domingo, 28 de dezembro de 2008

Da comédia

Helena Martins começou este ano a tentar animar as lésbicas portuguesas. Rirmo-nos de nós próprios nem sempre é um exercício fácil. Imaginemos então que nos estamos a rir das outras. A Time Out publicou recentemente uma entrevista com Helena Martins que, se pouco me engano, terá começado as suas primeiras piadas lésbicas em Portugal no recém-nascido Candy Bar.
Admito que ainda não tive a oportunidade de conhecer o trabalho desta comediante e que me encontro deveras curiosa.
Agora a parte sem graça nenhuma. No fórum da REA, fazendo uma alusão a um sketch sobre "Engate Lésbico", a autora viu o seu tópico ser censurado. Eu também vi e graças ao print screen, rogo a quem tem vergonha que volte a colocar o dito tópico. Porque isto assim não tem graça nenhuma.



x-pressiongirl


P.S. - Uivemos, disse o cão.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Nova enquete: O Natal é

O T patrocina o Natal em parceria com a EDP. Eu gostava mais do T cor de rosa, dá logo outro ar à casa mas compreendo que o azul torne o Natal menos abichanado do que é. Foi uma ideia muito estratégica colocar os T's todos pela cidade a indicar o caminho para o Trumps.



Seguindo os T's plantados pela cidade fui dar, sem querer, à praça do Comércio e concontrei lá D. José, saudoso do Arraial Gay Pride. Aquelas penas em cima do chapéu dão-lhe um ar fixe, um bocado amaricado, mas fixe porque eu sei que naquela altura isso até era prova de muita macheza. Fica aqui uma sugestão de presente de natal para quem ainda está indeciso na escolha do meu presente: Um chapéu igual ao de D. José (mas sem pombos).



x-pressiongirl

P.S. - Se não encontrarem o chapéu pode ser um cavalinho como o dele (mas em branco).

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Resultados enquete: concordas com a atribuição de Prémios LGBT por parte de associações LGBT?

@s votantes concentraram-se no "sim". 73% (17 pessoas). 21% não concorda e apenas uma pessoa não se consegue decidir. É pena ser uma amostra tão pequena mas mesmo assim acho que já deu para calar a boca da Condessa (que tem andado muito caladinha ultimamente, possivelmente com a boca cheia de bombons que ganhou no natal). lol



x-pressiongirl

domingo, 21 de dezembro de 2008

Are you ready, boots?

Há cerca de uma semana Muntadhar al-Zaidi, jornalista iraquiano, manifestou publicamente o seu profundo desprezo por Bush. Muntadhar não fez nem metade do que cada um dos iraquianos (ou até muitos de nós) gostariam de fazer a esse miserável. Encontra-se preso e, segundo alguns relatos, tem sido torturado. O mundo está solidário com este corajoso homem mas ele precisará de muito mais do que de solidariedade. Por este motivo vários colectivos e associações apelam para que os portugueses se juntem aos protestos.
Importa mostrar que somos muitos os que gostariam de ter tido a oportunidade de, ao menos, tentar acertar na cara de Bush.
Terça-feira, dia 23 de Dezembro, às 18h levemos simbolicamente um sapato a ser deixado na Embaixada dos EUA, na Av. das Forças Armadas (metro Jardim Zoológico). Mais informações aqui.



Se quiserem treinar um pouco a vossa pontaria, podem testá-la aqui.



Condessa X

sábado, 20 de dezembro de 2008

Les biches

Claude Chabrol presenteou-nos nos finais dos anos 60 com estas veadas. Biche como quem diz veado fêmea.
A minha professora da primária a quem envio um grande beijinho diria: é a MULHER do veado.
Não é não que os animais não casam, professora. Nem os animais nem as bichas. E mesmo não se casando uma mulher é sempre MULHER, a única diferença é que não é MULHER DE.
Look at the trailer.



Deixo de presente o link para a primeira parte deste filminho. Mesmo que vos pareça que têm coisas mais interessantes para fazer, posso garantir-vos que não têm.


- Ah, mas a minha namorada está aqui comigo e agora não quer ver o filme. Ainda por cima francês, assim meio teatral, Chabrol... ah não sei.

Não seja saloia, abandone a sua namorada aí num canto se ela não quiser ver o filme, porque o drama de que vocês precisam está ali na tela!

x-pressiongirl

P.S. - Não se preocupem se não dominarem bem o Francês. O link que indico está legendado (podia estar melhor, é verdade) em Inglês.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Bichas e Semântica

Atentem nas três frases. Qual é a mais provável de se ouvir actualmente?

1. - Tenho de comprar uma bicha para o travão da minha bicicleta;




2. - Hoje fui ao banco mas como havia uma grande bicha e eu não podia esperar muito decidi regressar amanhã;

3. - Ouvi dizer que ele também é bicha.



A resposta é mais ou menos óbvia, não é? A palavra começou a ser tão usada naquele contexto supostamente depreciativo que gradualmente parece estar a desaparecer nos outros contextos, sobretudo, quando se pretende designar uma "fila". Já alguém viu uma fila de bichas ou uma bicha de bichas?
O sembikini andou à procura dos culpados. São eles:



x-pressiongirl

P.S. - A Porto Editora disponibiliza na Infopedia as mais diversas acepções para a palavra "bicha".

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

The (amazing) Kami Kase!

Rosa-que-fuma voltou a presentear o sembikini com palavras e desenhos. Todo o texto que se segue é da sua responsabilidade.

Li na CUM OUT uma coisa muito estranha: que as camionas julgam que têm que ser gajos para engatarem mulheres, que não se "arranjam" (montam, produzem) e que têm medo, sim, medo! de mostrar as formas femininas. E ainda dizem uma coisa mais gira sem se darem conta do paradoxo: que agora o que está a dar é ser capitalizável (cortar o cabelo no wip, se não me engano, a casa da fenomenal histeria ibérica, mas não é isso que está em questão), parecer um duh! homem....metrosexual. Não sei como é que arranjam isso de mostrar as formas femininas. Deve ser porque os homens metrosexuais também mostram formas femininas (as if...).



Vamo-lá-ver-se-nos-entedemus. O genero é performance. O sujeito constitui-se em acto. Não se nasce homem-mulher, mas fala-se e é-se falado nessa posição. As formas feminas só aparecem de duas maneiras: quando nuas, ou quando demonstradas artificialmente, como todas sabemos ao procurar a licra e elastano, ao depilar, maquilhar, ao fazer tudo o que não é cobrir o corpo para evitar o frio! (só há uma instância onde discuto feminilidade, e é na maternidade)



Por isso, desta vez, a minha solidariedade está com as camionas (e com a rainha malvada, que pelo menos lhes reconhece um potencial de gozo).

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Violência no namoro

Pedro domina Joana. Isabel controla Luís. Zé maltrata Ana. Ricardo humilha Filipe. Rita engana Cláudia. x-pression insulta condessa.



