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sexta-feira, 2 de abril de 2021

Festa da Mulher Aranha


Não, lamentavelmente o Cromossoma XX (soma de X-pressiongirl + Condessa X) não está a organizar nenhuma festa.
Estou apenas a querer falar de uma festa numa altura em que não havia (como agora também não há, mas por razões diferentes) festas centradas no "difícil" público-alvo detentor destes cromossomas. Eu acho que não é o público que é difícil, é a vida que lhes é dificultada, basta dar um passeio pelas apps que sobraram depois de festas como Lesboa, Lesboat, Leswork e a festa da Mulher Aranha, organizada pela UMAR e não por um visível colectivo lésbico com ou sem finaliddades comerciais. Alguém se lembra em que ano foi esta festa?

Saudações aracnídeas, 

Condessa X


segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Raparigas Combikini

Vários jornais noticiaram um artigo da Lusa que indicava que cada vez menos mulheres fazem topless.
De notar que um dos primeiros posts que escrevemos foi precisamente sobre o movimento Bara Bröst, que surgiu na sequência da expulsão de duas raparigas, por fazerem top less numa piscina sueca.
A notícia que esta semana ecoou nos mais diversos órgãos de comunicação social surgiu a propósito da polémica na Austrália, Estados Unidos da América, França entre outros, em que o topless está a ser banido em algumas praias.



Os argumentos são tão diversos como "as praticantes de topless deixam as outras pessoas pouco confortáveis" ou que "banir o topless é uma forma de não ofender ninguém independentemente das suas posições religiosas ou culturais", ou seja, evitar que orientais e muçulmanos se sintam desconfortáveis nas praias.
Penso que é um argumento totalmente descabido e que a oposição entre mulheres ocidentais e orientais é uma falsa questão. Se querem falar de respeito e liberdade comecem eles a respeitar as mulheres que querem usar os seus trajes nas faculdades francesas, por exemplo. É interessante notar que a mesma França que tem o presidente da Câmara de Paris Bertrand Delanoë (homossexual assumido) a defender o fim do top less nas praias artificiais de Paris é a mesma que tem Sarkozy a defender o fim de símbolos religiosos, sendo que as raparigas que queiram entrar na Faculdade com o véu islâmico são impedidas. Vistam os bikinis, tirem os véus!
O direito a usar ou não determinada roupa é tido como capricho ou provocação.
Lubna Hussein, jornalista e activista sudanesa, foi condenada por usar calças. Consta que se demitiu do cargo que ocupava na ONU (e que lhe dava imunidade) para se aproximar das mulheres sudanesas que não poderiam recorrer a esse privilégio, procurando, desse modo, relançar o debate a nível internacional e denunciar o que se passa no Sudão.
Li diversos comentários saloios, por parte de rapazes que confundem a liberdade de se fazer topless com a montra de um "peep show" e estou segura de que muitas raparigas não o fazem precisamente porque não se sentem à vontade com estes sujeitinhos e isto sim, é violência.

A reportagem portuguesa na íntegra, aqui.


x-pressiongirl

segunda-feira, 9 de março de 2009

Dia da Mulher

Talvez por ser Domingo, quer-me parecer que este ano não houve muitos jantares de dia da mulher que eu não sei se deva contar com o nosso porque ele foi só um mini-jantar. ;-)
E não digam que não faz sentido comemorar-se este dia.

1. Há ou não opressão de género, seja em Portugal seja noutro país?
2. Quantas mulheres assumem cargos de direcção no nosso país?
3. Alguma mulher presidente da república?
4. Quantas no parlamento? E quantas falam?
5. Para que serve a mutilação feminina senão para se retirar a hipótese da rapariga vir algum dia a sentir prazer sexual?
6. As tarefas domésticas são plenamente divididas entre os vosos pais?
7. Quantas mulheres conhecem que batam nos maridos? Quantas conhecem que sejam por eles batidas?
8. Quantas vezes ouviram piropos na rua sem se sentirem "agredidas"?

Soube recentemente que o dia 8 de Março parece não estar ligado a nenhuma greve que tivesse dado origem ao incêndio numa fábrica ou que tivesse vitimado muitas das mulheres que lá trabalhavam. Luisa Boleo explica o porquê da data.

