Acaba de entrar num espaço lesbo-feminista (de raíz). Se não fôr, pelo menos, uma das duas, entrou no blog errado. Somos abolicionistas da prostituição e recentemente começámos a ser chamadas de TERF. Em breve um post explicando o porquê.
Temos sentado no nosso parlamento um "partido" que começa a saga de usurpações pela usurpação de assinaturas na hora de se constituir formalmente.
Mas não foram só as assinaturas que ele usurpou.
2. Palavras
Foi, também, a palavra "Chega" que foi alvo de sequestro. Um partido que esconde numa palavra de uso corrente qualquer referência àquilo que esperamos saber de um partido político. Não que os partidos façam jus às palavras que chamaram para si, como: socialismo, democrata, popular, social-democracia. Mas era suposto elas serem uma referência.
Desta forma, de cada vez que usamos a palavra "chega" ou "basta" corremos o risco de ser conotados como apoiantes.
3. O Hino Nacional
O Chega (antes usurpador da palavra Basta, que deu nome à coligação de direita da qual fizeram parte PPM, PPV/CDC, movimento democracia 21 e o rascunho do que hoje conhecemos como Chega) usurpou também (sobretudo dos nossos relvados) o Hino Nacional (não cantado, mas grunhido da forma mais boçal e muitas vezes acompanhado de um gesto associado ao fascismo).
No último 25 de Abril ouviu-se e cantou-se, de forma alternada em toda a minha rua o Hino Nacional e Grândola Vila Morena. Na minha janela a bandeira nacional ao lado do cravo.
4. A nossa bandeira
Partido algum deveria poder usar a bandeira nacional durante as suas campanhas. Para isso existem as bandeiras dos partidos. A bandeira nacional é um objecto que deve ser usado como elemento gregário e não segregador.
Alguns amigos brasileiros têm medo de ser confundidos com bolsominions (a versão brasileira da saloiada chegana), por isso deixaram de usar camisolas com as cores da bandeira e isso é um grande erro.
Há uma imensidão de bolsonaristas a viver em Portugal (lembrem-se que 56% dos brasileiros que vieram para cá usufruir do nosso socialismo, segurança e tolerância votaram no coiso) que votam também nas eleições portuguesas (ambiguidades da dupla nacionalidade, né?) e que estão infiltrados no Chega, em grupos do Whatsapp, Telegram, páginas negacionistas, anti-vacina, terraplanismo e demais imbecilidades.
Quem acompanha a novela brasileira sabe perfeitamente o que vai acontecer a partir daqui e é essa a nossa vantagem.
Não deixaremos que o fascismo usurpe o nosso hino, as nossas palavras nem a nossa bandeira!
Domingo levarei comigo a minha bandeira e o meu baton!
#vermelhoembelem
usurpar: Usufruir de algo de forma indevida; tomar à força ou de forma fraudulenta
1. - Amiga 1 apresenta amiga 2;
2. - Depois de um flirt animado;
3. - Depois de marcado um date, virtualmente (o pré-flirt).
Mais uma vez, urge ter bem definido aquilo que se quer. Pode parecer menos romântico mas evita equívocos desnecessários. Apenas boa conversa com alguém giro e bem disposto? Um novo encontro? Sexo? Uma relação? Nada de precipitações, o mais importante de tudo é ter bom gosto e bom senso. A pressa não costuma ajudar muito. Não há nada mais infeliz do que se arrepender de ter conhecido ou de ter estado com alguém.
1. Se a amiga 1 acaba de te apresentar a outra amiga (a 2), é indelicado manteres conversa só com ela na presença de outras pessoas. Ah, é PROÍBIDO, e devia dar direito a prisão, fazer conversa com segundas intenções se se tratar de uma "amiga" mais especial da tua amiga 1. Podes não escolher por quem te sentes atraída mas como ser racional escolhes a atitude a tomar e, certamente, a atitude correcta não é tentar captar as atenções de alguém que é especial à tua amiga 1. Esse é o primeiro passo para envenenvar uma amizade.
Lembram-se destas meninas?
Pois é, elas costumavam ser amigas... Moral da história: "Não deixem que uma Carmen qualquer vos estrague as amizades, por mais linda que a rapariga possa ser!"
Ter amigos que servem de pombos-correio pode dar jeito, mas nada melhor do que mostrar uma postura mais adulta e dispensar intermediários, não vá o tiro sair pela culatra.
2. - Depois de toda aquela troca de olhares e sorrisos estão próximas e frente-a-frente. Hey, não vá a correr agora, um bom flirt nunca é nervoso! Nada de frases feitas. Escolhe as tuas próprias. É o teu estilo que deve ficar imprimido, não o estilo de outra pessoa. Se estiverem num local barulhento evita grandes exposições, opta por frases curtas e neutras. Nada mais desagradável do que passarem metade da noite "O quê? Não percebi!" Não importa falar muito mas transmitir uma atitude positiva. Jamais fazer perguntas de foro íntimo. Evita falar de trabalho ou perguntar o que faz, se queres saber alguma coisa pergunta antes do que gosta.