Uma recente campanha da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género, com o apoio de órgãos nacionais e internacionais pretende chamar a atenção para as várias formas que a violência pode assumir.
Quando se ouve falar em violência somos levados, qual cãezinhos de Pavlov, a pensar apenas em violência física, que é aquela que deixa marcas e que se consegue provar. As formas de violência que são invisíveis são precisamente aquelas que conduzem à violência física. Como nem sempre são fáceis de detectar, a vítima tende a subvalorizá-las não as entendendo, de facto, como agressoras.
Dominar, controlar, maltratar, enganar, mentir, humilhar e insultar são apenas algumas delas.
Esqueçam o ditado "entre marido e mulher não se mete a colher" porque tão criminoso é quem aperta o gatilho como quem finge que não viu o crime.
O site em questão tem breves notas exlicativas ao longo dos 3 testes (serei vítima? serei cúmplice? serei agressor?).

800 202 1448 é o número do serviço de informação e denúncia.

Condessa X

domingo, 14 de dezembro de 2008

Trumpsilvanya

Para compensar a falta das festas de espuma neste passado Verão, o Trumps decidiu agora compensar os habitués propondo-lhes Domingos novos.
Para quem redescobriu o prazer de voltar a sair aos Domingos esta é uma boa notícia a somar aos achados domingueiros. Dizem as boas línguas que o Trumpsilvanya é um espectáculo imperdível.



Se preferires passar o domingo sentad@ no sofá, escolhe o do Purex que o teu Domingo será com certeza bem mais animado.


x-pressiongirl

Nova enquete - Concordas com a atribuição de prémios por parte das associações LGBT?

A questão que se coloca aqui NÃO é se reconhecem o trabalho das associações LGBT mas sim se acham positiva a existência de um evento que premeie formalmente figuras públicas ou instituições que de algum modo tenham abordado positivamente a questão LGBT.
Este vídeo é do ano passado mas revela, pela voz das próprias associações que os atribuem, o objectivo destes eventos.




x-pressiongirl


P.S. - Condessa, agradecia que só votasse no final para não estragar logo a votação, está bem? :-)

sábado, 13 de dezembro de 2008

As minhas fantasias sexuais são - resultados enquete

A votação era de escolha múltipla e como continha duas questões, decidi parti-las em dois gráficos de melhor leitura. Esta semana participaram apenas 36 votantes. Os dados apresentam-se em %.



A maior parte dos votantes assume que as suas fantasias são sensuais (58%) e ousadas (47%).



Os 63% que fantasiam com mulheres mostram que este blog não é visitado somente por lésbicas ao contrário do que muita gente julga. Há bissexuais, heterossexuais e rapazes também. 33% fantasia com a namorada actual, o que revela bom gosto. Mensagem para os 11% que fantasiam com pessoas famosas: visitem menos o sembikini, deixem de ver televisão e saiam mais. ;-)

x-pressiongirl

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Girl Power #2

"The Chauffeur" é um vídeo muito sexy dos Duran Duran. Contrariamente ao que Condessa julgava, este vídeo não é de Royksöpp, ainda que "So easy" seja uma música que assenta lindamente no vídeo.
O autor do vídeo é Ian Emes, senhor com belíssimos trabalhos nas mais diversas áreas do audiovisual.
Agradeço à amiga que gentilmente partilhou a informação.



x-pressiongirl

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Ensaio sobre os Prémios - parte II

Quem são afinal os premiados e por que motivo foram premiados?

Aurélio Gomes e Teresa Gonçalves

Foi com algum espanto que me apercebi que entre o grupo de pessoas com as quais interajo mais regularmente ainda não se sabia deste programa. De facto, escapou-me escrever um bikini sobre o mesmo talvez por também não ouvir rádio.
Estes dois locutores de rádio têm um espaço no Rádio Clube Português (RCP) cujo programa "Janela Aberta" se espalha por diferentes rubricas em cada dia da semana com três convidados (o trio). Há o trio.pt, o trio TV, o trio de lésbicas e o trio de gays. O programa passa às 15:30 às segundas (sendo que eles alternam, numa segunda os gays na outra as lésbicas). Compõem o trio de gays Paulo Corte-Real (Ilga), Paulo Vieira (Não te Prives), José Ribeiro (Ilga) e o trio de lésbicas Rita Paulos (ex-presidente da REA), Sara Martinho (Ilga) e Solange F (omnipresente).
Vale a pena clicar neste link para ouvir o Podcast.

Bernardo Mendonça, Solange F e Tiago Miranda

A propósito do coming out público de Solange F, Bernardo M e Tiago M fizeram uma reportagem com outras 5 mulheres (uma delas Sara Martinho) que também o assumem publicamente. Para estas 5 não houve prémios porque a Pelcor esgotou o stock de malas.

Elisabeth Barnard

Directora da revista Com' out (pela qual as 12 lésbicas da x-pression andaram a passear no 4º número e parece que depois disso nunca mais surgiram aqui no sembikini dando origem a uma grave descida no número de visitantes, bonito serviço minha menina!) que exprimindo-se num português de tons germânicos certamente ficaria agradecida com as aulas de português da x-pression.
Foram gentilmente distribuidos por entre a assistência dois números antigos da revista.
Apesar da diferença linguística Barnard fez-se entender na perfeição. Mencionou que, de facto, há papelarias e quiosques a boicotar a venda da revista. E isto não é só a ela que revolta é a todas as pessoas que sabem o que significa respeito pelo próximo.
No fim deixou a mensagem para continuarmos a comprá-la. Barnard conhece o público que tem. Sabe que entre os presentes poucos seriam os que nunca teriam tido qualquer contacto com a revista. São poderosos incentivos de marketing publicar excertos de relatos do fórum da rede ex-aequo. É ver os membros registados todos a gritar constantemente as mais hilariantes histórias relacionadas com a compra da revista só para ver quem sai publicado no número seguinte. Não censuro Barnard, ela trabalha para ganhar dinheiro e no lugar dela eu faria exactamente o mesmo: agradar o público ao qual me dirijo, fidelizar clientes e ainda fazer uma revista de qualidade é obra!
Toda aquela elegância germânica dentro daquela saia lindíssima deixaram-me louca de inveja, devo confessar.

Fernanda Câncio

Jornalista e cronista do DN. Segundo as fofoqueiras de serviço é namorada do 1º ministro (apesar de não gostar muito do senhor nem quando chove nem quando faz sol acho bem que ela namore com quem bem entender que isso para mim não tem nada de fracturante). Segundo os meus cálculos Fernanda Câncio vai bater um recorde do guiness por ser a jornalista mais premiada em Portugal (prémios de associações LGBT não lhe faltarão). A receber prémios, que seja como boa profissional, como boa cronista que me parece ser, apenas isso, não como porta-voz dos "coitadinhos" dos LGBT. E pareceu-me ler nas suas palavras algum incómodo quando disse que ao mesmo tempo que se sentia contente pelo reconhecimento da importância do seu trabalho se sentia "(...) triste por receber este prémio, porque enquanto este evento existir e enquanto se premiar pessoas por se assumirem, estes prémios serão um mau sinal".
Câncio manifestou alegria ao mencionar a recente postura do Vaticano relativamente à descriminalização da homossexualidade. Confesso que não percebi muito bem isto do Vaticano. Ou andámos a ler notícias diferentes ou Câncio ter-se-á enganado. Tenham a bondade de me corrigir se estiver enganada.
Referiu ainda a atribuição do prémio Arco Iris, da Ilga a Pinto Balsemão por este ter consentido que um dos jornalistas assumidamente gay gozasse de férias após o seu casamento celebrado no estrangeiro.
Eu acho que o nosso Berlusconi também merece um premiozinho Precariedade. Acham que não?

