Mostrar mensagens com a etiqueta marcha. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta marcha. Mostrar todas as mensagens

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Marcha pelo Fim da Violência Contra as Mulheres

Hoje, dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as mulheres, está marcada uma concentração às 17h no Largo Camões, de onde @s marchantes se dirigirão para o Rossio.



A marcha é apoiada por mais de meia centena de associações e movimentos e é organizada conjuntamente pela UMAR – União de Mulheres Alternativa e Resposta, Movimento SlutWalk Lisboa e ComuniDária - Associação de Integração de Migrantes e Minorias Étnicas. Lê-se no manifesto "A violência contra as mulheres é um fenómeno inerente à opressão patriarcal e à existência de culturas machistas e misóginas em diferentes sociedades, revelando inegavelmente o quão coxas ainda estão as nossas democracias.".
Importa que tod@s @s que têm voz a façam ouvir, já que @s verdadeiros oprimid@s jamais teriam como se juntar a esta marcha.
Este ano morreram já 23 mulheres em Portugal, vítimas de violência doméstica.
Entre marido e mulher, mete-se, obviamente



x-pressiongirl

P.S. - Neste link podem ler o manifesto na íntegra e dar o vosso próprio testemunho.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Amanhã podia ser Abril

Um rei nunca se levanta do trono. Ou ele morre ou ele é expulso quando outro é aclamado. Se os reis de hoje se banqueteiam na mesma mesa, fazem-no à custa da miséria que conquistaram para quem os serve, a maior parte das vezes, de boca calada, sem piar, ora por medo ora pela esperança de usufruir de algumas migalhas que restarão caídas no fim do banquete. Alguns dos que não foram convidados para a festa e dos que não se contentam com migalhas anseiam por depôr o rei ou até mesmo por matá-lo.



Outro virá substituí-lo um dia, prometendo umas migalhas maiores.
Quando tentaram assaltar o castelo, o rei mandou reforçar a guarda.
Havia muita fome não só de comida mas também de abraços. As pessoas olhavam-se cada vez mais com desconfiança e o medo impedia-as de criar laços
de solidariedade e de amizade. Praças inteiras eram assaltadas mesmo à luz do dia, muitas vezes até pelos próprios guardas que padeciam de fome.
Tal como o rei desejava, as populações revoltosas começaram a exigir policiamento nas ruas onde moravam. Esqueceram-se que eram saqueadas porque nem todos tinham pão, e era precisamente isso que deviam reivindicar.



Então o rei disse "Preciso de mais guardas!" - não disse que todos precisavam de pão - "Trabalhem e tranquem-se em casa, pois há muitos bandidos por aí.".
O rei autorizava-se a toda a sorte de extravagâncias, ainda que o tesouro do reino tivesse dado lugar a empréstimos concedidos por alguns dos seus primos cujos reinos se encontravam próximos. O rei sabia que não tinha como pagar os juros que lhe eram exigidos, mas isso não era problema seu, pois em breve o seu filho ocuparia o lugar que ele deixaria. Do mesmo modo, os primos sabiam que o rei não tinha como cobrir a dívida, muito menos os juros, mas continuavam a aliciá-lo com empréstimos, pois sabiam que alguém iria pagá-los. O rei depenado exigia sacrifícios ao povo descontente. Todos tinham de fazer cedências em nome da unidade da nação.
As pessoas achavam-se livres porque podiam ir trabalhar e regressar a casa para dormir. O rei pensava e comia por elas.
Entretinham-se a criticar-se uns aos outros, comparando as suas misérias como as velhas que competem entre si para ver quem tem mais doenças ou sofre mais: "Tu trabalhas menos que eu, não te podes queixar!", "Tu trabalhas directamente com o rei e dormes no palácio!", "Mas tu és um guarda e não estás aqui para nos proteger, mas para proteger a fortuna do rei!". Combatendo entre si, esqueciam-se do inimigo principal que era o rei corrupto. O rei sabia que era assim que se conquistavam territórios. Esperava-se que dois inimigos combatessem entre si e quando estivessem ambos fracos atacava-se os dois.



Alguns guardas sentiam-se injustiçados pois não eram bem aceites nem pelas populações que se sentiam ameaçadas por eles, nem pelo rei que os desprezava e os tratava como meros cães de guarda que assumiam uma forma semi-humana quando estavam fardados. Sabiam que deviam ser fiéis ao rei que lhes pagava umas migalhas, mas revoltavam-se quando chegavam a casa para junto da sua família e, despindo a farda, se encontravam como cidadãos comuns, escravizados, impotentes perante a família faminta.
Secretamente,todos desejavam uma mudança. Uns queriam outro rei, outros queriam outro sistema, outros diziam que não havia solução e deviam emigrar para outro reino, outros diziam que o melhor era não levantar ondas porque as coisas podiam ficar piores.
Os únicos que estavam unidos eram aqueles que não desejavam mudança
, como os ministros do rei que eram regularmente convidados para os banquetes e que a troco de proteger o rei e as suas políticas recebiam terras e títulos.



