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quarta-feira, 8 de abril de 2009

Gina, a bad grrrl

Não sei se já a viram por aí mas a Gina anda por muitos sítios, toda embrulhada em plástico, que assim é mais seguro.
A Gina assume-se como a primeira Fanzine do arraial. Na Gina encontramos tudo desde arraiais de pancadaria verbal, desinformação, palhaçada, mais corte e menos costura, tudo em prol de uma boa gargalhada geral.
A edição actual é o nº3, mas se ainda não viram os anteriores peçam-nos através do e-mail fanzinegina@gmail.com .



Gina, em breve, numa esquina perto de si.

x-pressiongirl

domingo, 1 de março de 2009

De volta ao armário - revista Com'out desaparece do mercado

É com tristeza que confirmo a notícia do fim da revista Com'Out.
Desconheço os reais motivos do seu desaparecimento por isso deixar-me-ei de especulações. Sabemos apenas que apesar da sua curta existência esta revista foi para muit@s uma referência.



Semelhante desfecho parece ter tido a espanhola VanityGay, revista espanhola que acabou por se manter apenas na versão online (o número de visitantes era bem superior ao das vendas). Com a diferença de que a VanityGay não é propriedade de uma editora.
Para os que gostam de comprar revistas de temática LGBT, podem encontrar em algumas papelarias a Advocate, a Zero (espanhola) ou a Têtu (francesa).
Revistas dirigidas a raparigas, temos a g3 (que não sei se é comercializada cá) e a Diva (com cerca de 14 anos).
Revistas LGBT portuguesas temos ainda a pequena secção LGBT da Time Out e a Korpus, esta sim, a primeira revista gay portuguesa com periodicidade trimestral (umas vezes mais trimestral do que outras) e que traz sempre como suplemento o Guia Gay de Portugal (com mapas de cidades e localização de espaços de interesse LGBT e simpatizantes).



Aos que acusam a Korpus de ser uma revista pornográfica, sugiro que não olhem apenas para a capa (as revistas são feitas para serem vendidas) e que vejam se há ou não artigos, pesquisas e entrevistas interessantes também. Neste link podem ler sobre os objectivos da Korpus e pesquisar sobre os pontos de venda da revista. Aproveito para informar que a Korpus é uma revista feita a pouquíssimas mãos e que já tem cerca de 12 anos. Se têm ideias e gostariam de escrever numa revista LGBT sugiro que façam uma como as que mencionei e que apostem, simultaneamente, na leitura online ou que colaborem com as revistas existentes, como a Korpus. Ficar a chorar é que não.

x-pressiongirl

P.S. - Se tiverem conhecimento de outras revistas que considerem recomendáveis, tenham a gentileza de partilhar a informação. ;-)

P.S. 2 - Respondendo ao apelo, LR teve a gentileza de informar sobre a existência da Msmagazine, da Bust e da Herizons.
Helena menciona a The Curve e a Muse.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Mulheres tipo L word fora do L word


O artigo pode ser lido, na íntegra, aqui.

No passado mês chegaram ao e-mail do sembikini dois pedidos muito similares que transcrevi neste post.
No primeiro apelo a jornalista afirmava estar a preparar-se para uma reportagem para a revista Sábado "com base em depoimentos sobre lésbicas femininas e requintadas ou mulheres que independentemente da sua orientação sexual já tiveram um envolvimento com alguém do mesmo sexo, preenchendo estes requisitos."

Ou seja, tinham de ser femininas e requintadas, serem lésbicas ou heterossexuais não era relevante, o que interessava era terem tido experiências homossexuais.

No segundo apelo, presumo que por parte da mesma jornalista, ela afirma estar a preparar um artigo "acerca da temática lésbica e bissexualidade" e procurar testemunhos de mulheres "lésbicas bonitas, femininas e requintadas (tipo as da série da Letra "L") ou mulheres que independentemente da sua orientação sexual já tenham tido experiências com alguém do mesmo sexo, preenchendo estes requisitos."

Novamente a tónica é colocada na feminilidade, beleza e requinte (tipo L word, segundo a própria jornalista). Nada a apontar, penso que toda a gente gosta de ver mulheres bonitas e requintadas.

Depreendi, ao avaliar os apelos, que o objectivo inicial era encontrar mulheres lésbicas e femininas dispostas a dar a cara e que na falta disso, a jornalista recorreria a mulheres de outra orientação sexual que já tivessem tido experiências homossexuais.



