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quinta-feira, 14 de maio de 2009

6º ciclo de cinema LGBT da rede ex aequo

A rede ex aequo organiza dias 15, 16 e 17 de Maio, o 6º ciclo de cinema LGBT.
O evento decorrerá nas instalações da ILGA (Rua S. Lázaro, nº 88 - Martim Moniz) e não no IPJ do Oriente como havia sido previsto.



A entrada é livre e após cada sessão haverá espaço para um debate de 30 minutos.
Os filmes exibidos serão:

Dorian Blues;
Saving Face;
Freedom to Marry;
Shelter;
Red Without Blue;
Itty Bitty Titty Committee (Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=T5k1DTGdWpE&fmt=18)

Mais informação e consulta de sinopses aqui.

Have fun!

x-pressiongirl

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Abril é na rua (e na Ilga)

Foi muito bem pensado terem feito a Revolução dos Cravos em Abril, de outro modo não sairíamos à rua com tanto entusiasmo. Alguém consegue imaginar uma revolução assim num dia chuvoso de Dezembro?
A Ilga convida tod@s para uns drinks (aquilo lá é em conta) na noite de Sábado 25, às 23h, no seu centro LGBT, na rua de São Lázaro, 88 (perto da estação do Martim Moniz). A Gina tambem vai lá estar.



A festa do 25 de Abril ("Abril" esse que ainda há-de vir) começa na sexta-feira, no Largo do Carmo, dia 24, a partir das 19h, no tradicional arraial organizado pela Associação Abril. Contando com a participação de inúmeras associações e movimentos cívicos, o arraial terá, também este ano, a presença da rede ex aequo, que apela à participação de voluntári@s que queiram colaborar nos turnos da sua banca. Se quiserem voluntariar-se para a banca inscrevam-se no post ou enviem um email para geral@rea.pt.
Tentem não abusar no arraial e conservem algumas energias para as 15h do dia 25, para a tradicional marcha (muito tradicional) a partir do Marquês de Pombal.



Serei das únicas com saudades de Herman?

Condessa X

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Rede ex aequo procura secretári@

Se se identificam com a associação e procuram um part-time giro acho que não devem deixar a vossa condidatura para a última hora.
Seguindo o exemplo da Ilga, também a rede ex aequo parece estar a apostar no aperfeiçoamento da associação remunerando @s profissionais que com elas colaboram. Descobriu-se, finalmente, que nem só de voluntariado vivem as associações e que os associados que foram eleitos para os mais diversos cargos também têm vida própria.
Trascrevo o apelo da associação:

"A rede ex aequo é uma associação de jovens lésbicas, gays, bissexuais, transgéneros e simpatizantes com idades compreendidas entre os 16 e os 30 anos em Portugal e tem como objectivo trabalhar no apoio à juventude lésbica, gay, bissexual ou transgénera e na mudança das mentalidades em relação às questões de orientação sexual e identidade de género.

Função

Assegurar a coordenação e desenvolvimento do Projecto Educação LGBT
Apoiar a Direcção da rede ex aequo na prossecução do seu trabalho

Perfil do/a candidato/a

Identificar-se com a missão da rede ex aequo
Mestria na utilização de ferramentas online
Bons conhecimentos informáticos de software comum a nível de utilizador
Capacidade de deslocação na zona da Grande Lisboa
Bom nível de português falado e escrito
Possuir computador próprio e acesso à internet
Dá-se preferência a

Experiência prévia em trabalho associativo

Oferta

Início da função em 01 de Maio de 2009
Part-time [horário flexível a combinar] a partir de casa
500 EUR Bruto/Mês + subsídio de refeição

Candidaturas

As candidaturas deverão ser enviadas até 22 de Abril de 2009 por correio electrónico para candidaturas@rea.pt e deverão fazer-se acompanhar por CV, Carta de Apresentação e deverão ser disponibilizadas duas ou três referências de anteriores projectos académicos/profissionais.

rede ex aequo
associação de jovens lésbicas, gays, bissexuais, transgéneros e simpatizantes

Website: www.rea.pt
Email: geral@rea.pt
Fórum: www.rea.pt/forum

Rua S. Lázaro, 88
1150-333 Lisboa, Portugal

Telefone: (+351) 96 878 18 41"

Condessa X

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Grupo Local REA Beja - 1º reunião 10 Jan

A rede ex-aequo, agora REA, informou que a primeira reunião do grupo de jovens de Beja será no dia 10 de Janeiro e a seguinte no dia 24.
Como haverá sempre pessoas que ainda não conhecem o trabalho da associação, gostaria de divulgar o e-mail informativo que nos chegou.
Todo o texto que se segue é da responsabilidade da Direcção da Associação Rede-Exaequo (REA).



Olá!

Somos a rede ex aequo - associação de jovens lésbicas, gays, bissexuais, transgéneros e simpatizantes em Portugal, que tem como objectivo trabalhar no apoio aos jovens LGBT e na mudança de mentalidades quanto a questões relacionadas com a orientação sexual e a identidade de género.

A nossa associação é composta por membros de todo o país - continente, Açores e Madeira - jovens que seguem de perto os nossos projectos, que dinamizam o convívio e actividades, que contribuem com o seu trabalho voluntário para que a rede ex aequo cresça, tenha cada vez mais presença na sociedade de modo a conseguirmos chegar a cada vez mais jovens como tu! Organizada e feita por jovens, para jovens!

Queremos falar-te de um dos nossos projectos – os grupos de jovens locais – e vimos através da Blogayesfera dar-te a conhecer o seu funcionamento.
A associação tem grupos de jovens locais de apoio a lésbicas, gays, bissexuais, transgéneros e simpatizantes a funcionar em Aveiro, Beja, Braga, Coimbra, Faro, Lisboa e Viseu. Nas reuniões destes grupos conversa-se sobre temas variados, que estão de algum modo total ou parcialmente ligados à temática LGBT, geralmente através de dinâmicas de grupo/exercícios pedagógicos divertidos que pretendem justamente ajudar-nos a falar sobre assuntos onde se calhar não teremos espaço ou com quem falar noutros locais.
Informação em http://www.rea.pt/grupos.html

Apresentamos-te a rede ex aequo e convidamos-te a participar nas reuniões, a travar amizades, a tirar dúvidas, a partilhar conhecimentos e a contribuir para uma sociedade mais justa e informada.