Estes privilegiados procuravam amputar a todo o custo qualquer sinal de resistência. Sob qualquer pretexto vinham retirando os parcos direitos das populações para que eles mesmos pudessem manter os seus privilégios.


Se já leste esta história vezes sem conta, não a leias. Vem escrevê-la!


x-pressiongirl

P.S. - Não são os grevistas nem as pessoas que, justamente, querem fazer ouvir a sua indignação que PÁRAM o país, é quem o corrompe diariamente que o faz RECUAR!


P.S. II - O mapa das concentrações distritais pode ser consultado aqui.

domingo, 20 de junho de 2010

Imagens da Marcha LGBT Lisboa 2010

Conquistado o direito ao casamento civil, a comunidade LGBT deve agora focar-se noutros aspectos importantes da cidadania. Faltam ainda, como referiu Salomé Coelho, da UMAR, "(...) a resolução de questões como a parentalidade, e aí falamos da adopção e da Procriação Medicamente Assistida, ou de legislação para as pessoas transgénero”.
Importante notar que o único partido que vi lá formalmente representado, mais uma vez, foi o Bloco de Esquerda. É bom saber quem realmente vai à luta.
Amei os chupas que o restaurante Orange gentilmente distribuiu pelos marchantes. As garrafinhas de água alusivas à marcha e as mensagens de papel, lançadas do cimo do elevador, foram supresas já repetidas de anos anteriores, mas que têm sido muito bem conseguidas.
Apesar de ter tido a sensação de estarmos em menos número do que no ano passado, várias fontes indicam terem estado na marcha umas cinco mil pessoas. Podiamos e deviamos ter sido muitos mais, mas ainda há muita malta por aí que não compreende o porquê de se fazer uma marcha LGBT. É esta retrógada mania de se achar que a festa se faz só no Arraial.
A poucas ruas dali, estava o corpo de Saramago, uma das personalidades mais engajadas com todo o tipo de causas que contribuissem para uma sociedade mais justa, entre elas, a causa LGBT. É bom relembrar que ele foi um dos primeiros subscritores do Movimento Pela Igualdade (vulgo, MPI), movimento habilmente "morto à nascença" por bandalhada que não aceita dividir protagonismos com movimentos mais independentes. Um dia eu publico os vossos nomes que eu não vou de férias tão cedo.
















































Condessa X

P.S. - À semelhança do que sucedeu no ano passado, o Arraial Pride decorrerá na semana seguinte, Sábado dia 26, às 14h, desta vez no Terreiro do Paço.

sábado, 19 de junho de 2010

Marcha LGBT 2010 - É já esta tarde, vamos lá!

Para quem ainda se questiona sobre o porquê de se celebrar uma marcha LGBT e um arraial, vale a pena ler o texto que x-pressiongirl deixou de herança.



Até logo!

Condessa X

P.S. - A marcha terá início às 17h a partir do Jardim do Príncipe Real.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

As marchas LGBT em Portugal

Tardiamente escrevo sobre estes eventos que tão cedo aqui divulgámos, o que me traz a vantagem de poder ir beber informações a todo o lado e compilá-las aqui.
Tanto a marcha de Lisboa como a do Porto foram, segundo as respectivas organizações e até mesmo a comunicação social, as mais participadas de sempre. No entanto, como é hábito, havia alguma discrepância nos números apresentados.
Estive entre o largo número de pessoas que criticaram o facto de marcha e arraial de Lisboa decorrerem em dias diferentes, mas felizmente ambos os eventos foram bastante participados. Apenas lamento que as pessoas que vivem longe da capital não tenham tido facilidade em vir aos dois.
Da organização da Marcha do Orgulho de Lisboa (MOL) fizeram parte as associações LGBT Clube Safo, Rede Ex Aequo, ILGA Portugal, Panteras Rosa, Não Te Prives, Associação Cultural Janela Indiscreta e Rumos Novos.
Não sendo associações de cariz LGBT, participaram também na organização do evento a associação Médicos pela Escolha (MPE), a Associação Pelo Planeamento da Família (APF), Grupo Português de Activistas Sobre Tratamentos de VIH/SIDA (GAT), Rede Portuguesa de Jovens Para a Igualdade de Oportunidades entre Mulheres e Homens, SOS Racismo e UMAR.
O Sindicato de Professores da Grande Lisboa estreou-se pela primeira vez na marcha LGBT.