Enganei-me. Não era um artigo sobre lesbianismo ou bissexualidade mas sim um artigo sobre "brincadeiras homossexuais". Obviamente a mistura dos dois tipos de mulhers daria azo a equívocos e, consequentemente, a mais vendas.
"A Moda das aventuras sexuais entre mulheres" - eis o tema de capa de uma revista que qualquer homem faminto de mulheres se esforçará por não perder. O artigo fala, sobretudo, de relações casuais entre mulheres com a finalidade de estimular os maridos e os namorados. Acaso falaram da percentagem de mulheres que não regressam mais para os seus namorados? :-) Obviamente que não que isso seria deitar por terra o sonho masculino. Lavo as minhas mãos desse pecado porque acho de extremo mau gosto alguma mulher envolver-se com outra para excitar um homem e não para se excitarem uma à outra. Que raio de mulher se submete a tamanho "sacrifício" para agradar um homem?
Há, certamente, mulheres heterossexuais que têm aventuras com outras mulheres e não me incomodaria que fizessem uma reportagem sobre elas, mas não vendam isso como lésbico. Se a reportagem era sobre elas não tinham de procurar lésbicas para representar este papel.
Miguel Pinheiro, director da revista, apresenta sob o título "Aventuras" o artigo em causa dizendo ter sido muito difícil para a repórter conseguir convencer várias mulheres heterossexuais a partilhar as suas experiências. Acredito que sim, acredito que tenha sido tão difícil que Raquel Lito teve de ir à procura de lésbicas.
Ao longo do artigo percebe-se que há entre as entrevistadas heterossexuais uma tendência para se autorizarem a tais brincadeiras apenas sob o pretexto de se encontrarem menos sóbrias. Ou não há coragem de admitir que o alcóol é um pretexto ou há vergonha de admitir que sobriamente é aquilo que desejam.
Sabem, claro, que poucos maridos as autorizariam a fazê-lo sozinhas, como um deles confessa "É excitante ver a minha mulher com outra, mas há limites. Se ela estiver disposta a fazer sexo, terei de estar presente".
Eis o que me incomoda: o ainda haver mulheres que só se autorizam a estar com outras mediante a aprovação de um homem. O não se inibirem de entupir os poucos espaços, físicos ou virtuais, dirigidos a lésbicas, sob o pretexto de agradar a um homem. Essas não são mulheres, não são heterossexuais nem tão pouco lésbicas. Apenas meros objectos. Feministizem-se!

x-pressiongirl

P.S. - Não sei como é que descobriram que 55,3% das audiências da série Letra L são masculinas. Penso que a generalidade de filmes com cenas entre mulheres estão concebidos, como diz a sexóloga Vânia Beliz, "para o imaginário erótico masculino". Não creio ser o caso de L word, mas acredito que seja o caso de Second Life e, seguramente, o deste artigo da revista Sábado: Perfeitamente concebido para o imaginário erótico masculino.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Lesbian speed dating em Lisboa

Anotem nas vossas agendas o dia 18 de Março porque ele ficará na história LGBT.
O Magnolia Caffé, em parceria com a revista Com'Out e a Big Eventos estão a organizar o primeiro evento de speed dating só para mulheres.
Neste primeiro evento poderão participar apenas mulheres com idades compreendidas entre os 25 e os 40.
Nesse dia, o Magnolia Caffé estará, a partir das 21h, reservado apenas às participantes. O evento decorrerá até às 23h, sendo que depois dessa hora as participantes podem continuar (já por sua conta) a travar conhecimento umas com as outras.
Para se inscreverem no evento têm de se registar no site SpeedParty e proceder posteriormente ao pagamento de €27 (custo de participação, com oferta da primeira bebida).
A noite será animada, certamente, e a organização faz saber que caso não encontrem ninguém que vos desperte interesse vos deixarão participar gratuitamente no próximo evento.
A Com'out oferece uma assinatura de 3 meses às primeiras 5 inscritas.
Mais informação aqui.
Será uma excelente oportunidade para conhecerem as 12 lésbicas. x-pressiongirl já fez saber que elas vão lá estar todinhas.

Um exemplo de Speed Dating mal sucedido



Agora um bom ;-) A propósito, a rapariga "vampira" chama-se Uta Refson, cujo nome lido invertido se descobre Nosferatu.



Condessa X

P.S. - Os rapazes que não fiquem chateados porque só falta duas semanas (dia 11 de Fevereiro) para o evento dirigido a eles. Mais informação sobre o evento dos rapazes é aqui.

