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segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Manifestoon

Encontrei, via arrastão, este interessante cartoon que conta, em cerca de 8 minutos, o Manifesto Comunista, de Marx e Engels.




Have fun!

Condessa X

sábado, 26 de setembro de 2009

Dias de cinema

Não digam que nós falamos mal dos filmes do queer. O post anterior foi só um grito de desespero transformado em letras. Mas se os filmes lésbicos ainda têm um percurso por fazer, os restantes filmes que vimos pareceramme deveras bons.
Dos filmes de hoje destacamos o muito aplaudido "O signo da cidade", de Carlos Alberto Ricelli, a passar às 15h30. De presentinho, o trailer:



Bruna Lombardi (casada com Ricelli há 25 anos), Graziela Moretto, Eva Wilma e Denise Fraga, todas elas poderosas neste filme belíssimo sobre a solidariedade vs solidão.
De Graziela Moretto já aqui tinhamos falado. ;-)



Também a não perder, às 17h30 a curta "Neurótica" e "Patrick 1.5". A sugestão de x-pression também é boa e tem a vantagem de ser gratuita, mas videoclips podemos ver na internet e quem a conhece deve estar "farta" de ouvir Mylène Farmer. No entanto, estou segura de que também não será mau optar pela sala Buondi e relaxar ao som de Mylène (a Madonna francesa, não tenham dúvidas) e Zazie (dois ícones gays nos países francófonos).
Às 21h a gala de encerramento com a divulgação dos filmes vencedores e logo de seguida "Were the world mine".
Se ainda estão a ler isto, saiam imediatamente de casa, que hoje o dia é para ser passado no cinema S. Jorge!

Condessa X

P.S. - Isto de termos a sede do sembikini a dois passos do S. Jorge é uma maravilha. Depois de sabermos quais os filmes vencedores iremos esmiuçar as votações e escrever mais umas linhas sobre cinema de temática LGBT.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

As lésbicas e a porno

Saber escolher exige, antes de mais, que haja quantidade passível de ser escolhida. A escolha será tanto melhor quanto mais oferta houver e o "cinema lésbico" (se é que se pode considerar que ele exista), seja concebido integralmente por mulheres lésbicas, seja concebido através do olhar masculino, pouco oferece a quem espera ver mais do que filmes de terror.
Falo-vos de terror porque observo o ar assustado de quem sai de uma sessão de "filmes lésbicos". Entre o Hard e o Porno, venha quem saiba escolhê-los.
Já no ano passado me tinha excitado muito mais com os filmes gays do que com os lésbicos, sendo que continuo com algumas reservas quanto à minha suposta bissexualdiade.
Também no ano passado a senhora Kay, realizadora dos filmes hard lésbicos em exibição, esteve entre nós a defender que a porno lésbica está a ganhar qualidade. Sinceramente, não vejo como. Não há produção suficiente para se poder seleccionar.
A verdade é que quando se sai de um filme de porno lésbico temos logo vontade de ir a correr entregar o nosso cartão de lésbica, que não, que aquilo não somos nós e que as lésbicas nao são assim. Ou melhor, aquelas são as que nós não queremos que sejam lésbicas de tão longe que estão do nosso ideal de MULHER.
Parto do princípio que a porno é feita para excitar e não para chocar, mas tenho dificuldades em explicar isto a quem faz da sua bandeira o choque.
Se não gosto da porno que é vendida como lésbica (sobretudo a homens), em que ressalta o ar de prostitutas baratas que exibe a maior parte das actrizes, não compro também a porno lésbica que me vende uma mulher máscula, bruta, com a depilação orgulhosamente por fazer. Passar de um cliché para outro não é inteligente.
De antemão sabemos que os filmes são seleccionados por homens gays, cuja sensibilidade artística estará acima de todas estas considerações, mas eles só poderão selecionar bons filmes, se houver bons filmes a concorrerem para entrar no festival.



Sobre a pornografia lésbica, já x-pressiongirl tinha sondado.
A maioria (40%) disse que consumiria pornografia lésbica se a houvesse, 22% afirmava que não havia porno lésbica, 18% preferia porno hetero e 13% assumia não gostar de porno.
Não houve muitas votações e a meu ver a votação não estava bem feita porque as opções eram pouco específicas.
Por que raio nos apresentam sempre as lésbicas com ar bruto e desgraçadinho? O trunfo de L word, foi precisamente o de trazer para o ecrã as lésbicas que todas gostamos de ver, ainda que se tenha passado de um cliché para outro. Dessem um toque de porno a um filme L word e as sessões lésbicas teriam sala cheia e ninguém sairia a meio, como acontece sucessivamente nestas sessões.