A recém-criada associação AMPLOS (Associação de Mães e Pais pela Liberdade de Orientação Sexual) também participou pela primeira vez.
ATTAC, Marcha Mundial das Mulheres e Amnistia Internacional são alguns exemplos de associações que têm sido assíduas na marcha.



Dos partidos políticos, viu-se largamente vários deputados e membros activos do BE



e consta que por lá andou também o Partido Humanista e a JS.
As palavras de ordem andaram pelo mesmo de sempre e confesso que não suporto o "Sim, sim, sim, nós somos assim" porque não consigo entender o alcance do slogan.
Estava um calor imenso e quando me preparava para entrar no primeiro lugar que me vendesse água fresca eis que surgem activistas que presumi serem da ILGA com imensas garrafas de água que distribuiram gratuitamente entre @s marchantes. A particularidade das garrafas estava no rótulo que anunciava o Arraial Pride da semana seguinte, divulgando os artistas que actuariam no Arraial. Excelente iniciativa!
Tal como no ano passado, voltaram a ser lançados pequenos papéis com mensagens, por cima de quem passava o elevador. "Já marchavas comigo", "Gosto de ti!", "Fora dos armários directamente para a rua", "Ano 2009: gays discriminados na doação de sangue", "Século XXI: Portugal não tem lei de identidade de género", "Pela despatologização das identidades trans", "Em 2000 marchámos pela primeira vez em Portugal", "Até 1973 ainda éramos tod@s doentes", "A partir de hoje vou beijar quem eu quiser", "Vamos dançar esta noite?" e "Ainda bem que estás aqui!" foram algumas das mensagens que consegui apanhar. Muito gira a ideia de passar a mensagem, informando e provocando sorrisos.
A marcha esteve animada com as habituais carrinhas de caixa aberta a fazer de pista de dança, poucos motards do "Sai de mota do armário"



e muitos mas muitos smarts, esperteza da discoteca Maria Lisboa. A parte menos engraçada foi a clara divisão à chegada ao Rossio, quando num lado discursavam os presidentes das Associações e do outro soavam as músicas made in Maria Lisboa. Não é bonito. É verdade que o pessoal quer é festa, mas teria sido bom ouvir o que dizem os líderes do movimento.
Fica aqui o vídeo recentemente divulgado pela equipa da discoteca Maria Lisboa.



Quanto à marcha do Porto, na qual, infelizmente, não estive, li delícias sobre a mesma. Tanto marcha como arraial têm crescido a olhos vistos, quer em participações quer em apoios de associações, movimentos.
Segundo o portugalgay (promotor da iniciativa portuense), "as entidades que organizaram e apoiaram a edição deste ano foram: Abismo Humano - associação de Artes, Abraço, ATTAC Portugal, Bloco de Esquerda, Caleidoscópio LGBT, Centro das Culturas - Acção Humanista, Cooperação e Desenvolvimento, Grupo de Trabalho Identidade X/Y - Sindicato Unificado da Polícia de Segurança Pública, não te prives - Grupo de Defesa dos Direitos Sexuais, Panteras Rosa, Partido Humanista, Poly-Portugal, Ponto Bi, PortugalGay.PT, SOS Racismo e UMAR - União de Mulheres Alternativa e Resposta. Além do carro do Porto Pride a marcha também contou, pela primeira vez, com a participação do Pride Bar e da discoteca Maria Lisboa.".
Comparando as entidades enumeradas com as de Lisboa, saltam-me à vista a inclusão de partidos políticos como o BE e o Partido Humanista como organizadoras/apoiantes da marcha, o recém-criado Grupo de Trabalho Identidade X/Y - Sindicato Unificado da Polícia de Segurança Pública e a UMAR (que no ano passado não se quis associar à iniciativa portuense pelos mesmos motivos que a Rede Ex Aequo apresentou novamente este ano para se desmarcar da marcha do Porto). Congratulo a UMAR pela capacidade de rever a sua posição e lamento que a Rede Ex Aequo não o tenha feito. Podem ler aqui o documento redigido pela REA, que roubei do Estrelaminha, em que a REA justifica deste modo a não subscrição do Manifesto "Não acreditamos ser possível comparar a inclusão de temas consensuais socialmente, como a luta contra o racismo e o sexismo, com um tema altamente polémico e problemático em termos de aceitação e recepção como o das relações poliamorosas".
Vídeo e foto-reportagem da marcha do Porto aqui.

x-pressiongirl

P.S. - Fotos roubadas do Lisboa SOS. Podem encontrar a foto-reportagem do Lisboa SOS aqui.
Se quiserem dar um lucky look na cronologia do movimento LGBT em Portugal, vale a pena visitar esta casa.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Marcha LGBT 2009

aqui e aqui se escreveu sobre este evento imperdível.



Este ano também vamos ter motards.
Deixo-vos com o vídeo da marcha do ano passado.