Os jovens que dinamizam as reuniões têm a seu cargo também uma série de iniciativas, como um fim-de-semana na Serra da Estrela, um Acampamento de Primavera ou Ciclos de Cinema organizados pelos grupos de Aveiro, Coimbra, Braga e Viseu, não deixando de parte passeatas, jantares e encontros nacionais organizados pelos grupos de Faro e Lisboa, por exemplo, mas existe mais…

Em especial, vimos alertar-te para o recém-criado grupo de Beja! Há algum tempo que vem sendo pensado e é finalmente uma realidade, foi fundado em Dezembro de 2008 e vai estrear-se com as suas primeiras reuniões dias 10 e 24 de Janeiro de 2009. A primeira é já no próximo Sábado! De que estás à espera para nos fazeres uma visita!? =D
Reunimo-nos todos os segundos e quartos sábados de cada mês, podes encontrar mais informação sobre o grupo em http://www.rea.pt/beja/

Não deixes de visitar o fórum da rede ex aequo onde poderás encontrar o grupo virtual da tua cidade e conversar com muitos outros jovens! Em www.rea.pt/forum

Este espaço virtual da rede ex aequo também se destina a familiares e amigos de jovens LGBT, que poderão igualmente encontrar aqui apoio e informação.

Os grupos locais não têm de se restringir apenas a estas cidades, poderás também tu abrir um grupo ex aequo na tua cidade ou região. Quem sabe não virás um dia também a contribuir mais activamente para esta família de jovens. Existem muitos mais meios de participação, informa-te sobre a associação e junta-te a nós ;)

Podes encontrar toda a informação sobre a associação no site da rede ex aequo, em www.rea.pt/

Contamos contigo e diverte-te!

Um obrigado ao autor deste blogue pela ajuda na divulgação da nossa associação!

Cumprimentos,
A Direcção da rede ex aequo


O conteúdo deste blogue não é da responsabilidade da rede ex aequo e este encontra-se formalmente dissociado do mesmo.


--
rede ex aequo
associação de jovens lésbicas, gays, bissexuais, transgéneros e simpatizantes

Website: www.rea.pt
Email: geral@rea.pt
Fórum: www.rea.pt/forum

Rua S. Lázaro, 88
1150-333 Lisboa, Portugal

Telefone: (+351) 96 878 18 41



x-pressiongirl

domingo, 28 de dezembro de 2008

Da comédia

Helena Martins começou este ano a tentar animar as lésbicas portuguesas. Rirmo-nos de nós próprios nem sempre é um exercício fácil. Imaginemos então que nos estamos a rir das outras. A Time Out publicou recentemente uma entrevista com Helena Martins que, se pouco me engano, terá começado as suas primeiras piadas lésbicas em Portugal no recém-nascido Candy Bar.
Admito que ainda não tive a oportunidade de conhecer o trabalho desta comediante e que me encontro deveras curiosa.
Agora a parte sem graça nenhuma. No fórum da REA, fazendo uma alusão a um sketch sobre "Engate Lésbico", a autora viu o seu tópico ser censurado. Eu também vi e graças ao print screen, rogo a quem tem vergonha que volte a colocar o dito tópico. Porque isto assim não tem graça nenhuma.



x-pressiongirl


P.S. - Uivemos, disse o cão.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Resultados enquete: concordas com a atribuição de Prémios LGBT por parte de associações LGBT?

@s votantes concentraram-se no "sim". 73% (17 pessoas). 21% não concorda e apenas uma pessoa não se consegue decidir. É pena ser uma amostra tão pequena mas mesmo assim acho que já deu para calar a boca da Condessa (que tem andado muito caladinha ultimamente, possivelmente com a boca cheia de bombons que ganhou no natal). lol



x-pressiongirl

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Ensaio sobre os Prémios - parte II

Quem são afinal os premiados e por que motivo foram premiados?

Aurélio Gomes e Teresa Gonçalves

Foi com algum espanto que me apercebi que entre o grupo de pessoas com as quais interajo mais regularmente ainda não se sabia deste programa. De facto, escapou-me escrever um bikini sobre o mesmo talvez por também não ouvir rádio.
Estes dois locutores de rádio têm um espaço no Rádio Clube Português (RCP) cujo programa "Janela Aberta" se espalha por diferentes rubricas em cada dia da semana com três convidados (o trio). Há o trio.pt, o trio TV, o trio de lésbicas e o trio de gays. O programa passa às 15:30 às segundas (sendo que eles alternam, numa segunda os gays na outra as lésbicas). Compõem o trio de gays Paulo Corte-Real (Ilga), Paulo Vieira (Não te Prives), José Ribeiro (Ilga) e o trio de lésbicas Rita Paulos (ex-presidente da REA), Sara Martinho (Ilga) e Solange F (omnipresente).
Vale a pena clicar neste link para ouvir o Podcast.

Bernardo Mendonça, Solange F e Tiago Miranda

A propósito do coming out público de Solange F, Bernardo M e Tiago M fizeram uma reportagem com outras 5 mulheres (uma delas Sara Martinho) que também o assumem publicamente. Para estas 5 não houve prémios porque a Pelcor esgotou o stock de malas.

Elisabeth Barnard

Directora da revista Com' out (pela qual as 12 lésbicas da x-pression andaram a passear no 4º número e parece que depois disso nunca mais surgiram aqui no sembikini dando origem a uma grave descida no número de visitantes, bonito serviço minha menina!) que exprimindo-se num português de tons germânicos certamente ficaria agradecida com as aulas de português da x-pression.
Foram gentilmente distribuidos por entre a assistência dois números antigos da revista.
Apesar da diferença linguística Barnard fez-se entender na perfeição. Mencionou que, de facto, há papelarias e quiosques a boicotar a venda da revista. E isto não é só a ela que revolta é a todas as pessoas que sabem o que significa respeito pelo próximo.
No fim deixou a mensagem para continuarmos a comprá-la. Barnard conhece o público que tem. Sabe que entre os presentes poucos seriam os que nunca teriam tido qualquer contacto com a revista. São poderosos incentivos de marketing publicar excertos de relatos do fórum da rede ex-aequo. É ver os membros registados todos a gritar constantemente as mais hilariantes histórias relacionadas com a compra da revista só para ver quem sai publicado no número seguinte. Não censuro Barnard, ela trabalha para ganhar dinheiro e no lugar dela eu faria exactamente o mesmo: agradar o público ao qual me dirijo, fidelizar clientes e ainda fazer uma revista de qualidade é obra!
Toda aquela elegância germânica dentro daquela saia lindíssima deixaram-me louca de inveja, devo confessar.