Fernanda Freitas

No programa que conduz na RTP2 "Sociedade Civil" lançou entre os convidados um debate sobre o acesso ao casamento civil entre pessoas do mesmo sexo. Obviamente foi importante ver discutido este tema na altura em que estavamos. Mas foi ideia da jornalista lançar este debate naquele dia? Não sei. Talvez tenha sido por isso que a jornalista tenha dedicado o prémio a toda a equipa que com ela trabalha no programa.
Fernanda Freitas subscreveu as palavras de Fernanda Câncio, e afirmou não achar natural "Premiar algo que devia ser encarado como normal". Informou ainda que este era o 7º prémio que a sua equipa recebia pelo trabalho contra a discriminação.
Soube que a filha de Fernanda Freitas tem uma coisa em comum comigo: adora barbies!
A diferença é que na falta de um Ken elas casam umas com as outras. No meu caso elas têm mais tendência para andarem umas com as outras haja ou não Kens por perto.
Relativamente à postura do jornalista Mário Crespo durante o debate, Freitas, que fora "colocada entre a espada e a parede" perante a pergunta do público que a pedia para tomar posição, foi brilhante: "Liberdade é isto: É os homossexais poderem casar e Mário Crespo poder continuar a achar que não".

Teresa Botelheiro

Autora da reportagem "Dois pais, duas mães", emitida na RTP1. Confesso não conhecê-la como profissional, mas simpatizei com a forma simples, e por isso cativante, com que falou o pouco que falou.
Disse que o prémio que recebia dirigia-o aos "protagonistas desta reportagem" que apareceram assumidamente, com as suas identidades e rostos expostos. Lamentou, no entanto, que fossem quase sempre as mesmas pessoas a aceitarem dar a cara, afirmando que "É importante que não sejam sempre os mesmos a aparecer. Esta é uma das grandes dificuldades que nós temos enquanto jornalistas", a meu ver referindo-se claramente aos "mártires" ou "heróis" (dependendo da perspectiva, mas normalmente os heróis são os que ganham prémios e os mártires são os outros) que as próprias associações LGBT tendem a fabricar.
Um rapaz da assistência apresentou-se como sendo um dos "protagonistas" da reportagem e afirmou que as suas hesitações aquando da possibilidade de dar a cara na reportagem eram altruístas. Ele é assumido e lida bem com isso mas mostrou-se hesitante porque ao aparecer na televisão estaria a expor também os seus pais a pessoas do círculo deles como pais de um homossexual. Convenhamos que nem todos os pais estão preparados para a, muitas vezes, dura tarefa de assumir que têm um filho homossexual.
Botelheiro comparou ainda a situação portuguesa com a espanhola em que uma mulher solteira pode, sem qualquer entrave, recorrer à inseminação artificial. Mencionou, e bem, que em Portugal as mulheres solteiras (hetero ou homossexuais) estão impedidas de recorrer à inseminação. O que ela não disse é que a inseminação caseira é ilegal e é capaz de render uma boa estadia atrás das grades. Quem quer engravidar sem recorrer directamente a um homem terá sempre de mentir.


Creio que terá sido a jornalista Fernanda Câncio que terá dito qualquer coisa como:

"Não são só os media que mudam a mentalidade das pessoas, esse papel cabe, sobretudo, às escolas, aos próprios manuais escolares que repetem as imagens de famílias monoparentais com papéis claramente definidos (a maman na cozinha com o filho a brincar com carrinhos e a filha com bonecas e o papá a consertar as coisas da casa). Somos educados por uma escola e por uma sociedade antes de se chegar aos media"

Condessa X

P.S. - Não sabia o nome da rapariga que trabalhou os excertos que se viam no ecran e cujo trabalho me pareceu deveras profissional mas Caramela teve a gentileza de me informar que a rapariga se chama Vanessa. Eu acho que Vanessa também merecia, ao menos, uma malinha da Pelcor porque é óptima profissional!

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Ensaio sobre os Prémios - parte I

Tenho sempre dificuldade em relatar os eventos que anuncio neste espaço e nos quais acabo por aparecer. É-me mais fácil limitar-me a anunciar do que partilhar publicamente a minha visão subjectiva. Falo de um movimento que quero ver fortalecido e por isso mesmo sinto-me desconfortável quando lhe aponto coisas de que não gosto. O facto de não estar formalmente vinculada a nenhum movimento ou associação permite-me participar activamente no que considero bom e criticar o que acho que deve ser melhorado.
O Teatro S. Luiz esteve animado. Tudo me pareceu bem organizado, gente animada e, optima notícia, TODOS os premiados apareceram em pessoa (a x-pression não foi premiada mas consta que desp(ed)iu as espiãs que tinha preparado para o efeito e apareceu, ela mesma, em pessoa).
O grupo Nobody's Perfect trouxe os ABBA para amolecerem logo os nossos corações.
Quem leu o que escrevi no post sobre os Premios (co)media saberá entender que a minha posição é dúbia em relação a este tipo de eventos.
Começo por confessar a minha ignorância sobre a quem caberá a decisão de escolher os premiados. São os associados? É a direcção?
Não acho que se deva "premiar" uma postura que qualquer bom profissional (mediático ou não) deva ter em relação à temática LGBT. Penso, antes de mais, que a luta se trava não só nos media mas também dentro das próprias associações e, porventura, seriam os voluntários e activistas de cada uma das associações, que dedicam o seu tempo de forma muitas vezes oculta (não mediática) que deviam ser "premiados".
Se é verdade que considero esta premiação a "personalidades" um completo disparate, também é verdade que reconheço todos os méritos a cada uma das personalidades premiadas. Durante os seus próprios discursos compreendi um certo incómodo nesta bajulação (refiro-me especialmente a Fernanda Câncio, cujas palavras procurarei transcrever mais adiante). Não temos de adorar bons profissionais só porque eles dão visibilidade à causa LGBT e volto a dizer que todo este mediatismo e estes prémios desnaturalizam a forma como gostariamos que a homo/bi/transsexualidade (alguém da assistência chegou mesmo a lamentar a fraca visibilidade da comunidade transexual, dentro das próprias associações) fosse encarada.
Solange F ganhou um prémio por se ter assumido como lésbica enquanto figura pública. Não lhe terá sido particularmente fácil certamente. Mas isso deve ser motivo de prémio? Consta que Luis Goucha ficou roído de inveja e assumiu-se logo a seguir. Para o ano já ganha malinha da Pelcor. E a cantora Dina não se tinha assumido também há uns belos anos?
As figuras públicas não têm obrigação nenhuma de se assumir. A sociedade e a própria comunidade gay em particular é que devia ter o bom senso de não precisar que figuras públicas do seu agrado se assumissem para aceitarem os homossexuais ou para justificarem a sua própria homossexualidade como aceitável. Como disse Sara Martinho da Ilga, "É importante que sejamos visíveis! Se não se assumirem, as pessoas da vossa família e os amigos continuarão a julgar que não conhecem homossexuais". É um trabalho que tem de ser feito gradualmente dentro da nossa própria casa, no nosso círculo de amigos e quiçá familiares, ainda que não tenhamos essa obrigação.
Em pouco diferem os premiados da Ilga e da rede ex-aequo, tão pequeno é o nosso país. Chega a ser tão pequeno que os próprios premiados às vezes até se confundem com quem atribui o prémio.
A voz off anunciou os apresentadores do evento: "A presid, não, a ex-presidente e o ex-vice-presidente" da REA.
Compreende-se o quase equívoco dado que Rita Paulos nunca me pareceu ter baixado os braços na luta pela construção da REA como hoje a conhecemos ou pela determinação na luta pela causa LGBT. Isso sim merecia prémio, tal como outros activistas de longa data (aposentados ou ainda no activo) que esgravataram ao máximo para que hoje a nossa geração de LGBT's tenha conquistado o espaço que conquistou. Refiro-me a Clubes Safos, a donos de bares antigos e discotecas antigas (como o Trumps que abriu numa altura em que nem Ilga havia), a activistas do antigo Grupo de Trabalho Homossexual (GTH) do PSR, a fundadores da Ilga, ao fundador da Korpus, do Portugalgay entre dezenas de outros exemplos. Alguém da nossa geração ainda se lembra deles também?
Rita Paulos começou por fazer um apanhado das conclusões do Observatório da REA, informando que só durante este ano foram relatadas 92 queixas de homo e transfobia nas escolas. É um número gigantesco, sem dúvida.
Para os premiados havia uma caixa azul (tão misteriosa como aquela do Mulholand Drive até porque ninguém viu o que continha) possivelmente com alguma medalha; um simpático ramo de flores e uma mala da Pelcor.
Se eu tivesse onde plantar árvores plantava sobreiros porque as malas são giríssimas. Fica aqui a dica de presente de Natal para mim (a agenda feminista não é preciso porque eu já a tenho).