Tragam também amig@s hetero!
É já amanhã!

Condessa X

P.S. - Para quem não sabe o porquê de se fazer uma marcha e um arraial, a visita aqui é obrigatória.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Nova enquete: Vais ao festival de cinema queer?

Surge em 1997, pela mão de vários dirigentes da ILGA - Portugal (International Lesbian and Gay Association) tais como Celso Júnior e Gonçalo Diniz (na altura presidente da ILGA) o 1º Festival de Cinema Gay e Lésbico de Lisboa. A ILGA - Portugal teria cerca de 2 anos de existência. É também por esta altura que surge o primeiro portal LGBT português, o imparável Portugalgay; o primeiro grupo lésbico Clube Safo; a associação Opus Gay; a primeira revista portuguesa dirigida particularmente ao público gay e lésbico, a Korpus e pouco depois o primeiro hotel LGBT Anjo Azul. O Festival de cinema surge, portanto, numa altura em que a comunidade LGBT, sobretudo a lisboeta, começava a espreitar para fora do armário.
De ano para ano cresceram os apoios, o número de filmes e o número de espectadores. Houve momentos altos e houve momentos mais expectantes. Refiro-me particularmente às dificuldades criadas por Santana Lopes, enquanto presidente da CML, que tentou asfixiar não só o Festival de Cinema Gay e Lésbico, cortando apoios financeiros e logísticos (até queria que se alterasse o nome para "Festival da Diversidade"), mas também a Marcha que o senhor não queria que se realizasse na Av. da Liberdade e o Arraial, que nesta altura começou a ser realizado no Parque do Calhau. Vale a pena recordar as palavras de Fabíola Cardoso (do meio adormecido Clube Safo) aquando do discurso de abertura do Arraial "Já nos mandaram para muitos sítios, este ano foi para o Calhau". A gargalhada foi geral, mas políticamente as associações atribuiram um significado ao facto de se ter transferido o arraial do centro (Praça do Município) para os arrabaldes (Parque do Calhau). Convenhamos que a parte boa de termos festa neste parque era o facto da festa durar até sermos beijados pelos raios de sol.
O Festival de cinema passou a ser denominado de Queer Lisboa e adoptou o patinho feio como mascote (alguém me explique o porquê, eu preferia a Branca de Neve). A organização do festival viria a apresentar-se pelas mãos da ACJI (Associação Cultural Janela Indiscreta), tornando-se independente da ILGA. Este festival deve ser o que mais salas de cinema correu, chegando a ter filmes distribuidos, em simultâneo, por 4 salas diferentes. O queer festival já se sentou no King, Cinemateca, Quarteto, Fórum Lisboa, mas agora parece ter conquistado lugar na primeira fila do belíssimo São Jorge.
O Goethe-Institut, O British Council, o Instituto Cervantes e o Instituto Franco-Português são alguns dos exemplos institucionais que têm figurado sempre entre os apoios. Onde pára o Instituto Camões?
Hoje o Festival chama cada vez mais cinéfilos de todo o país e tem ampla projecção internacional. Longa Vida ao Festival! \_/*\_/ Cheers!

x-pressiongirl


P.S. - Nota muito negativa para o preço dos bilhetes. Nos festivais de cinema é suposto assistir-se a muitos filmes e €3,5 por cada sessão é um convite descarado para eu usar a minha pistolinha da hello kitty. Cuidado com essas carteiras!

sexta-feira, 11 de julho de 2008

A bom Porto

Já arrumaram os vossos bikinis? Façam-se à estrada que amanhã a festa é no Porto. Começa às 15h na Praça da República e termina, quand vous voulez, no Teatro Sá da Bandeira.

Vai estar lá toda a gente, até o pessoal do grupo Poliamor e o pessoal da UMAR e nós gostamos mesmo quando as coisas vão a bom Porto. ;-)


x-pressiongirl

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Resultado enquete: Este ano vou participar

A votação não foi muito animada, mas eu vou perdoar porque tanto a marcha gay como o arraial estiveram acima das nossas expectativas.

Nota negativa para os "desencontros" entre marcha e arraial. Como se previa, fizeram malvadez com a Rainha Malvada e deixaram-na a tocar para as saltitantes pedras da calçada enquanto decorria a marcha. Na verdade, não sei se era realmente a Rainha Malvada porque ela tinha um ar muito bonzinho e eu não gostei nada daquele ar mimoso.
Gostei de ver Paulo Corte-Real, da Ilga a falar (fora do palco, claro, que o palco é só para as nossas amigas travecas) do sucesso da Marcha.
Nota positiva, também, para as mais diversas associações e movimentos que compuseram o desfile: Médicos pela Escolha, Sos Racismo, APF, muita gente vinda do Congresso Feminista (girl power!)... sei que há mais mas não me lembro de todos.
O arraial também foi delícia. Aspecto negativo: terminar às 4h. Quem gostou desta parte foi o Trumps, que esteve ao rubro.
A festa vai continuar dia 12 de Julho no Porto. Entidades interessadas em ter uma banca no Portopride deverão contactar a organização para o e-mail portopride@portugalpride.org ou através do fax 225088562, até dia 6 de Julho!!!