Fernanda Câncio

Jornalista e cronista do DN. Segundo as fofoqueiras de serviço é namorada do 1º ministro (apesar de não gostar muito do senhor nem quando chove nem quando faz sol acho bem que ela namore com quem bem entender que isso para mim não tem nada de fracturante). Segundo os meus cálculos Fernanda Câncio vai bater um recorde do guiness por ser a jornalista mais premiada em Portugal (prémios de associações LGBT não lhe faltarão). A receber prémios, que seja como boa profissional, como boa cronista que me parece ser, apenas isso, não como porta-voz dos "coitadinhos" dos LGBT. E pareceu-me ler nas suas palavras algum incómodo quando disse que ao mesmo tempo que se sentia contente pelo reconhecimento da importância do seu trabalho se sentia "(...) triste por receber este prémio, porque enquanto este evento existir e enquanto se premiar pessoas por se assumirem, estes prémios serão um mau sinal".
Câncio manifestou alegria ao mencionar a recente postura do Vaticano relativamente à descriminalização da homossexualidade. Confesso que não percebi muito bem isto do Vaticano. Ou andámos a ler notícias diferentes ou Câncio ter-se-á enganado. Tenham a bondade de me corrigir se estiver enganada.
Referiu ainda a atribuição do prémio Arco Iris, da Ilga a Pinto Balsemão por este ter consentido que um dos jornalistas assumidamente gay gozasse de férias após o seu casamento celebrado no estrangeiro.
Eu acho que o nosso Berlusconi também merece um premiozinho Precariedade. Acham que não?

Fernanda Freitas

No programa que conduz na RTP2 "Sociedade Civil" lançou entre os convidados um debate sobre o acesso ao casamento civil entre pessoas do mesmo sexo. Obviamente foi importante ver discutido este tema na altura em que estavamos. Mas foi ideia da jornalista lançar este debate naquele dia? Não sei. Talvez tenha sido por isso que a jornalista tenha dedicado o prémio a toda a equipa que com ela trabalha no programa.
Fernanda Freitas subscreveu as palavras de Fernanda Câncio, e afirmou não achar natural "Premiar algo que devia ser encarado como normal". Informou ainda que este era o 7º prémio que a sua equipa recebia pelo trabalho contra a discriminação.
Soube que a filha de Fernanda Freitas tem uma coisa em comum comigo: adora barbies!
A diferença é que na falta de um Ken elas casam umas com as outras. No meu caso elas têm mais tendência para andarem umas com as outras haja ou não Kens por perto.
Relativamente à postura do jornalista Mário Crespo durante o debate, Freitas, que fora "colocada entre a espada e a parede" perante a pergunta do público que a pedia para tomar posição, foi brilhante: "Liberdade é isto: É os homossexais poderem casar e Mário Crespo poder continuar a achar que não".

Teresa Botelheiro

Autora da reportagem "Dois pais, duas mães", emitida na RTP1. Confesso não conhecê-la como profissional, mas simpatizei com a forma simples, e por isso cativante, com que falou o pouco que falou.
Disse que o prémio que recebia dirigia-o aos "protagonistas desta reportagem" que apareceram assumidamente, com as suas identidades e rostos expostos. Lamentou, no entanto, que fossem quase sempre as mesmas pessoas a aceitarem dar a cara, afirmando que "É importante que não sejam sempre os mesmos a aparecer. Esta é uma das grandes dificuldades que nós temos enquanto jornalistas", a meu ver referindo-se claramente aos "mártires" ou "heróis" (dependendo da perspectiva, mas normalmente os heróis são os que ganham prémios e os mártires são os outros) que as próprias associações LGBT tendem a fabricar.
Um rapaz da assistência apresentou-se como sendo um dos "protagonistas" da reportagem e afirmou que as suas hesitações aquando da possibilidade de dar a cara na reportagem eram altruístas. Ele é assumido e lida bem com isso mas mostrou-se hesitante porque ao aparecer na televisão estaria a expor também os seus pais a pessoas do círculo deles como pais de um homossexual. Convenhamos que nem todos os pais estão preparados para a, muitas vezes, dura tarefa de assumir que têm um filho homossexual.
Botelheiro comparou ainda a situação portuguesa com a espanhola em que uma mulher solteira pode, sem qualquer entrave, recorrer à inseminação artificial. Mencionou, e bem, que em Portugal as mulheres solteiras (hetero ou homossexuais) estão impedidas de recorrer à inseminação. O que ela não disse é que a inseminação caseira é ilegal e é capaz de render uma boa estadia atrás das grades. Quem quer engravidar sem recorrer directamente a um homem terá sempre de mentir.


Creio que terá sido a jornalista Fernanda Câncio que terá dito qualquer coisa como:

"Não são só os media que mudam a mentalidade das pessoas, esse papel cabe, sobretudo, às escolas, aos próprios manuais escolares que repetem as imagens de famílias monoparentais com papéis claramente definidos (a maman na cozinha com o filho a brincar com carrinhos e a filha com bonecas e o papá a consertar as coisas da casa). Somos educados por uma escola e por uma sociedade antes de se chegar aos media"

Condessa X

P.S. - Não sabia o nome da rapariga que trabalhou os excertos que se viam no ecran e cujo trabalho me pareceu deveras profissional mas Caramela teve a gentileza de me informar que a rapariga se chama Vanessa. Eu acho que Vanessa também merecia, ao menos, uma malinha da Pelcor porque é óptima profissional!

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Ensaio sobre os Prémios - parte I