A título de exemplo, reparem no gaydar masculino e feminino. Já há cerca de um ano, tinha reflectido sobre isso.

Condessa X

P.S. - Este post também serve de aviso a quem estiver a ponderar ir hoje à sessão de curtas da meia-noite! Vejam o programa com atençao e invistam o vosso dinheiro num dos muitos outros filmes bem melhores. Aproveitem que acaba amanhã!

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Mylène Farmer e Zazie no Queer Festival 13


Decorre este ano de 18 a 26 de Setembro, no Cinema São Jorge. Apesar do orçamento mais reduzido (talvez advenha daí o facto de este ano haver menos festas), espero que o Festival continue com o fôlego que tem tido ao longo dos últimos anos.
Estive a ver mais detalhadamente a programação do Queer Festival deste ano voltei a encontrar agradáveis surpresas.
Mylène Farmer, a diva sobre a qual ainda não escrevi nada decentemente (chicoteio-me mentalmente de cada vez que penso nisso) e Zazie, outra francesa avant-garde.

De presentinho dois dos vídeos a não perder na sessão das 18h, no dia 26:





Divirtam-se!

O portugalgay teve a gentileza de esmiúçar (obrigada pela ideia, gatinhos) o festival. A programação diária do Festival pode ser consultada aqui e as sinopses neste link.

x-pressiongirl

P.S. - Não encontro divulgada a lista de convidados, que terá sido apresentada no dia 8. Se alguém souber, que tenha a gentileza de responder ao post.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Os abraços de Almodóvar

Ainda não foi desta que Almodóvar levou a Palma dourada consigo, mas esta é mais uma das películas imperdíveis do cineasta.
Explorando a temática do amor comprado, da chantagem e da vingança, este é um filme que surpreende, não tanto pela história, mas pela forma como ela é contada.
O único gay que surge é um puto detestável e nota-se a ausência de travestis e transexuais, às quais Almodóvar tem tantas vezes dado voz. Ressurge a Diva Penélope Cruz, em óptima forma.



Falando de filmes, estamos já na contagem decrescente para o queer festival (ex festival de cinema gay e lésbico de lisboa), que terá início na sexta, dia 18. A programação pode ser consultada aqui.

x-pressiongirl





quinta-feira, 14 de maio de 2009

6º ciclo de cinema LGBT da rede ex aequo

A rede ex aequo organiza dias 15, 16 e 17 de Maio, o 6º ciclo de cinema LGBT.
O evento decorrerá nas instalações da ILGA (Rua S. Lázaro, nº 88 - Martim Moniz) e não no IPJ do Oriente como havia sido previsto.



A entrada é livre e após cada sessão haverá espaço para um debate de 30 minutos.
Os filmes exibidos serão:

Dorian Blues;
Saving Face;
Freedom to Marry;
Shelter;
Red Without Blue;
Itty Bitty Titty Committee (Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=T5k1DTGdWpE&fmt=18)

Mais informação e consulta de sinopses aqui.

Have fun!

x-pressiongirl

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Indie Lisboa - 24 Abril a 3 de Maio


Foi precisamente sobre o Indie Festival o post inaugural made by x-pression (o X que faltava para a Condessa X poder dizer que tinha o Cromossoma completo).
Num esforço de compensar a frustração de não ter conseguido estudar cinema no conservatório tento convencer-me que sou melhor como crítica de cinema do que seria como realizadora. E é nessa qualidade que venho criticar quem não gosta de cinema ou teima em desconhecer as delicias dos festivais.
O jovem Indie, a alternativa, tem crescido, a par com a generalidade dos festivais de cinema que têm vindo a povoar, não só a capital, mas as demais cidades que têm os mecanismos e a vontade de oferecer bom cinema a quem as habita e visita. O Indie expande-se, este ano, em sessões que terão lugar em Alcobaça, Guimarães, Odivelas, Porto e Vila Nova de Famalicão. Também as ilhas Graciosa e Angra do Heroísmo são contempladas porque Portugal ainda existe além/ultra-mar.
São solarengos dias de bom cinema que este festival nos propõe e neste caso o sol nasce para todos os gostos. Dos debates com personalidades às sessões de Cinema Nacional, Internacional, Música, Animação, Curtas...
Em Lisboa as sessões dividem-se entre Museu do Oriente, Cinema City Classic Alvalade, Cinema Londres, Fórum Lisboa e S. Jorge.
Animem-se com as sinopses e vejam a programação aqui.
A Ilga teve a gentileza de fazer um apanhado dos filmes que considera de temática LGBT e que pode ser consultada aqui.
A outra boa notícia é que os preços mantém-se nos €3,5 (estudantes e séniors pagam €3).
Divirtam-se! Ou como se diz em Inglês, Have film!



x-pressiongirl

terça-feira, 14 de abril de 2009

L word: final/dispersão

glorybogz teve a gentileza de brindar o sembikini com uma reflexão sobre o final de L Word. Todo o post que se segue é da sua inteira responsabilidade.