Condessa X

sábado, 28 de junho de 2008

Dias animados

Foi uma trabalheira retirar as mini-câmeras que instalámos na Gulbenkian e instalá-las aqui.

Surpreendentemente, não precisámos da ajuda de nenhum homem. Obrigada por se terem disponibilizado, de qualquer forma, foram muito cordiais.
Acho que vai valer a pena porque as nossas netas têm de saber disto.
O Congresso tem estado muito animado, com intervenções muito enriquecedoras e reflexões deveras pertinentes. Há muitas mulheres (e alguns homens, é bom vê-los por cá também), todas elas diferentes, na idade, na experiência, nas concepções que têm de feminismo. Mas faltam mulheres aqui: as que são anónimas mas que apesar disso não serão menos feministas.
As mais oprimidas de todas não estão cá, pelos menos presencialmente. Elas aparecem, sobretudo, nas estatísticas que têm sido apresentadas ao longo do evento. Noutra altura bikinarei sobre as classes. Agora vou aprender qualquer coisa sobre Artes e Feminismos e depois ganhar energias para soltar a bicha que há dentro de uma verdadeira lesbo-feminista e ver gente gira e animada aqui:

Este vídeo foi descaradamente roubado do portugalgay. Trata-se do vídeo do ano passado. Perderam a festa no ano passado? Não fiquem tristes, arrumem os vossos bikinis e dirijam-se ao Príncipe Real. É lá que estaremos, às 16h. Au revoir.

x-pressiongirl

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Programa de festas LGBT em Portugal

Já aqui falei sobre o porquê destas comemorações que ocorrem um pouco por todo o mundo (infelizmente em alguns países, ainda, com bastantes incidentes, já este ano voltou a haver problemas na Moldávia e na Rússia).
Aproveito a boleia do blog "Assumidamente" (recém-chegado à nossa pink list) que destaca o panorama geral dos países em que a homossexualidade é ainda institucionalmente punida.
Este ano, a 9ª Marcha LGBT em Lisboa será no dia 28 de Junho. Terá início às 16h no jardim do Príncipe Real e terminará no Terreiro do Paço, onde irá decorrer o 12º arraial e toda a animação que isso significa (só até às 4h da manhã porque a vizinhança não gosta muito de barulho e o Parque do Calhau parece ter sido excluído da lista como alternativa). Patricia Tavares voltará a apresentar o evento e já estão confirmados os seguintes DJ sets:

16:00 > 19:00 Rainha Malvada (Discó Masmorra)
19:00 > 22:00 Miss Toxic (Total Pusse Control)
22:00 > 01:00 Michael B (Pop/ House)
01:00 > 04:00 Mário Varella & Petzi (Progressive House)

Gente conhecida destas andanças e a animação promete. Só uma observação: A Rainha Malvada (uma das suas máximas: "Foste largada? Ela arranjou outra? É porque mereces" - morta de rir) também vai pôr música? É que se for esse o caso, ou vai tocar para as pedras da calçada ou o pessoal da marcha vai desmobilizar-se em direcção ao Terreiro do Paço porque a coisa acontece à mesma hora.

Este ano, pela 3ª vez, decorrerá semelhante evento no Porto. Parece que o Norte anda mesmo em alta e os eventos têm sido muito bem acolhidos pela população portuense. Nesta cidade irá decorrer no dia 12 de Julho e a concentração será às 15h na Praça da República. A festa prosseguirá, mais uma vez, no Teatro Sá da Bandeira até às 8h da manhã, mas só para @s mais resistentes. ;-)
Diversas associações, movimentos cívicos e pessoas solidárias com a causa LGBT juntar-se-ão, como já é hábito, de forma colectiva ou individual nestes eventos. E tu, já decidiste?



Esta é a nova enquete do sembikini. Não há prémios para quem votar mas os que participam nestes eventos sabem que o balanço final é sempre positivo. ;-)

x-pressiongirl

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Por que é que se faz uma marcha e um arraial no dia 28 de Junho?

Encontrei, via fórum da rede ex-aequo, um post a divulgar o fresquissímo vídeo promocional da marcha e arraial 2008. É original, giro, desencavacado (perceberam a piada?), e a mensagem não poderia ser mais clara e directa.