Condessa X

P.S. - Amanhã, pontualmente às 19:00 a Parte II deste post porque ele revela-se comprido. E não, a segunda parte não é sobre a festa na Maria Lisboa que isso já quase todos os outros blogues mencionaram e eu nem sequer fui à after party porque disseram-me que já não ía haver jogo do gelo e assim não tem graça nenhuma.


sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Girl, you'll be a woman soon

P'lo Natal meu presente eu quero que seja a Minha Agenda a Minha Agenda... te ne ne ne ne.
Essa Agenda já não existe e entretanto você cresceu, my darling. Ah, e páre de cantar essa musiquinha que você já não tem 12 anos.
Agora você é uma mulher que exige mais do que uma agenda com adivinhas, jogos ou passatempos.
Agora você é uma mulher informada e, por isso mesmo, inconformada. Como é uma mulher com ocupações e com interesses diversificados exige que a agenda contenha mais espaço a preencher por si do que pela entidade que as vende.
E se essa agenda trouxesse de brinde imagens e breves notas informativas sobre as mais diversas questões ligadas ao feminismo?



É claro que essa agenda só poderia ser a Agenda Feminista 2009.
Custa apenas €7 e podem encomendá-la através do e-mail da UMAR: umar.sede@sapo.pt

Condessa X

P.S. - Não tenho nada contra a "Minha Agenda" que tanto me divertiu em miúda, mas depois de receber esta notei que as comparações são inevitáveis. ;-)
Não é preciso ser-se feminista para se gostar desta agenda e não é preciso ter esta agenda para se ser uma verdadeira feminista.

O feminismo não é, torna-se!

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

REA - Coordenadores locais para Évora

A rede ex-aequo (agora REA) Associação de jovens LGBTS procura jovens com idades comprendidas entre os 18 e os 26 anos para assegurar o funcionamento do grupo local de Évora.
O projecto Descentrar (cuja mãe era a ILGA) foi formalizado com a criação da rede ex-aequo. Descentrar era o nome de um projecto que previa a descentralização das associações LGBT, então concentradas na capital.
Ao longo de cerca de 5 anos (corrijam-me se estiver enganada) a rede ex-aequo tem mantido alguns grupos locais de apoio, dos quais se encontram em actividade os grupos de Aveiro, Braga, Coimbra, Faro, Lisboa e Viseu.
O grupo de Évora encontra-se inactivo há alguns meses e é esperado que ressuscite pela mão de 3 jovens voluntári@s cuja motivação seja reflectir, informar e desenvolver actividades para jovens LGBTS na sua região.
Mais informações e contactos aqui e aqui.


O prazo de entrega das candidaturas termina no dia 31 de Dezembro.

x-pressiongirl

Quem tiver interesse em fundar um grupo numa outra cidade pode informar-se aqui.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Hey barbie, play with me!

O tema da semana é polémico (tal como o beijo das outras): Barbies!
A barbie é mais do que uma boneca famosa, é um ícone. Já li bastantes críticas infundadas sobre a boneca que dizem que rebaixa as mulheres que não têm aquelas medidas nem aquelas formas.
Brincar às barbies é estudar os papéis sociais. O que é que eu quero ser, o que é que eu quero ter? A criança projecta na barbie aquilo que quer para si, tal como a sua própria mãe projecta na criança aquilo que queria para ela mesma. A barbie tem um carro, uma casa, tem amigas, colecciona namorados e tem empregos como hobbie. Não era o que todas queríamos?
Um dia a mãe disse-lhe: "Filha, tu não podes viver só dos teus hobbies. Tens de tirar um curso e casar-te com o Ken".
E repare-se que o discurso não é o mesmo quando se fala com um pequeno rapaz. Ao rapaz é-lhe dito que deve agir como um homem, ser um homem. À rapariga é-lhe dito que para ser uma verdadeira mulher tem de TER um homem.
O que aconteceu com a rapariguinha depois? A rapariguinha estava a ver um anúncio na televisão e foi aquela frase daquele anúncio que lhe despertou: "Para quê algodão quando posso ter seda?" Então a pequena rapariga percebeu que o Ken não tinha graça nenhuma e começou a trocá-lo por outras barbies.



Recolhi algumas memórias sobre a Barbie:

"Tenho bem presentes as memórias das minhas Barbies. Recordo-me que ainda novinha adorava despi-las e pô-las aos beijos umas com as outras. Acabavam sempre por trair os Kenes"

"Eu em miúda nunca me apercebi do meu gosto pelas "barbies", foi bastante mais tarde"

"Acho-a sexy mas ja nao tenho nenhuma. Gostava imenso das pernas delas"

"Lembro-me de pôr duas barbies aos beijos, vê-las juntar as bocas e pensar 'isto deve ser magnífico' "

O cromossoma XX andou a preparar uma sessão fotográfica com barbies lésbicas. Será bikinado em breve. Por enquanto terão de se contentar com este pequeno Lesbian-Barbie-Kamasutra-mini-video que consegui roubar.



Condessa X

P.S. - Lanço o desafio a quem quiser enviar vídeos ou fotos de uma mini-história com barbies (apenas das de brincar, ok?) para sembikini@gmail.com . Rezem para que nunca façam dinheiro com esta história das barbies senão a Mattel corre para o tribunal.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

As minhas fantasias sexuais são

As fantasias sexuais não são mais do que a expressão de um desejo sexual que normalmente pretendemos ver realizado. É a nossa imaginação que as desenha, consoante a autorizemos a flutuar livremente neste espaço que só a nós nos pertence até que decidamos partilhá-lo com outra pessoa.
Quanto tempo se leva do sonho ou do pensamento (idealização) à prática? As fantasias acabam sendo satisfeitas ou reprimidas?
Fantasiamos com desconhecidos, com pessoas que nos são próximas ou com gente famosa?
As vossas fantasias tendem a ser combinadas com coisas que querem repetir ou que querem experimentar? E que forma assumem elas normalmente: ternura, violência, ousadas, pervertidas...?
A votação é, naturalmente, de escolha múltipla.

x-pressiongirl

P.S. - A melhor forma de se satisfazer uma fantasia é partilhá-la (verbalmente ou não, isso é opcional). ;-)

O meu monte de vénus é

Entre as votantes sembikini parece haver quase um 50-50, entre as que optam por se depilar integralmente (52% das votantes, sendo que destas, há 6% que o fizeram de forma definitiva)



e as que optam por manter a penugem original (sendo que 16% admite nem sequer aparar).