L Word, uma série americana do conhecimento de muitos, decidiu terminar na sua sexta temporada mas, será que terminou mesmo?
Podemos começar por rever a série que se baseia num grupo de amigas, maioritariamente lésbicas, que vivem em Los Angeles na Califórnia.
Ao longo de cinco anos partilharam com o público os seus problemas, as suas alegrias e conquistas e assim abriram-nos as suas ‘vidas’.
Ao longo das seis seasons podemos ver as personagens a crescer, a modificarem-se, a amadurecer ou simplesmente a perderem-se.
Na minha opinião, a série desempenhou um papel importante pois deu a conhecer um pouco mais do estilo/modo de vida e problemas que os homossexuais têm embora, muitas vezes, de um modo exagerado.
Apesar da série ter um papel importante na ‘divulgação’ da comunidade gay, nem sempre a favorece, nem sempre toca nos pontos reais… Posso começar com o exemplo de todas as amigas serem duma classe alta, terem empregos bem posicionados, terem acesso a todas as festas… Obviamente isto pode acontecer mas, no geral não caracteriza a maioria da comunidade gay que se preza pela normalidade das pessoas que dessa mesma comunidade fazem parte...a série podia oferecer maior realismo nesse campo ou pelo menos tentar realçar a maioria.
L Word tocou em pontos interessantes tais como o chamado ‘sair do armário’, o assumir-se aos pais, a luta entre a bissexualidade e a homossexualidade, a procura do amor, o medo do compromisso, as traições, as tentativas de adopção, a discriminação…etc.
Considero que a série foi crescendo e o público foi assistindo a esse amadurecimento, a esse crescimento, com um pequeno orgulho por representar as ‘nossas’ vidas… Mas, até que ponto é que a série continua a ser o orgulho da sua criadora, Ilene Chaiken, e passa a ser apenas algo com o qual a mesma senhora tira o seu rendimento?
Obviamente que quase todas as séries passam por altos e baixos mas, nunca devem terminar em baixo e, na minha opinião, o L Word acabou da pior forma possível… Devo dizer que, quando assisti ao último episódio, só reparei que já tinha acabado quando o Windows Media Player parou pois, ao longo de todo o episódio, a história tinha continuidade em vez de lhe tentarem pôr um ponto final… ir encerrando assuntos. O mistério de toda a season seis fica por resolver empatando depois o seu público com publicações semanais na Internet dos interrogatórios feitos pela polícia… Com que objectivo se a série já terminou? Sinceramente a última season parece que foi mais algo feito para ‘tapar algum buraco’…algo feito sem história e sem o tão falado carinho pela série.
À medida que as seasons aumentam de número, a exigência do público normalmente aumenta também e falando por mim, não retirei quase nada de interessante desta última season e muito menos do último episódio. Será que valeu a pena fazerem uma season seis se nada de conclusivo se retirou?



Numa entrevista, Ilene justifica-se perante os assuntos por resolver neste final…inacabado.

Southern Voice

Blade: Why did you leave so many unresolved plotlines - Jenny's death, the situation with Max's baby, Helena and Dylan's relationship?

IC: Those are not unresolved plotlines. I was not interested in wrapping up the show neatly and tidily. I wanted to end with a sense that life goes on. It would have been much more false to have resolved everything, to conveniently have Max have his baby before the series ended. This is just a day in the life, and life goes on. Who knows if we'll revisit [these characters] in fiction or reinvent them on TV or in a movie, hopefully we will. I simply thought that the appropriate thing to do was to tell a story that had some satisfying conclusions and said many of the things we wanted to say, but not [where the stories were ended].

Para ler a entrevista na íntegra é aqui.

glorybogz

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Drag Kings no Arraial?

A equipa do Arraial Pride propõe um show de Drag King no evento deste ano. Como não há Drag King profissional (nem amador) no nosso país sugeria que as que decidirem arriscar ao menos pareçam transformistas profissionais. A equipa sugere também a participação de uma lesbian band e um colectivo de DJ's para a tenda lounge. Para ler integralmente o apelo é aqui.

Protagonizado pela diva Marlene Dietrich, cuja bissexualidade está amplamente documentada, este filme data de 1930 e terá sido, provavelmente, um dos primeiros senão o primeiro beijo lésbico do cinema.



Condessa X

sábado, 20 de dezembro de 2008

Les biches

Claude Chabrol presenteou-nos nos finais dos anos 60 com estas veadas. Biche como quem diz veado fêmea.
A minha professora da primária a quem envio um grande beijinho diria: é a MULHER do veado.
Não é não que os animais não casam, professora. Nem os animais nem as bichas. E mesmo não se casando uma mulher é sempre MULHER, a única diferença é que não é MULHER DE.
Look at the trailer.



