interessados pesquisar a combinação de termos "Stonewall" e "1969". O meu lado x-pression gosta mais de contar histórias e vai tentar contá-la, de forma resumida, agora:

Em 1969 aconteceu uma coisa à qual hoje se dá o nome de “Revolta de Stonewall” (Stonewall Inn é o nome de um bar gay em Nova Iorque). Para compreendermos melhor a história vamos só recuar um bocadinho para contextualizar a cena.
Estamos na América, nos anos 60. O que é que acontecia no mundo e o que é que as personagens desta história haviam vivido? O pessoal ainda está a recuperar da grande estafa que foi a II guerra mundial (ela terminara pouco mais de 20 anos antes, portanto os intervenientes da nossa história terão vivido, eles e os seus pais, ou só os pais, os horrores de algo que, felizmente, a maioria de nós desconhece). A guerra agora desenrolava-se no Vietnam, começaram a surgir movimentos contra a guerra, as pessoas sentem necessidade de se associar a causas.
Ser gay não devia ser muito fácil nesta altura, eles não tinham Internet, as poucas associações que existiam não gozavam da liberdade que as nossas hoje têm, e os pontos de encontro entre gays (se não fossem figuras conhecidas como pensadores, escritores e demais crème de la crème) eram assim mais nas ruas e em bares mais ou menos alternativos (alguns tinham uma salinha mais reservada em que pessoas do mesmo sexo podiam dançar juntas ou até curtir. Se aparecesse alguém cuja presença fosse estranha ao bar – podia ser um policia à paisana – o pessoal do bar accionava um botãozinho que acendia uma luz, como forma de aviso para que os pares se separassem).