P.S. - Acho muito mal o evento dos rapazes ser o único a gozar de sorteio de uma estadia na Casa Charneca.

domingo, 28 de dezembro de 2008

Da comédia

Helena Martins começou este ano a tentar animar as lésbicas portuguesas. Rirmo-nos de nós próprios nem sempre é um exercício fácil. Imaginemos então que nos estamos a rir das outras. A Time Out publicou recentemente uma entrevista com Helena Martins que, se pouco me engano, terá começado as suas primeiras piadas lésbicas em Portugal no recém-nascido Candy Bar.
Admito que ainda não tive a oportunidade de conhecer o trabalho desta comediante e que me encontro deveras curiosa.
Agora a parte sem graça nenhuma. No fórum da REA, fazendo uma alusão a um sketch sobre "Engate Lésbico", a autora viu o seu tópico ser censurado. Eu também vi e graças ao print screen, rogo a quem tem vergonha que volte a colocar o dito tópico. Porque isto assim não tem graça nenhuma.



x-pressiongirl


P.S. - Uivemos, disse o cão.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

The (amazing) Kami Kase!

Rosa-que-fuma voltou a presentear o sembikini com palavras e desenhos. Todo o texto que se segue é da sua responsabilidade.

Li na CUM OUT uma coisa muito estranha: que as camionas julgam que têm que ser gajos para engatarem mulheres, que não se "arranjam" (montam, produzem) e que têm medo, sim, medo! de mostrar as formas femininas. E ainda dizem uma coisa mais gira sem se darem conta do paradoxo: que agora o que está a dar é ser capitalizável (cortar o cabelo no wip, se não me engano, a casa da fenomenal histeria ibérica, mas não é isso que está em questão), parecer um duh! homem....metrosexual. Não sei como é que arranjam isso de mostrar as formas femininas. Deve ser porque os homens metrosexuais também mostram formas femininas (as if...).



Vamo-lá-ver-se-nos-entedemus. O genero é performance. O sujeito constitui-se em acto. Não se nasce homem-mulher, mas fala-se e é-se falado nessa posição. As formas feminas só aparecem de duas maneiras: quando nuas, ou quando demonstradas artificialmente, como todas sabemos ao procurar a licra e elastano, ao depilar, maquilhar, ao fazer tudo o que não é cobrir o corpo para evitar o frio! (só há uma instância onde discuto feminilidade, e é na maternidade)



Por isso, desta vez, a minha solidariedade está com as camionas (e com a rainha malvada, que pelo menos lhes reconhece um potencial de gozo).

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Ensaio sobre os Prémios - parte II

Quem são afinal os premiados e por que motivo foram premiados?

Aurélio Gomes e Teresa Gonçalves

Foi com algum espanto que me apercebi que entre o grupo de pessoas com as quais interajo mais regularmente ainda não se sabia deste programa. De facto, escapou-me escrever um bikini sobre o mesmo talvez por também não ouvir rádio.
Estes dois locutores de rádio têm um espaço no Rádio Clube Português (RCP) cujo programa "Janela Aberta" se espalha por diferentes rubricas em cada dia da semana com três convidados (o trio). Há o trio.pt, o trio TV, o trio de lésbicas e o trio de gays. O programa passa às 15:30 às segundas (sendo que eles alternam, numa segunda os gays na outra as lésbicas). Compõem o trio de gays Paulo Corte-Real (Ilga), Paulo Vieira (Não te Prives), José Ribeiro (Ilga) e o trio de lésbicas Rita Paulos (ex-presidente da REA), Sara Martinho (Ilga) e Solange F (omnipresente).
Vale a pena clicar neste link para ouvir o Podcast.

Bernardo Mendonça, Solange F e Tiago Miranda

A propósito do coming out público de Solange F, Bernardo M e Tiago M fizeram uma reportagem com outras 5 mulheres (uma delas Sara Martinho) que também o assumem publicamente. Para estas 5 não houve prémios porque a Pelcor esgotou o stock de malas.