A maioria opta por se cumprimentar e dizer o nome. É simpático, mas quem é que quer saber o teu nome agora? Se queres elogiá-la, evita elogiar a aparência. É óbvio demais. Opta por elogiar a atitude, o bom gosto (se estiverem a admirar o mesmo quadro numa exposição), o sorriso ou a forma de dançar, se se encontrarem numa discoteca. Se o elogio partir dela aceita-o com naturalidade. Nada de falsas modéstias. Falar do espaço onde estão também é boa ideia, melhor ainda será se surgir, em conversa, um novo espaço para onde queiram ir.
O que correu bem com estas raparigas? Tinham o poker em comum, gostavam de sexo na mesma medida e Catherine propôs logo um encontro imediato de 2º grau (na grande sala de poker).
O que correu mal? Helena jogou alto de mais para a sua empobrecida bolsa. Nada de revelar informações pessoais ou iniciar tópicos de conversa depressivos ou demasiado polémicos. Apedrejar a pessoa com perguntas (sobretudo se forem perguntas demasiado pessoais) é um turn-off. Uma simples troca de ideias animadas sobre tópicos que se revelem ser de interesse comum é o suficiente.
Pedir lume é um antigo truque que funciona se a pessoa fumar também (mais saudável mesmo é ninguém fumar), permite observar a delicadeza da pessoa, a cortesia no trato, se o olhar é seguro ou tímido e, eventualmente, proporcionar um ligeiro toque de dedinhos enquanto mergulhas no olhar dela. Pedir lume é ok, mas pedir tabaco é out. A primeira impressão que vão ter de ti é de uma simples crava armada em esperta.
3. - Se o primeiro contacto que travaram foi de forma virtual, é possivel (e desejável) que já tenhas umas ideias sobre a pessoa em questão. Ir às cegas para um blind date não é grande ideia, sob pena de se gerarem equívocos. Quanto mais blind for o blind date, mas divertido ele será, contudo, é importante saberes em que medida a pessoa te interessará. Conversas animadas sobre questões de interesse comum é sempre boa ideia. Ter sempre em mente a tal regra que costuma ajudar: Nada de coisas demasiado polémicas ou depressivas.
Se o interesse se mantiver, apela-se para o contacto físico e para a leve sugestão (é bom estudar a receptividade da rapariga com pequenos "choquinhos verbais" porque as que são menos desinibidas costumam preferir enigmas e quebra-cabeças a propostas mais directas). Se a rapariga se revelar demasiado burra ou inocente aconselho a apelar ao choque directo ou a largá-la de vez. No Pátio das cantigas, Vasco Santana fez-nos ver que chapéus há muitos. A absolutamente fabulosa Patsy Stone arrisca mais: "You can never have enough hats, gloves and shoes".
Pequenos toques delicados durante a conversa e pensamentos mais intímos sussurrados de perto ajudam a perceber o grau de interesse. Obviamente, a postura da pessoa com quem se interage também. Por isso, mais vale ter o gaydar bem ligado. A maior parte das vezes as pessoas querem o mesmo, por isso a inibição não nos leva a lado algum. Há receptividade? Avança! Se for ela a avançar primeiro nada de se armar em púdica, está completamente fora de moda e é um turn-off daqueles. Sê aquilo que procuras. Se procuras gentileza sê gentil, se procuras amor, sê amorosa, se procuras educação, sê educada, se procuras sexo, sê sensual.
Ela propôs-me um novo encontro. O que devo fazer?
Sela a proposta dela com um beijo. Isso fará com que ela se apresse, se assim o desejares. O novo encontro que ela acabou de te propôr é, na realidade, o de 3º grau. Se te apetece aceita. Mas se queres fazê-lo agora... não deixes para amanhã o que te apetece fazer hoje. A vida é muito breve e nos tempos que correm é muito fácil haver desencontros. Não acredites no acaso, faz tu mesma... o acaso. Se, por outro lado, concordares que o econtro imediato de 3º grau se deva desenhar apenas no próximo rendez-vous (ok, não trouxeste a tua lingerie preferida ou estás com o período e achas que é um bocado inconveniente) sela a proposta dela com um brinde soft touch entre os vossos copos, a metáfora são os vossos próprios corpos a brindar.
Cheers!
Depois disto o mais provável é acabarem a noite a trocar mais uns beijinhos, que além de fazer bem à pele é um dos passatempos preferidos da maior parte das pessoas. Melhor mesmo só o encontro imediato de 3º grau (a ser bikinado em breve).
Também conhecido como flirt, o encontro imediato de 1º grau é a arte da aproximação. Seduzir e ser seduzido é dos passatempos mais saudáveis e há até mesmo casais juntos há muito tempo que não abdicam do flirt enquanto forma de interacção porque sabem que o jogo é saudável se jogado com pessoas saudáveis de espírito.
Em termos de flirt as lésbicas parecem mesmo ser mais discretas, mas sê-lo-ão por opção ou por falta dela?