Deixo de presente o link para a primeira parte deste filminho. Mesmo que vos pareça que têm coisas mais interessantes para fazer, posso garantir-vos que não têm.


- Ah, mas a minha namorada está aqui comigo e agora não quer ver o filme. Ainda por cima francês, assim meio teatral, Chabrol... ah não sei.

Não seja saloia, abandone a sua namorada aí num canto se ela não quiser ver o filme, porque o drama de que vocês precisam está ali na tela!

x-pressiongirl

P.S. - Não se preocupem se não dominarem bem o Francês. O link que indico está legendado (podia estar melhor, é verdade) em Inglês.

domingo, 23 de novembro de 2008

Filmes mais a Norte - Ciclo de cinema feminista

O núcleo de Braga da UMAR volta à carga com filmes, desta vez o 1º Ciclo de Cinema Feminista.



O ciclo teve início no passado dia 13 com o filme If these walls could talk II (cujo tema central era a homoparentalidade).
A ser exibidos respectivamente nos dias 27 de Novembro e 11 de Dezembro os filmes Vera Drake (abordando a temática do aborto clandestino) e Frida (a arte no feminino).
As sessões decorrem às 21h30 no espaço Velha-a-Branca, em Braga.
A entrada é livre e depois de cada sessão haverá espaço para debate. Mais informações aqui.

Condessa X

P.S. - UMAR, O que se passa com o vosso e-mail que não se consegue encomendar as vossas agendas feministas 2009?

domingo, 28 de setembro de 2008

Resultados enquete - vais ao queer festival?

A maiorir a d@s votantes nunca foi ao queer lisboa. O sembikini dá o devido desconto porque sabe que nem toda a gente tem facilidade de se deslocar a Lisboa nesta altura.



As sessões estiveram bem animadas e, segundo a organização, este ano o festival rondou os 16500 espectadores.
Informações sobre os filmes vencedores aqui.
Em breve um bikini mais composto sobre a 12ª edição do queer lisboa.
Gostaram dos filmes que viram?

Condessa X

P.S. - Afinal a x-pression tem razão. É muito cortês bater-se palmas no fim de cada filme que se tenha gostado de ver.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Festas queer


Aquela porta laranja vai voltar a abrir-se e vai engolir todinh@s vocês para uma noite de farra que deixará peso na consciência de quem tiver de trabalhar na manhã do dia seguinte. Abram-se as devidas exce(p)ções porque o queer festival está a chegar ao fim.
Hoje a festa no Purex começa imediatamente a seguir ao filme da meia-noite. Dizem as boas línguas que conservar o bilhete de cinema dá direito a uma bebida grátis (e não, acho que não é água por causa daquelas bactérias que andavam a transformar pessoas normais em gays).
No Sábado, a festa acaba na casa Maria Lisboa. Estranhamente, não há nenhuma festa com o carimbo queer festival na sexta-feira. Para onde irão tod@s? Quem acertar ganha um bikini autografado pela Condessa (se não tiverem bikinis ela autografa noutro lado qualquer).
Ainda há muitos bons filmes para ver até às últimas horas de Sábado por isso eu nem devia estar aqui a escrever posts. Apenas o link com a programação.

Auf wiedersehen! ;-)

P.S. - Querida Condessa, que ideia foi aquela de oferecer um bilhete para a sessão de encerramento do queer festival? É bom que já o tenha comprado porque ouvi dizer que a lotação está esgotada, my darling. E agora, como é que vai descalçar esta botinha? ;-)

x-pressiongirl


quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Nova enquete: Vais ao festival de cinema queer?

