Satya teve a gentileza de nos brindar com uma reflexão sobre o pouco valor que se dá às pessoas que realmente nos tratam bem. Segundo ela, tendemos a gostar da "canção do bandido" e por isso cometemos os mesmos "erros concomitantes".
O desafio da enquete é saber se concordam com a perspectiva ou não, e se a ser verdade, qual o motivo ou motivos (escolha múltipla) que nos induzem a cometer esses "erros concomitantes". Todo o texto que se segue é da responsabilidade de Satya.
Erros concomitantes
A nossa vida é, toda ela, talhada por decisões que vamos tomando, aquando das circunstâncias que se criam em “de-redor”. Das mais pequenas tomadas de posição, às maiores, vamos desenhando os percursos, assim como os meios que escolhemos para os percorrer. Optamos em prol daquilo em que acreditamos, gostamos, desejamos. Vivemos, na consequência dessas escolhas, por vezes boas, outras vezes más. No entanto, no meio do turbilhão de premissas nas quais se constrói a nossa história, existem outras que dizemos não poder escolher, como se se espraiassem por nós de um modo incontornável e tivéssemos, simplesmente, que aprender a lidar com elas. Falo, claro, dos sentimentos e dos afectos. Desde pequena, quer nas conversas de café, com a mais variada das companhias, quer em momentos de estudo, também de varias correntes, sempre ouvi dizer que “não podemos escolher de quem gostamos” e que, nesse seguimento, a felicidade e/ou sofrimento associado é, de certo modo, incontrolável por nós. E será?
A ciência, feita também de paradoxos, tem tentado explicar que existem circunstâncias genéticas, orgânicas, físicas portanto, que nos fazem sentir atraídos por este ou aquele tipo de pessoa, mulher ou homem. Haverá meninas que, vocês, acharão fabulosas, ao mesmo tempo que a vossa melhor amiga considerará tão atraente como o Paulo Portas num dia bom. Ora, se assim é por uma condição física, podemos ter em conta também às questões de personalidade e carácter que seriam determinadas, conjuntamente, pelas nossas vivências e, possivelmente, pelas tais escolhas anteriores, que fazem com que nos liguemos a cada indivíduo. Nesse seguimento, porquê esta tendência para o complicado? O complexado? Porque nos ligamos, invariavelmente, às mesmas pessoas que não cuidam do que nos vem dentro, em detrimento daquelas que o fazem? Por que, concomitantemente, caímos nós na canção do bandido/a? Continuando na ideia do que se transmite “de boca-a-boca”, é costume ouvir-se que aprendemos com os erros e que, de cada queda retiramos, além dos joelhos esfolados, uma aprendizagem que nos permite não cair novamente. Contudo, outra vez, se assim é, porque cometemos nós os mesmos erros? Pela mesma, ou por outra pessoa, não interessa muito. Como se não bastasse aquilo pelo qual nos martirizamos tanto tempo, ainda vamos em busca de uma segunda, terceira, quarta dose (e por ai adiante), quando parecemos estar, de novo, equilibrados. A questão que vos levanto, assim como a mim mesma é: Porquê? Será uma necessidade de conquista, de desafio, de pôr à prova os nossos limites e capacidades? Será um receio de nos comprometermos com alguém a um tal nível ao qual não teríamos “desculpa” para sair? Será isso? Um medo de pertença, de compromisso? Ou, em última instância, um medo do Amor? Não creio. No fim de contas, é isso que buscamos, muitas vezes, nas tais pessoas que não parecem estar disponíveis para tal. Desejamos que Aquela pessoa esteja lá para os nossos pequenos pormenores, para os bons e os maus momentos. E, invariavelmente, ela não está...sendo que, mesmo assim, continua a tirar-nos o fôlego como nenhuma outra que, possivelmente, até estaria disponível para esses momentos interiores. Que realidade masoquista é esta? Seremos todos patológicos? Ou seremos, somente, naturalmente loucos, como se diz dos poetas e de todos aqueles que se atrevem a amar?
