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segunda-feira, 15 de junho de 2009

Vicky e Cassandra - uma história de violência

Com a devida autorização de glorybogz e nana, gostaria de publicar um texto de sua autoria, baseado em factos verídicos. Todo o excerto que aqui transcrevo é de sua responsabilidade. Para facilitar a leitura dos 6 capítulos indíco, logo abaixo, os respectivos links.
Gostaria de sugerir outros testemunhos de quem, de forma anónima, quiser contribuir com textos sobre este mesmo tema para sembikini@gmail.com .



Personagens:

Vitima: Vicky – Loira, cabelo curto, magra, baixa, gira, olhos castanhos.
Antes: Alegre, animada, forte, sensível, apaixonada pela vida
Depois: Depressiva, emotiva, sem força de vontade, desmotivada.

Agressora: Cassandra – Morena, cabelo comprido encaracolado, olhos verdes, estatura média, magra, sedutora.
Antes: Simpática (para quem quer), manipuladora, decidida, control freak, aparentemente forte mas no fundo, fraca.
Durante: mais controladora, mais agressiva, aparentemente mais confiante, moody.

Amiga: Ângela – Amiga da Vicky


Vicky sempre gostou de navegar na Internet, assim como Cassandra.
Uma noite em que a chuva se fazia ouvir, Vicky decidiu ficar em casa com a sua amiga Ângela em vez de irem ao cinema. Acabaram por andar a ver perfis de raparigas num desses sites do conhecimento comum.
– Olha esta! – diz Vicky, - Parece-me interessante! O nosso perfil coincide em algumas coisas e ainda por cima é gira!! Vou mandar-lhe uma mensagem.
No dia seguinte, Cassandra responde-lhe à mensagem e, após trocarem umas quantas marcaram um encontro para essa mesma noite.
Vicky e Cassandra encontraram-se pela primeira vez no Purex. Após trocarem algumas palavras, Vicky tem a sensação de que Cassandra vai ser uma pessoa importante na vida dela. Depressa se sentem dominadas por uma atracção inexplicável. Pouco tempo depois, conduzidas pelo desejo, Cassandra tem confiança suficiente para tomar a iniciativa de beijar Vicky. O desenrolar da noite faz a atracção que ambas sentiram desabrochar para uma paixão intensa e ardente. Começaram a sair mais vezes, de um modo mais intenso e, o que no inicio parecia ser só paixão, foi evoluindo, tornando-se em algo mais profundo.
Em poucas semanas de convivência intensiva, começaram a pensar num futuro juntas, não imaginado os seus dias uma sem a outra. Tudo estava perfeito – alegres, sorridentes, as suas gargalhadas eram constantes – enfim, ambas estavam felizes. Ambas tinham defeitos mas eram dificeis de apontar.
O primeiro conflito, a primeira forte discordância de opiniões, surgiu passados dois meses, mas não foi caso de alarme… afinal de contas os casais discutem e é “normal”.
Os amigos de Vicky começam a notar uma certa ausência e decidem convidá-la para uma saída. Vicky e Cassandra tinham-se perdido no mundo uma da outra e isso levou-as a um certo isolamento dos amigos habituais, mas ambas achavam que era normal e preferiam sempre estar as duas juntas. Além disso, Cassandra estava sempre a dizer que está sempre presente e disponível para Vicky, e sendo que ela é a prioridade número 1 da sua vida esperava obter uma certa reciprocidade nesse aspecto.
Vicky pondera a hipótese de sair com os amigos mas, talvez por se sentir inconscientemente pressionada pelas palavras fortes de Cassandra, optou por pensar numa desculpa e rejeitar o convite.

Capítulo II, Capítulo III, Capítulo IV, Capítulo V, Capítulo VI


terça-feira, 2 de junho de 2009

A lucidez de Saramago

Encontrei na edição impressa do Informação uma breve entrevista ao escritor José Saramago sobre a sua associação ao Movimento pela Igualdade (cuja apresentação pública decorreu no passado Domingo, no cinema S. Jorge).
Gosto da sua lucidez.

Por que razão decidiu dar a cara por este movimento?

Dar a cara por um movimento de igualdade, seja ele qual for, é uma obrigação moral. Porque se trata exactamente disso: de igualdade. Achei que o manifesto estava muito bem estruturado. Por que não apoiar?

Acredita que este pode ser um passo decisivo?

Acho que sim. Temos de ver como é que a sociedade portuguesa vai reagir. O que não significa que esse movimento não se possa desenvolver, esperar e conseguir realizar as suas reivindicações. O importante é garantir direitos, é isso que está em questão.

Ajudava ter um político assumidamente homossexual?

Acho que não. Entrariamos num sistema de relações quase de casta em que os homossexuais protegem os homossexuais. Seria muito grave se as coisas fossem mais fáceis para os homossexuais por haver políticos com essa orientação.


Deixo aqui um presentinho para @s fãs de Saramago, porque em vésperas de eleições sabia bem que se reflectisse um pouco mais sobre democracia. ;-)



Condessa X

terça-feira, 14 de abril de 2009

L word: final/dispersão

glorybogz teve a gentileza de brindar o sembikini com uma reflexão sobre o final de L Word. Todo o post que se segue é da sua inteira responsabilidade.