Eis o gráfico.




x-pressiongirl

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Girl Power

Se estão à espera que venha falar de Spice Girls enganaram-se no post. Elas também são spicy, são girls mas não são essas. A rubrica será feita de femmes fatales nos videoclipes. Aqui não vão entrar choronas, queremos só as heroínas. Procurarei não mencionar o óbvio e relembrar alguns hits. Sugestões de vídeos com femmes fatales serão sempre bem acolhidas. É DJ Mauro Picotto que inaugura a rubrica, penso que saberão perceber porquê.



x-pressiongirl

P.S. - É fácil reconhecer a cidade, não é? ;-)
O nome da modelo permanece-me desconhecido. Alguém mais atento que tenha a bondade de partilhar a informação.

Eu não sou cúmplice

Trata-se da mais recente campanha lançada pela UMAR, cujo Observatório aponta para 43 o número de mulheres que morreram este ano em Portugal, vítimas de violência doméstica.
No blog da campanha "Eu não sou cúmplice" encontra-se a petição destinada a todos os homens que repudiem toda e qualquer forma de violência e opressão contra as mulheres (parte-se do princípio que também sejam contra a violência entre homens).
Lê-se na petição: "(...)Os homens abaixo-assinados repudiam toda e qualquer violência contra as mulheres, comprometendo-se na consciencialização e intervenção social da sociedade para a igualdade de género e promoção de uma cultura de não violência(...)".



Condessa X

P.S. - Meninas que não tenham pilita nem pêlos no peito abstenham-se de assinar a petição, está bem? Vale mais que a façam chegar aos vossos amigos homens!

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

E Deus criou a TV

A TV não poderia nunca acabar mas o mundo... Ah, bem que podia acabar o mundo desde que sobrassem actrizes giras para fazerem papéis de lésbicas. Se não tivessem formação como actrizes também não viria mal nenhum ao mundo, elas poderiam perfeitamente ser modelos ou então outra coisa qualquer que isto da TV é fast food para a cabeça.
Como ainda sou pequenina incorro no Risco(s) de não me conseguir lembrar de todos os programas que desfilaram beijos lésbicos na nossa TV ou que não os apresentando os insinuaram só para prender as pitas da nossa idade ao ecran.
Recordo-me do tubo de ensaio para os Morangos com Açúcar, que por acaso me parecia bem melhor ficção do que este soneto que só traz diabetes às crianças. Em 1998 ainda era um risco colocar-se duas miúdas a dar um beijo. Joana Seixas protagonizou uma personagem que apareceu pontualmente na série Riscos para marcar um blind date com Paula Neves através da net. Não houve beijinhos que isso seria muito arriscado e Paula Neves andava embeiçada por um puto lá da escola. A personagem lésbica terá saído do ar 2 ou 3 episódios depois.
Tinhamos de ir com cuidadinho porque em 2000 ainda se matavam lésbicas na TV como os brasileiros que as punham assim todas numa Torre de Babel e explodiam com aquilo. Christianne Torloni e Silvia Pfeiffer formavam um casal que parecia sempre muito afectuoso mas morre na dita explosão sem nunca ter concretizado um beijo (ou melhor, concretizaram, mas as cenas foram cortadas).
E ao fim de 2 anos Deus criou "Um estranho em casa". Como primeiro estranha-se e depois é que se entranha a série não terá tido grande audiência.


Era Elsa Raposo e Sofia Aparício que faziam par e além de troca de carícias e doces palavras elas ainda se beijavam.
Morangos com Açúcar não mataram nenhuma lésbica mas também não deixaram a personagem viver muito tempo no ecran, por isso foi como se morresse.
Penso que a "grande" volta nos nossos ecrans (a reboque dos brasileiros) dá-se com Clara e Rafaela e com Eleonora e Jennifer, respectivamente em Mulheres Apaixonadas e Senhora do Destino.
Estava destinado. A nossa ficção tinha de apostar mais em temas fracturantes que isso é que é um negócio da china! A TVI também lançou uma novela com um casal gay (um deles morre logo). Homossexualidade, guerra, ciclones, mortes, pancadaria, tudo num saquinho bem sacudido para depois irmos tirando à sorte ou consoante ditem as regras de audiência e de concorrência.
De há uns anos para cá ouvimos falar em f(r)icção nacional, mas quem continua a consumir produtos estrangeiros sabe que há claras diferenças (e não me refiro às linguísticas).
Depois disto o que trazem de novo as duas lésbicas de "Podia acabar o mundo"? Descontando a série nacional "Um estranho em casa", esta será a primeira novela portuguesa em que duas raparigas vão trocar regularmente uns beijitos.
É certo que as produtoras estão ainda a testar o formato do produto, mas se ele for vendido como "polémico", naturalmente as pessoas o receberão como polémico e não como natural.

Vi este vídeo e não achei as actrizes lá muito à vontade, mas convenhamos que se é para encararem o assunto com naturalidade, por que é que SIC e demais imprensa teima em vender este produto (e citarei) como:
"O “Episódio Especial” desta semana mostra o polémico beijo de “Podia Acabar o Mundo” entre Cláudia (Diana Chaves) e Sónia (Ana Guiomar). Sem tabus, as duas actrizes vivem um amor que promete trazer muita discussão à novela da SIC!" - SIC 15 Nov 2008
"(...)vão viver uma acesa e polémica paixão, a qual, tanto quanto se sabe, irá pelo menos culminar num beijo.(...)" JN 13 Nov 2008.
Os exemplos sucedem-se uns atrás dos outros, e o adjectivo é quase sempre polémico. Se eu quiser vender um shampoo devo dizer que ele é nutritivo, se quiser vender uma novela... voilà!
E ao 61º episódio Deus criará o mundo que pode acabar.

x-pressiongirl

domingo, 23 de novembro de 2008

Filmes mais a Norte - Ciclo de cinema feminista

O núcleo de Braga da UMAR volta à carga com filmes, desta vez o 1º Ciclo de Cinema Feminista.



O ciclo teve início no passado dia 13 com o filme If these walls could talk II (cujo tema central era a homoparentalidade).
A ser exibidos respectivamente nos dias 27 de Novembro e 11 de Dezembro os filmes Vera Drake (abordando a temática do aborto clandestino) e Frida (a arte no feminino).
As sessões decorrem às 21h30 no espaço Velha-a-Branca, em Braga.
A entrada é livre e depois de cada sessão haverá espaço para debate. Mais informações aqui.

Condessa X

P.S. - UMAR, O que se passa com o vosso e-mail que não se consegue encomendar as vossas agendas feministas 2009?