Surge em 1997, pela mão de vários dirigentes da ILGA - Portugal (International Lesbian and Gay Association) tais como Celso Júnior e Gonçalo Diniz (na altura presidente da ILGA) o 1º Festival de Cinema Gay e Lésbico de Lisboa. A ILGA - Portugal teria cerca de 2 anos de existência. É também por esta altura que surge o primeiro portal LGBT português, o imparável Portugalgay; o primeiro grupo lésbico Clube Safo; a associação Opus Gay; a primeira revista portuguesa dirigida particularmente ao público gay e lésbico, a Korpus e pouco depois o primeiro hotel LGBT Anjo Azul. O Festival de cinema surge, portanto, numa altura em que a comunidade LGBT, sobretudo a lisboeta, começava a espreitar para fora do armário.
De ano para ano cresceram os apoios, o número de filmes e o número de espectadores. Houve momentos altos e houve momentos mais expectantes. Refiro-me particularmente às dificuldades criadas por Santana Lopes, enquanto presidente da CML, que tentou asfixiar não só o Festival de Cinema Gay e Lésbico, cortando apoios financeiros e logísticos (até queria que se alterasse o nome para "Festival da Diversidade"), mas também a Marcha que o senhor não queria que se realizasse na Av. da Liberdade e o Arraial, que nesta altura começou a ser realizado no Parque do Calhau. Vale a pena recordar as palavras de Fabíola Cardoso (do meio adormecido Clube Safo) aquando do discurso de abertura do Arraial "Já nos mandaram para muitos sítios, este ano foi para o Calhau". A gargalhada foi geral, mas políticamente as associações atribuiram um significado ao facto de se ter transferido o arraial do centro (Praça do Município) para os arrabaldes (Parque do Calhau). Convenhamos que a parte boa de termos festa neste parque era o facto da festa durar até sermos beijados pelos raios de sol.
O Festival de cinema passou a ser denominado de Queer Lisboa e adoptou o patinho feio como mascote (alguém me explique o porquê, eu preferia a Branca de Neve). A organização do festival viria a apresentar-se pelas mãos da ACJI (Associação Cultural Janela Indiscreta), tornando-se independente da ILGA. Este festival deve ser o que mais salas de cinema correu, chegando a ter filmes distribuidos, em simultâneo, por 4 salas diferentes. O queer festival já se sentou no King, Cinemateca, Quarteto, Fórum Lisboa, mas agora parece ter conquistado lugar na primeira fila do belíssimo São Jorge.
O Goethe-Institut, O British Council, o Instituto Cervantes e o Instituto Franco-Português são alguns dos exemplos institucionais que têm figurado sempre entre os apoios. Onde pára o Instituto Camões?
Hoje o Festival chama cada vez mais cinéfilos de todo o país e tem ampla projecção internacional. Longa Vida ao Festival! \_/*\_/ Cheers!

x-pressiongirl


P.S. - Nota muito negativa para o preço dos bilhetes. Nos festivais de cinema é suposto assistir-se a muitos filmes e €3,5 por cada sessão é um convite descarado para eu usar a minha pistolinha da hello kitty. Cuidado com essas carteiras!

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Queer Festival - 2 trailers

O sembikini andou a consultar a programação do queer festival (ainda não encontrei as sinopses dos filmes) e deparou-se com esta pequena homenagem:



Era a brincar, a única homenagem aos bikinis far-se-á na curta-metragem "No bikini". Este filme de animação poderia ter passado no Queer Festival mas coube ao Indie Lisboa mostrar este animadíssimo bikini.

Destaque para dois filmes que vão dar que falar. O novo filme de Bruce LaBruce "Otto; or, Up with Dead People"



E uma viagem à guerra colonial no mais recente filme de Joaquim Leitão, "20,13 Purgatório"



Condessa X



P.S. - Está anunciada uma festa no Foyer do cinema São Jorge, na Sexta 19, às 23:30 logo após a sessão de abertura. Haverá também uma festa de abertura do queer festival na discoteca Maria Lisboa à meia-noite. Das duas uma, ou a festa no São Jorge dura apenas meia-hora ou teremos duas festas à escolha. É belíssimo o terraço do São Jorge, não é? ;-) Cheers!

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

O flirt - 12 lésbicas em acção

As amigas estão tristes porque o flirt não correu lá muito bem. Elas explicaram-me o que aconteceu:

"Os nossos olhares cruzaram-se várias vezes, intercalados por sorrisos abertos. A rapariga estava a flirtar comigo e decidi avançar. Começámos a falar e quando lhe perguntei se ela costumava vir a esta discoteca ela disse que sim, que vem sempre com a namorada. Então flirta comigo daquela forma e depois diz-me que tem namorada??? Interpretei isto como? Como um corte radical, talvez. O assunto morreu ali mas eu fiquei a matutar na cena.”

Vítima – As pessoas estão sempre a iludir-me. As lésbicas adoram enganar-se umas às outras.

Machona – Gostava de ver as trombas da tua namorada. Não deve ser lá muito certa de deixar uma rapariga sozinha enquanto vai buscar as bebidas.

Tímida – Eu não cheguei a ir ter com ela. Saí da discoteca um pouco arrependida por não lhe ter falado, mas acho que ela é que devia ter tomado a iniciativa de vir falar comigo. (Pois é, amiga, duas tímidas não vão a lado nenhum)

Sonsa – Olha a cabra a usar a minha técnica. Há-de pagá-las. (Adoro quando duas sonsas se encontram e provam o veneno uma da outra).

Brincalhona – Desculpe desiludi-la, mas eu confundi-a com outra pessoa. Agora que estou a vê-la melhor é que percebo que preciso mesmo de mudar as lentes.