L Word, uma série americana do conhecimento de muitos, decidiu terminar na sua sexta temporada mas, será que terminou mesmo?
Podemos começar por rever a série que se baseia num grupo de amigas, maioritariamente lésbicas, que vivem em Los Angeles na Califórnia.
Ao longo de cinco anos partilharam com o público os seus problemas, as suas alegrias e conquistas e assim abriram-nos as suas ‘vidas’.
Ao longo das seis seasons podemos ver as personagens a crescer, a modificarem-se, a amadurecer ou simplesmente a perderem-se.
Na minha opinião, a série desempenhou um papel importante pois deu a conhecer um pouco mais do estilo/modo de vida e problemas que os homossexuais têm embora, muitas vezes, de um modo exagerado.
Apesar da série ter um papel importante na ‘divulgação’ da comunidade gay, nem sempre a favorece, nem sempre toca nos pontos reais… Posso começar com o exemplo de todas as amigas serem duma classe alta, terem empregos bem posicionados, terem acesso a todas as festas… Obviamente isto pode acontecer mas, no geral não caracteriza a maioria da comunidade gay que se preza pela normalidade das pessoas que dessa mesma comunidade fazem parte...a série podia oferecer maior realismo nesse campo ou pelo menos tentar realçar a maioria.
L Word tocou em pontos interessantes tais como o chamado ‘sair do armário’, o assumir-se aos pais, a luta entre a bissexualidade e a homossexualidade, a procura do amor, o medo do compromisso, as traições, as tentativas de adopção, a discriminação…etc.
Considero que a série foi crescendo e o público foi assistindo a esse amadurecimento, a esse crescimento, com um pequeno orgulho por representar as ‘nossas’ vidas… Mas, até que ponto é que a série continua a ser o orgulho da sua criadora, Ilene Chaiken, e passa a ser apenas algo com o qual a mesma senhora tira o seu rendimento?
Obviamente que quase todas as séries passam por altos e baixos mas, nunca devem terminar em baixo e, na minha opinião, o L Word acabou da pior forma possível… Devo dizer que, quando assisti ao último episódio, só reparei que já tinha acabado quando o Windows Media Player parou pois, ao longo de todo o episódio, a história tinha continuidade em vez de lhe tentarem pôr um ponto final… ir encerrando assuntos. O mistério de toda a season seis fica por resolver empatando depois o seu público com publicações semanais na Internet dos interrogatórios feitos pela polícia… Com que objectivo se a série já terminou? Sinceramente a última season parece que foi mais algo feito para ‘tapar algum buraco’…algo feito sem história e sem o tão falado carinho pela série.
À medida que as seasons aumentam de número, a exigência do público normalmente aumenta também e falando por mim, não retirei quase nada de interessante desta última season e muito menos do último episódio. Será que valeu a pena fazerem uma season seis se nada de conclusivo se retirou?



Numa entrevista, Ilene justifica-se perante os assuntos por resolver neste final…inacabado.

Southern Voice

Blade: Why did you leave so many unresolved plotlines - Jenny's death, the situation with Max's baby, Helena and Dylan's relationship?

IC: Those are not unresolved plotlines. I was not interested in wrapping up the show neatly and tidily. I wanted to end with a sense that life goes on. It would have been much more false to have resolved everything, to conveniently have Max have his baby before the series ended. This is just a day in the life, and life goes on. Who knows if we'll revisit [these characters] in fiction or reinvent them on TV or in a movie, hopefully we will. I simply thought that the appropriate thing to do was to tell a story that had some satisfying conclusions and said many of the things we wanted to say, but not [where the stories were ended].

Para ler a entrevista na íntegra é aqui.

glorybogz

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Leswork, o network lésbico com chat, fórum e speed dating

A ideia não é original. Baseia-se no Leskut - Parada Lésbica, uma rede social brasileira criada em Outubro passado e que já conta com mais de 8000 inscritas.
O Sembikini Leswork será uma expansão deste blog para uma rede social que pretende colocar em contacto raparigas lésbicas e bissexuais portuguesas. À semelhança de network websites como o Orkut (muito popular entre as nossas amigas brasileiras), Facebook ou hi5, as registadas farão os seus perfís compondo-os com informações pessoais, fotos, música, vídeos, blogues e textos avulsos.

À semelhança do Parada Lésbica, o sembikini leswork dispõe de chat em tempo real e de fórum. Novidade é a aplicação Speed Dating, que permitirá também a interacção em tempo real.

Alguns blogues e visitantes amigas do sembikini já começaram a receber e-mails/convite para se registar. O convite é, obviamente, extensível a todas as visitantes.
O espaço já está funcional mas a estreia oficial será na quarta-feira, dia 11 às 22h, hora em que decorrerá o 1º lesbian speed dating online.
Se vos parecer bem, façam chegar a informação junto de outras raparigas.

x-pressiongirl

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Como continuares a ser vítima sem que ninguem dê por nada

Se acreditas num grande amor que te salvará de todas as desgraças, não te tornes numa desgraçadinha. Tudo o que doravante escrever neste post é violência e onde houver verdadeiro amor não há espaço para qualquer uma destas alíneas.

