Tardiamente escrevo sobre estes eventos que tão cedo aqui divulgámos, o que me traz a vantagem de poder ir beber informações a todo o lado e compilá-las aqui.
Tanto a marcha de Lisboa como a do Porto foram, segundo as respectivas organizações e até mesmo a comunicação social, as mais participadas de sempre. No entanto, como é hábito, havia alguma discrepância nos números apresentados.
Estive entre o largo número de pessoas que criticaram o facto de marcha e arraial de Lisboa decorrerem em dias diferentes, mas felizmente ambos os eventos foram bastante participados. Apenas lamento que as pessoas que vivem longe da capital não tenham tido facilidade em vir aos dois.
Da organização da Marcha do Orgulho de Lisboa (MOL) fizeram parte as associações LGBT Clube Safo, Rede Ex Aequo, ILGA Portugal, Panteras Rosa, Não Te Prives, Associação Cultural Janela Indiscreta e Rumos Novos.
Não sendo associações de cariz LGBT, participaram também na organização do evento a associação Médicos pela Escolha (MPE), a Associação Pelo Planeamento da Família (APF), Grupo Português de Activistas Sobre Tratamentos de VIH/SIDA (GAT), Rede Portuguesa de Jovens Para a Igualdade de Oportunidades entre Mulheres e Homens, SOS Racismo e UMAR.
O Sindicato de Professores da Grande Lisboa estreou-se pela primeira vez na marcha LGBT.
A recém-criada associação AMPLOS (Associação de Mães e Pais pela Liberdade de Orientação Sexual) também participou pela primeira vez.
ATTAC, Marcha Mundial das Mulheres e Amnistia Internacional são alguns exemplos de associações que têm sido assíduas na marcha.
Dos partidos políticos, viu-se largamente vários deputados e membros activos do BE
e consta que por lá andou também o Partido Humanista e a JS.
As palavras de ordem andaram pelo mesmo de sempre e confesso que não suporto o "Sim, sim, sim, nós somos assim" porque não consigo entender o alcance do slogan.
Estava um calor imenso e quando me preparava para entrar no primeiro lugar que me vendesse água fresca eis que surgem activistas que presumi serem da ILGA com imensas garrafas de água que distribuiram gratuitamente entre @s marchantes. A particularidade das garrafas estava no rótulo que anunciava o Arraial Pride da semana seguinte, divulgando os artistas que actuariam no Arraial. Excelente iniciativa!
Tal como no ano passado, voltaram a ser lançados pequenos papéis com mensagens, por cima de quem passava o elevador. "Já marchavas comigo", "Gosto de ti!", "Fora dos armários directamente para a rua", "Ano 2009: gays discriminados na doação de sangue", "Século XXI: Portugal não tem lei de identidade de género", "Pela despatologização das identidades trans", "Em 2000 marchámos pela primeira vez em Portugal", "Até 1973 ainda éramos tod@s doentes", "A partir de hoje vou beijar quem eu quiser", "Vamos dançar esta noite?" e "Ainda bem que estás aqui!" foram algumas das mensagens que consegui apanhar. Muito gira a ideia de passar a mensagem, informando e provocando sorrisos.
A marcha esteve animada com as habituais carrinhas de caixa aberta a fazer de pista de dança, poucos motards do "Sai de mota do armário"
e muitos mas muitos smarts, esperteza da discoteca Maria Lisboa. A parte menos engraçada foi a clara divisão à chegada ao Rossio, quando num lado discursavam os presidentes das Associações e do outro soavam as músicas made in Maria Lisboa. Não é bonito. É verdade que o pessoal quer é festa, mas teria sido bom ouvir o que dizem os líderes do movimento.
Fica aqui o vídeo recentemente divulgado pela equipa da discoteca Maria Lisboa.
Quanto à marcha do Porto, na qual, infelizmente, não estive, li delícias sobre a mesma. Tanto marcha como arraial têm crescido a olhos vistos, quer em participações quer em apoios de associações, movimentos.