Durante umas visitas ao dito fórum e após falar com alguns amigos apercebi-me que ainda há muitas pessoas que não conhecem o verdadeiro motivo pelo qual se celebra este dia. Era suposto todos os gays saberem? Uma mulher tem de saber tudo sobre a história dos movimentos de emancipação feminina só por ser mulher? Sendo seres humanos temos de saber tudo sobre a história da humanidade? Óbvio que não. Contudo, há coisas que convém saber. A Condessa escreveu aqui que não colocaria links nem mencionaria o porquê da marcha porque bastaria aos interessados pesquisar a combinação de termos "Stonewall" e "1969". O meu lado x-pression gosta mais de contar histórias e vai tentar contá-la, de forma resumida, agora:

Em 1969 aconteceu uma coisa à qual hoje se dá o nome de “Revolta de Stonewall” (Stonewall Inn é o nome de um bar gay em Nova Iorque). Para compreendermos melhor a história vamos só recuar um bocadinho para contextualizar a cena.
Estamos na América, nos anos 60. O que é que acontecia no mundo e o que é que as personagens desta história haviam vivido? O pessoal ainda está a recuperar da grande estafa que foi a II guerra mundial (ela terminara pouco mais de 20 anos antes, portanto os intervenientes da nossa história terão vivido, eles e os seus pais, ou só os pais, os horrores de algo que, felizmente, a maioria de nós desconhece). A guerra agora desenrolava-se no Vietnam, começaram a surgir movimentos contra a guerra, as pessoas sentem necessidade de se associar a causas.
Ser gay não devia ser muito fácil nesta altura, eles não tinham Internet, as poucas associações que existiam não gozavam da liberdade que as nossas hoje têm, e os pontos de encontro entre gays (se não fossem figuras conhecidas como pensadores, escritores e demais crème de la crème) eram assim mais nas ruas e em bares mais ou menos alternativos (alguns tinham uma salinha mais reservada em que pessoas do mesmo sexo podiam dançar juntas ou até curtir. Se aparecesse alguém cuja presença fosse estranha ao bar – podia ser um policia à paisana – o pessoal do bar accionava um botãozinho que acendia uma luz, como forma de aviso para que os pares se separassem).