A abnegação é o primeiro passo para te anulares a ti mesma, eis os seguintes:


1. - Isola-te do mundo e passa a privar apenas com a tua cara-metade;
2. - Deixa de sair com os teus amigos, sobretudo se a tua namorada não gostar muito deles;
3. - Apaga o teu hi5, gaydargirls, orkut e, se possível, muda de número de telefone;
4. - Vai viver com a tua namorada, sobretudo se ela te fizer ver que assim poderão passar mais tempo juntas;
5. - Não te importes de chegar atrasada ao teu emprego desde que a noite anterior com a tua namorada tenha sido animada. Já sabes que na ausência de boas desculpas para o patrão aquele decote resolve alguns argumentos em falta;
6. - Deixa que seja a tua namorada a decidir tudo por ti. Ela parece uma pessoa mais experiente e saberá o que é melhor para vocês duas;
7. - Se ela alguma vez parecer rude contigo é impressão tua. Tu é que és demasiado obcecada com gentilezas e devias respeitar mais o feitio das outras pessoas;
8. - Aprende a ser obediente e nada de mal te acontecerá;
9. - Se te parecer que ela te controla demais, isso também deve ser impressão tua. O mais provável é ela estar, simplesmente, preocupada com o teu bem.
10. - Se ela te proibir de fazer alguma coisa, não o encares como uma restrição, apenas como um bom conselho que deverás seguir tão cegamente como o vosso amor;
11. - Nunca contes nada sobre o teu relacionamento a quem quer que seja porque ninguém tem nada com isso. Se a pessoa for insistente limita-te a responder sempre "Está tudo bem", porque tu sabes que está sempre tudo bem;
12. - Mesmo que não estejas disposta a fazer algo que ela deseje muito, deverás sacrificar-te pois o amor é feito de sacrifícios;
13. - Sabes que se a largares nunca mais vais encontrar alguém que te ame tanto como ela;
14. - No outro dia sonhaste com aquela rapariga que frequenta o mesmo ginásio que tu. Sabes que isso é inadmissível e até pode ser considerado traição. Nunca mais sejas simpática para essa rapariga que isso põe em causa o teu relacionamento actual;
15. - Se alguma vez ela te bater foi porque mereceste. Além disso, acredita nela se te disser naquele tom meigo "Não voltará a acontecer, querida". @-}-}--

x-pressiongirl

P.S. - Dedico este post a todas as raparigas que apesar de merecerem umas palmadinhas valentes sairam, por cortesia minha, impecavelmente ilesas. ;-)

P.S. 2 - Se estão recordad@s, as imagens provêm do talento de Tattts e de Pretty cool huh, respectivamente. Aproveito para informar que ambos se encontram com bons projectos em mãos, sendo que as suas amáveis contribuições para o sembikini estão pendentes. Por este motivo o sembikini encontra-se sem desenhistas e se quiserem aventurar-se com desenhos das 12 lésbicas poderão enviar a vossa visão das nossas 12 amigas para sembikini@gmail.com . Clicando em cada um deles poderão apreciar alguns dos seus novos trabalhos. Aos dois desejo todo o sucesso que merecem. \_/*\_/ Cheers darlings ;-)

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

The (amazing) Kami Kase!

Rosa-que-fuma voltou a presentear o sembikini com palavras e desenhos. Todo o texto que se segue é da sua responsabilidade.

Li na CUM OUT uma coisa muito estranha: que as camionas julgam que têm que ser gajos para engatarem mulheres, que não se "arranjam" (montam, produzem) e que têm medo, sim, medo! de mostrar as formas femininas. E ainda dizem uma coisa mais gira sem se darem conta do paradoxo: que agora o que está a dar é ser capitalizável (cortar o cabelo no wip, se não me engano, a casa da fenomenal histeria ibérica, mas não é isso que está em questão), parecer um duh! homem....metrosexual. Não sei como é que arranjam isso de mostrar as formas femininas. Deve ser porque os homens metrosexuais também mostram formas femininas (as if...).



Vamo-lá-ver-se-nos-entedemus. O genero é performance. O sujeito constitui-se em acto. Não se nasce homem-mulher, mas fala-se e é-se falado nessa posição. As formas feminas só aparecem de duas maneiras: quando nuas, ou quando demonstradas artificialmente, como todas sabemos ao procurar a licra e elastano, ao depilar, maquilhar, ao fazer tudo o que não é cobrir o corpo para evitar o frio! (só há uma instância onde discuto feminilidade, e é na maternidade)



Por isso, desta vez, a minha solidariedade está com as camionas (e com a rainha malvada, que pelo menos lhes reconhece um potencial de gozo).

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Os grandes amores têm de ser sofridos? - Nova enquete