Elisabeth Barnard

Directora da revista Com' out (pela qual as 12 lésbicas da x-pression andaram a passear no 4º número e parece que depois disso nunca mais surgiram aqui no sembikini dando origem a uma grave descida no número de visitantes, bonito serviço minha menina!) que exprimindo-se num português de tons germânicos certamente ficaria agradecida com as aulas de português da x-pression.
Foram gentilmente distribuidos por entre a assistência dois números antigos da revista.
Apesar da diferença linguística Barnard fez-se entender na perfeição. Mencionou que, de facto, há papelarias e quiosques a boicotar a venda da revista. E isto não é só a ela que revolta é a todas as pessoas que sabem o que significa respeito pelo próximo.
No fim deixou a mensagem para continuarmos a comprá-la. Barnard conhece o público que tem. Sabe que entre os presentes poucos seriam os que nunca teriam tido qualquer contacto com a revista. São poderosos incentivos de marketing publicar excertos de relatos do fórum da rede ex-aequo. É ver os membros registados todos a gritar constantemente as mais hilariantes histórias relacionadas com a compra da revista só para ver quem sai publicado no número seguinte. Não censuro Barnard, ela trabalha para ganhar dinheiro e no lugar dela eu faria exactamente o mesmo: agradar o público ao qual me dirijo, fidelizar clientes e ainda fazer uma revista de qualidade é obra!
Toda aquela elegância germânica dentro daquela saia lindíssima deixaram-me louca de inveja, devo confessar.

Fernanda Câncio

Jornalista e cronista do DN. Segundo as fofoqueiras de serviço é namorada do 1º ministro (apesar de não gostar muito do senhor nem quando chove nem quando faz sol acho bem que ela namore com quem bem entender que isso para mim não tem nada de fracturante). Segundo os meus cálculos Fernanda Câncio vai bater um recorde do guiness por ser a jornalista mais premiada em Portugal (prémios de associações LGBT não lhe faltarão). A receber prémios, que seja como boa profissional, como boa cronista que me parece ser, apenas isso, não como porta-voz dos "coitadinhos" dos LGBT. E pareceu-me ler nas suas palavras algum incómodo quando disse que ao mesmo tempo que se sentia contente pelo reconhecimento da importância do seu trabalho se sentia "(...) triste por receber este prémio, porque enquanto este evento existir e enquanto se premiar pessoas por se assumirem, estes prémios serão um mau sinal".
Câncio manifestou alegria ao mencionar a recente postura do Vaticano relativamente à descriminalização da homossexualidade. Confesso que não percebi muito bem isto do Vaticano. Ou andámos a ler notícias diferentes ou Câncio ter-se-á enganado. Tenham a bondade de me corrigir se estiver enganada.
Referiu ainda a atribuição do prémio Arco Iris, da Ilga a Pinto Balsemão por este ter consentido que um dos jornalistas assumidamente gay gozasse de férias após o seu casamento celebrado no estrangeiro.
Eu acho que o nosso Berlusconi também merece um premiozinho Precariedade. Acham que não?

Fernanda Freitas

No programa que conduz na RTP2 "Sociedade Civil" lançou entre os convidados um debate sobre o acesso ao casamento civil entre pessoas do mesmo sexo. Obviamente foi importante ver discutido este tema na altura em que estavamos. Mas foi ideia da jornalista lançar este debate naquele dia? Não sei. Talvez tenha sido por isso que a jornalista tenha dedicado o prémio a toda a equipa que com ela trabalha no programa.
Fernanda Freitas subscreveu as palavras de Fernanda Câncio, e afirmou não achar natural "Premiar algo que devia ser encarado como normal". Informou ainda que este era o 7º prémio que a sua equipa recebia pelo trabalho contra a discriminação.
Soube que a filha de Fernanda Freitas tem uma coisa em comum comigo: adora barbies!
A diferença é que na falta de um Ken elas casam umas com as outras. No meu caso elas têm mais tendência para andarem umas com as outras haja ou não Kens por perto.
Relativamente à postura do jornalista Mário Crespo durante o debate, Freitas, que fora "colocada entre a espada e a parede" perante a pergunta do público que a pedia para tomar posição, foi brilhante: "Liberdade é isto: É os homossexais poderem casar e Mário Crespo poder continuar a achar que não".