Se há uns tempos atrás a única forma de se flirtar era presencialmente, hoje, essa possibilidade estende-se ao espaço virtual. A maior parte das revistas dirigidas ao público feminino sugerem todo um conjunto de técnicas que têm como finalidade seduzir... um homem. Obviamente, a imagem da mulher presa somente no papel de sedutora já está, não só, fora de moda, como tem de ser repensada, sobretudo, quando falamos do flirt entre raparigas. Sendo ambas raparigas, elas estão em pé de igualdade, quem é que seduz e quem é que avança? Diria que mesmo num flirt entre uma rapariga e um rapaz, ela deve autorizar-se a si mesma a avançar, obviamente, tendo a precaução de estudar a receptividade que terá.
Levar os nossos olhos a se cruzar com os olhos da outra é o primeiro passo. O sorriso tem de vir sempre acompanhado porque é o convite de boas vindas. Lentamente os olhares se desviam e voltam a cruzar-se. Enquanto ela a observa, os seus dedos deslizam suavemente por uma parte do seu corpo por onde gostaria que os dedos dela deslizassem. É um convite mais descarado que pode resultar bem. Piscadelas de olho estão um pouco fora de moda, mas cada pessoa tem o seu estilo próprio e desde que seja original e educada, vale tudo.
Os flirts na internet não serão bem flirts já que a internet é propícia a enganos e a mal-entendidos. Se o primeiro contacto é tido através da internet ele será um pré-flirt e requer também alguma sabedoria e antenas bem ligadas.
1. Qual é a finalidade do flirt?
Todas as que quiseres. Convém é tê-las bem esclarecidas na tua cabeça e conseguires transmitir isso à outra pessoa. Ou a outras, se o teu flirt for dirigido a um casal (só se parecerem receptiv@s, nada de arriscar pessoas que pareçam ciumentas), por exemplo. Desde um flirt que morre ali e que só serve para alimentar o ego, a um flirt que te levará a um conhecimento mais aprofundado sobre a pessoa, o importante é teres bem definido o que queres. O flirt pode ficar-se pelo encontro de 1º grau, avançar para o 2º ou saltar directamente para o 3º. Tu escolhes e não deves deixar que ninguém o faça por ti.
Numa festa, num bar, numa exposição, numa livraria... toda a gente gosta de flirtar. Até os mais púdicos, ainda que tenham reservas em admiti-lo.
O olhar é a porta principal para um flirt bem sucedido, no entanto, a linguagem corporal aliada à atitude positiva é o fio condutor.
Como a primeira impressão é a visual, a embalagem costuma ajudar, mas perderá todo o encanto se a postura não for adequada. Simpatia natural, boa disposição (sem cair em palhaçadas), auto-confiança (erradamente confundida com arrogância) e gentileza são palavrinhas que devem constar dos nossos dicionários.
2. Eu estava a flirtar com ela, trocámos uns olhares e uns sorrisos e quando avancei ela ignorou-me. Terei percebido mal os sinais?
Não, possivelmente a luz estava fraca ou foste apanhada num ângulo menos favorável. De qualquer forma, as pessoas são livres de ter mau gosto. Ficas um pouco triste nos primeiros 5 segundos, mas depois passa logo a seguir.
Há raparigas que o fazem só para alimentar o seu débil ego e isso revela, de facto, que precisam de ter constantemente a corte atrás para que se apreciem a elas mesmas.
Pode ter acontecido também que a rapariga seja tímida de mais para dar continuidade ao flirt e não sabendo como reagir, ignorou a tua aproximação. Ela é o tipo de rapariga que devia ler o manual "Encontros Imediatos" e procurar aprender qualquer coisa.
3. A mim aconteceu-me o inverso. Começou a flirtar comigo uma rapariga que não faz o meu tipo e eu acho que ela me interpretou mal. Como saio disto agora?
A minha querida não devia dar azo a equívocos. Seja sempre simpática mesmo com um rapaz que flirte consigo, mas não abra espaço a mal-entendidos. Se a pessoa tenta flirtar consigo deve sentir-se lisonjeada e aceitá-lo naturalmente como um elogio (que só retribuirá em forma de flirt se a pessoa lhe interessar também). Não olhe directamente ao mesmo tempo que sorri para uma pessoa com quem não lhe interesse travar contacto. Se a pessoa avançar para o encontro imediato de 2º grau, oferecendo-lhe uma bebida ou procurando interacção verbal, diga claramente, de forma educada, que não está interessada. Ah, e recuse a bebida, por amor de deus, se a aceitar vai ficar catalogada como interesseira e além disso sentir-se-á em dívida com uma pessoa que não lhe interessa.
4. Não consigo dizer claramente a uma pessoa que não estou interessada.
É um exercício difícil, sem dúvida. No entanto, evita que ambas percam tempo. E além disso penso que é preferível uma pessoa levar um corte directo do que ficar na expectativa o tempo todo.