A lenda de Tristão e Isolda, a obra Romeu e Julieta, a história de Pedro e Inês. O que têm elas em comum?
Não querendo misturá-las num mesmo saco, sinto-me tentada a relacioná-las na forma como abordam o amor romântico, normalmente acompanhado de platonismo, drama e tragédia. No seu amado ensaio "O amor e o Ocidente", Denis de Rougemont parte da lenda de Tristão e Isolda, para reflectir sobre a forma como o Ocidente tende a lidar com aquilo a que chama de amor.
Olhando para os três exemplos ocorre-me que tanto Isolda como Julieta já estavam comprometidas e que Pedro era casado; todos eles parecem sentir-se mutuamente atraídos após o primeiro contacto visual (o chamado "amor à primeira vista"); todos eles mantêm a sua relação envolvida em secretismo e o amor acaba por levá-los à morte (a expressão "morrer de amores por X" vem destas histórias).
Penso que todas elas poderiam ser manifestos pelo livre arbítrio do amor, contra o destino traçado pelos pais. Somos condescendentes com a traição resultante da proximidade destes casais porque @s respectiv@s noivos são sempre retratados como incapazes de amar. As novelas fazem o mesmo. Um elemento bom casado com um elemento mau apaixona-se por outro elemento bom, transformam o mau em cornudo e surge um grande amor só porque ele é proíbido. A fórmula ainda hoje vende.
Ou seja, somos condescendentes com uma "traição" desde que ela seja justificada com um grande amor que não se pode evitar. E esse amor parecerá tão maior quantos mais forem os obstáculos que os amados terão de atravessar. Depois do sofrimento virá a recompensa.
Romeu e Julieta batem recordes de rapidez porque declaram o seu amor instantaneamente e casam-se secretamente logo no dia seguinte. Eram ambos nobres, descendentes de famílias rivais. Bonito serviço!
D. Pedro foi o único que não se suicidou (mas vejamos, destes três pares apresentados este era o único não-ficcional). D Pedro apaixona-se por D. Inês, aia de sua esposa. Não é lá muito correcto, mas desde que os amores sejam grandes amores, nós autorizamos, não é?
Não se sabe como teria sido se os intervenientes não tivessem morrido tão prematuramente. Possivelmente Julieta iria compreender que Romeu não passava de um rufia armado em engatatão, Isolda possivelmente teria compreendido que Tristão nunca iria ajudá-la na lida da casa e jamais lhe seria fiel (até se casou com outra Isolda, não é chocante?) e Inês talvez fizesse melhor par com a rainha do que com D. Pedro.
A ditadura do "grande amor" pede-nos para regar a relação com drama, mais dor do que prazer (porque o prazer é conotado com pecado). O amor é doloroso e o sexo é prazeiroso?
As "mais belas" histórias de amor estão impregnadas de infelicidades, traições, crimes e tragédias. Já era hora de limparmos isto um bocadinho, não?
Por que é que os livros não nos contam mais histórias de amor bem resolvidas? A história não vende bem, não é?
Podemos ser romântic@s e sóbri@s ao mesmo tempo? O que é que torna uma paixão num grande amor? O sofrimento é um processo que conduz ao amor? Os "grandes amores" são sofridos?


x-pressiongirl

P.S. - A enquete resultante desta reflexão é da inteira responsabilidade de Satya. :-)

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Nova enquete: Apaixonamo-nos pelas pessoas erradas?

Satya teve a gentileza de nos brindar com uma reflexão sobre o pouco valor que se dá às pessoas que realmente nos tratam bem. Segundo ela, tendemos a gostar da "canção do bandido" e por isso cometemos os mesmos "erros concomitantes".
O desafio da enquete é saber se concordam com a perspectiva ou não, e se a ser verdade, qual o motivo ou motivos (escolha múltipla) que nos induzem a cometer esses "erros concomitantes". Todo o texto que se segue é da responsabilidade de Satya.

Erros concomitantes

A nossa vida é, toda ela, talhada por decisões que vamos tomando, aquando das circunstâncias que se criam em “de-redor”. Das mais pequenas tomadas de posição, às maiores, vamos desenhando os percursos, assim como os meios que escolhemos para os percorrer. Optamos em prol daquilo em que acreditamos, gostamos, desejamos. Vivemos, na consequência dessas escolhas, por vezes boas, outras vezes más. No entanto, no meio do turbilhão de premissas nas quais se constrói a nossa história, existem outras que dizemos não poder escolher, como se se espraiassem por nós de um modo incontornável e tivéssemos, simplesmente, que aprender a lidar com elas. Falo, claro, dos sentimentos e dos afectos. Desde pequena, quer nas conversas de café, com a mais variada das companhias, quer em momentos de estudo, também de varias correntes, sempre ouvi dizer que “não podemos escolher de quem gostamos” e que, nesse seguimento, a felicidade e/ou sofrimento associado é, de certo modo, incontrolável por nós. E será?

A ciência, feita também de paradoxos, tem tentado explicar que existem circunstâncias genéticas, orgânicas, físicas portanto, que nos fazem sentir atraídos por este ou aquele tipo de pessoa, mulher ou homem. Haverá meninas que, vocês, acharão fabulosas, ao mesmo tempo que a vossa melhor amiga considerará tão atraente como o Paulo Portas num dia bom. Ora, se assim é por uma condição física, podemos ter em conta também às questões de personalidade e carácter que seriam determinadas, conjuntamente, pelas nossas vivências e, possivelmente, pelas tais escolhas anteriores, que fazem com que nos liguemos a cada indivíduo. Nesse seguimento, porquê esta tendência para o complicado? O complexado? Porque nos ligamos, invariavelmente, às mesmas pessoas que não cuidam do que nos vem dentro, em detrimento daquelas que o fazem? Por que, concomitantemente, caímos nós na canção do bandido/a? Continuando na ideia do que se transmite “de boca-a-boca”, é costume ouvir-se que aprendemos com os erros e que, de cada queda retiramos, além dos joelhos esfolados, uma aprendizagem que nos permite não cair novamente. Contudo, outra vez, se assim é, porque cometemos nós os mesmos erros? Pela mesma, ou por outra pessoa, não interessa muito. Como se não bastasse aquilo pelo qual nos martirizamos tanto tempo, ainda vamos em busca de uma segunda, terceira, quarta dose (e por ai adiante), quando parecemos estar, de novo, equilibrados. A questão que vos levanto, assim como a mim mesma é: Porquê? Será uma necessidade de conquista, de desafio, de pôr à prova os nossos limites e capacidades? Será um receio de nos comprometermos com alguém a um tal nível ao qual não teríamos “desculpa” para sair? Será isso? Um medo de pertença, de compromisso? Ou, em última instância, um medo do Amor? Não creio. No fim de contas, é isso que buscamos, muitas vezes, nas tais pessoas que não parecem estar disponíveis para tal. Desejamos que Aquela pessoa esteja lá para os nossos pequenos pormenores, para os bons e os maus momentos. E, invariavelmente, ela não está...sendo que, mesmo assim, continua a tirar-nos o fôlego como nenhuma outra que, possivelmente, até estaria disponível para esses momentos interiores. Que realidade masoquista é esta? Seremos todos patológicos? Ou seremos, somente, naturalmente loucos, como se diz dos poetas e de todos aqueles que se atrevem a amar?