Não nos esqueçamos que nesta altura ser gay era sinónimo de ser-se doente (a homossexualidade apenas deixou de ser considerada, pela comunidade científica, uma doença em 1973
e atenção que isto ainda hoje não é unânime porque há pessoas que ainda julgam que sim, trata-se, portanto, de uma semi-conquista). Como os gays eram todos uns doentes mentais, era proibido vender-lhes bebidas alcoólicas. Por este motivo, a policia tinha total autonomia para entrar nos bares e prender quem quisesse (consta que os alvos preferenciais eram as pessoas que trajavam roupas conotadas com o sexo oposto, vulgo travestidos, homens ou mulheres). Os gays, resignados, não ofereciam muita resistência de tão habituados que estavam às rusgas policiais e alguns até diziam: “É assim porque é assim. Sempre foi e sempre será.” (já ouviram muita gente dizer barbaridades destas não já? Não lhes dêem ouvidos, são os comodistas, preguiçosos, vencidos da vida, que pretendem justificar a sua inacção com a inacção dos outros e só servem para promover este cancro que é o individualismo).
A injustiça era normal e ainda hoje nos parece normal, tão poucas vezes nos solidarizamos com os oprimidos, os elos fracos porque, muitas vezes, também nós nos percebemos fracos. Só um forte tem a coragem de levantar a voz contra uma injustiça, um crime, um roubo…
As pessoas vêem alguém a ser agredido e não têm a coragem, sequer, de telefonar para o 112? Assiste-se a um roubo e não se denuncia? Sabe-se de um crime e calamo-nos? O mundo às vezes é estranho, não é?
Felizmente houve fortes e ainda os há.
Esta história é precisamente sobre eles, os fortes.
Os anos 60 foram uns anos muito à frente. A segunda vaga feminista estava aí em peso (Beauvoir – este ano comemora-se o centenário do nascimento desta senhora – publicara a bíblia feminista “O segundo sexo” nem havia 10 anos) e punha em causa o papel da mulher na sociedade, questionava a ordem patriarcal e os modelos masculino/feminino (cortes de cabelo, soutiens, biquinis, roupa, maquilhagem, tudo reformulado), o movimento estudantil ganhava peso porque associava-se a causas cívicas e naquela altura a contestação era grande por causa da guerra do Vietnam, comunidades hippies propagavam paz e amor, liberdade de espírito, mente aberta e sexo livre. Em Paris, um ano antes de Stonewall, o Maio de 68 viera abrir portas a novos movimentos sociais (e sexuais) e as pessoas proclamavam, cada vez mais abertamente, por justiça e igualdade. Não esquecer também que Alfred Kinsey publicara por esta altura o seu famoso estudo sobre a sexualidade dos americanos e concluíra que cerca de 25% dos americanos teria tido algum tipo de experiência com alguém do mesmo sexo.
Devia ser mais ou menos isto que andava nas cabeças dos intervenientes desta história (os frequentadores do bar Stonewall Inn). Um dia, estas pessoas, já cansadas de levar porrada, de serem enxovalhadas e presas decidiram pregar uma partida à polícia.
Judy Garland (um ícone para muitos dos gays daquela época – tenho pena de não me lembrar do Feiticeiro de Oz, mas consta que neste filme há uma cena célebre em que ela viaja com os seus amiguinhos – um bocado “abichanados” – over the rainbow) falecera dois ou três dias antes em Londres e o seu corpo fora transladado para a sua terra Natal, sendo sepultado em Nova Iorque, a uns poucos km do dito bar. Muitos gays assistiram ao seu funeral. O bar Stonewall Inn fica a pouco mais de meia hora, de carro, a partir do cemitério onde ela fora sepultada.
Imagino que os gays que lá estavam se sentissem profundamente tristes com a morte da sua diva (imaginem o funeral da madonna, talvez o ícone gay mais emblemático de todos os tempos) e a última coisa que lhes estaria a apetecer seria levar um enxerto de porrada neste dia de luto.
Mas a polícia não dá tréguas e aparece, contudo, desta vez os policias são surpreendidos pois os gays mostram resistência (parece que os historiadores não são unânimes, alguns afirmam que houve mortes outros não). Os que não estavam a ser encaminhados para os veículos policiais solidarizaram-se com os amigos que estavam a ser transportados. Começam a chover garrafas, tijolos e pedras na direcção dos policias. As pessoas que estavam a assistir na rua juntam-se aos gays (isto havia de ter sido bonito de se ver) e os policias refugiam-se dentro do próprio bar, que é parcialmente incendiado. Os policias conseguem sair e apesar da contestação ainda levam 13 pessoas para a cadeia (devem ter-lhes feito coisas bonitas). No dia seguinte, nova rusga, desta vez os nossos amigos gays estavam mais organizados e a multidão na rua mais solidária ainda. Os policias ainda carregaram sobre alguns dos mainfestantes mas acabaram por se ir embora. A solidaridade dos habitantes locais terá sido fundamental para que o Presidente da Câmara decidisse acabar com a violência policial.
Rapidamente a coisa se espalhou aqui pela Europa. Seguindo o exemplo dos amigos americanos, os gays europeus também começaram a exigir respeito. E em Portugal? Infelizmente ainda não há muita coisa documentada mas há histórias deliciosas se tiverem a oportunidade de falar com gays mais velhos. Só para se ter uma ideia, não nos podemos esquecer que até 1974 se vivia numa ditadura e tudo o que fosse “contra-cultura” era morto à nascença. Penso que a discoteca gay mais antiga (quiçá a primeira assumidamente gay, corrijam-me se estiver enganada) tem apenas 27 anos (o Trumps). Devia ser pavoroso um gay assumir-se em Portugal nesta altura, hein?
Repare-se que ainda hoje há pessoas que são enxovalhadas, espancadas, presas e mortas apenas por gostarem de pessoas do mesmo sexo. E se isto não acontece (pelo menos pela mão de instituições governamentais) em Portugal, solidarizemo-nos com aqueles que noutros países sofrem isto na pele.
Ninguém nos deu nada de bandeja, se hoje temos coisas (direitos) foi porque alguém teve a ousadia de arriscar a sua pele (e muitas vezes pagar com o seu sangue). E nós? Vamos dar alguma coisa aos próximos ou vamos deixar que nos arranquem tudo o que outros nos trouxeram?
A marcha gay, bem como o arraial, celebra este “marco” na história LGBT em que os gays deixam de ser, pelo menos institucionalmente, perseguidos, torturados, presos, na maioria dos países ocidentais. É óbvio que isto não mudou tudo num dia nem ocorreu ao mesmo tempo em todas as cidades, mas o dia 28 de 1969 marca, simbolicamente, os acontecimentos que levaram alguém com poder de decisão (O Presidente da Câmara) a marcar uma posição e a impedir que estes abusos ocorressem institucionalmente.
A palavra Pride (Orgulho) incomoda porque vem traduzida do Inglês. Pride não tem uma conotação negativa, como tem em Português (o orgulho até é um dos 7 pecados). O nosso problema é apenas com a tradução (o valor semântico de “orgulho” difere do de “pride”).
É óbvio que é ridículo uma pessoa sentir-se orgulhosa por ser gay (tal como é ridículo ter orgulho em ser branca). Mas a pessoa pode orgulhar-se de si mesma por ter conseguido dar um passo importante (como é o comming out, a saída do armário) apesar das adversidades.


x-pressiongirl