Surge em 1997, pela mão de vários dirigentes da ILGA - Portugal (International Lesbian and Gay Association) tais como Celso Júnior e Gonçalo Diniz (na altura presidente da ILGA) o 1º Festival de Cinema Gay e Lésbico de Lisboa. A ILGA - Portugal teria cerca de 2 anos de existência. É também por esta altura que surge o primeiro portal LGBT português, o imparável Portugalgay; o primeiro grupo lésbico Clube Safo; a associação Opus Gay; a primeira revista portuguesa dirigida particularmente ao público gay e lésbico, a Korpus e pouco depois o primeiro hotel LGBT Anjo Azul. O Festival de cinema surge, portanto, numa altura em que a comunidade LGBT, sobretudo a lisboeta, começava a espreitar para fora do armário.
De ano para ano cresceram os apoios, o número de filmes e o número de espectadores. Houve momentos altos e houve momentos mais expectantes. Refiro-me particularmente às dificuldades criadas por Santana Lopes, enquanto presidente da CML, que tentou asfixiar não só o Festival de Cinema Gay e Lésbico, cortando apoios financeiros e logísticos (até queria que se alterasse o nome para "Festival da Diversidade"), mas também a Marcha que o senhor não queria que se realizasse na Av. da Liberdade e o Arraial, que nesta altura começou a ser realizado no Parque do Calhau. Vale a pena recordar as palavras de Fabíola Cardoso (do meio adormecido Clube Safo) aquando do discurso de abertura do Arraial "Já nos mandaram para muitos sítios, este ano foi para o Calhau". A gargalhada foi geral, mas políticamente as associações atribuiram um significado ao facto de se ter transferido o arraial do centro (Praça do Município) para os arrabaldes (Parque do Calhau). Convenhamos que a parte boa de termos festa neste parque era o facto da festa durar até sermos beijados pelos raios de sol.
O Festival de cinema passou a ser denominado de Queer Lisboa e adoptou o patinho feio como mascote (alguém me explique o porquê, eu preferia a Branca de Neve). A organização do festival viria a apresentar-se pelas mãos da ACJI (Associação Cultural Janela Indiscreta), tornando-se independente da ILGA. Este festival deve ser o que mais salas de cinema correu, chegando a ter filmes distribuidos, em simultâneo, por 4 salas diferentes. O queer festival já se sentou no King, Cinemateca, Quarteto, Fórum Lisboa, mas agora parece ter conquistado lugar na primeira fila do belíssimo São Jorge.
O Goethe-Institut, O British Council, o Instituto Cervantes e o Instituto Franco-Português são alguns dos exemplos institucionais que têm figurado sempre entre os apoios. Onde pára o Instituto Camões?
Hoje o Festival chama cada vez mais cinéfilos de todo o país e tem ampla projecção internacional. Longa Vida ao Festival! \_/*\_/ Cheers!
x-pressiongirl
De ano para ano cresceram os apoios, o número de filmes e o número de espectadores. Houve momentos altos e houve momentos mais expectantes. Refiro-me particularmente às dificuldades criadas por Santana Lopes, enquanto presidente da CML, que tentou asfixiar não só o Festival de Cinema Gay e Lésbico, cortando apoios financeiros e logísticos (até queria que se alterasse o nome para "Festival da Diversidade"), mas também a Marcha que o senhor não queria que se realizasse na Av. da Liberdade e o Arraial, que nesta altura começou a ser realizado no Parque do Calhau. Vale a pena recordar as palavras de Fabíola Cardoso (do meio adormecido Clube Safo) aquando do discurso de abertura do Arraial "Já nos mandaram para muitos sítios, este ano foi para o Calhau". A gargalhada foi geral, mas políticamente as associações atribuiram um significado ao facto de se ter transferido o arraial do centro (Praça do Município) para os arrabaldes (Parque do Calhau). Convenhamos que a parte boa de termos festa neste parque era o facto da festa durar até sermos beijados pelos raios de sol.
O Festival de cinema passou a ser denominado de Queer Lisboa e adoptou o patinho feio como mascote (alguém me explique o porquê, eu preferia a Branca de Neve). A organização do festival viria a apresentar-se pelas mãos da ACJI (Associação Cultural Janela Indiscreta), tornando-se independente da ILGA. Este festival deve ser o que mais salas de cinema correu, chegando a ter filmes distribuidos, em simultâneo, por 4 salas diferentes. O queer festival já se sentou no King, Cinemateca, Quarteto, Fórum Lisboa, mas agora parece ter conquistado lugar na primeira fila do belíssimo São Jorge.
O Goethe-Institut, O British Council, o Instituto Cervantes e o Instituto Franco-Português são alguns dos exemplos institucionais que têm figurado sempre entre os apoios. Onde pára o Instituto Camões?
Hoje o Festival chama cada vez mais cinéfilos de todo o país e tem ampla projecção internacional. Longa Vida ao Festival! \_/*\_/ Cheers!
x-pressiongirl
P.S. - Nota muito negativa para o preço dos bilhetes. Nos festivais de cinema é suposto assistir-se a muitos filmes e €3,5 por cada sessão é um convite descarado para eu usar a minha pistolinha da hello kitty. Cuidado com essas carteiras!