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

O meu monte de Vénus é - Nova Enquete

A depilação não é uma preocupação moderna. Consta que já na antiguidade homens e mulheres (possivelmente os mais abastados) investiam na extração de pêlos.
Actualmente cada vez mais homens se mostram motivados a fazê-lo (por tolice há quem, simplesmente por este motivo, os chame de metrossexuais; outros, mais tolos ainda, de bichas).
Raras são as mulheres que não se depilam (ao menos pernas e áxilas) e estou em crer que cada vez mais mulheres começam a aderir à depilação integral. Só não estou segura dos motivos pelos quais a fazem ou deixam de a fazer. Se por causa da estética, da higiene, do bem-estar ou por moda.



Eis a nova enquete sembikini. Como gostam de ver a vossa púbis?
Aparada, regularmente depilada/rapada, depilada definitivamente ou mantida intacta (com todos os pêlos originais). Já agora também gostava de saber se gostam que a outra pessoa os mantenha ou os retire.
Se forem muito envergonhadas podem responder na terceira pessoa ou de forma anónima, que eu não conto a ninguém.

x-pressiongirl

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Resultados enquete: Os grandes amores têm de ser sofridos?

Sem as indecisões de 16% d@s votantes o resultado teria ficado mais claro já que 41% se dividiu entre o não e o sim (estes repartidos entre os 9% que votaram "Sim, todo o grande amor é sempre sofrido" e os 32% que consideraram que "Sim, o amor acaba sempre por doer").


Ninguém votou em "Não há grandes amores", mas admito que inicialmente pretendia votar nesta opção até que depois desenvolvi a minha lógica partindo dessa premissa: Sei que não há grandes amores porque aprendi que eles TORNAM-SE naquilo que quisermos à medida que nos formos empenhando na sua construção. É só através do seu crescimento que eles engrandecem. Nunca vi um bebé grande. Se ele cresceu bem e saudável foi porque teve boas mãos que cuidassem de si.
E então sim, considerando isto posso afirmar também que a construção/crescimento do amor "Não tem de ser sofrido". Mais, ele NÃO PODE nunca ser sofrido. Se projectamos, sentimos ou semeamos sofrimento não poderemos nunca colher amor.


(Imagem que alegremente desencantei do Les maîtres fous - ex Paraíso Sandwich, de rosa-que-fuma)

É necessário que o amor nos faça sofrer ou nos cegue para que nos autorizemos a vê-lo como amor? Não. É muito fácil culpar os outros pelas nossas fraquezas. Paremos de culpar o amor porque ele não cega nem é cego, mas sim aqueles que não vêem que o que os cega é precisamente o desamor.

x-pressiongirl

P.S. - Conclusão da votação: Não há coisa mais deprimente do que ver pessoas deprimidas.
Contra a cegueira voluntária vale bem a pena ver Ensaio sobre a cegueira baseado na obra homónima de José Saramago (que recentemente também se tornou bloguista, vão lá cuscar).

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Prémios (co)media 2008

AVISO:
@s mais sensíveis deverão abandonar este post antes de começarem a lê-lo. Ele contém piadas, críticas, spoilers e reflexões pretensamente sérias.

Tem a certeza que quer ler isto? Olhe que o jogo que a x-pression inventou é bem mais divertido, recue duas casas, se preferir.
Não prefere? Está bem, pode ler.

A rede ex-aequo tem estado a anunciar a 4ª edição dos Prémios Media (escrevo propositadamente sem acento porque "média" para mim refere-se a estatística e além disso eu gosto de fingir que sei Latim).
A 4ª edição será no dia 7 de Novembro às 15h no jardim de Inverno do Teatro S. Luiz.



Nessa mesma noite quem quiser conviver com os novos membros e os poucos sobreviventes do fórum da rede ex-aequo (a x-pression ainda não confirmou presença, consta que irá enviar uma representante) poderá encontrá-los, a fingir que não querem nada, a brincar com gelo na discoteca Maria Lisboa.
Dizem que é só para "quebrar o gelo" inicial que aquilo é tudo gente tímida e muito séria que detesta engates e essas coisas assim. Uma espécie de ritual de iniciação no grupo do pessoal "mais modernaço" da rea (e eu a pensar que eram todos conservadores).
Para quem não sabe, a ideia do jogo do gelo não nasceu na rede ex-aequo mas é um jogo muito popular, sobretudo entre aqueles que ainda não descobriram que a brincadeira é muito mais saborosa com morangos (com açúcar, preferencialmente).
Voltemos à vaca fria.
Atribuir prémios a personalidades que de alguma forma tenham contribuído para a "educação e mudança das mentalidades" (lê-se na rede ex-aequo) e tenha feito trabalho contra a homo/transfobia.
A primeira associação a lançar este tipo de prémios foi a ILGA (a edição deste ano dos prémios arco-íris ocorreu no dia 9 deste mês). Se por um lado me parece uma iniciativa boa para divulgar as associações, por outro me parece exageradamente descabido dar-se prémios a troco, não de envolvimento directo na causa LGBT mas, de publicitação da causa.
Quem melhor do que os próprios militantes ou as associações? As figuras públicas, só porque a voz delas se faz ouvir e ecoa nos meios de comunicação social?
Apesar de passar meses sem ver televisão (e passo-os lindamente, obrigada) sei identificar Solange F.



Admiro a atitude que tomou ao assumir-se publicamnte e até me parece uma pessoa simpática, mas admito que me cansa esta exaltação que as próprias associações fomentam. Esta febre de heróis e heroínas que se batem pela causa incomoda-me e possivelmente incomodará, ainda mais, pessoas como Solange F que, de um momento para o outro estão sempre a ter de dar uma opinião e a falar constantemente da sua própria vida. Suponho que se torne deveras desgastante.
As associações dizem-nos que devemos encarar com naturalidade a homossexualidade
mas eu penso que todo este mediatismo e estes prémios desnaturalizam a forma como gostariamos que a homossexualidade fosse encarada. Se fosse encarada com naturalidade, Solange F ganharia um prémio simplesmente por se ter assumido? Onde está a naturalidade disto? E quantas outras figuras (públicas ou não) não se terão batido pela causa de forma menos mediática mas mais permanente?
Quem é que os nomeou? Os sócios das associações? A direcção das associações? Alguém me responda porque não sei mesmo.

Agora as piadas:

1 - As edições deste ano dos Prémios Arco-Ìris (da Ilga-Portugal) e dos Prémios (co)Media 2008 (da rede ex-aequo) distinguem precisamente as mesmas personalidades, com a diferença que a rede ex-aequo distingue mais duas outras figuras públicas.

2 - Muitos dos laureados não comparecem à cerimónia de entrega dos prémios, limitando-se a enviar representantes. Aposto que se fosse para ganhar um urso ou uma palma de ouro estavam lá caidinhos.

3 - A rede ex-aequo incentiva as pessoas impossibilitadas de comparecer à cerimónia ou que, podendo assistir, quererão manter-se no anonimato a deixarem as questões que gostariam de ver respondidas pelos premiados. Poderão fazê-lo aqui.

4 - No ano passado, entre as personalidades distinguidas pela Ilga estava o nome de Pinto Balsemão. Citando a Ilga, este senhor foi distinguido porque:

"Um jornalista da SIC quis casar-se e pediu uma licença de casamento. Esta licença foi concedida por Francisco Pinto Balsemão. O facto parece banal e não merecedor de qualquer nota. E será assim em breve, queremos acreditar.
No entanto, sendo este jornalista gay, a decisão torna-se histórica. Francisco Pinto Balsemão optou assim por tomar uma decisão que terá entendido como a mais correcta e a mais justa, mas que se adiantou afinal à própria lei."