Tenho sempre dificuldade em relatar os eventos que anuncio neste espaço e nos quais acabo por aparecer. É-me mais fácil limitar-me a anunciar do que partilhar publicamente a minha visão subjectiva. Falo de um movimento que quero ver fortalecido e por isso mesmo sinto-me desconfortável quando lhe aponto coisas de que não gosto. O facto de não estar formalmente vinculada a nenhum movimento ou associação permite-me participar activamente no que considero bom e criticar o que acho que deve ser melhorado.
O Teatro S. Luiz esteve animado. Tudo me pareceu bem organizado, gente animada e, optima notícia, TODOS os premiados apareceram em pessoa (a x-pression não foi premiada mas consta que desp(ed)iu as espiãs que tinha preparado para o efeito e apareceu, ela mesma, em pessoa).
O grupo Nobody's Perfect trouxe os ABBA para amolecerem logo os nossos corações.
Quem leu o que escrevi no post sobre os Premios (co)media saberá entender que a minha posição é dúbia em relação a este tipo de eventos.
Começo por confessar a minha ignorância sobre a quem caberá a decisão de escolher os premiados. São os associados? É a direcção?
Não acho que se deva "premiar" uma postura que qualquer bom profissional (mediático ou não) deva ter em relação à temática LGBT. Penso, antes de mais, que a luta se trava não só nos media mas também dentro das próprias associações e, porventura, seriam os voluntários e activistas de cada uma das associações, que dedicam o seu tempo de forma muitas vezes oculta (não mediática) que deviam ser "premiados".
Se é verdade que considero esta premiação a "personalidades" um completo disparate, também é verdade que reconheço todos os méritos a cada uma das personalidades premiadas. Durante os seus próprios discursos compreendi um certo incómodo nesta bajulação (refiro-me especialmente a Fernanda Câncio, cujas palavras procurarei transcrever mais adiante). Não temos de adorar bons profissionais só porque eles dão visibilidade à causa LGBT e volto a dizer que todo este mediatismo e estes prémios desnaturalizam a forma como gostariamos que a homo/bi/transsexualidade (alguém da assistência chegou mesmo a lamentar a fraca visibilidade da comunidade transexual, dentro das próprias associações) fosse encarada.
Solange F ganhou um prémio por se ter assumido como lésbica enquanto figura pública. Não lhe terá sido particularmente fácil certamente. Mas isso deve ser motivo de prémio? Consta que Luis Goucha ficou roído de inveja e assumiu-se logo a seguir. Para o ano já ganha malinha da Pelcor. E a cantora Dina não se tinha assumido também há uns belos anos?
As figuras públicas não têm obrigação nenhuma de se assumir. A sociedade e a própria comunidade gay em particular é que devia ter o bom senso de não precisar que figuras públicas do seu agrado se assumissem para aceitarem os homossexuais ou para justificarem a sua própria homossexualidade como aceitável. Como disse Sara Martinho da Ilga, "É importante que sejamos visíveis! Se não se assumirem, as pessoas da vossa família e os amigos continuarão a julgar que não conhecem homossexuais". É um trabalho que tem de ser feito gradualmente dentro da nossa própria casa, no nosso círculo de amigos e quiçá familiares, ainda que não tenhamos essa obrigação.
Em pouco diferem os premiados da Ilga e da rede ex-aequo, tão pequeno é o nosso país. Chega a ser tão pequeno que os próprios premiados às vezes até se confundem com quem atribui o prémio.
A voz off anunciou os apresentadores do evento: "A presid, não, a ex-presidente e o ex-vice-presidente" da REA.
Compreende-se o quase equívoco dado que Rita Paulos nunca me pareceu ter baixado os braços na luta pela construção da REA como hoje a conhecemos ou pela determinação na luta pela causa LGBT. Isso sim merecia prémio, tal como outros activistas de longa data (aposentados ou ainda no activo) que esgravataram ao máximo para que hoje a nossa geração de LGBT's tenha conquistado o espaço que conquistou. Refiro-me a Clubes Safos, a donos de bares antigos e discotecas antigas (como o Trumps que abriu numa altura em que nem Ilga havia), a activistas do antigo Grupo de Trabalho Homossexual (GTH) do PSR, a fundadores da Ilga, ao fundador da Korpus, do Portugalgay entre dezenas de outros exemplos. Alguém da nossa geração ainda se lembra deles também?
Rita Paulos começou por fazer um apanhado das conclusões do Observatório da REA, informando que só durante este ano foram relatadas 92 queixas de homo e transfobia nas escolas. É um número gigantesco, sem dúvida.
Para os premiados havia uma caixa azul (tão misteriosa como aquela do Mulholand Drive até porque ninguém viu o que continha) possivelmente com alguma medalha; um simpático ramo de flores e uma mala da Pelcor.
Se eu tivesse onde plantar árvores plantava sobreiros porque as malas são giríssimas. Fica aqui a dica de presente de Natal para mim (a agenda feminista não é preciso porque eu já a tenho).


Condessa X

P.S. - Amanhã, pontualmente às 19:00 a Parte II deste post porque ele revela-se comprido. E não, a segunda parte não é sobre a festa na Maria Lisboa que isso já quase todos os outros blogues mencionaram e eu nem sequer fui à after party porque disseram-me que já não ía haver jogo do gelo e assim não tem graça nenhuma.


quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

REA - Coordenadores locais para Évora

A rede ex-aequo (agora REA) Associação de jovens LGBTS procura jovens com idades comprendidas entre os 18 e os 26 anos para assegurar o funcionamento do grupo local de Évora.
O projecto Descentrar (cuja mãe era a ILGA) foi formalizado com a criação da rede ex-aequo. Descentrar era o nome de um projecto que previa a descentralização das associações LGBT, então concentradas na capital.
Ao longo de cerca de 5 anos (corrijam-me se estiver enganada) a rede ex-aequo tem mantido alguns grupos locais de apoio, dos quais se encontram em actividade os grupos de Aveiro, Braga, Coimbra, Faro, Lisboa e Viseu.
O grupo de Évora encontra-se inactivo há alguns meses e é esperado que ressuscite pela mão de 3 jovens voluntári@s cuja motivação seja reflectir, informar e desenvolver actividades para jovens LGBTS na sua região.
Mais informações e contactos aqui e aqui.


O prazo de entrega das candidaturas termina no dia 31 de Dezembro.

x-pressiongirl

Quem tiver interesse em fundar um grupo numa outra cidade pode informar-se aqui.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Prémios (co)media 2008

AVISO:
@s mais sensíveis deverão abandonar este post antes de começarem a lê-lo. Ele contém piadas, críticas, spoilers e reflexões pretensamente sérias.

Tem a certeza que quer ler isto? Olhe que o jogo que a x-pression inventou é bem mais divertido, recue duas casas, se preferir.
Não prefere? Está bem, pode ler.

A rede ex-aequo tem estado a anunciar a 4ª edição dos Prémios Media (escrevo propositadamente sem acento porque "média" para mim refere-se a estatística e além disso eu gosto de fingir que sei Latim).
A 4ª edição será no dia 7 de Novembro às 15h no jardim de Inverno do Teatro S. Luiz.



Nessa mesma noite quem quiser conviver com os novos membros e os poucos sobreviventes do fórum da rede ex-aequo (a x-pression ainda não confirmou presença, consta que irá enviar uma representante) poderá encontrá-los, a fingir que não querem nada, a brincar com gelo na discoteca Maria Lisboa.
Dizem que é só para "quebrar o gelo" inicial que aquilo é tudo gente tímida e muito séria que detesta engates e essas coisas assim. Uma espécie de ritual de iniciação no grupo do pessoal "mais modernaço" da rea (e eu a pensar que eram todos conservadores).
Para quem não sabe, a ideia do jogo do gelo não nasceu na rede ex-aequo mas é um jogo muito popular, sobretudo entre aqueles que ainda não descobriram que a brincadeira é muito mais saborosa com morangos (com açúcar, preferencialmente).
Voltemos à vaca fria.
Atribuir prémios a personalidades que de alguma forma tenham contribuído para a "educação e mudança das mentalidades" (lê-se na rede ex-aequo) e tenha feito trabalho contra a homo/transfobia.
A primeira associação a lançar este tipo de prémios foi a ILGA (a edição deste ano dos prémios arco-íris ocorreu no dia 9 deste mês). Se por um lado me parece uma iniciativa boa para divulgar as associações, por outro me parece exageradamente descabido dar-se prémios a troco, não de envolvimento directo na causa LGBT mas, de publicitação da causa.
Quem melhor do que os próprios militantes ou as associações? As figuras públicas, só porque a voz delas se faz ouvir e ecoa nos meios de comunicação social?
Apesar de passar meses sem ver televisão (e passo-os lindamente, obrigada) sei identificar Solange F.