Satya

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

12 lésbicas - o blind date

As 12 lésbicas fizeram um perfil no gaydargirls e parece que amanhã vão conhecer uma amiguinha nova. Elas disseram-me: “Fiz um perfil no gaydargirls. Tenho trocado mensagens com algumas raparigas e amanhã vou ter um blind date".
Então eu coloquei-lhes três questões: "1. Como parece ser ela? 2. Onde vai ser o encontro? 3. Apenas uma soft drink, sexo, ou relacionamento?"

E elas responderam:


Vítima – Parece ser uma rapariga frágil e muito doce, escreve muitas palavras carinhosas e tem um ar fofinho. Combinámos à porta dos Armazéns do Chiado. Se tudo correr bem, talvez possamos apostar numa relação.


Machona – Acho que ela precisa de alguém que a proteja do mundo. Pelas fotos parece tímida e insegura, mas tem um corpinho bem bom. Eu sugeri ir buscá-la a casa, mas ela disse que preferia que nos encontrássemos num centro comercial. O ideal seria uma relação, mas se não der, ao menos que me valha uma noite de sexo.


Tímida – Parece muito simpática e afável. Falámos imenso sobre cinema e descobrimos que temos gostos em comum. O encontro vai ser num barzinho pacato que fica a meio caminho de nossas casas, somos praticamente vizinhas. Acho que vai ser só mesmo uma bebidinha porque eu só procuro amizade. Mas vou provocá-la e esperar que seja ela a tomar a iniciativa.


Sonsa – Penso que ela é bem-disposta e espontânea. Pelas fotos parece engraçadinha. Já lhe dava uns beijinhos, mas palpita-me que vai ser mais uma que vai andar a massacrar-me com mensagens. Vamos encontrar-nos num bar de jazz que ambas conhecemos. Não sei muito bem ainda, talvez possamos curtir, mas não quero parecer muito interessada, pelo sim, pelo não vou usar aquelas cuecas novas de fio dental com aquelas meias de ligas super sexy.


Brincalhona – Vejo-a como uma pessoa um pouco deprimida e que precisa de alguém para a animar e ajudá-la a passar esta fase difícil que é o fim de um relacionamento longo. Achei-a divertida por causa das montagens e dos desenhos que tinha nas imagens do perfil. Sugeri que ela me procurasse em cima de uma das árvores da Avenida da Liberdade, mas ela achou que era melhor ideia tomarmos café numa esplanada. Ah, sexo não seria nada mal pensado.


Simpática – Achei-a um bocado depressiva, mas como gostamos do mesmo tipo de música resolvi dar o benefício da dúvida. Além disso é gira à brava. Como quis ser simpática deixei ao critério dela a escolha do sítio e ela disse que podia ser na Fnac, acham normal? Apetece-me só sexo, mas se lho disser directamente acho que ela vai afastar-se por isso vou fingir que quero investir numa relação.


Desportista – Fiquei com a sensação que ela é o tipo de rapariga que também gosta de desportistas. Quando me disse que andava de patins, fazia bodyboard e não frequentava ginásios fiquei aterrorizada com a perspectiva de ela vir a descobrir que eu passo metade da minha vida enfiada no ginásio. Não lhe vou contar isso, obviamente. Sugeri que nos encontrássemos na Sport Zone, a pretexto de comprar uma nova prancha de surf. Vou impressioná-la porque vou levar a mais cara que houver. O ideal para mim neste momento seria só uns beijinhos porque estou com o período.


Intelectual – Ela parece-me uma pessoa muito interessante. Também gosta muito de literatura, mostrei-lhe o meu blog e estive a ver também o dela. Não escreve tão bem como eu, mas ainda assim parece ser muito inteligente e culta. Vamos encontrar-nos na Gulbenkian para tomarmos um café e depois vermos a nova exposição. O ideal será uma boa conversa, quem sabe mais adiante possamos ter uma relação.


Obsessiva – Ah, ela é fixe. Trocámos logo o msn e os telefones e temos falado todos os dias, é quase como se já fôssemos namoradas. Estou ansiosa pelo nosso encontro. Fiquei de ir buscá-la a casa, assim aproveito logo para saber onde mora. Quero uma relação porque estou farta de estar sozinha. Ao menos quando estamos numa relação temos sexo garantido.