Ou seja, este senhor foi distinguido porque se antecipou a tomar uma decisão justa, ainda que a lei sobre Igualdade de Acesso ao Casamento Cívil esteja congelada (ironia do destino, com o aval do próprio partido que o senhor fundou, o PSD). Gostava de saber quem é o jornalista e se ele não trabalharia, eventualmente, a recibos verdes.

And the winner is:
Os Precários Inflexíveis lançaram os Prémios Precariedade 2008 e vão premiar alguns dos (ir)responsáveis pela precariedade em Portugal. Adivinhem quem é que está entre os nomeados: Pinto Balsemão! Vale a pena irem lá distribuir uns votos por aqueles senhores que mais merecem.



Esta votação é aberta ao público (independentemente de terem ou não quotas em dia porque os Precários Inflexíveis não cobram nada). Para votar é aqui.

Condessa X

As horas lésbicas - Pistas

Ninguém se atreveu a arriscar respostas, mas como rebeca pareceu motivada a encontrá-las, achei que seria cordial da minha parte deixar novas pistas.
Se prestarem atenção à hora a que caiu este post e este (o desafio original), obtêm duas respostas.
Como disse anteriormente, as duas frases delas e a última (de um presumível narrador) coincidem com as horas a que as três sequências ocorrem.

Duas lésbicas vão fazer o check in no hotel onde irão ficar durante as suas férias. Que horas são nesse momento?

- - disseram à recepcionista.

Logo de seguida decidem tomar uns cocktails no bar do hotel. Elas tencionam beber muito e na hora de efetuar o pedido... que horas são?

- - pediram à barmaid.

Já meio loucas elas dirigem-se, finalmente, para o quarto do hotel. Que horas são agora?


O objectivo do desafio é escreverem correctamente as horas, de forma a que faça sentido, tanto os pedidos como as horas a que sucedem os três acontecimentos.
Não vale a pena perder muito tempo a pensar!


x-pressiongirl

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Um prédio animado - teste QI Lésbico

Conhecem o teste do amigo Einstein? Eis a versão sembikini do teste.
Descobri que cinco das nossas 12 amigas lésbicas são vizinhas e moram no mesmo prédio, cada uma no seu andar.
Atendendo a cada uma das premissas, tentem adivinhar qual delas não está vestida neste momento.

                         r/c    1º andar   2º andar     3º andar       Penthouse

  Lésbica
Faz sexo
   Hobbie
     Bebe
    Veste

A Machona mora na Penthouse;
A lésbica que gosta de literatura bebe Baileys;
A Púdica mora no Rés-do-chão e a sua vizinha de cima faz sexo divertido;
Por cima da Sonsa mora a Diva;
A que ouve música mora na outra extremidade do prédio da que gosta de literatura;
A Sonsa bebe Martini;
A que faz natação mora por cima da que veste pijama;
A Tímida bebe absolut vodka e mora por cima da que faz sexo amoroso;
A Diva gosta de sexo descomplexado e mora por baixo da que bebe cerveja;
A que veste bikini mora no 1º andar;
A que faz sexo divertido mora por baixo da que faz sexo romântico;
A que bebe Campari veste lingerie e tem uma vizinha que pratica tiro ao alvo;
A que veste um tailleur faz sexo doce e é vizinha da que gosta de cinema.

Qual delas é que não está vestida?




x-pressiongirl
P.S. - Ninguém participou no desafio da semana passada sobre "As horas lésbicas". Se ninguém sabe a resposta do outro duvido que cheguem a alguma conclusão com este. Está a valer uma das 5 bebidas propostas no desafio, num bar do Bairro Alto até às 2h porque a partir dessa hora há concentração contra a morte lenta do Bairro!
Form View Counter

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Haverá doces

No Candy bar, obviamente.
Acha que ainda falta muito para o Reveillon? Não consegue esperar até à próxima Lesboa sem que o verniz ameace estalar? O Candy bar tem a solução para si!
Dia 22 de Novembro, às 23h30.
A entrada é reservada só a raparigas por isso além de terem de ser convincentes ao mostrar-se como raparigas de verdade terão de apresentar os seguintes documentos:

1. estatuto de rapariga gira, inconformista e rebelde;
2. carta de sedução actualizada;
3. Bilhete de identidade feminista;

Acresce aos documentos uma taxa de €5 com direito a sex on the beach (o cocktail, sua saloia, o cocktail!).

As finalistas do curso de Boas Normas e Ética Lésbicas ficam automaticamente isentas do pagamento da referida taxa.

A festa terá início às 23h30 e delongar-se-á até às 4h.



Se não estiverem em Cascais e andarem pelo Bairro Alto, queiram saber que vai haver nova "festa" às 2:30 no Largo Camões. Tragam apitos, jambés, bebida e sacos de plástico (a malta é inconformista e ambientalista). Que o Bairro não morra cedo!

Mais informações sobre a festa de dia 22 de Novembro no Candybar aqui.

Condessa X

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Quadrilha - Descubra as diferenças

Actualizando Drummond de Andrade, Alice Campos refaz a visão da famosa "Quadrilha". O vídeo surge da belíssima partilha de queergirls.

Quadrilha

João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para o Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J.Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.

Carlos Drummond de Andrade



Quadrilha Virtual

João abraçava Teresa que beijava Raimundo
que paquerava Maria que cantava com Joaquim que rodopiava Lili
que não cutocava ninguém.
João foi para o Facebook, Teresa para o MySpace,
Raimundo deletou o BuddyPoke,Maria ficou para tia,
Joaquim saiu do Orkut e Lili se apaixonou pelo rapaz da janela ao lado
que não tinha entrado na rede.

Alice Campos

Condessa X

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Os grandes amores têm de ser sofridos? - Nova enquete