Tive, infelizmente, conhecimento tardio do evento promovido pela UMAR (aproveito para informar que a UMAR está a promover interessantes debates ao longo deste mês, é so clicar no link) e fui com algumas poucas amigas visitar a nossa querida Geraldine que tinha bolos e chás deliciosos.

Uma pequena dedicatória a Geraldine, que tão bem soube acolher as poucas tertuliantes. @-}-}--



Para os rapazes que chegam ao sembikini, vejam o vídeo e tentem "andar nos nossos sapatos". ;-)

A sério que da próxima tentarei estar mais atenta a eventos dos quais não queira desmobilizar e sim, estão convidadas para o próximo chá das 5. ;-)

Condessa X

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Quando estou (solteira/envolvida) masturbo-me


Apareço para ter sexo contigo às cinco. Se me atrasar, começa sem mim.
Tallulah Bankhead (1902-1968)

Na visão das "sex-positive feminists" a masturbação pode ser encarada como um acto de libertação, auto-descoberta e auto-prazer.
Alicia Gallotti escreveu no seu "Kama Sutra Lésbico - Para viver a sexualidade em liberdade" que "As mulheres que mais facilmente ingressam no mundo sensual da masturbação são mais libertas e as que gostam mais de si.
Se uma pessoa está bem com o seu corpo e com a sua sexualidade, desfruta intensamente ao acariciar-se".
Sendo um acto centrado na própria pessoa, como é que funciona quando estamos afectiva/sexualmente envolvidas com alguém?



A regularidade com que se masturbam as raparigas difere consoante uma porção de factores que não tenciono explorar agora. Pensei inicialmente fazer uma enquete sobre a frequência da masturbação, mas como creio haver uma maior percentagem de raparigas que se masturba menos quando se encontra envolvida com alguém presumi que a votação poderia diferir consoante @s votantes estivessem ou não envolvidos com alguém. É por este motivo que a votação encerra em si duas questões:

1. Com que frequência se masturbam quando estão solteiras;
2. Com que frequência se masturbam quando estão envolvidas com alguém;

Gostaria de verificar, com esta enquete se isso terá, porventura, algum fundamento ou se por outro lado se masturbam mais ou se com regularidade igual, independentemente de estarem ou não físicamente envolvidas com outra pessoa.
Para que os resultados finais da enquete façam sentido é necessário que votem em duas opções, sendo uma delas solteira e a outra envolvida.

x-pressiongirl

P.S. - A imagem pertence a uma campanha publicitária que foi banida da revista Glamour em 2005. Podem ler o artigo aqui.

domingo, 12 de outubro de 2008

Beauvoir - Colóquio dias 13 e 14 de Outubro, em Lisboa

O ano 2008 assinala centenário do nascimento da escritora, filósofa e feminista Simone de Beauvoir.
Estão convidad@s a participar no colóquio «Olhares sobre a Mulher e o Feminino. No Centenário do Nascimento de Simone de Beauvoir» a decorrer no Auditório 2 da Universidade Católica Portuguesa de Lisboa.
O evento contará com a presença de reconhecid@s académicos portugueses e estrangeiros que, ao longo de vários debates, reflectirão sobre Beauvoir fazendo com que a reflexão se estenda, naturalmente, pela filosofia, género, arte, literatura e intertextualidade.
Para consultar o programa é aqui.

Boas conversas! ;-)



Condessa X

P.S. - Vou deixar uma prendinha para quem nunca leu a Bíblia. Não queridas, não é essa bíblia, é aquela que Simone de Beuvoir escreveu: Segundo Sexo - parte I e Segundo Sexo - parte II.

domingo, 21 de setembro de 2008

Bikinis há muitos


Sembikini é que há poucos.
@s visitantes mais regulares já terão certamente notado que o pequeno sembikini tem nova "cara".