Admiro a atitude que tomou ao assumir-se publicamnte e até me parece uma pessoa simpática, mas admito que me cansa esta exaltação que as próprias associações fomentam. Esta febre de heróis e heroínas que se batem pela causa incomoda-me e possivelmente incomodará, ainda mais, pessoas como Solange F que, de um momento para o outro estão sempre a ter de dar uma opinião e a falar constantemente da sua própria vida. Suponho que se torne deveras desgastante.
As associações dizem-nos que devemos encarar com naturalidade a homossexualidade
mas eu penso que todo este mediatismo e estes prémios desnaturalizam a forma como gostariamos que a homossexualidade fosse encarada. Se fosse encarada com naturalidade, Solange F ganharia um prémio simplesmente por se ter assumido? Onde está a naturalidade disto? E quantas outras figuras (públicas ou não) não se terão batido pela causa de forma menos mediática mas mais permanente?
Quem é que os nomeou? Os sócios das associações? A direcção das associações? Alguém me responda porque não sei mesmo.

Agora as piadas:

1 - As edições deste ano dos Prémios Arco-Ìris (da Ilga-Portugal) e dos Prémios (co)Media 2008 (da rede ex-aequo) distinguem precisamente as mesmas personalidades, com a diferença que a rede ex-aequo distingue mais duas outras figuras públicas.

2 - Muitos dos laureados não comparecem à cerimónia de entrega dos prémios, limitando-se a enviar representantes. Aposto que se fosse para ganhar um urso ou uma palma de ouro estavam lá caidinhos.

3 - A rede ex-aequo incentiva as pessoas impossibilitadas de comparecer à cerimónia ou que, podendo assistir, quererão manter-se no anonimato a deixarem as questões que gostariam de ver respondidas pelos premiados. Poderão fazê-lo aqui.

4 - No ano passado, entre as personalidades distinguidas pela Ilga estava o nome de Pinto Balsemão. Citando a Ilga, este senhor foi distinguido porque:

"Um jornalista da SIC quis casar-se e pediu uma licença de casamento. Esta licença foi concedida por Francisco Pinto Balsemão. O facto parece banal e não merecedor de qualquer nota. E será assim em breve, queremos acreditar.
No entanto, sendo este jornalista gay, a decisão torna-se histórica. Francisco Pinto Balsemão optou assim por tomar uma decisão que terá entendido como a mais correcta e a mais justa, mas que se adiantou afinal à própria lei."

Ou seja, este senhor foi distinguido porque se antecipou a tomar uma decisão justa, ainda que a lei sobre Igualdade de Acesso ao Casamento Cívil esteja congelada (ironia do destino, com o aval do próprio partido que o senhor fundou, o PSD). Gostava de saber quem é o jornalista e se ele não trabalharia, eventualmente, a recibos verdes.

And the winner is:
Os Precários Inflexíveis lançaram os Prémios Precariedade 2008 e vão premiar alguns dos (ir)responsáveis pela precariedade em Portugal. Adivinhem quem é que está entre os nomeados: Pinto Balsemão! Vale a pena irem lá distribuir uns votos por aqueles senhores que mais merecem.



Esta votação é aberta ao público (independentemente de terem ou não quotas em dia porque os Precários Inflexíveis não cobram nada). Para votar é aqui.

Condessa X

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Bed Death

A comunicação dos corpos extinguiu-se porque já não há aquele apetite inicial? Tornaram-se mais amigas do que amantes? A vossa cama morreu, amigas? Em linguagem lésbica diz-se que estão a passar por uma Lesbian Bed Death, que em português soará mais ou menos como "morte de cama".



Vivemos tempos de comida e de dinheiro de plástico, por isso como acham que a sociedade de consumo nos educa a ver as pessoas? Exactamente. Nos tempos que correm, quando alguma coisa se avaria é, ridiculamente, mais fácil comprar-se a coisa nova do que mandar arranjar o objecto antigo. Da mesma forma, procurar uma nova pessoa que nos proporcione todas as emoções da loucura inicial parece mais simples mas já alguém aqui explicou, e muito bem, que isso é uma faca de dois (le)gumes. Aparentemente é mais fácil projectar um novo romance baseado no prazer da nova descoberta do que REdescobrir e REinventar uma RElação que parece não poder evoluir mais. A palavra relação significa precisamente a renovação de laços. E não, a experiência nem sempre é proporcional à maturidade, basta observarmos o escandaloso número de pessoas que têm tanto de experientes como de imaturas.
Passemos de nível neste próximo parágrafo, reciclado a partir de um post antigo que deixei na rede ex-aequo:
Creio que a Bed Death ocorre mais facilmente em casais cuja relação seja longa, por estes motivos que apresento e cujas propostas de REsolução descrevo de seguida:

Envelhecimento e consequente falta de identificação com o outro ou, até, com nós mesmos;

- Cultivar o nosso próprio bem-estar físico e emocional. Não deixar que o nosso físico atrapalhe a nossa performance enquanto amantes dedicadas (por exemplo, uma grande barriga dificulta manobras que se querem ágeis). Sem grandes exageros (é abominavel o tempo que as pessoas passam em ginásios em busca de um corpo perfeito), é importante termos ao nosso lado uma pessoa que se preocupa em ter uma imagem cuidada, não propriamente para mostrar aos outros mas, sobretudo, para se sentir bem consigo mesma.
Tentar conciliar horários entre ambas e fazer caminhada, andar de bicicleta (em Lisboa não é lá muito fácil, mas estes senhores e estes mostram que é possível), nadar e, claro, ter sexo a montes ajuda a queimar calorias e simultaneamente a promover a máxima "mens sana in corpore sano".
Para as pessoas que tenham dificuldades motoras, jogar xadrez, monopoly, ou brincar às barbies (não há melhor exercício criativo a duas). Não queima tantas calorias mas é divertido se passarem à prática as histórias que forem inventando com as bonecas. Imaginem-se a treinar com duas barbies aquilo que vão fazer a seguir uma com a outra. Nice, hein? ;-)

Falta de diálogo franco na relação;

- saber equilibrar as faltas de acordo com democracia e racionalidade, ora cedendo ora fazendo prevalecer a nossa vontade. Pessoas demasiado autoritárias ou demasiado permissivas tornam-se desagradáveis.

- ocultar coisas que se sente e acomular pequenas queixinhas só ajuda a aumentar a desconfiança e a criar inseguranças muitas vezes desnecessárias. Aprender a falar com franqueza e de forma educada tudo o que pensa e, do mesmo modo, estar preparada para ouvir é meio caminho andado para preservar o bom entendimento.