Simpática – Permita-me dizer que a sua namorada tem imenso bom gosto.

Desportista – Eu sabia que devia ter vestido aquele top. Sim, aquele mesmo, o que me realça os músculos. (humm, não sei se era bem isso, se calhar devias era ter tomado aquele duchinho)

Intelectual – Fufa tonta. A fazer-me crer que estava interessada em conversar comigo.

Obsessiva – Oh, a sério, tens namorada? Mas olha, podemos trocar contactos e combinar café um dia destes sem ela saber!

Artística – Tonta. Se soubesses os poemas lindos que eu iria escrever-te arrependias-te agora.

Púdica – Eu não meto conversa com desconhecidos. Eu só procuro amizade e, além disso, os contactos que se fazem na noite e na Internet não são válidos. (púdica, não me diga que anda a conhecer lésbicas na mercearia...)

Diva – Eu interpretei a frase dela como um convite para um ménage, resta-me saber se a namorada é tão gira como ela. Apesar de não usar a fórmula “costumas vir a este sítio?” não sei o que me deu desta vez. Uma diva também se descontrola às vezes, hein?
Eu sei que há muitas raparigas que sentem prazer em dar cortes, possivelmente, porque têm uma auto-estima muito baixa. De facto, acho que a luz da discoteca não revela a minha beleza real e se é verdade que ela tem namorada e está a flirtar descaradamente com outras raparigas, das duas uma, ou têm uma relação muito liberal e querem um ménage ou então a rapariga é uma cabra e se realmente me deu um corte, ainda bem que o fez agora porque eu detesto as cabras que não mostram logo o que são. Se ela é capaz de enganar a namorada agora, seria capaz de me enganar a mim também se algum dia eu viesse a namorar com ela. As que teriam a coragem de enganar as namoradas para ficar connosco são SEMPRE cartas fora do baralho.

Quanto a vocês não sei... mas eu vou...
Vá, Bom fim-de-semana! ;-)

x-pressiongirl

P.S. - O quê? Ainda não conhece estas 12 amigas? Elas andam sempre por aqui.

P.S. 2 - O sembikini já tem 2 desenhistas oficiais. É bom saber que os desenhos estão a chegar porque eu já estava a ponderar ir visitar o meu "Pai de Santo" para ir rezar um bocadinho. A rapariga que surge desenhada é aquela com a qual as nossas amigas travaram conhecimento. As 12 lésbicas surgem das mãos habilidosas de pretty cool huh, que tem o mérito de imaginar as personagens através dos textos. O sembikini agradece o enorme empenho nesta brincadeira desvairada que já nos valeu tantos elogios como repreensões. É uma honra termos pretty cool huh a figurar na pink list activa do blog pois este é um nome a não perder de vista na cena BD. Vale a pena a visita ao seu deviant art!

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Dias de cinema

Hoje às 23h, a festa começa no Bairro Alto, na rua da Atalaia nº97. O bar Chueca irá receber a apresentação oficial da 12ª edição do festival de cinema queer de Lisboa (outrora denominado Festival de cinema gay e lésbico de Lisboa).
Agendas à mão: o festival decorre de 19 a 27 de Setembro.
A organização apela à participação de voluntários para o evento por isso, se vos parecer bem, este e-mail ser-vos-á útil: queerlisboa@gmail.com .
Haverá três secções competitivas: Prémios de Longa-Metragem (melhor filme, melhor actor e melhor actriz), Documentário e Curta-Metragem (prémio do público). Roam-se de inveja se se esqueceram de submeter os vossos filmes. O sembikini já tinha avisado para o fazerem atempadamente.
Haverá debates e festas imperdíveis. As festas irão decorrer em espaços tão diversos como o Chueca Bar, discoteca Maria Lisboa, Teatro Ibérico, Max Bar e Purex.
É pena o Grémio Lisbonense não estar mais no roteiro das festas do queer festival. A festa de encerramento do ano passado teve muito boa música.
Como sabem o edifício do Grémio é cobiçado pelos vampiros das imobiliárias e quem ousa contestar é premiado com estes famosos quebra-cabeças policiais.


Toda a informação sobre o festival aqui.

Condessa X

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Namorada da amiga - 12 lésbicas em acção

As amigas voltaram com mais uma dúvida. Por enquanto ainda não se conhecem umas às outras porque ainda não descobriram que o mundo é pequeno. Vieram ter comigo e disseram-me:

“Acho a namorada da minha amiga um espanto. E não é que a gaja de vez em quando me dá umas dicas? Ontem enviou-me uma mensagem comprometedora e eu não sei muito bem o que responder.”