A ilustração surge das talentosas mãos de Tattts, que teve a gentileza de brindar este espaço com este delicioso presente.
E como não há ninguém melhor para falar sobre isso do que o próprio artista, Tattts concedeu-nos uma mini-entrevista.
Tattts queria "desenhar uma mulher que se liberta de algo", fazendo assim uma analogia à emancipação feminina. O soutien, visto pelas feministas mais radicais como um espartilho social é, neste contexto, substituído pelo bikini.
O bikini é um objecto feminino, sugere momentos de lazer e é simultaneamente uma peça moderna que enche revistas e passerelles.
A história do bikini em mini-flash-backs para quem nunca reparou no vídeo de inauguração do sembikini que ainda resiste por cima do "medidor de banhistas":

Ao mesmo tempo que nos protege do sol as zonas mais sensíveis, protege-nos também dos olhares indiscretos e mantem erectos até os seios mais flácidos. Porém, deixa-nos marcas inestéticas, impede que a água do mar nos acaricie livremente o corpo todo e faz-nos sentir aprisionadas. Já repararam que o delicioso Bond, James Bond anda sempre acompanhado de preciosas raparigas que, não raras vezes, surgem de bikini? Não é uma mera coincidência, pois não? ;-)
Há movimentos de mulheres que proclamam que seja permitido fazer topless em piscinas públicas (uma aproximação à liberdade masculina de não se ter de cobrir os seios em espaços em que podem andar só de tanga ou calção) como o Bara Bröst, já aqui escrevi sobre elas e já aqui no post de inauguração tinha explicado o porquê do nome sembikini.
Tattts não ilustra os olhos dela porque "os olhos dão logo alma aos desenhos". Mantida no anonimato através da ocultação do olhar ela pode personificar qualquer uma de nós. "Uma mulher anónima, uma qualquer, podes ser tu ou a tua vizinha ou a amiga da amiga". A boca sugere nojo, desprezo por uma peça que aprisiona o corpo e que lhe deixou marcas. Mesmo sem bikini ainda se nota a recente presença dele na pele.
Tattts parece não se importar muito com o tamanho, as dimensões dos seios são mais uma "trade mark" sua do que um gosto pessoal.
"Além do mais o destaque de se estar sem bikini só poderia estar focado nas mamas, coisa mais ou menos ainda aceite, senão tinha mesmo posto o quadril da senhora". Tattts tem razão, é só "mais ou menos" aceite. ;-) E ainda bem que há letras a cobrir o quadril da senhora porque as mentes mais perversas conseguem ver apenas pornografia onde somente existe arte e estética sensuais, ainda que apresentadas de forma mais ou menos explícita.
Tattts, que já figurava na pink list do sembikini vem juntar-se a Pretty-cool-huh na aventura dos desenhos pelo sembikini. Preparem-se para as suas ilustrações com a continuação do devaneio da x-pressiongirl com as 12 lésbicas... Ou serão 24? ;-)

Condessa X

P.S. - A visita às casas destes senhores é sempre um bom refresco visual. Para quem ainda não reparou na secção de "arte na praia" vale a pena o clique:

Pretty-cool-huh

Tattts


terça-feira, 12 de agosto de 2008

Diz-me como a chuva - até 17 de Agosto

"Diz-me como a chuva" estará em cartaz na Comuna até dia 17 de Agosto.
A partir da obra de Tenessee Williams, surge este espectáculo protagonizado por Cucha Carvalheiro e Isabel Medina que ao longo da peça irão encarnar as mais diversas personagens do universo de Williams.



Esta é uma produção da Escola de Mulheres, fundada em 1995, cujo objectivo primeiro é "privilegiar a criação e o trabalho feminino no Teatro e promover e divulgar uma nova dramaturgia de temática e escrita femininas, quer nacional, quer estrangeira, na medida em que o repertório habitualmente representado nos nossos palcos não reflecte, em nosso entender, o papel que nas últimas décadas a Mulher tem vindo a desempenhar, assim como as novas contradições que daí advêm, vinculando quase sempre pontos de vista masculinos sobre as mulheres e reproduzindo universos tipicamente masculinos.". Mais informações aqui.