Uma pessoa mais cuidadosa evita ser apanhada a encorajar outras que não lhe interessem. É óbvio que o ideal é nunca chegar a este ponto (interacção verbal) se determinada pessoa não lhe interessa, convém esclarecê-la logo durante a tentativa de flirt (desviando o olhar e evitando sorrir ao mesmo tempo). Mas depois de feita a asneira, se ainda assim continuar a ser assediada não há como sair sem parecer rude. Há que ser cortês e libertar a pessoa com respostas breves "Lamento", "Não, obrigada". Não há nada mais claro do que isto. Ah e agradeça sempre qualquer elogio. Se acha anormal que alguém a elogie é porque realmente não merece ser elogiada.
5. Estamos a flirtar há meia hora e ainda nada aconteceu. Por que é que ela não vem logo ter comigo?
Porque provavelmente está à espera que você vá ter com ela. Se os rapazes parecem mais propensos a avançar isso é porque a sociedade criou artificialmente esses papéis. Os papéis sociais não são mais do que espartilhos que enclausuram tanto homens como mulheres. Uma rapariga actual sabe que não deixa de ser feminina se tomar iniciativa. Aliás,cada vez mais rapazes heterossexuais admitem gostar de raparigas mais decididas. Talvez seja sinal que essas barreiras estão prestes a ser desconstruídas.
O que tem de pensar é: Custa-me mais ir para casa sem travar conhecimento com a rapariga que flirta comigo há meia hora ou correr o risco de levar um corte?
Na primeira hipótese é óbvio que o baixar armas dá 0% de chance, já na segunda...
Quanto se perde com timidez e falta de auto-confiança?
6. Ok, passou meia hora de flirt. À medida que me aproximo ela parece apreensiva e ao mesmo tempo contente. O que é que eu faço agora?
Acha que eu sei? Eu não estou a ver a rapariga de quem me fala. É você que tem de interpretar os sinais. Nada de frases feitas. Escolha as suas próprias. É o seu estilo que deve ficar imprimido, não o estilo de outra pessoa.
Além disso nem tudo o que se quer dizer melhor se expressa verbalmente, não é? E, já agora, meia hora é muito, com um pouco mais de exercício aprenderá a poupar tempo.
Um bom flirt mesmo é aquele que avança em direcção ao Encontro Imediato de 2º grau (a ser bikinado em breve).
A propósito da III Festa Leswork a minha querida x-pression pediu-me para partilhar o célebre manual de etiqueta intitulado "Encontros Imediatos". Não aceito pois, os posts estão um pouco desactualizados e merecem nova edição. Em breve, uma edição revista e aumentada, pois a ocasião merece.
Entretanto, quem estiver em Lisboa ou ponderar vir à capital no dia 27 deve marcar já na agenda a Neon Fall Party.
Concordo com a pluralização. De facto há mais do que uma geração à rasca e como diz o nosso amigo Jel "O nosso inimigo não é ninguém em particular, mas a resignação e o conformismo".
O protesto decorrerá nas seguintes cidades portuguesas:
Braga – Avenida Central, junto ao chafariz Castelo Branco – Alameda da Liberdade (Passeio Verde) Coimbra – Praça da República Faro – Largo S. Francisco Funchal – Praça do Município Guimarães – Largo da Oliveira Leiria – Fonte Luminosa Lisboa – Avenida da Liberdade (frente ao cinema S. Jorge) Ponta Delgada – Portas da Cidade Porto – Praça da Batalha Viseu – Rossio, em frente à Câmara Municipal.
E nas seguintes cidades europeias, junto às respectivas embaixadas:
Haia, Londres, Barcelona, Madrid, Berlim, Estugarda, Paris, Copenhaga, Ljubljana e Luxemburgo.
Para quem ainda julga que este é um protesto só para desempregados ou trabalhadores a recibo verde, aconselho vivamente a leitura do comunicado da ATTAC Portugal. Deixo aqui um excerto:
"A precariedade atinge todos os trabalhadores, com e sem formação académica, de todas as profissões e estratos sociais e não discrimina gerações. Atinge os mais velhos que, tendo perdido o emprego, não conseguem voltar a encontrar estabilidade no mercado de trabalho, e atinge todas as gerações com menos de 45 anos, que nunca tiveram um emprego estável. Atinge os seus pais, que na reforma deixam de poder contar com a ajuda dos filhos, miseravelmente pagos. Atinge as crianças, que vivem em famílias onde o dia começa com emprego, mas nunca se sabe como acaba. Atinge todos os que têm contrato permanente, porque também sofrem a pressão para a desvalorização dos salários e do seu trabalho. Atinge ainda todos os que estão nos quadros dos seus locais de trabalho, uma vez que os seus postos de trabalho seriam muito mais baratos se preenchidos por um precário ou estagiário. Esses trabalhadores tornam-se também precários, uma vez que o primeiro pretexto — uma recusa de fazer horas extraordinárias, uma doença, um erro apenas — será a oportunidade para tentar despedi-los, substituindo-os."