Não nos esqueçamos que nesta altura ser gay era sinónimo de ser-se doente (a homossexualidade apenas deixou de ser considerada, pela comunidade científica, uma doença em 1973
e atenção que isto ainda hoje não é unânime porque há pessoas que ainda julgam que sim, trata-se, portanto, de uma semi-conquista). Como os gays eram todos uns doentes mentais, era proibido vender-lhes bebidas alcoólicas. Por este motivo, a policia tinha total autonomia para entrar nos bares e prender quem quisesse (consta que os alvos preferenciais eram as pessoas que trajavam roupas conotadas com o sexo oposto, vulgo travestidos, homens ou mulheres). Os gays, resignados, não ofereciam muita resistência de tão habituados que estavam às rusgas policiais e alguns até diziam: “É assim porque é assim. Sempre foi e sempre será.” (já ouviram muita gente dizer barbaridades destas não já? Não lhes dêem ouvidos, são os comodistas, preguiçosos, vencidos da vida, que pretendem justificar a sua inacção com a inacção dos outros e só servem para promover este cancro que é o individualismo).
A injustiça era normal e ainda hoje nos parece normal, tão poucas vezes nos solidarizamos com os oprimidos, os elos fracos porque, muitas vezes, também nós nos percebemos fracos. Só um forte tem a coragem de levantar a voz contra uma injustiça, um crime, um roubo…
As pessoas vêem alguém a ser agredido e não têm a coragem, sequer, de telefonar para o 112? Assiste-se a um roubo e não se denuncia? Sabe-se de um crime e calamo-nos? O mundo às vezes é estranho, não é?
Felizmente houve fortes e ainda os há.
Esta história é precisamente sobre eles, os fortes.
Os anos 60 foram uns anos muito à frente. A segunda vaga feminista estava aí em peso (Beauvoir – este ano comemora-se o centenário do nascimento desta senhora – publicara a bíblia feminista “O segundo sexo” nem havia 10 anos) e punha em causa o papel da mulher na sociedade, questionava a ordem patriarcal e os modelos masculino/feminino (cortes de cabelo, soutiens, biquinis, roupa, maquilhagem, tudo reformulado), o movimento estudantil ganhava peso porque associava-se a causas cívicas e naquela altura a contestação era grande por causa da guerra do Vietnam, comunidades hippies propagavam paz e amor, liberdade de espírito, mente aberta e sexo livre. Em Paris, um ano antes de Stonewall, o Maio de 68 viera abrir portas a novos movimentos sociais (e sexuais) e as pessoas proclamavam, cada vez mais abertamente, por justiça e igualdade. Não esquecer também que Alfred Kinsey publicara por esta altura o seu famoso estudo sobre a sexualidade dos americanos e concluíra que cerca de 25% dos americanos teria tido algum tipo de experiência com alguém do mesmo sexo.
Devia ser mais ou menos isto que andava nas cabeças dos intervenientes desta história (os frequentadores do bar Stonewall Inn). Um dia, estas pessoas, já cansadas de levar porrada, de serem enxovalhadas e presas decidiram pregar uma partida à polícia.
Judy Garland (um ícone para muitos dos gays daquela época – tenho pena de não me lembrar do Feiticeiro de Oz, mas consta que neste filme há uma cena célebre em que ela viaja com os seus amiguinhos – um bocado “abichanados” – over the rainbow) falecera dois ou três dias antes em Londres e o seu corpo fora transladado para a sua terra Natal, sendo sepultado em Nova Iorque, a uns poucos km do dito bar. Muitos gays assistiram ao seu funeral. O bar Stonewall Inn fica a pouco mais de meia hora, de carro, a partir do cemitério onde ela fora sepultada.
Imagino que os gays que lá estavam se sentissem profundamente tristes com a morte da sua diva (imaginem o funeral da madonna, talvez o ícone gay mais emblemático de todos os tempos) e a última coisa que lhes estaria a apetecer seria levar um enxerto de porrada neste dia de luto.
Mas a polícia não dá tréguas e aparece, contudo, desta vez os policias são surpreendidos pois os gays mostram resistência (parece que os historiadores não são unânimes, alguns afirmam que houve mortes outros não). Os que não estavam a ser encaminhados para os veículos policiais solidarizaram-se com os amigos que estavam a ser transportados. Começam a chover garrafas, tijolos e pedras na direcção dos policias. As pessoas que estavam a assistir na rua juntam-se aos gays (isto havia de ter sido bonito de se ver) e os policias refugiam-se dentro do próprio bar, que é parcialmente incendiado. Os policias conseguem sair e apesar da contestação ainda levam 13 pessoas para a cadeia (devem ter-lhes feito coisas bonitas). No dia seguinte, nova rusga, desta vez os nossos amigos gays estavam mais organizados e a multidão na rua mais solidária ainda. Os policias ainda carregaram sobre alguns dos mainfestantes mas acabaram por se ir embora. A solidaridade dos habitantes locais terá sido fundamental para que o Presidente da Câmara decidisse acabar com a violência policial.
Rapidamente a coisa se espalhou aqui pela Europa. Seguindo o exemplo dos amigos americanos, os gays europeus também começaram a exigir respeito. E em Portugal? Infelizmente ainda não há muita coisa documentada mas há histórias deliciosas se tiverem a oportunidade de falar com gays mais velhos. Só para se ter uma ideia, não nos podemos esquecer que até 1974 se vivia numa ditadura e tudo o que fosse “contra-cultura” era morto à nascença. Penso que a discoteca gay mais antiga (quiçá a primeira assumidamente gay, corrijam-me se estiver enganada) tem apenas 27 anos (o Trumps). Devia ser pavoroso um gay assumir-se em Portugal nesta altura, hein?
Repare-se que ainda hoje há pessoas que são enxovalhadas, espancadas, presas e mortas apenas por gostarem de pessoas do mesmo sexo. E se isto não acontece (pelo menos pela mão de instituições governamentais) em Portugal, solidarizemo-nos com aqueles que noutros países sofrem isto na pele.
Ninguém nos deu nada de bandeja, se hoje temos coisas (direitos) foi porque alguém teve a ousadia de arriscar a sua pele (e muitas vezes pagar com o seu sangue). E nós? Vamos dar alguma coisa aos próximos ou vamos deixar que nos arranquem tudo o que outros nos trouxeram?
A marcha gay, bem como o arraial, celebra este “marco” na história LGBT em que os gays deixam de ser, pelo menos institucionalmente, perseguidos, torturados, presos, na maioria dos países ocidentais. É óbvio que isto não mudou tudo num dia nem ocorreu ao mesmo tempo em todas as cidades, mas o dia 28 de 1969 marca, simbolicamente, os acontecimentos que levaram alguém com poder de decisão (O Presidente da Câmara) a marcar uma posição e a impedir que estes abusos ocorressem institucionalmente.
A palavra Pride (Orgulho) incomoda porque vem traduzida do Inglês. Pride não tem uma conotação negativa, como tem em Português (o orgulho até é um dos 7 pecados). O nosso problema é apenas com a tradução (o valor semântico de “orgulho” difere do de “pride”).
É óbvio que é ridículo uma pessoa sentir-se orgulhosa por ser gay (tal como é ridículo ter orgulho em ser branca). Mas a pessoa pode orgulhar-se de si mesma por ter conseguido dar um passo importante (como é o comming out, a saída do armário) apesar das adversidades.


x-pressiongirl

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Já marchavas

Parece que os cartazes alusivos à Marcha LGBT 2008 já estão prontos. Sabemos que vai ser dificl bater-se o recorde da marcha de São Paulo, mas nós gostamos de missões impossíveis.