Bilheteira Teatro: 931 619 217
TicketLine: 707 234 234

De 4ª a Sábado às 21h45
Domingos às 17h00

Bilhetes: 12,50 €
Descontos: 7,50 € (menos de 25 e mais de 65)
Maiores de 12 anos

Condessa X

quarta-feira, 16 de julho de 2008

sembikini no Congresso Feminista - prelúdio

Sei que já vou quase com 3 semanas de atraso, mas assim tenho a possibilidade de críticar quem escreveu antes de mim.
Decidi partir as (in)conclusões sobre o Congresso Feminista em 3 partes, por isso este post será apenas o prelúdio porque pela votação já percebi que escrever muito neste blog resulta mal. Os únicos posts longos que se atrevem a ler são os de Encontros Imediatos. Ganhem lá um bocadinho de vergonha, tá?
Foi muito difícil colocar lá as nossas agentes infiltradas mas felizmente não foi preciso ameaçar ninguém.
Não deu para engatar nas casas-de-banho, mas em todos os outros lados havia gente receptiva. Gostei de encontrar por lá algumas lésbicas que não sabia interessadas na causa feminista e algumas feministas que não sabia serem lésbicas. As outras 80% ainda não descobriram as vantagens do lesbo-feminismo, mas ainda vão a tempo. ;-)
Kai Mia Mera apresentou-me à nossa informante da velha guarda da UMAR que nos ía dizendo quem é quem nisto de feminismo porque nós ainda somos feministas bebés. A nossa informante teve de suportar as nossas perguntas de aprendizes e fê-lo de forma muito gentil, como fizeram, aliás, TODAS, as pessoas com as quais contactámos.
Foram 3 dias bastante animados, mas não foram só estes dias que foram bons, houve dias preliminares e o sembikini anunciou alguns desses eventos nos quais também participou. Conversas no Tanque, Ciclos de cinema no Porto e em Lisboa, exposições e teatro, apresentação do livro de Clara Queiroz, sobre Emma Goldmann e muitos outros eventos que não foram bikinados. Foram meses metralhados a feminismo porque durante anos as mulheres estiveram muito caladinhas.
Entre @s presentes, era bem vísivel a heterogeneidade do público: homens e mulheres, rapazes e raparigas, feministas de longa data, feministas aprendizes, gente de esquerda, gente de direita, gente apolítica, gente portuguesa, gente de muitas outras nacionalidades (sobretudo do Brasil).

Coisas boas:
1. O empenho da UMAR em ressuscitar este evento 80 anos depois do último Congresso;
2. O empenho d@s voluntári@s que, muitas vezes, abdicaram de participar nos debates para estarem a orientar os participantes;
3. A apresentação de um programa rico e ousado quer na generalidade dos debates e mesas quer nos eventos paralelos;
4. A imensidão de apoios e patrocínios de associações, centros de investigação, entre outros, que fizeram questão de se associar ao evento.

Coisas más:
1. A falta de noção do tempo por parte de alguns oradores que se excediam largamente nas suas exposições;
2. Realizar o Congresso numa 5ª e 6ª em horário laboral é má ideia se tivermos em conta que a maior parte das pessoas trabalha nesses dias;
3. A pasta não continha as comunicações dos oradores, apenas uma breve apresentação do tema a ser exposto, mas é uma forma inteligente de se vender as actas;
4. Ter muitos painéis interessantes a decorrer em simultâneo é mau porque o sembikini não pode andar a contratar agentes infiltradas assim. Alguém sabe quanto é que elas cobram à hora?

Condessa X

P.S. - A parte dos engates e da gente receptiva era brincadeira, está bem? ;-)

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Vozes daqueles que não chegarão ao céu

"Não, como nunca fez. As mulheres são diferentes dos homens, e é essa diversidade que os torna iguais (porque são ambos competetentes e capazes) no alcance de objectivos que, sendo os mesmos, são alcançados de forma distinta".
Celeste Cardona, antiga deputada do CDS-PP, ex-ministra da (in)Justiça e actual administradora da CGD, em resposta à questão colocada pelo JN, dias antes da realização do Congresso Feminista 2008. Não lhe faz sentido falar-se de feminismo nos dias de hoje nem nunca fez porque ela não é uma mulher como as outras nem nunca o foi. Pergunto-me como se pode ser justo sem se ser solidário com quem sofre as injustiças na pele. Pergunto-me como se pode ser ministro da Justiça quando se é indiferente a injustiças.
O opinion maker Miguel Sousa Tavares, que escreveu às "Suas Senhoras" partilha da mesma opinião de Cardona.
Também ele se move num mundo especial em que as mulheres só são (re)oprimidas porque querem e, segundo as suas letras no Expresso, porque não sabem escolher as companhias certas. Mas ele tem uma vantagem sobre Cardona: ele não precisou de escolher "companhias certas". É homem e isso basta-lhe. Cardona é mulher de, e isso também lhe parece bastar.
As cuscas das gajas têm feito jus ao nome e têm andado a cuscar tudo (até a falta de bikinis sobre o congresso aqui no sembikini - também temos de fazer jus ao nome) e encontraram pelo menos duas senhoras que lhe responderam à altura, Alice Brito e Sofia Neves.
Enquanto acabo de arrumar os bikinis sobre o Congresso, gostaria de partilhar a reflexão já aqui bikinada:

"Dizem que não são feministas? Então por que não vão para casa pedir as ordens do homem e recolher à sua insignificância? Sempre detestei mulheres que não gostam de outras mulheres, que não se sentem solidárias com as outras."

Elina Guimarães (1904-1987) activista feminista portuguesa


Condessa X

sábado, 28 de junho de 2008

Dias animados

Foi uma trabalheira retirar as mini-câmeras que instalámos na Gulbenkian e instalá-las aqui.

Surpreendentemente, não precisámos da ajuda de nenhum homem. Obrigada por se terem disponibilizado, de qualquer forma, foram muito cordiais.
Acho que vai valer a pena porque as nossas netas têm de saber disto.
O Congresso tem estado muito animado, com intervenções muito enriquecedoras e reflexões deveras pertinentes. Há muitas mulheres (e alguns homens, é bom vê-los por cá também), todas elas diferentes, na idade, na experiência, nas concepções que têm de feminismo. Mas faltam mulheres aqui: as que são anónimas mas que apesar disso não serão menos feministas.
As mais oprimidas de todas não estão cá, pelos menos presencialmente. Elas aparecem, sobretudo, nas estatísticas que têm sido apresentadas ao longo do evento. Noutra altura bikinarei sobre as classes. Agora vou aprender qualquer coisa sobre Artes e Feminismos e depois ganhar energias para soltar a bicha que há dentro de uma verdadeira lesbo-feminista e ver gente gira e animada aqui:

Este vídeo foi descaradamente roubado do portugalgay. Trata-se do vídeo do ano passado. Perderam a festa no ano passado? Não fiquem tristes, arrumem os vossos bikinis e dirijam-se ao Príncipe Real. É lá que estaremos, às 16h. Au revoir.

x-pressiongirl

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Dias de feminismo

Começa já amanhã, com 80 anos de atraso, o Congresso Feminista.
Relembro que decorre na Gulbenkian entre 26 e 28 de Junho (sendo que neste último dia o evento realizar-se-á na Fauldade de Belas-Artes).
O Congresso Feminista não é só bla bla bla, sua saloia, vá já informar-se. Então não andei aqui a bikinar dúzias de eventos? Durante estes três dias de congresso continuarão a acontecer eventos desde concertos a exposições, instalações, lançamentos de livros e até um jantar na sexta 27, na Fábrica Braço de Prata (podem inscrever-se no site do congresso).
Vá clicar que eu não sou obrigada a papaguear informação já disponível. Toda a programação sobre os temas em debate, os oradores, e eventos está aqui.
Informo @s interessad@s que ainda não se inscreveram que poderão fazê-lo à entrada (se ainda houver espaço, porque segundo consta já estão confirmad@s 500 pessoas).
O pessoal sembikini vai estar lá, com bikini, a distribuir a bíblia feminista "O segundo sexo".

(roubei esta imagem do congresso feminista 1928 da wikipédia, mas agradecia que alguém me confirmasse se é verdadeira)