7 comentários:
se comprarmos cinco bilhetes de cada vez ficam a 2.80. foi o que me disseram na bilheteira... tenho é de voltar lá pq n tinha escolhido as sessões a que quero assistir... de qualquer forma, eu que estou mal habituada ao medeia card (que já foi bem melhor) também acho caro os preços deste e de outros festivais...
Querida x-pressiongirl, ponha lá na enquete, por favor: "quero mesmo, mesmo, mesmo ir, mas estou falida e ainda não perdi a vergonha (em doses suficientes) para cravar dormida".
E cuidado, que quando a vergonha se esvair por completo, pode sobrar para si. :)[ouvir riso maquiavélico, por favor]
Oi, querida!
Só um pequeno apontamento - as datas exactas são as seguintes:
1995 (finais) - surge a Ilga-Portugal, embora só comece a aparecer oficialmente em 1996. Antes existia o GTH (já extinto), fundado em 1991 ou 1992, embora nesta altura andasse adormecido, que reaparece em 1996, 1997.
1996 (Setembro) - É lançada a Korpus, e também é neste ano que aparece o PortugalGay.pt. Creio que o Clube Safo também foi criado neste ano, náo tenho a certeza.
1997 - 1º Arraial Pride, no Jardim do Príncipe Real (Junho). 1º Festival de Cinema Gay e Lésbico (Setembro). Inauguraçáo do Centro Comunitário Gay e Lésbico (Novembro). Surge a OpusGay (Junho).
1998 - Abre o Hotel Anjo Azul. A Opus inaugura as suas instalações. Noite Gay na Expo98. É lançada a primeira agência de viagens gay (ML Turismo), que não durou muito. Surgem vários grupos de interesses na Ilga, como o Grupo Jovem, o Grupo de Mulheres, os Gorduxos, etc. Aliás, é a partir deste ano que começam a aparecer, em força, montes de coisas. Lembro que fiz uma reportagem na altura (Korpus nr 8) em que chamei 1998 de «Ano gay mediático» e entrevistei os principais dirigentes da altura acerca da «explosão» gay ocorrida em 1998 - também o ano em que a Comunicaçao Social pega dia sim, dia sim no tema da homossexualidade e finalmente começa a fazer trabalhos numa perspectiva mais positiva - era raro o dia em que não havia uma noticia, uma entrevista, uma reportagem sobre homossexualidade nos jornais e revistas.
Também foi neste ano (Setembro 1998) em que apareci, abraçado ao meu namorado, na capa da revista Visão, junto com mais 15 ou 16 gays e lésbicas, a dizermos, em letras garrafais, «Somos gays!». eheheh... Creio que fomos os primeiros gays a fazermos a capa de uma grande revista portuguesa.
1999 - Também foi um ano muito importante. 30* Aniversário da Revolta de Stonewall, com imensas comemorações, e o nosso movimento GLBT surge, pela primeira vez, na marcha do 25 de Abril. Entre muitas outras coisas.
Tudo o resto acontece depois, quero dizer, desde 1998, 1999...
Aliás, todos estes acontecimentos estão registados na Korpus 8, e também na 9, se ainda as tiveres dá-lhes uma vista de olhos.
Ah, e um pequeno PS:
2008 (Setembro) - 12 anos depois de a Korpus ter sido lançada, é lançado o PÚBICO - o primeiro jornal homoerótico portugès - que está nas bancas e quiosques de todo o País a partir de hoje, 17 de Setembro.
Beijocas.
Isi.
Uau Isidro, muito obrigada pela precisão. De facto merecia um outro post a recente história do movimento LGBT em Portugal (e veja-se, penso até que ele não nasce propriamente com a ILGA, fortalece-se com ela, o que é diferente). Quanto ao PÚBICO, será Púbicado um post mais decente. ;-)
Poppie tem razão, os bilhetes saem mais baratos se comprados em porções de 5 (mas para sessões diferentes). E sim, também acho que os festivais de cinema deviam ter sessões mais em conta. ;-)
cuscavel, eu espero que a sua vergonha se esvá imediatamente. Mi casa es su casa. (por favor, ouvir risinho ainda mais maquiavélico). ;-)
Eu acho que vou um dia ver alguns. p.s-Vai estar lá a Manuela Kay. uma delicia! :)
CAROLINA
A central LGBT (Lésbica, Gay, Bisexual e Transgénero) é um projecto que visa dar visibilidade à comunidade LGBT nacional e servir de referência informativa para temas homossexuais, bissexuais e transgénero.
Reunir informação nacional e internacional sobre temas LGBT e disponibiliza-la neste suporte é um contributo que queremos deixar a todos os cidadãos, por forma a conseguir a visibilidade e igualdade de todos neste nosso país, lutando contra a discriminação em função da orientação sexual e da identidade de género.
www.centrallgbt.com
Vamos linkar t!
ah ah ah! ;)
Carolina, não nutro particular fascínio por Kay, mas reconheço que talvez a senhora tenha alguns méritos. De qualquer forma o festival de cinema está em alta e quer-me parecer que este ano vão bater um recorde.
anónimo, estive a visitar o vosso espaço e acho a ideia boa (ainda que já haja outros sites com a mesma finalidade). Não sei quantas pessoas fazem parte activa no centrallgbt mas vocês vão ter muito trabalhinho pela frente. Sabem disso não sabem?
Boa sorte!
Abraço,
x-pressiongirl
Enviar um comentário