Vítima – Pois que venha ter comigo que eu preciso de muito mimo. A minha amiga um dia há-de perceber que as gajas são todas umas cabras, mas também não sou eu que lhe vou dar essa desilusão porque da minha boca não há-de saber nada.

Machona – Que venha a gaja! A minha amiga não sabe como controlar as gajas dela e não sou eu que lhe vou ensinar.

Tímida – Um bocado cabra, esta gaja. Nem sei se deva contar isto à minha amiga.

Sonsa – Vou dizer-lhe que também gosto muito dela, que sinto que estou a amá-la mas que tenho de reprimir o meu amor por respeito à minha amiga. As coisas quando têm um sabor proibido tornam-se mais apetecíveis ainda. Há-de ficar doidinha por mim!

Brincalhona – Tens 5 minutos para te pores aqui ou eu conto tudo à minha amiga! Já se passaram os 5 minutos. Acabas de perder a tua namorada.

Simpática – Tadinha, deve estar a passar uma fase difícil. Vou tentar ser amiga dela também.

Desportista – Eu sabia que os meus músculos iam impressioná-la. Yes!

Intelectual – A minha amiga não merece este monstro. Vou já contar-lhe sobre a bela peça que tem em casa, mas primeiro vou acabar de ler este capítulo.

Obsessiva – Sim, sim, podemos encontrar-nos. Vou passar aí agora na casa da minha amiga para te ir buscar, que eu sei que a estas horas ela está na Faculdade.

Artística – Vou encontrar-me com a gaja, mas vou filmar tudo sem ela saber. Depois ponho o vídeo no youtube para toda a gente saber a cabra que ela é.

Púdica – Eu sei que uma boa amiga não faz uma coisa destas, eu nunca o fiz, mas a minha amiga também já se portou mal comigo e merece uma lição, é por isso que estou de consciência tranquila.

Diva - Eu não tenho os números de telefone das namoradas das minhas amigas, a não ser que sejamos, de facto, muito próximas. Se for esse o caso incentivo a sujeitinha a contar à minha amiga o que se anda a passar pois se ela não o fizer serei eu a fazê-lo. Por muito que custe, as namoradas e as curtes das amigas são “cartas fora do baralho”, não se joga com elas. Há milhões de raparigas no mundo e poucas amigas verdadeiras.

x-pressiongirl

P.S. - Ainda não conhecem bem as amigas? Façam-lhes uma visita, elas moram aqui.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Da Literatura

Sempre como n’Areia é o nome do primeiro livro de Patrícia Cruz.

Confesso não ter lido este livro ainda. Gostaria apenas de divulgá-lo e de aproveitar a boleia para reflectir sobre a literatura e outras formas de expressão artística de temática lésbica.
Normalmente os livros de uma prateleira podem estar agrupados por temática, por género literário ou por autor. Isto nas livrarias porque já vi casas com prateleiras agrupando livros pela sua dimensão (assim em escadinha) ou pelas cores das lombadas.

Secção Gay & Lesbian na Fnac

É curioso notar que a Fnac do Chiado era a única Fnac em Portugal que tinha uma secção Gay & Lesbian. A Fnac do Chiado sabe que o “bichiedo” saltita muito por aquelas bandas, daí a inteligência de criar um espaço com essa designação. Esse espaço de vez em quando desaparece. Agora os livros que anteriormente se encontravam nessa secção Gay & Lesbian poderão ser encontados na secção Erótica. Porquê? Quando falamos de homossexualidade (poderiamos falar de homo-erotismo, seria apenas uma questão de nomenclatura) estamos a falar de sexualidade, e num sentido mais restrito, de sexo, tout court. E esse sexo pode ser apenas desejo sexual ou a materialização, em carne, desse mesmo desejo. Sexo e erotismo unidos levaram os livros a viajar para a prateleira Erótica. Não sei se será um erro, mas compreendo o raciocínio de quem tomou tal decisão. Na verdade ainda não há decisão definitiva sobre a designação para aqueles livros. Um livro pode ser de temática LGBT sem que seja propriamente erótico e há milhões de livros eróticos que não abordam a temática LGBT. Descobri que os funcionários da Fnac têm ordem para alternar entre uma etiqueta e a outra. A resposta foi simples: É, de facto, a única prateleira com esta particularidade porque os livros eróticos estão misturados com os de temática LGBT por serem ambos em escassa quantidade. Como não há espaço para se colocar duas plaquinhas informativas nessa prateleira, optaram por alterná-las de vez em quando.
Vejamos, é importante agrupar os livros por categorias, criar labels, para que as pessoas saibam melhor encontrar aquilo que procuram. Toda a nossa vida fazemos isso, etiquetamos lugares, ideias, e, verdade seja dita, pessoas. Nem sempre a catalogação é justa porque normalmente a catalogação pede apenas um critério que muitas vezes é difícil de definir, precisamente, porque há muitas categorias e sub-categorias.