A lenda de Tristão e Isolda, a obra Romeu e Julieta, a história de Pedro e Inês. O que têm elas em comum?
Não querendo misturá-las num mesmo saco, sinto-me tentada a relacioná-las na forma como abordam o amor romântico, normalmente acompanhado de platonismo, drama e tragédia. No seu amado ensaio "O amor e o Ocidente", Denis de Rougemont parte da lenda de Tristão e Isolda, para reflectir sobre a forma como o Ocidente tende a lidar com aquilo a que chama de amor.
Olhando para os três exemplos ocorre-me que tanto Isolda como Julieta já estavam comprometidas e que Pedro era casado; todos eles parecem sentir-se mutuamente atraídos após o primeiro contacto visual (o chamado "amor à primeira vista"); todos eles mantêm a sua relação envolvida em secretismo e o amor acaba por levá-los à morte (a expressão "morrer de amores por X" vem destas histórias).
Penso que todas elas poderiam ser manifestos pelo livre arbítrio do amor, contra o destino traçado pelos pais. Somos condescendentes com a traição resultante da proximidade destes casais porque @s respectiv@s noivos são sempre retratados como incapazes de amar. As novelas fazem o mesmo. Um elemento bom casado com um elemento mau apaixona-se por outro elemento bom, transformam o mau em cornudo e surge um grande amor só porque ele é proíbido. A fórmula ainda hoje vende.
Ou seja, somos condescendentes com uma "traição" desde que ela seja justificada com um grande amor que não se pode evitar. E esse amor parecerá tão maior quantos mais forem os obstáculos que os amados terão de atravessar. Depois do sofrimento virá a recompensa.
Romeu e Julieta batem recordes de rapidez porque declaram o seu amor instantaneamente e casam-se secretamente logo no dia seguinte. Eram ambos nobres, descendentes de famílias rivais. Bonito serviço!
D. Pedro foi o único que não se suicidou (mas vejamos, destes três pares apresentados este era o único não-ficcional). D Pedro apaixona-se por D. Inês, aia de sua esposa. Não é lá muito correcto, mas desde que os amores sejam grandes amores, nós autorizamos, não é?
Não se sabe como teria sido se os intervenientes não tivessem morrido tão prematuramente. Possivelmente Julieta iria compreender que Romeu não passava de um rufia armado em engatatão, Isolda possivelmente teria compreendido que Tristão nunca iria ajudá-la na lida da casa e jamais lhe seria fiel (até se casou com outra Isolda, não é chocante?) e Inês talvez fizesse melhor par com a rainha do que com D. Pedro.
A ditadura do "grande amor" pede-nos para regar a relação com drama, mais dor do que prazer (porque o prazer é conotado com pecado). O amor é doloroso e o sexo é prazeiroso?
As "mais belas" histórias de amor estão impregnadas de infelicidades, traições, crimes e tragédias. Já era hora de limparmos isto um bocadinho, não?
Por que é que os livros não nos contam mais histórias de amor bem resolvidas? A história não vende bem, não é?
Podemos ser romântic@s e sóbri@s ao mesmo tempo? O que é que torna uma paixão num grande amor? O sofrimento é um processo que conduz ao amor? Os "grandes amores" são sofridos?


x-pressiongirl

P.S. - A enquete resultante desta reflexão é da inteira responsabilidade de Satya. :-)

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Resultados enquete: Já fingiste orgasmos?

Entre as votantes sembikini a probabilidade de encontrarem alguém que finja orgasmos é quase a mesma de encontrarem alguém que sempre os tenha ou que não finja tê-los.
A nossa sugestão: mudem para um blog mais bem frequentado. ;-)



x-pressiongirl

P.S. - Quando descobrirem que não há blogue mais bem frequentado podem voltar.

domingo, 9 de novembro de 2008

De quem é a rua?


Ontem foi um dia animado. @s professores (seriam entre 110 e 120 mil) vieram expor publicamente o seu descontentamento face aos inúmeros ataques de que têm sido alvo. Deixo-vos, a título de exemplo, um dos questionários aos quais o Ministério da (des)Educação os submete.



Esta afirmação rídicula (tal como todas as outras) é uma das que constam no questionário linkado.
E não são só os stôres que têm motivos para estar descontentes, são os alunos, os pais dos alunos, os futuros pais e toda a sociedade que verdadeiramente se preocupa com o descalabro que aqui anda em termos de política educativa.
E a rua foi deles!
E as ruas continuaram cheias de pessoas que, eventualmente, terão aproveitado para desfrutar do passeio pela capital. Ouvia-se falar de ensino em cada esquina. Às 2h os donos dos bares começaram a expulsar as pessoas mais teimosas:
"Vá lá, têm de ir embora para não termos problemas, está bem?"
Problemas. Com a polícia? Com a Câmara? Com os moradores? Vejam lá se acertam na resposta.
Este recolher obrigatório faz-me lembrar das histórias contadas pelos meus avós.


(Imagem sofregamente roubada do Invisible Red. A frase é da responsabilidade da Condessa. :-)

Qualquer dia não podemos estar mais de três pessoas a falar nos cafés e toda a gente sabe que para jogar à sueca são precisas quatro.

Outro pequeno desafio:
Os moradores sentem-se mais seguros com o encerramento dos bares às 2h? Os frequentadores sentem-se mais seguros? O metro irá funcionar até às 2h? A polícia será mais eficaz no combate à criminalidade? Quem lucra verdadeiramente com o encerramento do bairro às 2h (além do Frágil, que ontem tinha quilos de gente à espera de entrar)?
As pessoas que não moram no centro de Lisboa sabem que a noite lhes sai cara. Se os bares fecham às 2h que alternativa têm aqueles que dependem dos transportes que só amanhecem com a luz do sol? O sembikini contactou o gabinete do Sr. António Costa e eles responderam: "Ah, podem vir de carro, ou ir fazer tempo para uma discoteca ou então ficar em casa, claro". Ou seja: poluir a cidade que eles queriam com menos carros, gastar para encher os bolsos de quem mais lucra ou calar.
Havia uma concentração pacífica, convocada por sms e através de alguns blogs (Mea Culpa, aqui não se bikinou), às 2:30 no Largo Camões. Alguns comerciantes juntaram-se aos clientes e amigos do bairro. Entre apitos e jambés lá se gritaram umas palavras de ordem, fez-se rappel em estátuas (altamente desaconselhável porque as estátuas há meses que não vêem limpeza) e mostrou-se a identificação aos polícias mandatados pela CML. Não sei se mais gente se terá apercebido que, pelo menos, um polícia trazia meio escondida no casaco uma camera com a qual filmava os manifestantes à medida que circulava discretamente entre eles.
São estas as ruas que queremos? Para a semana há mais, caríssim@s!

Para assinar a petição contra o encerramento do Bairro Alto às 2h é aqui.

x-pressiongirl

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Os 12 mandamentos lésbicos



1. Não te vestirás como um homem. Não se deve copiar aquilo de que não se gosta.

2. Não amarás a mulher da próxima, muito menos a da tua melhor amiga.

3. Não tentarás “converter” heterossexuais. É de péssimo gosto tentar incentivar alguém à homossexualidade (bem como à heterossexualidade) mesmo que sejamos irresistíveis.

4. Não desatarás ao palavrão só porque estás menstruada ou tens de fazer a depilação. Estas coisas quotidianas fazem parte do nosso orgulho em sermos mulheres. Ah, também já não se usa não gostar de fazer a depilação, está fora de moda! A depilação integral nunca esteve tão in como agora.

5. Não beberás cerveja pelo gargalo. NUNCA! Para além do mau aspecto, é pouco higiênico.

6. Não cuspirás para o chão! (Nem para o ar).

7. Não estarás sempre a gabar-te das conquistas amorosas nem dos teus feitos sexuais. Quando quiseres desabafar com alguém sobre esses assuntos, procura um padre e confessa-te.

8. Não coçarás os tomates (até porque não os tens).

9. Não levantarás a mão contra outra mulher. Se for mesmo necessário contrata alguém para fazê-lo por ti.

10. Não usarás perfume de homem, a não ser que a tua namorada to suplique, mas se ela o fizer leva-a ao psiquiatra primeiro.

11. Não esconderás as tuas fantasias sexuais da tua namorada. Já não se usa ser acanhada que isso também está fora de moda e, além disso, é importante partilhar mutuamente os nossos desejos, por mais esquisitos que possam parecer.

12. Não exagerarás no batôn. É bastante bandeiroso andares aos beijos com a tua namorada e aparecerem as duas com as bocas marcadas, como se fossem palhaços.


x-pressiongirl

P.S. - Ter-me-ei esquecido de algum?