Infelizmente já percebi que ninguém vai poder confirmar porque as senhoras que lá estiveram já não estão entre nós. Felizmente, temos ainda muitas feministas e não vão estar todas no Congresso. Muitas estarão em casa, ou no trabalho (sim porque este congresso decorre a umas horas totalmente impróprias para quem trabalha!) e muitas nem sabem o que é feminismo.
Se conhecerem alguém que vos diga que não é feminista, perguntem-lhe o que entende por feminismo. Provavelmente ela é feminista e não sabe. Ela ou ele, porque felizmente há homens feministas (são verdadeiramente mais sexys) e muitos estarão lá, não só entre o público mas entre oradores.
O sembikini passará a escrever @s feministas, doravante. Adoro @@@@ arrobas, dão para toda a gente.
Feminismos há muitos. E há muitos feminismos porque há muitas mulheres e muitos homens a pensar o feminismo. @s Cientistas, historiadores (e agora o que é que eu faço com a @rrob@?), linguístas, juritas estão sempre de acordo uns com os outros? Então, por que haveriamos nós de estar?
Nalguma coisa concordam: na busca pela justiça, igualdade, respeito, fraternidade (quase uma revolução francesa, não é?). Tudo o que sejam causas que se batam por este tipo de ideais são causas feministas, porque antes de sermos mulheres somos seres humanos e há assuntos que dizem respeito a toda a humanidade.
É por isso que o Congresso Feminista encerra com o Gay Pride.

Condessa X

P.S. - A parte de nós distribuirmos a bíblia feminista "O Segundo sexo" era a brincar, ok?

domingo, 22 de junho de 2008

Todas para espanha!!! Inscrições até dia 25 de junho!

Decidi bikinar este apelo por se tratar de uma boa causa. Todo o texto abaixo transcrito é da responsabilidade desta menina.

A annie sprinkle entrou na minha vida a partir do livro bad girls and sick boys. A annie é a encarnação da Puta Madre, uma reichiana infliltrada na industria pornográfica invulgarmente cheia de amor Pelas pessoas.
A beatriz preciado é a autora daqui do lado que encarna tão bem o feminismo-queer.

adenda: o queer é a encruzilhada entre o activismo LGBT e o feminismo. Para mim, o feminismo é nada mais que a substituição da ordem patriarcal Na Reprodução (patriarcal vem de pater, o direito/privilégio do pai) , é uma coisa muito precisa em relação com os estados, o direito, etc. Queer está mais implicado com os modos de vida que consciente ou inconscientemente se praticam neste sentido. Como se silenciasse o feminismo como exigencia simbólica expressa e falada, mas o praticasse assim ou assim. Queer é um tanto ou quanto antropológico, muito interessado no estabelecimento de comunidades.
O queer cá em portugal não anda lá muito saudável. As pessoas têm medo de ser "esquisitas" então preferem esconder os seus desejos (virtudes publicas, vícios privados). Quando poderei ver um show de drag king aqui em lisboa?

A annie e a beatriz já fizeram este tipo de actividade há uns anos em barcelona, que eu ouvisse contar. A annie faz parte da vaga de feminismo pró-pornografia e está na origem dum movimento de pornografia de e para o desejo das mulheres. A beatriz tem a escola toda do prostetico, do dildo, do que vemos, pensamos que vemos, sabemos que vemos, á boa maneira do cinema "sério". Sigam os links, inscrevam-se á confiança, e depois investiguem na net. Vale a pena!


http://beatrizpreciado.com/blog/

La inscripción al seminario es gratuita. Lo que sí tienen que pagarse las personas que resulten seleccionadas de entre todas las solicitudes presentadas es su viaje de ida y vuelta + el alojamiento + la comida.
El plazo de presentación de solicitudes es antes del 25 de junio. Hay que rellenar la hoja de inscripción y enviar un curriculum vitae y una carta de motivación. Toda la información aparece en el programa en julio dentro de la página web de Arteleku: www.arteleku.net

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Emma Goldman - apresentação do livro de Clara Queiroz



A imagem diz tudo sobre a apresentação deste livro/homenagem à senhora que um dia disse que se não pudesse dançar, essa não seria uma revolução em que quisesse participar.
Penso o mesmo, sobretudo, quando vêm críticar as pessoas que dançam na marcha LGBT.
Emma Goldman (1869-1940) teve um percurso difícil entre sindicalismo, socialismo, ambientalismo (em 1906 fundou com Alexander Berkman a revista "Mother Earth" que associava feminismo, ecologia e anti-autoritarismo), feminismo e muitos outros ismos em que o seu nome se escreve. Presa e perseguida várias vezes pelas ideias que nunca renunciou, ela correu Rússia (onde nasceu), Espanha, Estados Unidos da América e Grã-Bretanha.

"In 1916, Emma Goldman was sent to prison for advocating that 'women need not always keep their mouth shut and their wombs open." Margaret Anderson

Goldmann é uma das peças-chave quando se fala de anarco-feminismo. Uma working class heroin.