Medo de desiludir ou de perder a companhia;

- promover uma relação plena de novidades (o que a cada dia que passa é mais dificil). Obviamente é mais fácil surpreender uma pessoa com quem estamos há seis meses do que uma que já nos conheça por mais de 5 anos. Mas se a surpresa foi agradável há 5 anos atrás, por que não repeti-la? Flores, bonbons, cartões de crédito (esta é só a brincar, não façam isso!), livros, cd's, pequenas ofertas que sugiram consideração pela pessoa costumam ajudar, mas isto não é nada se não for acompanhado com pequenas atitudes também!!!!
Um banhinho de espuma antes do jantar, uma sobremesa especial, uma ida ao teatro para uma peça que ela realmente desejasse ver, um filme especial, um pic-nic com amigos em comum. É fulcral que não se fechem em quatro paredes, mas que convivam com amigos comuns e privados (até porque são estes que te vão emprestar os ombros se alguma coisa correr mal depois), é importante que os elementos do casal possam dar espaço um ao outro para que se encontrem com amigos particulares sem que haja desconfianças. Todas essas pequenas atitudes, mesmo que já tenham sido tomadas são sempre bem vindas, não importa se já foram repetidas porque quando é delicioso desejamos sempre repetir.

Rotina;

- Só se consegue inovar quando temos a mente aberta. Não creio que haja nenhum truque particular para se fugir à rotina, ela existe sempre, temos é de saber encará-la não como rotina no mau sentido, mas como lucro. Quanto melhor conhecermos uma pessoa melhor saberemos como surpreendê-la e agradá-la agradando-nos ao mesmo tempo. Abrindo o baú mental, libertando-se de preconceitos, lendo, visitando sítios, falando com amigas... há-de encontrar SEMPRE boas novidades, por mais anos que viva.

- Massagens ajudam muito. Não tendo uma banheira de hidromassagem, poupam um dinheirinho para um fim de semana de pequenos caprichos num hotel. Compra um bom óleo de massagem (sobretudo quando não somos especialistas um bom óleo ajuda - especial atenção para os comestiveis, ou melhor, lembíveis), uns massajadores para o efeito, mas atenção que é preciso ter cuidado com as massagens intensivas quando não se sabe muito bem o que é que se está a fazer. Simples brincadeiras como pintura corporal - também com tinta comestivel - é sempre bom, há que lembrar que depois de sujar alguém vai ter de limpar, portanto mudem logo de lençois e tenham atenção às paredes! :-) E por que não experimentar fantasias sado-maso, brincar com chicotes, algemas e dildos?

- Regra de ouro: Não se desleixar em NADA. Ser sempre bonitinha e sorridente, doce como nos primeiros tempos, ser gentil como quando andava a tentar cativar a sua atenção, tudo como no início. Não descurar a depilação ou a apresentação física só por achar que já não tem de impressioná-la. Tem. Sempre. Nada mais desagradável do que sentirmos que a pessoa já não se esforça para nos agradar como no início. Se isto acontece contigo, amiga, oferece-lhe um belo par de patins porque o par de cornos está completamente fora de moda!!!

Stress, cansaço, falta de motivação, problemas profissionais ou familiares;

- Nada de ir a correr para o professor Mustafah porque vai acomular mais dois problemas: o financeiro e o de debilitada saúde mental.

- quando a motivação ou a estima de uma pessoa está em baixo há que reunir todos os soldadinhos e combater arduamente contra esses inimigos perigosos. O diálogo, na tentativa de perceber o problema, é bom porque ajuda à reflexão conjunta e, como se sabe, o problema de um dos elementos significa, na verdade, um problema do casal. Além disso, os especialistas dizem que o sexo é o melhor anti-stress.

Desejo físico ou emocional por outra pessoa;

- as pessoas não escolhem por quem se sentem apaixonar mas escolhem a forma de lidar com isso e escolhem as atitudes que tomam perante essa situação porque são seres dotados de racionalidade. Não há formas simpáticas de se assumir isto à outra pessoa, mas há formas HONESTAS de fazê-lo. A ditadura da monogamia diz-nos que para nos autorizarmos a estar com uma pessoa temos de nos desapaixonar imediatamente da outra. A maior parte de nós sabe, ainda que não goste de admitir, que os nossos nobres corações podem, em determinados momentos, sentir-se divididos porque os sentimentos não são automáticos nem fáceis de catalogar. Erro sobre erro até descobrirmos que afinal não há uma única pessoa perfeita e que, sendo todas imperfeitas, temos a capacidade de aperfeiçoá-las com o nosso olhar que nelas projecta beleza. Se acredita que só há um único amor verdadeiro compreenda o ridículo da teoria: Se Romeu vivesse no outro canto da terra e nem soubesse da existência de uma Julieta, não teriam cada um deles se autorizado a amar mais ninguém?


- se o desejo físico ou emocional recai sobre outra pessoa é importante que haja abertura suficiente para contar isso ao cônjuge/companheira/amiga/amante/namorada, o que quiserem. Naturalmente, se o cônjuge for demasiado ciumento ou inseguro não vai tolerar bem a partilha dessa informação, daí que as pessoas prefiram não dizer nada e fazer as coisas pela calada. Nada melhor do que estar disposto a ouvir tudo, tanto as coisas boas como as más, pelo menos se algo correr mal somos os primeiros a saber! E nada melhor do que estar disposto a contar tudo, mesmo sabendo que essa informação pode ferir a pessoa é melhor dá-la, pois pior mesmo é a pessoa sentir-se enganada depois de feita a asneira!
Caso o cônjuge tenha inteligência suficiente para ouvir tal desabafo sem desatar aos gritos, ameaças ou chantagens psicológicas, há que tentar perceber qual o problema (se é que existe) que só depois de identificado poderá ser resolvido. Se o problema está em si mesmo ou no outro, se a atracção é meramente sexual, se esse factor é por si só suficiente para colocar a relação em causa, entre outros. Há que tentar agir sempre com a máxima diplomacia.

Considerar que já sabe tudo sobre sexo e não há qualquer novidade;

- se uma pessoa acha que já sabe tudo sobre sexo e que isso já não consiste numa grande novidade, então tem um grande problema: ou foi gulosa demais ou tem falta de criatividade. Para isto, creio não haver cura! Há um ditado marroquino que diz qualquer coisa como: "Se o teu mais que tudo é mel, não o lambas todo!" Isto é, guarda uma novidade para amanhã, a gula é um dos pecados capitais.