Artística – Ela gostou muito das minhas fotos artísticas e dos meus poemas. Elogia muito a minha capacidade artística e isso agrada-me bastante. Combinámos encontrar-nos no Chapitô porque eu moro perto do Castelo e ainda queria mostrar-lhe uns desenhos que fiz e que tenho cá em casa. Logicamente, o ideal seria uma relação, mas se não der, o sexo é bem vindo com certeza.

Púdica – Acham que eu tenho perfil no gaydar? Pronto, ok eu admito que fiz um perfil, mas foi só há coisa de duas semanas e foi só por brincadeira para ver como era. Nem sequer tenho fotos. Não é que me considere feia ou desinteressante fisicamente mas não gosto de me expor e não quero que as pessoas saibam que eu fiz um perfil num site de engates porque eu gosto de conhecer as pessoas normalmente. Como ela também não tinha fotos no perfil achei que também teria interesse em manter-se no anonimato e marcámos um encontro numa esplanada, na Baixa. Eu mato a cabra se ela divulgar a minha identidade. O ideal para mim é só uma bebidinha mesmo. Não sou de me envolver com desconhecidos. E sim, é verdade vou levar a minha lingerie nova, mas é só para me sentir confortável porque como já disse não me envolvo com desconhecidos.


Diva - Eu não vou ter nenhum blind date amanhã. Eu vou encontrar-me com ela daqui a meia hora porque eu não deixo para amanhã o que me apetece fazer hoje. Pareceu-me uma pessoa confiante, bem disposta e com um humor aguçado. A avaliar pelas fotos tem um ar sensual, espero que as fotos sejam mesmo dela. Vamos encontrar-nos num bar marroquino onde fazem dança do ventre e se tudo correr bem, depois disso, iremos directas para minha casa. Não planeio nenhum relacionamento sem primeiro saber como funciona a pessoa na cama e até mesmo fora dela. O ideal neste momento será, sem dúvida, uma tórrida noite de sexo. Depois disso o que vier é lucro, mais sexo, amizade, relação… whatever.


x-pressiongirl

P.S. - A continuação da história já está escrita. Alguém tem um palpite sobre quem vai encontrar-se com quem? Escrevam bikinis! Alguém quer trazer desenhos alusivos ao blind date? sembikini@gmail.com
Se ainda não estiver familiarizad@ com as 12 amigas, pode visitá-las aqui na casa partida.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Fac(h)adas - por Tattts

Há conversas produtivas que resultam sempre em mais conversas produtivas. É por isso que agente nunca mais se cala e Tattts mostra que além de desenhista tem outros dotes.
Todo o texto que se segue é da sua responsabilidade.