Segundo o portugalgay (promotor da iniciativa portuense), "as entidades que organizaram e apoiaram a edição deste ano foram: Abismo Humano - associação de Artes, Abraço, ATTAC Portugal, Bloco de Esquerda, Caleidoscópio LGBT, Centro das Culturas - Acção Humanista, Cooperação e Desenvolvimento, Grupo de Trabalho Identidade X/Y - Sindicato Unificado da Polícia de Segurança Pública, não te prives - Grupo de Defesa dos Direitos Sexuais, Panteras Rosa, Partido Humanista, Poly-Portugal, Ponto Bi, PortugalGay.PT, SOS Racismo e UMAR - União de Mulheres Alternativa e Resposta. Além do carro do Porto Pride a marcha também contou, pela primeira vez, com a participação do Pride Bar e da discoteca Maria Lisboa.".
Comparando as entidades enumeradas com as de Lisboa, saltam-me à vista a inclusão de partidos políticos como o BE e o Partido Humanista como organizadoras/apoiantes da marcha, o recém-criado Grupo de Trabalho Identidade X/Y - Sindicato Unificado da Polícia de Segurança Pública e a UMAR (que no ano passado não se quis associar à iniciativa portuense pelos mesmos motivos que a Rede Ex Aequo apresentou novamente este ano para se desmarcar da marcha do Porto). Congratulo a UMAR pela capacidade de rever a sua posição e lamento que a Rede Ex Aequo não o tenha feito. Podem ler aqui o documento redigido pela REA, que roubei do Estrelaminha, em que a REA justifica deste modo a não subscrição do Manifesto "Não acreditamos ser possível comparar a inclusão de temas consensuais socialmente, como a luta contra o racismo e o sexismo, com um tema altamente polémico e problemático em termos de aceitação e recepção como o das relações poliamorosas".
Vídeo e foto-reportagem da marcha do Porto aqui.
x-pressiongirl
P.S. - Fotos roubadas do Lisboa SOS. Podem encontrar a foto-reportagem do Lisboa SOS aqui.
Se quiserem dar um lucky look na cronologia do movimento LGBT em Portugal, vale a pena visitar esta casa.
Tanto a marcha de Lisboa como a do Porto foram, segundo as respectivas organizações e até mesmo a comunicação social, as mais participadas de sempre. No entanto, como é hábito, havia alguma discrepância nos números apresentados.
Estive entre o largo número de pessoas que criticaram o facto de marcha e arraial de Lisboa decorrerem em dias diferentes, mas felizmente ambos os eventos foram bastante participados. Apenas lamento que as pessoas que vivem longe da capital não tenham tido facilidade em vir aos dois.
Da organização da Marcha do Orgulho de Lisboa (MOL) fizeram parte as associações LGBT Clube Safo, Rede Ex Aequo, ILGA Portugal, Panteras Rosa, Não Te Prives, Associação Cultural Janela Indiscreta e Rumos Novos.
Não sendo associações de cariz LGBT, participaram também na organização do evento a associação Médicos pela Escolha (MPE), a Associação Pelo Planeamento da Família (APF), Grupo Português de Activistas Sobre Tratamentos de VIH/SIDA (GAT), Rede Portuguesa de Jovens Para a Igualdade de Oportunidades entre Mulheres e Homens, SOS Racismo e UMAR.
O Sindicato de Professores da Grande Lisboa estreou-se pela primeira vez na marcha LGBT.
A recém-criada associação AMPLOS (Associação de Mães e Pais pela Liberdade de Orientação Sexual) também participou pela primeira vez.
ATTAC, Marcha Mundial das Mulheres e Amnistia Internacional são alguns exemplos de associações que têm sido assíduas na marcha.
Dos partidos políticos, viu-se largamente vários deputados e membros activos do BE
e consta que por lá andou também o Partido Humanista e a JS.
As palavras de ordem andaram pelo mesmo de sempre e confesso que não suporto o "Sim, sim, sim, nós somos assim" porque não consigo entender o alcance do slogan.