Teresa Botelheiro

Autora da reportagem "Dois pais, duas mães", emitida na RTP1. Confesso não conhecê-la como profissional, mas simpatizei com a forma simples, e por isso cativante, com que falou o pouco que falou.
Disse que o prémio que recebia dirigia-o aos "protagonistas desta reportagem" que apareceram assumidamente, com as suas identidades e rostos expostos. Lamentou, no entanto, que fossem quase sempre as mesmas pessoas a aceitarem dar a cara, afirmando que "É importante que não sejam sempre os mesmos a aparecer. Esta é uma das grandes dificuldades que nós temos enquanto jornalistas", a meu ver referindo-se claramente aos "mártires" ou "heróis" (dependendo da perspectiva, mas normalmente os heróis são os que ganham prémios e os mártires são os outros) que as próprias associações LGBT tendem a fabricar.
Um rapaz da assistência apresentou-se como sendo um dos "protagonistas" da reportagem e afirmou que as suas hesitações aquando da possibilidade de dar a cara na reportagem eram altruístas. Ele é assumido e lida bem com isso mas mostrou-se hesitante porque ao aparecer na televisão estaria a expor também os seus pais a pessoas do círculo deles como pais de um homossexual. Convenhamos que nem todos os pais estão preparados para a, muitas vezes, dura tarefa de assumir que têm um filho homossexual.
Botelheiro comparou ainda a situação portuguesa com a espanhola em que uma mulher solteira pode, sem qualquer entrave, recorrer à inseminação artificial. Mencionou, e bem, que em Portugal as mulheres solteiras (hetero ou homossexuais) estão impedidas de recorrer à inseminação. O que ela não disse é que a inseminação caseira é ilegal e é capaz de render uma boa estadia atrás das grades. Quem quer engravidar sem recorrer directamente a um homem terá sempre de mentir.


Creio que terá sido a jornalista Fernanda Câncio que terá dito qualquer coisa como:

"Não são só os media que mudam a mentalidade das pessoas, esse papel cabe, sobretudo, às escolas, aos próprios manuais escolares que repetem as imagens de famílias monoparentais com papéis claramente definidos (a maman na cozinha com o filho a brincar com carrinhos e a filha com bonecas e o papá a consertar as coisas da casa). Somos educados por uma escola e por uma sociedade antes de se chegar aos media"

Condessa X

P.S. - Não sabia o nome da rapariga que trabalhou os excertos que se viam no ecran e cujo trabalho me pareceu deveras profissional mas Caramela teve a gentileza de me informar que a rapariga se chama Vanessa. Eu acho que Vanessa também merecia, ao menos, uma malinha da Pelcor porque é óptima profissional!

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Ensaio sobre os Prémios - parte I