A escassez


Foquemo-nos num livro de temática lésbica. Ele pode ser uma simples obra de ficção, um diário, um ensaio, uma compilação de contos, uma compilação de entrevistas, uma biografia, um kamasutra… Ainda é fácil arrumar estes livros nas prateleiras de uma Fnac qualquer porque a quantidade ainda permanece pouca.
É precisamente por este motivo que temos tendência para gostar de qualquer coisa que venha com o label “temática lésbica”. Se um filme relata a história de duas protagonistas lésbicas, ele é uma maravilha. Se um livro fala de lésbicas, então ele é muito bom. Falta-nos mais oferta para podermos filtrar aquilo que nos vai chegando, isto é, separar o trigo do joio. Sinto-me tentada a denunciar maus livros e maus filmes, mas terei o bom senso de não o fazer através da escrita porque a x-pression disse que as Divas não fazem essas coisas.
É, de facto, imprudente avaliar a temática, o autor, ou o género sem se avaliar a qualidade. Não há literatura lgbt da mesma forma que não há literatura negra, ou literatura light. Há apenas “Literatura” e “não literatura” independentemente da temática, do autor ou do género.
Nem tudo o que é lésbico é bom. Não temos de gostar de um bar só porque ele é “lésbico”, de um livro, de um filme, do L Word, de uma cantora, de uma actriz ou de uma rapariga só por ela ser lésbica. E é sempre este o meu receio quando surge um filme, um bar, um livro, uma festa lésbica (produto que tem pouco mais de dois anos - lançado no mercado com a extinta Festa da Mulher Aranha e agora com a Lesboa a comemorar dois anos de existência), ou quando uma actriz ou cantora se assume. As coisas podem ficar piores quando se assumem como heterossexuais porque nós, lésbicas, temos tendência para penalizar tamanha ousadia. Assumir-se como heterosseuxal depois de dizer que era lésbica?
Lembram-se das Tatu antes tão amadas pelas lésbicas e agora tão esquecidas porque afinal parece que o seu lesbianismo era apenas fruto de uma estratégia de marketing?



"Ya soshla s uma" significará qualquer coisa como "eu enlouqueci por causa dela" e não "all the things she said".
Um amigo russo apresentou-me às suas músicas (cantadas em russo, que era muito mais giro) muito antes de chegarem a Portugal atreladas à língua inglesa. Pouco me importa com quem dormem as miúdas, continuo a gostar das suas músicas meio pirosas, sofridas e dramáticas de amores proibidos e impossiveis. Mas na música temos mais variedade do que na literatura.



O drama


Não me recordo de ler um único livro de temática lésbica que tivesse uma história apaziguadora, um enredo que não tivesse excessivo sabor a drama. Penso que se tivesse de agrupar todos os livros lésbicos que conheço em prateleiras, a secção de narrativas deprimentes teria de roubar espaço a todas as outras. Observa-se todo esse drama nos guiões de teatro e de cinema e até na generalidade dos blogues de temática lésbica. Há um défice de escrita positiva e isto não ocorre somente nos livros de temática lésbica, isto é global.
Pensemos nos filmes de temática lésbica. Quantos deles são depressivos e quantos não são? Quantos deles têm um final feliz e quantos acabam mal? Quantos encaram o sexo de forma natural e descomplexada e quantos o encaram como uma expressão tristonha de um amor sofrido? Por que é que os grandes amores têm de nos parecer sempre sofridos? Não podem ser alegres e descomplexados e ainda assim serem grandes amores? Teremos nós vidas assim tão penosas que até a fazer sexo somos descritas de forma triste?
É o drama que me faz estalar o verniz. O excesso de drama. Somos um povo fadisticamente dramático, nunca estamos contentes com nada e, subitamente, contentamo-nos com pouco. É este olhar de dentro que uma lésbica reflecte na sua obra que me interessa aqui. Como nos vemos? Como nos descrevemos? E como gostaríamos de nos ver? Como gostaríamos de nos descrever? É isso que estou ansiosa por descobrir neste livro de Patricia Cruz, porque é raro sair um livro de temática lésbica escrito com o olhar de uma portuguesa. Escrevam bikinis se já o leram!
Já aqui bikinei sobre Lisa Gornick (entre nós no Festival Queer do ano passado) que penso ser um exemplo muito sóbrio de que se pode fazer um bom filme lésbico sem se cair na flagrante armadilha da vitimização.
As lésbicas são um povo dramático, não são? Não sejamos que isso faz mal à pele, cria rugas e envelhece-nos por dentro.

Condessa X