As Panteras Rosa (uma das associações promotoras) disponibilizam no seu blog os flyers e o manifesto deste ano aqui.
E, como é bom descentralizarmos as coisas, o Porto organiza este ano, pela 3ª vez, a sua marcha no dia 12 de Julho. Ainda não há cartaz alusivo à 3ª marcha do Porto, por isso, os promotores estão a aceitar trabalhos vindos de gente criativa até dia 7 de Junho.
Não escrevi a palavra "Orgulho" e fi-lo de propósito. Ok, agora escrevi e vou explicar. Esta palavra faz tanta confusão (a mim também, admito) simplesmente porque é traduzida literalmente do Inglês "Pride". Creio que a semântica é diferente em cada uma das duas línguas. Orgulho em português tem uma carga um bocado negativa, pesada mesmo. É, aliás um dos 7 pecados, não é?
Pride, pelo contrário, soa-nos de forma mais positiva porque a carga semântica é diferente. Uma pessoa pode orgulhar-se de ser algo que construíu interiormente. É rídiculo orgulhar-se de aspectos como a sexualidade (uma orientação/preferência esporádica ou permanente) ou a raça (imposição genética). No entanto, a pessoa pode sentir-se orgulhosa por ter conseguido dar um passo importante. E é disso que se trata.



Este postal giríssimo veio directamente da criatividade de uma menina que ousou participar numa campanha promovida pela rede ex-aequo. Vale a pena dar um "lucky look" nos outros postais.
É importante mostrar às pessoas que não estão sozinhas, que não são as únicas no mundo. Não foi importante para vocês quando viram na televisão, pela primeira vez, uma marcha gay?
"Ah, não vou. Não gosto dessas coisas, parece-me exibicionismo demais. Acho que as pessoas podem ser o que quiserem mas não têm de andar aí a fazer marchas nem nada disso".
Para si, darling, que pensa assim, tenho uma recomendação: Volte para dentro do armário e não saia de lá nunca mais nem que lho implorem. Se não sabe o porquê de se fazer esta marcha, informe-se primeiro porque eu não vou colocar links, vou só dar pistas: Stonewall, 1969. Houve alturas em que ser-se homossexual (bissexual, transexual e tudo o que fossem sexualidades consideradas desviantes e fora da norma) dava direito a espancamento, cadeia, morte. Esta data vem marcar algumas conquistas que o ocidente concretizou aquando da revolta de Stonewall (já se informou, espero). Saberá que ainda hoje em muitos países (e até mesmo em Portugal - que não é só Lisboa) continuam a acontecer atrocidades deste género. Se não acontece à sua porta solidarize-se com aqueles que o sofrem na pele. Aliás, é bom relembrar que muitas vezes os problemas dos outros passam, mais dia menos dia, a ser, também, os nossos problemas. Hoje em dia está completamente démodé uma pessoa não se associar a causas. Não tenha vergonha e orgulhe-se de participar em tudo o que seja pela liberdade, igualdade e fraternidade.
"Ah, mas a minha familia pode detectar-me na televisão. Se calhar sou capaz de ir mas só ao arraial, à noite".
O quê? Você ainda está aí a levantar problemas? Que confusão que você me faz, miúda. A marcha não é uma marcha fúnebre. A marcha pode e deve ser encarada com optimismo. Há música para se dançar, pessoas para se conhecer. Se for filmada aja com naturalidade e seja cortês, não há nada mais desagradável do que ver lésbicas trombudas na televisão. Mostre-se descomplexada no seu melhor ângulo e a sua família orgulhar-se-á de ter uma menina aliada a causas (estamos a falar de direitos humanos, hein?).
Há uns 6 ou 7 anos houve um casal de velhotes que abordou o nosso grupo assim:
- Desculpem, isto é uma marcha de trabalhadores?
Risadinhas mal contidas e um súbito:
- Também somos trabalhadores, mas estamos aqui porque é a marcha gay.
- Gay?!? - o homem ficou a pensar naquela palavra mas a esposa esclareceu.
- Ah, sim. Como aquele nosso vizinho, sabes?
- Ah sim, claro.
- Podemos ir também?
Os velhotes desfilaram connosco e até tiveram direito a beber do espumante que tinhamos trazido do Algarve. Se até os velhotes desfilaram por solidariedade com o vizinho não desfilas tu porquê? Vá lá, ter medo de ir à marcha e aparecer no Arraial? Não seja mariquinhas que isso está completamente fora de moda, é out, darling, muito out!

Condessa X