A meu ver, peca apenas pelo nome do movimento. Deveria chamar-se "Gerações à rasca". Se inicialmente a ideia era juntar jovens desemprecários num protesto apartidário, laico e pacífico, a verdade é que muitas pessoas diferentes virão a juntar-se neste protesto que será um tubo de ensaio para outros movimentos que, espero, sejam cada vez mais produtivos. Os meus pais também têm um salário precário, os meus avós uma reforma precária e os filhos que ainda não tenho um dia perguntar-me-ão: "Maman, onde estavas tu, quando tudo isto estava a acontecer?" Ainda que eu não fosse uma precária com alguns amigos e familiares, também precários, por solidariedade, eu teria de estar na manifestação. E falta muita solidariedade entre as mais diversas classes de trabalhadores e desemprecários. Uma greve de maquinistas, uma greve de polícias, uma greve de professores, uma manifestação de... Não se dividam, unam-se! E é isso que esta manifestação de "Gerações à rasca" propõe e é disso que a classe de bon-vivants comentadores e comilões da desgraça dos outros tem medo. Da nossa união.
Atente-se na ginástica de argumentos que a generalidade dos comentadores tem feito a este propósito:
Pacheco Pereira: "A precariedade dos jovens é culpa dos seus pais que vivem à larga, instalados na opulência de um contrato de trabalho."
Zé Manuel Fernandes, Helena Matos: "Esta geração é lixada pelos garantismos de que a geração dos pais gozou. Todos repetem “Não vão para a rua protestar. Protestem em casa, à mesa do jantar porque o salário dos vossos pais é que criou o desemprego dos filhos."
Isabel Stillwell: “Se os estudantes são escravos, são parvos, de facto. Parvos porque gastam o dinheiro dos pais e dos nossos impostos para irem estudar e não aprendem nada. (…) Os escravos não organizavam protestos nem iam para a rua, graças a deus."
Não será uma manifestação pela queda de governos ou governantes, como muitos comentadores políticos andam, propositadamente, a tentar fazer passar, mas sim uma concentração de pessoas que estão cansadas da canalhice desta gente corrupta que, tendo a faca e o queijo na mão, nos vão cortando às fatias. Os Pachecos Pereiras, Isabeis Stillwells e Sousas Tavares odeiam-nos, naturalmente. Representamos a massa de gente que, embrutecida, lhes estenderia tapetes, não fosse a nossa sensatez. Esta gente só tem o poder que lhes atribuirmos. Esta gente odeia todos aqueles que por uma questão de sensatez e dignidade não se verga ao poder vigente, aqueles que dão prioridade à sua consciência, abdicando muitas vezes da sua carreira confortável como comentadores de sofá. Odeiam-nos, porque fizeram a escolha inversa e preferem passar a vergonha de defender o indefensável do que a vergonha de admitir que fizeram uma escolha pouco digna em prol de uma carreira, de um conforto, ou de um status. Odeia-nos, esta gente que vive com esse compromisso de ser cúmplice com a canalhice, em troca do seu bem-estar.
Só ainda não percebi muito bem o que pretende ganhar a Fenprof ao convocar uma manifestação de professores para o mesmo dia e à mesma hora, no Campo Pequeno, fazendo uma arruada até à 5 de Outubro. Partilho da opinião de Renato Teixeira, do 5dias, acho que a maioria dos professores vai mesmo descer a Av. da Liberdade.
"First they came for the communists, and I didn't speak out because I wasn't a communist. Then they came for the trade unionists, and I didn't speak out because I wasn't a trade unionist. Then they came for the Jews, and I didn't speak out because I wasn't a Jew. Then they came for me and there was no one left to speak out for me." Martin Niemoller
x-pressiongirl
P.S. - Sousa Tavares, se me viesses pedir dinheiro eu também não to emprestaria.
Daniel Craig aliou-se a uma campanha da Equals pelo centenário do dia da Mulher. Para quem ainda ousa questionar a importância deste dia, eis alguns dos motivos.
No final do ano passado a banda de rock britânica Status Quo decidiu optar por uns camuflados. O rock, aquele murro na barriga do poder, intimamente ligado ao espírito revolucionário e ao questionamento dos poderes vigentes, aparece agora deslumbrado pelo polvo, alegando que o faz por caridade. Lembram-se da música "In the army now"? Costumava ser uma música de intervenção que questionava o suposto heroísmo de quem busca a glória e o recohecimento dos vizinhos, matando em terras alheias. No final de 2010, a banda relançou o tema. Mudou a letra, vestiu camuflados e cantou ao lado de soldados, não pelo fim da guerra, mas para apoiar os soldados britânicos, através da "British Forces Foundation" e da "Help For Heroes", tendo ainda o desplante de apelar ao governo que suprima o IVA da venda do single.Vale a pena ver como mudando 6 linhas se muda de lado da barricada. A negrito aparecem as alterações.