Estava um calor imenso e quando me preparava para entrar no primeiro lugar que me vendesse água fresca eis que surgem activistas que presumi serem da ILGA com imensas garrafas de água que distribuiram gratuitamente entre @s marchantes. A particularidade das garrafas estava no rótulo que anunciava o Arraial Pride da semana seguinte, divulgando os artistas que actuariam no Arraial. Excelente iniciativa!
Tal como no ano passado, voltaram a ser lançados pequenos papéis com mensagens, por cima de quem passava o elevador. "Já marchavas comigo", "Gosto de ti!", "Fora dos armários directamente para a rua", "Ano 2009: gays discriminados na doação de sangue", "Século XXI: Portugal não tem lei de identidade de género", "Pela despatologização das identidades trans", "Em 2000 marchámos pela primeira vez em Portugal", "Até 1973 ainda éramos tod@s doentes", "A partir de hoje vou beijar quem eu quiser", "Vamos dançar esta noite?" e "Ainda bem que estás aqui!" foram algumas das mensagens que consegui apanhar. Muito gira a ideia de passar a mensagem, informando e provocando sorrisos.
A marcha esteve animada com as habituais carrinhas de caixa aberta a fazer de pista de dança, poucos motards do "Sai de mota do armário"
e muitos mas muitos smarts, esperteza da discoteca Maria Lisboa. A parte menos engraçada foi a clara divisão à chegada ao Rossio, quando num lado discursavam os presidentes das Associações e do outro soavam as músicas made in Maria Lisboa. Não é bonito. É verdade que o pessoal quer é festa, mas teria sido bom ouvir o que dizem os líderes do movimento.
Fica aqui o vídeo recentemente divulgado pela equipa da discoteca Maria Lisboa.
Quanto à marcha do Porto, na qual, infelizmente, não estive, li delícias sobre a mesma. Tanto marcha como arraial têm crescido a olhos vistos, quer em participações quer em apoios de associações, movimentos.
Segundo o portugalgay (promotor da iniciativa portuense), "as entidades que organizaram e apoiaram a edição deste ano foram: Abismo Humano - associação de Artes, Abraço, ATTAC Portugal, Bloco de Esquerda, Caleidoscópio LGBT, Centro das Culturas - Acção Humanista, Cooperação e Desenvolvimento, Grupo de Trabalho Identidade X/Y - Sindicato Unificado da Polícia de Segurança Pública, não te prives - Grupo de Defesa dos Direitos Sexuais, Panteras Rosa, Partido Humanista, Poly-Portugal, Ponto Bi, PortugalGay.PT, SOS Racismo e UMAR - União de Mulheres Alternativa e Resposta. Além do carro do Porto Pride a marcha também contou, pela primeira vez, com a participação do Pride Bar e da discoteca Maria Lisboa.".
Comparando as entidades enumeradas com as de Lisboa, saltam-me à vista a inclusão de partidos políticos como o BE e o Partido Humanista como organizadoras/apoiantes da marcha, o recém-criado Grupo de Trabalho Identidade X/Y - Sindicato Unificado da Polícia de Segurança Pública e a UMAR (que no ano passado não se quis associar à iniciativa portuense pelos mesmos motivos que a Rede Ex Aequo apresentou novamente este ano para se desmarcar da marcha do Porto). Congratulo a UMAR pela capacidade de rever a sua posição e lamento que a Rede Ex Aequo não o tenha feito. Podem ler aqui o documento redigido pela REA, que roubei do Estrelaminha, em que a REA justifica deste modo a não subscrição do Manifesto "Não acreditamos ser possível comparar a inclusão de temas consensuais socialmente, como a luta contra o racismo e o sexismo, com um tema altamente polémico e problemático em termos de aceitação e recepção como o das relações poliamorosas".
Vídeo e foto-reportagem da marcha do Porto aqui.
x-pressiongirl
P.S. - Fotos roubadas do Lisboa SOS. Podem encontrar a foto-reportagem do Lisboa SOS aqui.
Se quiserem dar um lucky look na cronologia do movimento LGBT em Portugal, vale a pena visitar esta casa.
1 comentário:
o clube Sapho tem publicada uma foto em que estou a acompanhar (a par e passo)a marcha do orgulho de 2001 ao volante da minha moto.
Enviar um comentário