Discussões constantes ou falta de acordo em questões vitais para a relação;

- a falta de acordo entre o casal pode dar origem a essa Bed Death, como disse anteriormente, às vezes é preciso saber ceder em algumas coisas para se conseguirem outras. As discussões podem ter origem nas mais diversas áreas, daí que o diálogo diplomático seja essencial. Se considerarmos que a pessoa nos desagradou de alguma forma ou às vezes tem atitudes de que não gostamos, nada melhor do que alertá-la logo no início da relação e não deixar isso arrastar-se ao longo dos tempos. Se a pessoa deixa a roupa espalhada pela casa, gasta imenso ao telefone, não é asseada, vasculha as nossas coisas (se faz isto é porque não tem confiança no outro e isto gera instabilidade), ou nunca cozinha para nós é lógico que isso torna a relação frágil, daí a importância de respeitar a convivência e esforçar-se ao máximo para assegurar o bom entendimento. O desrespeito pelo outro é motivo suficiente para que as pessoas não procurem a outra sexualmente e isso deve ser combatido. Portanto um bom banhinho, uma casa arrumada, o respeito pelo espaço do outro, uma atençãozinha especial, são vitais para manter o sexo em ordem.

Para que tudo isto resulte há sempre dois factores exteriores a nós que são deveras importantes: dinheiro (sem isso não podes levá-la a jantar, por exemplo), e tempo, uma pessoa com dois empregos terá problemas em conseguir dedicar-se como gostaria à relação.

Aqui de presente, especialmente para as visitantes góticas, uma belíssima música com um vídeo deveras polémico do grupo Lesbian Bed Death



Desejos de uma óptima Living Bed

x-pressiongirl ;-)

P.S. - Gostaria de sugerir duas visitas:
1. Sobre a durabilidade dos relacionamentos e a sua explicação fisiológica, o blogue Azinhaga da Cidade. A este propósito um delicioso ensaio de Denis Rougemont que, noutro momento, gostaria de divulgar: "O amor e o Ocidente" sobre a forma como encaramos as relações no Ocidente, Tristão e Isolda, Romeu e Julieta, D. Pedro e Inês de Castro, todos parecem amores perfeitos porque morreram antes de se fartarem uns dos outros. Para tornar a coisa mais bonita ainda, tendem a morrer ao mesmo tempo. :-)
2. Sobre a decadência do "amor romântico", o blogue Cuscas das Gajas.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Já usaste um preservativo feminino (Femidom)? - Enquete

Voltei a encontrar este fim-de-semana um daqueles rapazes simpáticos que costumam andar pelo Bairro Alto a distribuir preservativos. A Associação (não é a Brigada do Preservativo nem a Abraço... como eu gostaria de me lembrar do nome da Associação) distribui também uns informativos discos de papel sobre o consumo de drogas. Falámos sobre sexo seguro entre lésbicas e ele teve a gentileza de me presentear com dois Femidom prêt-a-utiliser. A palavra Femidom nasce do enlace entre FEMInin conDOM que é, como quem diz, um preservativo interior.
Fiquei a saber que a Ilga também tem um grande stock destes preservativos à nossa espera, mas estranhamente não vejo nada publicado no site deles. O sembikini vai organizar um rally até à Ilga afim de irmos buscar aquilo que têm para nós. Não mais usaremos preservativos standard cortados ao meio (querida, espera um pouco que tenho de procurar a tesoura) nem película Glad, sim dessa mesmo que foi feita originalmente para conservar os alimentos. Nham nham.
Já aqui tinha bikinado as inconclusões sobre sexo (in)seguro entre raparigas. No fórum da rede ex-aequo apercebi-me que as raparigas que afirmavam fazer sexo seguro apenas o faziam com rapazes e que a maioria afirmava nunca ter feito sexo seguro com a namorada porque estava numa relação estável. Será que a relação é estável logo na primeira noite de sexo? E uma relação estável não pode vir a destabilizar-se? Ai, eu sou horrível com estes pensamentos não sou? ;-)
Esta é a nova enquete do sembikini. As hipóteses são reduzidas e pouco abrangentes porque esta porcaria do blogspot não permite grandes devaneios. Quem quiser participar na grande votação deve fazê-lo no tópico colocado no fórum da rede ex-aequo.

x-pressiongirl

sábado, 21 de junho de 2008

Chá das 5 - Algumas (in)conclusões sobre Sexo (in)seguro entre raparigas

A má notícia é que poucas tertuliantes beberam chá. Agora as boas:
As participantes aderiram à coisa e trouxeram material, pouco mas bom porque nós também éramos poucas mas boas.
(imagem gentilmente cedida por sueca)

Contrariamente ao que a Time Out anunciou, em lado NENHUM o sembikini disse ou escreveu isto "(...)Pedem as organizadoras às meninas interessadas que, antes de irem, façam umas visitas às sex shops da cidade, para comprarem material e recolherem conhecimento de causa para a conversa(...)". O sembikini sente-se, naturalmente, lisonjeado por ter-se considerado pertinente o regresso deste evento, mas lamenta que a redacção não estivesse em conformidade com aquilo que era proposto.
O que se sugeria era que trouxessem material que considerassem pertinente partilhar com as demais tertuliantes e que depois do chá visitássemos algumas sex shops naquela área afim de descobrir in loco que tipo de materiais para sexo seguro entre raparigas teriam. Há 3 anos atrás não se vendia. O proprietário da Condomi (infelizmente extinta) chegara a dizer que se fossem comercializados Femidom em Portugal o preço rondaria os €5 (não se enganou na previsão, o valor ronda isso mesmo) e ele não os comercializava porque sabia que não haveria ninguém que os comprasse por esse preço. Hoje, algumas sex shops disponibilizam dental dam e a Ilga chegou a ter alguns (não sei se ainda os terá) que distribuiu gratuitamente. Note-se que a Ilga fica em Lisboa e não chega às lésbicas que vivem noutros pontos do país. As sex shops que os vendem fazem-no, muitas vezes, via internet (para não terem dinheiro empatado na loja) e só os importam, depois de garantida a encomenda.

Material de cama, na mesa:

1. Lubrificante;
2. Manual de sexo lésbico (o exemplo de um livro com demasiados clichés e desenhos de lésbicas que nos fazem perder a vontade de ser lésbicas), o bom livro que eu queria recomendar não aparece na foto porque a menina que disse que mo devolvia antes do chá não tem palavra e não apareceu (se leres isto espero que desmaies de vergonha! ;-P), mas eu informo que o bom livro é o Kamasutra Lésbico, de Alicia Galotti, gentilmente oferecido por duas queridas amigas. É conveniente específicar a autoria do livro porque circulam por aí maus kamasutras lésbicos como aquele que Flávio Furtado escreveu há 2 ou 3 anos (na altura escrevi que me parecia mais dirigido a curiosos do que a lésbicas). Vale a pena ir à secção LGBT da Fnac comparar os livros e aproveitar os conselhos da Condessa sobre flirt que lá, segundo dizem, é um sítio bom para encontros imediatos de 1º e 2º (de)graus;
3. Preservativo feminino (interno) lubrificado;
4. Brochura da Ilga Portugal sobre sexo seguro entre raparigas;
5. Luvas (dentro do saco de plástico, obviamente, por causa dos micróbios);
6. Non c'est non, escrito por Irène Zeilinger (um ensaio sobre as mulheres e a violência).
As duas amigas francesas (uma delas "ilustre" activista LGBT) que apareceram obrigaram-nos a praticar o francês e o inglês, que acaba por ser mais divertido, sobretudo, quando há coisas que nem se consegue explicar bem na nossa própria língua. ;-)
Como éramos apenas 7 a amostra não é significativa, mas apenas uma das tertuliantes afirmou praticar sexo seguro com raparigas (mesmo com a namorada). Material usado nas brincadeiras: luvas (podem ser daquelas que se compram na farmácia e que vêm em grandes quantidades para quem gosta de brincar muito) ou de látex pretas (porque é mais chique), lubrificante, e preservativo ou película (daquela glad para embrulhar alimentos perecíveis) para sexo oral.
O sembikini está a estudar a hipótese de lançar roupa interior segura, para que a pessoa possa fazer sexo seguro sem precisar de se despir de complexos.

