segunda-feira, 27 de setembro de 2021

Quando o passado aparece ao teu lado

 Já se perguntaram sobre o que foi feito daquela pessoa com quem privavam e depois perderam o contacto? Quem viveu na era pré-facebook, pré-telemóveis ou quem tem amigos que não usam redes sociais possivelmente sabe do que falo.

Há duas formas de aparecer essa pessoa do passado: de forma breve ou de forma mais permanente. 

Geralmente é uma alegria reencontrar alguém do passado, mas pode não ser se alguma coisa ficou mal resolvida. O lugar do passado é no passado mas por vezes ele se mistura com o presente e isso não tem de ser mau.



Agora o que acontece se tens um encontro imediato de 1º grau com alguém com quem já tiveste um encontro imediato de 3º grau? Cumprimentas ou ignoras? Estava do outro lado da rua e não quiseste gritar? Estava acompanhada e não te pareceu apropriado interromper? Ou simplesmente finges que não vês porque não queres dizer olá a alguém do passado? 

Numa altura em que as aplicações de encontros seguem somando perfis quão descartáveis nos tornámos? 

É em alturas de eventos gays como o festival de cinema ou o arraial pride que mais me vêm falar desses encontros imediatos de 1º grau. 

- Está ali o Mister X com quem andei a curtir em 2008.

- Cumprimentaste-o?

- Não, ele também não me falou.

E ficam ali os dois como se não soubessem o nome um do outro, ambos à espera que o outro tome a iniciativa de cumprimentar e ninguém toma. 

É triste não conseguirmos cumprimentar com alegria alguém que nos fez sentir tão bem em determinado momento, sobretudo se as coisas não acabaram de forma ruim. 


Condessa X


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