A vacation in a foreign land [You're on your way to a foreign land]Uncle Sam does the best he can [Now's the time to do what you can]You're in the army now Oh, oh, you're in the army now
Now you remember what the draftman said Nothing to do all day but stay in bed You're in the army now Oh, oh, you're in the army now
You'll be the hero of the neighbourhood Nobody knows that you left for good [Count the days till you're back for good] You're in the army now Oh, oh, you're in the army now
Smiling faces as you wait to land But once you get there no one gives a damn [Side by side every woman and man] You're in the army now Oh, oh, you're in the army now
Handgrenades flying over your head Missiles flying over your head If you want to survive get out of bed You're in the army now Oh, oh, you're in the army now
Shots ring out in the dead of night The sergeant calls stand up and fight! You're in the army now Oh, oh, you're in the army now
You've got your orders better shoot on sight [You've got your orders better put things right] Your finger's on the trigger But it don't seem right [Now it's time to fight] You're in the army now Oh, oh, you're in the army now You're in the army now Oh, oh, you're in the army now
Night is falling and you just can't see Is this illusion or reality You're in the army now Oh, oh, you're in the army now You're in the army now Oh, oh, you're in the army now
Xutos e Pontapés, Delfins, Rádio Macau, Peste e Sida, Pedro Burmester, Sitiados, Bastardos do Cardeal, Mão Morta, Mata Ratos, Sétima Legião, entre outros, estiveram entre os grupos portugueses que, também nos anos 80, uniram vozes pelo anti-militarismo, contra a guerra e contra o Serviço Militar Obrigatório. Algumas ainda existem. Não mudem é de camisola!
Há ainda uma página dedicada a casos resolvidos e ainda uma outra de casos resolvidos após mais de um ano. Há ainda uma nova funcionalidade que permite pesquisar animais perdidos na nossa área de residência. Basta escrever o nome da rua e ele faz uma pesquisa dos animais perdidos, indicando a proximidade em km. Vão lá e vejam se conseguem encontrar algum dono/bichinho desesperado por voltar para casa.
As notícias são óptimas, não só para os amigos dos animais mas, sobretudo, para os nossos queridos amiguinhos. Foi aprovado, por unanimidade, um Projecto de Resolução do Bloco de Esquerda, para uma nova política de controlo das populações de animais errantes. Além de acabar com a política de abate nos canis municipais, este projecto visa dar direitos a animais que não têm dono e promover campanhas de esterilização a preços simbólicos. É ainda constituída a figura de "animal comunitário". Há,na minha rua, mais 2 ou 3 vizinhos que também alimentam uma pequena comunidade de gatos que vive no jardim de um prédio devoluto (na minha rua há muitos). Estes animais que, não sendo oficialmente de nenhum de nós, "são de todos" passam a ter o direito de ser esterilizados, por um preço simbólico, num centro de recolha oficial. Foi aprovado por unanimidade, esperemos que as medidas não tardem a fazer efeito e que haja penas severas para quem atenta contra a integridade destes seres. Deixo-vos com um vídeo de uma campanha da União Zoófila contra o abandono de animais.
Quem quiser ajudar a associação poderá fazê-lo de diversas formas:
Depois do sucesso da I Festa (Festa do Chapéu), a rede Leswork prepara-se para a II Festa Leswork no dia 12 de Fevereiro, também na discoteca Frágil.
A entrada é gratuita até às 2h, mediante apresentação do cartão profissional de lésbica. Se não tiverem cartão não há problema, pois a organização do evento indicou-me que a Palavra Passe é "Blind Date" (um bocadinho previsível, não, x-pression?).
Há 12 meninas que vão estar nesta festa, certamente, lembram-se delas? ;-) Se ainda estão na dúvida entre ir a esta Festa ou ir ao concerto da Dina vejam o que vão perder:
Entenda-se por burros, não os que têm o infortúnio de nunca ter sido ensinados a pensar por si mesmos, mas aqueles que tendo acesso à informação não a buscam e não fazem dela o uso racional para provocar mudanças necessárias. Os embrutecidos temem a mudança. Cavaco é só mais um dos que lucram com a burrice de quem gosta de levar na tromba. Os votos de protesto, brancos ou nulos, só servem mesmo para expressar protesto, não contribuem para a mudança.
Falhas nos dispositivos electrónicos disponibilizados para o efeito, eleitores que viram ser alterada a sua mesa de voto e não sabiam em que mesa deveriam agora votar, erros nos cadernos eleitorais e dados errados nos eleitores com cartão de cidadão, tudo isto foi um desfile de atrocidades que tão bem contribuiu para aumentar ainda mais a, já elevadada, taxa de abstenção (quase empatando com os votos de Cavaco, cerca de 53%). Os brancos bateram um recorde histórico de 190 mil votos. Pode isto ser um ensaio de lucidez?