Marianne Faithfull "Working Class Hero" (para quem gosta de L word, reparem na música de abertura do episódio piloto "Pleasure song" e voltem a deliciar-se com a voz desta diva)

"Her development, her freedom, her independence, must come from and through herself. First, by asserting herself as a personality, and not as a sex commodity. Second, by refusing the right of anyone over her body; by refusing to bear children, unless she wants them, by refusing to be a servant to God, the State, society, the husband, the family, etc., by making her life simpler, but deeper and richer. That is, by trying to learn the meaning and substance of life in all its complexities; by freeing herself from the fear of public opinion and public condemnation." [Anarchism and Other Essays, p. 211]

x-pressiongirl

P.S. - Agradeço à amiga anarca (presumo anarca-feminista) que, gentilmente, partilhou comigo as referências textuais sobre anarco-feminismo. ;-)

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Hoje é dia de tanque

Será hoje, às 21:30 o último "Conversas no Tanque" (no tanque underground do Chapitô) a encerrar o ciclo de conversas antes do Congresso Feminista 2008 (dias 26, 27 e 28 de Junho).
"Feminismos e Controvérsias" é o tema da conversa, visivelmente, controversa.
A moderação estará a cargo de Manuela Tavares e a conversa terá como principais oradoras (sim, porque agente também pode participar com perguntas incómodas, elogios, trocas de galhardetes e informações) Maria Antónia Palla, Maria Antónia Fiadeiro, Manuela Góis e Salomé Coelho.
Apareçam que vai ser animado, mas também se não aparecerem vai ser animado na mesma.



Decorrerá, também, às 18h no Auditório I da FCSH, uma sessão com Teresa Rita Lopes, Nuno Júdice, Ana Luísa Amaral e Maria Lúcia Lepecki, a propósito de Literatura Feminina. Existe ou não alguma coisa a que possamos dar o nome de literatura feminina? Parece interessante o tema "Para além da escrita … uma escrita feminina?".

Segundo o site do Congresso Feminista já se inscreveram para o Congresso Feminista 2008, 500 pessoas (a maioria delas desempregadas, activistas a tempo inteiro, freelancers e turistas, os outros 10% são as feministas que vão faltar ao trabalho para assistir ao evento). Daqui a bocado já não cabe mais ninguém na Gulbenkian. O programa pode ser consultado aqui.
Como haverá sempre debates simultâneos o sembikini vai colocar uma "salazar" em cada esquina da Gulbenkian para gravar aquilo tudo. As nossas netas terão de saber disto!
Os painéis parecem muito apelativos e @s orador@s (ai, adoro arr@b@s) prometem. As datas e os horários é que são mesmo feitos à medida para pessoas desocupadas (e muitas feministas trabalham, por vezes em sítios mais ou menos assim).



Por que é que o evento só decorre de dia?
Quem quiser ir terá de se inscrever no site do Congresso. O preço normal é €30, mas estudantes e desempregad@s pagam €10 (maiores de 65 também deviam ter direito que as nossas pensões não dão para mandar cantar nem o Stevie Wonder).
Haverá também um jantar convívio que ficará por conta da organização, na 6ªf, dia 27, às 20h
, na Fábrica Braço de Prata.
Mais informações no site do Congresso Feminista.

"Dizem que não são feministas? Então por que não vão para casa pedir as ordens do homem e recolher à sua insignificância? Sempre detestei mulheres que não gostam de outras mulheres, que não se sentem solidárias com as outras."

Elina Guimarães (1904-1987) activista feminista portuguesa


Condessa X


P.S. - A parte do jantar convívio ser por conta da organização era a brincar, vejam lá.

terça-feira, 20 de maio de 2008

Mais conversas no tanque - 21 Maio às 21:30h

A UMAR, no âmbito do Congresso Feminista 2008 (80 anos depois do último realizado em Portugal) está a promover o III debate. Já tinha falado disto aqui e aqui.