E os heterossexuais?
1. Um rapaz paga cerca de €5 por um dental dam, usa película glad, ou corta um preservativo ao meio para fazer sexo oral à rapariga? Pergunto-me, aliás, quantas terão a sorte de ter namorados que gostem de lhes fazer sexo oral.
2. Um rapaz usa uma luva para penetrar a namorada com os dedos?
O sembikini colocou mini-câmeras, daquelas muito discretas que se colocam nas lâmpadas, em algumas casas portuguesas e descobriu que:
1. os rapazes preferem usar quase sempre a pilita;
2. é por isso que cada vez mais raparigas se tornam lésbicas, é que às tantas aquilo enjoa um bocado;
3. os poucos que fazem sexo oral às namoradas fazem tudo au naturel;
4. os que penetram as namoradas com os dedos também o fazem au naturel;
5. relativamente a sexo anal, o assunto merece um tratamento mais cuidado num outro post.

No fórum da ex-aequo descobri muitas meninas mentirosas, 33,33% que afirmam praticar sempre sexo seguro. Não consigo confirmar a percentagem correcta/actual porque eles baniram-me temporariamente do forum por ter escrito "beach", palavra foneticamente muito parecida com "bitch" que era, na realidade, o que eu gostaria de ter escrito. Vá lá que a administração do fórum teve a cortesia de explicar o motivo:
"Estas tuas frases:
«(...)beach (foneticamente é o mais parecido que consigo arranjar sem que corra o risco de voltar a ser adulterado pela censura/moderação)
(...)P.S. - Se me oltarem a ubstituir alavras scritas or im uro ue assarei a screver ssim omo ugeriu Aria Elho da Osta e se e erguntarem orquê espondo omo la: «Ecidi escrever ortado; poupo assim o rabalho a quem me orta.»
demonstram desrespeito pelos outros, quebrando essas mesmas regras, com as consequentes sanções.":


Sanções à parte, o que é que eu penso das lésbicas praticantes de sexo seguro? Que são como a maioria dos católicos: Não praticantes. Sabem porquê? Porque não andam com estes materiais todos atrás e porque confiam que tendo uma relação estável (seja lá o que isso for na cabeça de cada um) estão imunes a infecções e a doenças venéreas.
O primeiro passo para termos acesso a materiais dignos de se usar (e não materiais confeccionados por nós: espera aí querida, vou só ali buscar uma tesoura para cortar este preservativo ao meio) é admitirmos que os materiais que temos não são viáveis nem tecnica nem monetariamente.
Há mesmo meninas que vão mais longe e justificam-se assim:
"Não pratico sexo seguro porque estou numa relação estável". Quanta candura... Então e se eu estiver numa relação estável com uma pessoa que já teve inúmeros parceiros sexuais e que nunca fez rastreios?
A essas meninas gostaria de lhes perguntar:
Entram automaticamente numa relação estável a partir do primeiro dia em que vão para a cama com a pessoa que dizem amar?
E quando ainda só namoravam com ela havia uma semana, faziam sexo seguro? Se sim, a partir de que momento é que deixaram de o fazer e a relação passou a ser estável?
Admitam que nenhuma lésbica neste país faz sexo seguro. Deixem mas é de ser falsas e vão apanhar bikinis!
Ainda há pessoas que acreditam em relações de risco e relações imunes, mas o que há são comportamentos de risco.
Ainda não há data marcada para novos chás, mas penso que os próximos irão decorrer na praia (para onde foram quase todas as que se baldaram ao chá). É mais refrescante, não temos de consumir nada se não quisermos (sugiro que consumam a caipirinha que um boy anda a vender na praia), e além disso podemos estar mais sem bikini (gostaram da piada?).

x-pressiongirl

P.S. - Esqueci-me de atribuir o Tea Award (parece que adivinhava porque tinha levado duas saquetas de chá) às duas meninas que chegaram atrasadas. Reformulo o convite para um chá, trazido do coração de Londres, na minha humilde maison.

domingo, 18 de maio de 2008

Criatividade

Venho divulgar 3 iniciativas belíssimas para exprimirem a vossa criatividade e serem premiad@s por isso.

A organização do Queer Festival Lisboa (outrora conhecido por Festival de cinema Gay e Lésbico de Lisboa) está a aceitar inscrições para a submissão de filmes para o 12º Festival. Câmera, luzes... e muita acção. Deadline: 30 de Maio! Aproveito para informar @s mais distraíd@s (adoro a @ dá para tod@s, não é?) que devem anotar JÁ na agenda a data do festival que este ano decorre entre 19 e 27 de Setembro.
Atrevo-me a fazer um apelo para que poupem as pessoas de filmes dramáticos, pessoalmente estou um bocado saturada de olhos que só filmam o lado negro da vida e particularmente dos LGBT. Destaco um filme delicioso que vi no ano passado juntamente com umas amigas muito up. Este filme
é de uma lady muito british que esteve cá na night lisboeta a promover o seu filme, falo de Lisa Gornick, uma fixe que aborda a homossexualidade com um olhar pouco comum entre os cineastas LGBT. Ela tem outro filme muito bom, "Do I love you?" que já foi premiado em pelo menos 3 festivais. Ambos podem ser encontrados em DVD.

A rede ex-aequo está a aceitar propostas para a concepção do cartaz para o 6º Acampamento de jovens LGBTS até 31 de Maio. Espero que ainda tenham a agenda à mão porque vão ter de anotar a data do evento: 16 a 24 de Agosto.
Não guardem a agenda ainda porque há outra data importante a assinalar:

Esta data é só para as pessoas que ainda não conhecem o sem bikini e estão com preguiça ou têm pouco tempo para ir ver os posts antigos.
A organização do Congresso Feminista 2008 está a promover um concurso de vídeos sobre feminismo. Deadline: 31 e Maio. Estão também a aceitar inscrições para voluntariado neste evento. Já tinha falado disto aqui.

Condessa X