Tenho sempre dificuldade em relatar os eventos que anuncio neste espaço e nos quais acabo por aparecer. É-me mais fácil limitar-me a anunciar do que partilhar publicamente a minha visão subjectiva. Falo de um movimento que quero ver fortalecido e por isso mesmo sinto-me desconfortável quando lhe aponto coisas de que não gosto. O facto de não estar formalmente vinculada a nenhum movimento ou associação permite-me participar activamente no que considero bom e criticar o que acho que deve ser melhorado.
O Teatro S. Luiz esteve animado. Tudo me pareceu bem organizado, gente animada e, optima notícia, TODOS os premiados apareceram em pessoa (a x-pression não foi premiada mas consta que desp(ed)iu as espiãs que tinha preparado para o efeito e apareceu, ela mesma, em pessoa).
O grupo Nobody's Perfect trouxe os ABBA para amolecerem logo os nossos corações.
Quem leu o que escrevi no post sobre os Premios (co)media saberá entender que a minha posição é dúbia em relação a este tipo de eventos.
Começo por confessar a minha ignorância sobre a quem caberá a decisão de escolher os premiados. São os associados? É a direcção?
Não acho que se deva "premiar" uma postura que qualquer bom profissional (mediático ou não) deva ter em relação à temática LGBT. Penso, antes de mais, que a luta se trava não só nos media mas também dentro das próprias associações e, porventura, seriam os voluntários e activistas de cada uma das associações, que dedicam o seu tempo de forma muitas vezes oculta (não mediática) que deviam ser "premiados".
Se é verdade que considero esta premiação a "personalidades" um completo disparate, também é verdade que reconheço todos os méritos a cada uma das personalidades premiadas. Durante os seus próprios discursos compreendi um certo incómodo nesta bajulação (refiro-me especialmente a Fernanda Câncio, cujas palavras procurarei transcrever mais adiante). Não temos de adorar bons profissionais só porque eles dão visibilidade à causa LGBT e volto a dizer que todo este mediatismo e estes prémios desnaturalizam a forma como gostariamos que a homo/bi/transsexualidade (alguém da assistência chegou mesmo a lamentar a fraca visibilidade da comunidade transexual, dentro das próprias associações) fosse encarada.
Solange F ganhou um prémio por se ter assumido como lésbica enquanto figura pública. Não lhe terá sido particularmente fácil certamente. Mas isso deve ser motivo de prémio? Consta que Luis Goucha ficou roído de inveja e assumiu-se logo a seguir. Para o ano já ganha malinha da Pelcor. E a cantora Dina não se tinha assumido também há uns belos anos?
As figuras públicas não têm obrigação nenhuma de se assumir. A sociedade e a própria comunidade gay em particular é que devia ter o bom senso de não precisar que figuras públicas do seu agrado se assumissem para aceitarem os homossexuais ou para justificarem a sua própria homossexualidade como aceitável. Como disse Sara Martinho da Ilga, "É importante que sejamos visíveis! Se não se assumirem, as pessoas da vossa família e os amigos continuarão a julgar que não conhecem homossexuais". É um trabalho que tem de ser feito gradualmente dentro da nossa própria casa, no nosso círculo de amigos e quiçá familiares, ainda que não tenhamos essa obrigação.
Em pouco diferem os premiados da Ilga e da rede ex-aequo, tão pequeno é o nosso país. Chega a ser tão pequeno que os próprios premiados às vezes até se confundem com quem atribui o prémio.
A voz off anunciou os apresentadores do evento: "A presid, não, a ex-presidente e o ex-vice-presidente" da REA.
Compreende-se o quase equívoco dado que Rita Paulos nunca me pareceu ter baixado os braços na luta pela construção da REA como hoje a conhecemos ou pela determinação na luta pela causa LGBT. Isso sim merecia prémio, tal como outros activistas de longa data (aposentados ou ainda no activo) que esgravataram ao máximo para que hoje a nossa geração de LGBT's tenha conquistado o espaço que conquistou. Refiro-me a Clubes Safos, a donos de bares antigos e discotecas antigas (como o Trumps que abriu numa altura em que nem Ilga havia), a activistas do antigo Grupo de Trabalho Homossexual (GTH) do PSR, a fundadores da Ilga, ao fundador da Korpus, do Portugalgay entre dezenas de outros exemplos. Alguém da nossa geração ainda se lembra deles também?
Rita Paulos começou por fazer um apanhado das conclusões do Observatório da REA, informando que só durante este ano foram relatadas 92 queixas de homo e transfobia nas escolas. É um número gigantesco, sem dúvida.
Para os premiados havia uma caixa azul (tão misteriosa como aquela do Mulholand Drive até porque ninguém viu o que continha) possivelmente com alguma medalha; um simpático ramo de flores e uma mala da Pelcor.
Se eu tivesse onde plantar árvores plantava sobreiros porque as malas são giríssimas. Fica aqui a dica de presente de Natal para mim (a agenda feminista não é preciso porque eu já a tenho).


Condessa X

P.S. - Amanhã, pontualmente às 19:00 a Parte II deste post porque ele revela-se comprido. E não, a segunda parte não é sobre a festa na Maria Lisboa que isso já quase todos os outros blogues mencionaram e eu nem sequer fui à after party porque disseram-me que já não ía haver jogo do gelo e assim não tem graça nenhuma.


quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Púbico

Este é o primeiro jornal homoerótico. Surge do cabecilha da revista Korpus (1ª revista gay editada e produzida em Portugal) e promente pubicar mensalmente histórias eróticas (sobretudo homoeróticas) a partir de textos enviados pelos próprios leitores.



@s interessad@s deverão enviar os seus textos para jornal.pubico@gmail.com

Mais informações aqui.

Boas estórias!

Condessa X

terça-feira, 22 de julho de 2008

Nova revista LGBT - Com'Out

Parece que a Korpus vai deixar de ser a única revista LGBT em Portugal. Segundo o que o Meios e Publicidade publicou ontem, a revista Com'Out já está nas bancas e será uma revista de períodicidade mensal.
Tudo o que sei sobre ela encontrei nesse link, portanto se alguém estiver à altura de partilhar mais informações/opiniões, elas serão acolhidas com agrado.

Por falar em revistas, lembrei-me de uma nota avançada pelo Tangas Lésbicas sobre a mais popular revista lésbica de todos os tempos, a Diva, que pela comemoração da sua 150ª edição está a aceitar trabalhos de fotografia e inscrições para uma sessão fotográfica para a capa dessa 150ª edição.

As interessadas que sigam as informações dadas pela menina tangas e o link da revista.

Condessa X