(esta foto foi gentilmente roubada do site do Chapitô - I conversas no Tanque)

O tema deste debate será "Direitos Humanos e Igualdades" e terá como oradoras Elisabete Brazil, Lucília José Justino, Luísa Corvo e Maria do Céu Cunha Rego. A moderação ficará a cargo de Maria Belo.
O debate será novamente acolhido no Chapitô e as oradoras estarão no "tanque" (aquilo é mesmo um tanque não há outra palavra).
Agenda à mão: o IV e último realizar-se-á no dia 18 de Junho e o tema será "Feminismos e Controvérsias".
Mais informações no site do Congresso Feminista e no site da UMAR.
Boas conversas!

Condessa X

quarta-feira, 30 de abril de 2008

Tanque das Conversas Feministas

A UMAR, em parceria com o Chapitô, organizou na 4ªf, dia 23 de Abril o 2º debate, inserido nas comemorações dos 80 anos do último congresso feminista realizado em Portugal e que culminará num mega-congresso entre os dias 26 e 28 de Junho (a realizar-se na Fundação Calouste Gulbenkian e na Faculdade de Belas-Artes).
80 anos depois do último congresso feminista em Portugal??? Ao que parece este último congresso feminista foi, na verdade, o II Congresso. É que o regime salazarento dificultou as coisas às feministas portuguesas que então tentavam acompanhar os passos das sufragistas Inglesas, argumentando que estes congressos para nada mais serviam do que para "bolchevizar as mulheres".
Fui com duas amigas (uma mais lésbica que feminista e a outra mais feminista do que lésbica) ao 1º debate da UMAR no mês passado. Lá estavam as oradoras no tanque do Chapitô, já muito loucas com as bebidas oferecidas pela anfitriã. Como chegámos tarde (o debate começou com cerca de 2 horas de atraso, e enquanto esperavamos decidimos ir fumar um caximbinho ao Caximbar) não conseguimos acompanhar o fio condutor das private jokes. Gostei de ouvir a Eduarda Dionísio, apesar de ter extraído pouco do seu discurso quase embriagado, talvez pela hora avançada. Falou-se muito de história, contaram-se algumas estórias, mas não houve debate propriamente dito. A conversa entre amigas ficou-se muito pela brincadeira (uma das artistas convidadas pareceu muito rude porque não parava de interromper as outras com piadas completamente descabidas, devia ser do vinho). Falaram de feminismo sempre na perspectiva da mulher heterossexual de meia-idade. À saída comentei com uma das minhas amigas que esperava um pouco mais daquilo e ela respondeu:
"É o que temos!" Ou seja, ou isto ou nada. Pois bem, o feminismo tem de ser reinventado!
Para muita pena minha deixei escapar a data do 2º debate, e este eu acho que prometia...
Sugiro uma visita ao site do Congresso Feminista 2008. Elas estão a promover um concurso de vídeos sob o tema "O que é o feminismo", o prazo de entrega é 31 de Maio e o vencedor irá participar num festival internacional de cinema.
Estão a precisar de voluntárias para ajudar na organização do Congresso feminista a realizar-se no final de Junho. Vamos lá, meninas! Girl power!

http://congressofeminista2008.org/

"Dizem que não são feministas? Então por que não vão para casa pedir as ordens do homem e recolher à sua insignificância? Sempre detestei mulheres que não gostam de outras mulheres, que não se sentem solidárias com as outras."

Elina Guimarães (1904-1987) activista feminista portuguesa

Condessa X

terça-feira, 29 de abril de 2008

Sem Bikini

pensei inicialmente em criar um blog porque achei que seria bom praticar a escrita agora que o novo acordo ortográfico está em aceso debate. Depois mudei de ideias. Os linguístas e os políticos que se entendam primeiro.
O blog era para se chamar "brassières flottants" (soutiens flutuantes), numa alusão à história das feministas que teriam queimado os seus soutiens nos anos 60 (eu não estava lá para confirmar se realmente os terão queimado) e também porque as lésbicas gostam de despir soutiens. Este blog pretende ser um antro de ensaios, divagações e reflexões lesbo-feministas.
Desisti do nome inicial porque além de ser um nome estrangeiro é, também, um pouco extenso.
Optei por bikini, um nome universal e ligado ao universo feminino, mas parece que houve uma saloia qualquer que me roubou a ideia. Não faz mal, acabei por ter uma ideia melhor e inserir a palavra "sem" (olhem que palavra tão portuguesa!) antes de bikini. Melhor ainda que top less.

Condessa X