Satya
O desafio da enquete é saber se concordam com a perspectiva ou não, e se a ser verdade, qual o motivo ou motivos (escolha múltipla) que nos induzem a cometer esses "erros concomitantes". Todo o texto que se segue é da responsabilidade de Satya.
Erros concomitantes
A nossa vida é, toda ela, talhada por decisões que vamos tomando, aquando das circunstâncias que se criam em “de-redor”. Das mais pequenas tomadas de posição, às maiores, vamos desenhando os percursos, assim como os meios que escolhemos para os percorrer. Optamos em prol daquilo em que acreditamos, gostamos, desejamos. Vivemos, na consequência dessas escolhas, por vezes boas, outras vezes más. No entanto, no meio do turbilhão de premissas nas quais se constrói a nossa história, existem outras que dizemos não poder escolher, como se se espraiassem por nós de um modo incontornável e tivéssemos, simplesmente, que aprender a lidar com elas. Falo, claro, dos sentimentos e dos afectos. Desde pequena, quer nas conversas de café, com a mais variada das companhias, quer em momentos de estudo, também de varias correntes, sempre ouvi dizer que “não podemos escolher de quem gostamos” e que, nesse seguimento, a felicidade e/ou sofrimento associado é, de certo modo, incontrolável por nós. E será?
A ciência, feita também de paradoxos, tem tentado explicar que existem circunstâncias genéticas, orgânicas, físicas portanto, que nos fazem sentir atraídos por este ou aquele tipo de pessoa, mulher ou homem. Haverá meninas que, vocês, acharão fabulosas, ao mesmo tempo que a vossa melhor amiga considerará tão atraente como o Paulo Portas num dia bom. Ora, se assim é por uma condição física, podemos ter em conta também às questões de personalidade e carácter que seriam determinadas, conjuntamente, pelas nossas vivências e, possivelmente, pelas tais escolhas anteriores, que fazem com que nos liguemos a cada indivíduo. Nesse seguimento, porquê esta tendência para o complicado? O complexado? Porque nos ligamos, invariavelmente, às mesmas pessoas que não cuidam do que nos vem dentro, em detrimento daquelas que o fazem? Por que, concomitantemente, caímos nós na canção do bandido/a? Continuando na ideia do que se transmite “de boca-a-boca”, é costume ouvir-se que aprendemos com os erros e que, de cada queda retiramos, além dos joelhos esfolados, uma aprendizagem que nos permite não cair novamente. Contudo, outra vez, se assim é, porque cometemos nós os mesmos erros? Pela mesma, ou por outra pessoa, não interessa muito. Como se não bastasse aquilo pelo qual nos martirizamos tanto tempo, ainda vamos em busca de uma segunda, terceira, quarta dose (e por ai adiante), quando parecemos estar, de novo, equilibrados. A questão que vos levanto, assim como a mim mesma é: Porquê? Será uma necessidade de conquista, de desafio, de pôr à prova os nossos limites e capacidades? Será um receio de nos comprometermos com alguém a um tal nível ao qual não teríamos “desculpa” para sair? Será isso? Um medo de pertença, de compromisso? Ou, em última instância, um medo do Amor? Não creio. No fim de contas, é isso que buscamos, muitas vezes, nas tais pessoas que não parecem estar disponíveis para tal. Desejamos que Aquela pessoa esteja lá para os nossos pequenos pormenores, para os bons e os maus momentos. E, invariavelmente, ela não está...sendo que, mesmo assim, continua a tirar-nos o fôlego como nenhuma outra que, possivelmente, até estaria disponível para esses momentos interiores. Que realidade masoquista é esta? Seremos todos patológicos? Ou seremos, somente, naturalmente loucos, como se diz dos poetas e de todos aqueles que se atrevem a amar?
Satya