No outro dia em conversa com a x-pressiongirl acerca dos vários tipos de lésbicas, começámos a divagar se não faltariam alguns outros estereótipos por expor, como o caso da lésbica parola que se diverte em por fotos que não são suas em sites de encontros, ou então aquelas lésbicas autenticas machonas (e não só) que aparecem com amigas do nada, que ninguém conhece e insistem em não assumir a sua homossexualidade até aos próprios amigos, pensando que enganam todos com a nova “amiguinha”, e foi neste deambular de conversa que surge outro tipo de lésbica, a lésbica heterossexual, aquela que cria um casamento de fachada, e por sugestão da x-pressiongirl, aceitei escrever um post acerca disso, até porque tenho conhecimentos de varias situações assim e vejo o transtorno que isso causa a curto e a longo prazo.
Na minha opinião, pessoas homossexuais que mantêm casamentos heterossexuais deviam ser todas levadas a uma salinha escura e serem esbofeteadas até acordarem para a realidade. Se estivéssemos a falar de há cinquenta anos atrás ou até mesmo há trinta anos, faria um esforço para tentar compreender e até mesmo tentar aceitar o porquê de uma pessoa que gosta de mulheres casar-se com um homem, pois back in the day a sociedade impunha-nos ainda muita mais pressão do que nos dias de hoje. Mesmo a vários níveis, a mulher casava no início da casa dos vinte e impensável um homem com um quarto de século não estar a trabalhar para sustentar uma casa com filhos; muito menos aceitável então era uma mulher pegar nas coisinhas e ir viver feliz com outra mulher sem perder a honra e ser rejeitada tanto pela sociedade como pela sua família, então para se evitar o sofrimento de tanta gente, havia malta que preferia sacrificar a própria felicidade… mas isto há 50 anos atrás, minha gente!!!
A pressão ainda hoje existe, mas não se pode comparar, e cada um tem que se impor por aquilo em que acredita, e pessoas homossexuais que insistem em viver dormentes para não fazer os outros desconfortáveis é do mais hipócrita, egoísta e horrível que alguém pode fazer. Valerá mesmo a pena sacrificar a nossa felicidade e a nossa sexualidade só para não magoar o papá ou a mamã que imaginaram a menina vestida de branco pronta a ser entregue a um homem que a mereça? Os pais projectam sempre nos filhos coisas que de eles se possam orgulhar; vai ser médica, ou advogada! Vai casar-se e encher-me a casa de netos! Então e se quiser ser artista? Se quiser enveredar por uma vida que não aquela que os pais ou mesmo a sociedade pensou para ela? Em nada difere o facto de se ser gay, não vai encher a casinha da avó com crianças, mas não é por isso que não possa deixar de ser uma pessoa excelente. Vale mesmo a pena
viver uma vida dupla, em que o dia-a-dia é feito de mentiras? Esse tipo de pessoas nem tem a noção no mal que estão a fazer à sua cara-metade, que sem saber vive na ilusão dum casamento normal. Mas acho que já é um ponto bem assente que, tudo o se faz mais cedo ou mais tarde vem-se a saber, e sim, a cara metade vai com certeza descobrir! E aí minhas caras podem sentir-se orgulhosas por arrasarem com outro ser humano!
Acham que isto justifica a capa que alguns ainda hoje insistem em pôr? Não tiveram a coragem para serem livres e tomar “o touro pelos cornos”, então preferem sacrificar outra pessoa para manter a fachada que os liberta dos problemas, um verdadeiro escudo humano!!! Daí eu sentir até uma certa repulsa por pessoas que preferiram enveredar por esse “way of life”. Já para não falar na vida sexual! Como é que uma mulher que quer é outras mulheres, quer a sensualidade e o toque de outra mulher, consegue ser penetrada por um homem?! Como é que uma mulher que gosta dos contornos dum corpo feminino se sujeita à rudeza dum corpo masculino?
Um exemplo que me chocou recentemente:
No outro dia em conversa com um amigo, soube que o X namorava há uma serie de anos com o Y, casado e com dois filhos (UAU), e para melhorar a coisa X até conhece a esposa do Y!!! Há coisas fantásticas não há? A esposa acredita que os dois são bons amigos, ela até gosta do X e ele frequenta a casa e conhece os putos… Digam-me como é que ela se sentirá quando descobrir que o amigo X afinal até anda a comer no mesmo sítio que ela (se é que ainda coma alguma coisa de jeito) e que até trata o seu marido por namorado há não sei quantos anos? Digam-me como é que essa mulher se vai sentir com ela própria e com a vida? Uma mentira! Viveu uma ilusão, uma farsa! Tudo em prol duma fachada para poupar gente? Tudo em prol de gente sem colhões, sem capacidade para enfrentarem o mundo para serem felizes?! Já para não falar do X, esse então devia ser morto a tiro por ser tão fraco de personalidade e com tão pouca ética para se deixar enrolar com um homem casado e pai de filhos, como se não houvesse por ai gays suficientes dispostos a abrir a pernoca. Alem do mais, nunca chega a ter uma relação decente… pois a noite não lhes pertence, a constante presença/ausência, como tantas outras coisas que fazem parte e são necessárias ao desenvolvimento saudável numa relação.
Por isso minhas caras sejam íntegras a vocês mesmas; tenham o arcaboiço para serem felizes! Não magoem deliberadamente o próximo, pois não há nada pior que males do coração e vidas de faz de conta.
Para aquel@s que quiserem ver um outro ponto de vista, também interessante, sobre este tema, fica aqui o link.

Um bem-haja,
Cheers!

domingo, 31 de agosto de 2008

Demos um Salto Alto

Com os pés bem aperaltados percorremos a Rua da Rosa até ao número 159.

(Esta imagem foi descaradamente surripiada deste blog que, por sua vez, roubou deste)

Este espaço já teve vários nomes. Foi Salto Alto, Keops, depois Liquid e agora recuperou o Salto que havia perdido.
Fomos gentilmente recebidas pelo comité de recepção, composto por quatro mocinhas que falavam animadamente à porta.
Ao entrarmos no local parece que entramos no Maria Lisboa, não só pela decoração, mas pela música e pela frequência, já que toda a gente se conhece sem se conhecer.


Aberto no dia 13 de Agosto, este é o mais novo bar de frequência maioritariamente lésbica, juntando-se ao pequeno leque de bares vocacionados para este público específico, tais como o bar Chueca, Primas e Purex. Esquecemo-nos de algum? Bikinem por favor!


KaiMiaMera & x-pressiongirl

P.S. - mosca sugeriu que se adicionasse o bar "Lábios de vinho";
ar, sugeriu que se adicionasse "memorial" e "agito"

sábado, 2 de agosto de 2008

Abrigo

Regarde de femme teve a gentileza de brindar o sembikini com uma reflexão sobre o filme Abrigo. Todo o texto que segue é da sua responsabilidade:

Caríssimas Condessa X e X-pressiongirl,

Agradeço o convite que me foi feito por vós, para escrever no “Sembikini”. É para mim, um verdadeiro privilégio!
Antes de começar quero também cumprimentar as visitantes informadas e de bom gosto do “Sembikini”. Bem-haja!
O “momento de reflexão” que escolhi desenvolver é sobre o filme “Abrigo”, que já foi sugerido aqui, pela Condessa. O objectivo não é contá-lo mas sim pensá-lo de acordo com a principal causa deste blog. A homossexualidade.