Conquistado o direito ao casamento civil, a comunidade LGBT deve agora focar-se noutros aspectos importantes da cidadania. Faltam ainda, como referiu Salomé Coelho, da UMAR, "(...) a resolução de questões como a parentalidade, e aí falamos da adopção e da Procriação Medicamente Assistida, ou de legislação para as pessoas transgénero”. Importante notar que o único partido que vi lá formalmente representado, mais uma vez, foi o Bloco de Esquerda. É bom saber quem realmente vai à luta. Amei os chupas que o restaurante Orange gentilmente distribuiu pelos marchantes. As garrafinhas de água alusivas à marcha e as mensagens de papel, lançadas do cimo do elevador, foram supresas já repetidas de anos anteriores, mas que têm sido muito bem conseguidas. Apesar de ter tido a sensação de estarmos em menos número do que no ano passado, várias fontes indicam terem estado na marcha umas cinco mil pessoas. Podiamos e deviamos ter sido muitos mais, mas ainda há muita malta por aí que não compreende o porquê de se fazer uma marcha LGBT. É esta retrógada mania de se achar que a festa se faz só no Arraial. A poucas ruas dali, estava o corpo de Saramago, uma das personalidades mais engajadas com todo o tipo de causas que contribuissem para uma sociedade mais justa, entre elas, a causa LGBT. É bom relembrar que ele foi um dos primeiros subscritores do Movimento Pela Igualdade (vulgo, MPI), movimento habilmente "morto à nascença" por bandalhada que não aceita dividir protagonismos com movimentos mais independentes. Um dia eu publico os vossos nomes que eu não vou de férias tão cedo.
"O pior de se estar morto é que se fica à mercê dos vivos, dos donos dos mortos". Helder Macedo
Não vi ainda ninguém escrever sobre isto, mas tem-me feito imensa impressão a forma como os me(r)d(i)a têm tratado a situação. Ontem, todos os jornais espanhóis online que li diziam que as cinzas de Saramago seriam repartidas entre Azinhaga do Ribatejo e Lanzarote. Os jornais portugueses mencionavam que o escritor vinha para Portugal, e até houve quem, além de Mário Soares, sugerisse sepultar Saramago no Panteão Nacional. Cabe na cabeça de alguém que o homem deva ser sepultado em três sítios diferentes? Têm os nossos (des)governantes, que regra geral, não gostavam da visão política e humanista do escritor, alguma coisa de opinar sobre onde ele deverá ou não ser sepultado? Não caberá, porventura, à família (neste caso, à esposa) decidir isso? Não mencionara já Saramago que queria ser sepultado em Lanzarote, no jardim de sua casa, por baixo de uma pedra?
Ainda ontem José Sucena, assessor da Fundação Saramago veio dizer que afinal o escritor havia mudado de ideias recentemente e que afinal queria ficar só em Portugal. Disse ainda que por motivos particulares não podia adiantar o porquê de Saramago ter mudado de ideias e decidir, à última da hora, ficar em Portugal. Acrescentou também que Saramago lhe havia dito que só não deveria ser sepultado em Portugal caso Pilar, sua esposa, mudasse de ideias durante a viagem de avião. What? Não vos soa estranho tudo isto? Então Saramago consentia não ficar mais em Portugal, desde que a sua esposa se manifestasse contra isso quando o avião já estivesse a aterrar em solo português? E não poderia ela manifestar essa vontade em qualquer outro momento? Mas entretanto os me(r)d(i)a mudaram de discurso. Afinal as cinzas já são para repartir entre Lanzarote e Azinhaga. Acrescente-se que a viúva do escritor ainda não se pronunciou sobre nada disto e nem quero imaginar a pressão que deve andar a sofrer com toda esta história. Noto que os jornalistas parecem andar a forçar a opinião pública para que o escritor fique em Portugal. A tonta da jornalista faz perguntas do tipo "Apesar de todas as polémicas e da ida para a ilha de Lanzarote, até que ponto interpreta ou como é que interpreta o facto de José Saramago querer voltar para Portugal e deixar expressa essa vontade e de hoje se saber que a Fundação José Saramago indica que o escritor quererá mesmo que as suas cinzas fiquem mesmo em Portugal?" A "jornalista" realça as polémicas, a provocação do escritor, os ataques à igreja católica, as violações das regras de gramática, de cada vez que vai entrevistar alguém.
Breve resumo da novela:
Dia 18 às 18h - O corpo de Saramago vai ser cremado em Lanzarote, mas as cerimónias fúnebres vão realizar-se em Portugal. As cinzas do escritor retornarão a Lanzarote, como era seu desejo.
Dia 19 às 8:32 - Será cremado no cemitério Alto S. João, parte das cinzas ficarão na terra natal (Azinhaga do Ribatejo), e as restantes regressam a Lanzarote (Lanzarote declara 3 dias de Luto). Na parte final do video a entrevista ao escritor, em que ele manifesta vontade de ser sepultado no seu jardim em Lanzarote, debaixo de uma pedra.
Dia 19 as 12:52 - As cinzas serão entregues a Pilar del Rio. Saramago queria que pelo menos parte das cinzas ficassem em Lanzarote. Decretados dois dias de Luto Nacional, em Portugal.
Dia 19 - 13:17 - Vai ser cremado no Alto de S. João. As cinzas vão ficar repartidas entre Espanha e Portugal. A "jornalista" pergunta à jornalista da TVE se acha que a homenagem é justa dado a hostilidade que havia entre Saramago e Portugal. Pergunta ainda à outra jonalista: "Em algum momento, ontem, os espanhóis pensaram ontem que Saramago pudesse, por vontade própria, querer ficar em Espanha?" Depois justifica-se para as câmaras "Por vontade expressa, a Fundação Saramago transmitiu-nos que Pilar del Rio já fez saber que Saramago queria, por vontade própria, ficar em Portugal. Ou seja, as suas cinzas não vão ser divididas entre a casa de Lanzarote e Azinhaga do Ribatejo. Todos os seus restos mortais vão ficar em Portugal(...)"