Antes de ver o filme as expectativas eram:
* Homossexualidade
* Imigração / Clandestinidade
Depois,
* Imigração / Clandestinidade
* Riqueza / Poder
* Pobreza
* Homossexualidade
Interessante, não é?
O filme vale a pena para quem gosta de causas sociais, para quem gosta de filmes algo parados. O ar que se respirava naquela sala era quase puro de tão vazia que estava. Enfim… como diria a nossa estimada Condessa, “ isto são conversas para outros «bikinis» ”.
Antes de mais, tenho de confessar uma coisa. Em primeiro lugar, fui ver o filme por causa da Maria de Medeiros (não ia perder a oportunidade de ouvi-la falar italiano! Que charme!) e em segundo por causa da Homossexualidade. Qual não foi o meu espanto, quando sai da sala de cinema a “discutir” problemas como Imigração / Clandestinidade; Poder; Globalização; Riqueza; Pobreza; Hipocrisia e… da Maria de Medeiros a falar italiano (a quem eu dou nota 20!).
A Homossexualidade ficou em segundo plano na discussão e isso, sinceramente, agradou-me. Passo a explicar. No filme, lembro-me de dois pontos altos alusivos directamente ao tema: 1) A dificuldade em dizer com todas as palavras: Sou Gay! (Continua a ser um problema real dos homossexuais!); 2) A Aceitação dos pais. Neste caso, a mãe. (O resto da família… “Hoje em dia é «moda» ter um gay na família”! Ainda não percebi se esta ideia é positiva ou não!). Todos os restantes momentos estão indirectamente ligados por consequência de outros. P. Ex: Traição, diferença de classes, i.e., namorar com a patroa que, por sinal é rica e dá direito a alguns privilégios.
A forma simples, prática e natural como Marco Puccioni, conseguiu mostrar que uma relação homossexual pode ser bela, cúmplice, sexual, sensual mas também insegura, ciumenta, possessiva foi muito bem trabalhada. Foi capaz de lhe dar um estatuto igual às relações heterossexuais, no que toca a emoções, a sentimentos, independentemente do género.
Se agora conversasse com a Condessa X aposto que me perguntaria com aquele ar sarcástico: ”Então diga-me, qual é a novidade que nos quer dar?”
Ao que eu responderia:
- Sabe Condessa, enquanto continuar a ler coisas como: “ Estava com o meu filho de 6 anos no metro e à nossa frente dois rapazes conversavam. De repente começam a beijar-se. Olhei para o meu filho e pensei: e agora como lhe vou explicar isto?”, significa que gostar de alguém do mesmo sexo ainda não é tão natural quanto queríamos que fosse, significa que ainda se continua a reivindicar direitos legislativos e sociais iguais, (como é possível ter deveres quando não se tem direitos?), significa que ainda se continua a luta contraditoriamente extenuante e incansável de mudar mentalidades.
Neste sentido, filmes que valorizem, de uma forma digna, temas bem mais graves que a homossexualidade será sempre uma mais-valia!
A Imigração/Clandestinidade é, sem dúvida, uma questão muito mais complexa que exige um estudo mais detalhado e acima de tudo uma acção forte “in loco”.
O filme representa bem a linha ténue que separa o ser descriminado daquele que descrimina. E que não é a orientação sexual que dita a degradação do mundo, mas sim, nesta longa-metragem, o poder financeiro, as classes, os conflitos de interesses.





A Homossexualidade não é um problema!




Estes são problemas e sublinho problemas que realmente interessam! Vale a pena ouvir o que esta Senhora diz!

Quando tenho o prazer de tê-las a tomar um copo de champanhe comigo?

Regarde de Femme

domingo, 22 de junho de 2008

Todas para espanha!!! Inscrições até dia 25 de junho!

Decidi bikinar este apelo por se tratar de uma boa causa. Todo o texto abaixo transcrito é da responsabilidade desta menina.

A annie sprinkle entrou na minha vida a partir do livro bad girls and sick boys. A annie é a encarnação da Puta Madre, uma reichiana infliltrada na industria pornográfica invulgarmente cheia de amor Pelas pessoas.
A beatriz preciado é a autora daqui do lado que encarna tão bem o feminismo-queer.

adenda: o queer é a encruzilhada entre o activismo LGBT e o feminismo. Para mim, o feminismo é nada mais que a substituição da ordem patriarcal Na Reprodução (patriarcal vem de pater, o direito/privilégio do pai) , é uma coisa muito precisa em relação com os estados, o direito, etc. Queer está mais implicado com os modos de vida que consciente ou inconscientemente se praticam neste sentido. Como se silenciasse o feminismo como exigencia simbólica expressa e falada, mas o praticasse assim ou assim. Queer é um tanto ou quanto antropológico, muito interessado no estabelecimento de comunidades.
O queer cá em portugal não anda lá muito saudável. As pessoas têm medo de ser "esquisitas" então preferem esconder os seus desejos (virtudes publicas, vícios privados). Quando poderei ver um show de drag king aqui em lisboa?

A annie e a beatriz já fizeram este tipo de actividade há uns anos em barcelona, que eu ouvisse contar. A annie faz parte da vaga de feminismo pró-pornografia e está na origem dum movimento de pornografia de e para o desejo das mulheres. A beatriz tem a escola toda do prostetico, do dildo, do que vemos, pensamos que vemos, sabemos que vemos, á boa maneira do cinema "sério". Sigam os links, inscrevam-se á confiança, e depois investiguem na net. Vale a pena!


http://beatrizpreciado.com/blog/

La inscripción al seminario es gratuita. Lo que sí tienen que pagarse las personas que resulten seleccionadas de entre todas las solicitudes presentadas es su viaje de ida y vuelta + el alojamiento + la comida.
El plazo de presentación de solicitudes es antes del 25 de junio. Hay que rellenar la hoja de inscripción y enviar un curriculum vitae y una carta de motivación. Toda la información aparece en el programa en julio dentro de la página web de Arteleku: www.arteleku.net