Dia 19 - 14:07 - Entrevista uma cunhada de Saramago que garante que as cinzas seriam repartidas entre Lanzarote e Azinhaga. "As irmãs de Pilar a insistirem que ainda ontem a irmã, mulher se Saramago lhes confidenciava que afinal as cinzas do escritor português iriam ser divididas entre Lanzarote e Portugal. Não é de todo essa a informação que temos neste momento. José Sucena disse-nos há pouco que enquanto Pilar não tivesse mudado de ideias, a vontade expressa do escritor, nos últimos momentos de vida, era de ficar em território português apenas, mas a família insiste em dizer que afinal assim nao é(...)".
Dia 19 - 14:27 - A jornalista diz que "(...)O momento que traz o Nobel português de Literatura que decidiu viver em Espanha, mas que nos últimos momentos de vida deixou claro à mulher, Pilar, que era em Portugal que queria ficar. E é este o momento em que o carro funerário traz José Saramago, de volta ao país. Ao país do qual se ausentou dizendo que, forçadamente, por ter sido mal tratado pelos governantes que nunca o compreenderam.(...) De tudo aquilo que se passou na vida de José Saramago, de toda a hostilidade que foi sendo crescente entre ele e o país, fica contente por ver José saramago regressar ao seu país agora, na hora da morte?"
Dia 19 - 20:17 - Ao início da noite a jornalista já fala em polémica em torno do local exacto onde ficará Saramago.
Quem provoca estas situações não tem vergonha na cara?
A Humanidade ficou deveras mais pobre. O escritor, pensador e activista fez aquela viagem. Deixo-vos com o mesmo vídeo que deixei há cerca de um ano, em que ele fala sobre o défice de democracia nas nossas sociedades:
Faz lembrar, ressalvando todas as diferenças óbvias, o caso sobre o artista Dinamarquês que foi enxovalhado pela comunidade muçulmana após ter publicado uma caricatura de Maomé. Ainda não percebi muito bem como é que este "não-caso" apareceu como notícia num canal de televisão que, a meu ver, nada mais fez do que reavivar pequenos odiozinhos adormecidos por parte, sobretudo, de quem é complexado com o seu Portugal. A forma como a notícia foi dada, foi precisamente para suscitar esta onda de indignação. Que credibilidade merece uma estação de televisão que vai desencantar um vídeo caseiro feito, haverá uns 3 anos, com o propósito de fomentar o ódio entre os dois povos? A actriz, tal como nós, tem direito à sua liberdade de expressão. Fez um vídeo caseiro como nós fazemos, a brincar com factos que decorreram durante a sua viagem. Quanto à sua suposta ignorânia, pergunto quantos portugueses sabem, ao certo, quantos anos esteve Salazar no poder. Brincar com os portugueses todos nós fazemos e por vezes até de forma mais cravada. Gato Fedorento, Herman José (que surpreendentemente aparece agora como ofendido), ou o pessoal do "Vai tudo abaixo" são exemplos de verdadeiros humoristas que brincam com os portugueses. Vale a pena relembrar que a própria actriz brincou com os Gato Fedorento satirizando as próprias novelas brasileiras. Há algum brasileiro que se ofenda com isto?
As mesmas piadas que os brasileiros fazem dos portugueses fazemos nós de alentejanos ou nortenhos. E não há quem faça o mesmo tipo de piadas aplicando-as a pretos a loiras? Por fim, não foi a actriz que me envergonhou, mas sim a imensa quantidade de comentadores portugueses que, fosse com vídeos, fosse com respostas escritas desceram ao nível da indecência, criticando brasileiros (sobretudo, brasileiras), difamando a actriz e o povo brasileiro, julgando-se donos da língua portuguesa, realçando o glorioso Portugal que os brasileiros deviam respeitar, esquecendo-se propositadamente ou desconhecendo a parte da história que revela que nós matámos brasileiros para que os forçassemos a falar a "nossa" língua. É deses portugueses que me envergonho.
Tomem lá esta preciosidade. Hitler comenta o caso. Riam-se mas é disto e semeiem a paz entre os povos!
O período de reflexão exige sobriedade. Enfrasquem-se de consciência e votem amanhã, evitem é repetir os mesmos filmes. Estamos cansados das mesmas personagens incoerentes, não?
Começo por lamentar ter-me esquecido de incluir na votação o MEP (Movimento Esperança Portugal), que suponho representado pelos votantes que se incluem na opção "Votei noutro partido". Foi, de facto, o partido que mais votos obteve, entre os partidos sem assento parlamentar.
Apesar das peripécias que aqui mencionei a propósito da falta de informação, esta foi uma campanha engraçada, que aliás está a desencadear as mais engraçadas reacções por parte dos dois partidos que têm trocado tronos. Espanta-me que tenham recebido com surpresa o crescimento do BE. O que mais me surpreende é que ele não tenha crescido mais.